Uma rocha chamada Dirceu
A entrevista de Zé Dirceu a jornalista Mônica Bergamoassombra até o mais frio e pragmático dos Marechais. É difícil não se emocionar com a história do líder estudantil que enfrentou a clandestinidade e virou general da esquerda brasileira. O petista, ereto, altivo, encara o fascismo e seu destino agarrado ao fio condutor da luta do povo brasileiro.
Se nada mudar, aos 72 anos, cumprirá 7 anos em regime fechado. Outros processos estão a caminho. Terminar seus dias no cárcere é uma hipótese real. Dirceu reconhece que pode ter cometido erros, mas como bem lhe disse Vaccari, é caçado pela direita pelos acertos, não pelos erros.
Ver um homem deste tamanho condenado à prisão perpétua dói muito. Não se trata de apreço pessoal, idolatria ou partidismo, não é o meu caso. O general volta para a masmorra para fazer companhia a Lula, num cenário jamais imaginado pelo mais pessimista dos pessimistas. O coração e a razão, na mesma cela.
Zé fala de sua própria prisão com a naturalidade dos que sabiam que conduziam parte de seu povo para morte certa na luta feroz contra o nazismo. Convictos que do sangue dos seus brotaria a consciência, a vitória e a esperança para humanidade, os comandantes travavam dentro de si um embate entre a finitude da vida, a singularidade humana e o compromisso com a história.
Que saibamos honrar o sacrifício de Dirceu, Lula e tantos outros combatentes que marcaram de sangue e glória o barro que formou nossa nação. Precisamos construir a Unidade do Campo Popular e Democrático. Esta é a palavra de ordem que a história exige de nós e pela qual seremos cobrados pelas futuras gerações.
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