Senadora comunista francesa sobre prisão de Lula: “é um escândalo”
De Leila de Paula no Brasil de Fato.
O bom dia ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi ao coro de vozes femininas na manhã desta quarta-feira (25) e teve a participação do Coletivo de Mulheres da CUT-SP, MST e da Senadora da província de Val Marne pelo Partido Comunista Francês, Laurence Cohen.
Em denúncia à ilegalidade da prisão de Lula, afirmou que é um escândalo o fato de uma parlamentar francesa vir ao Brasil e não poder visitar o petista, preso político há 110 dias na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
Questionada sobre o cenário político nacional, que tem o petista liderando as pesquisas de intenção de voto nas próximas eleições, a senadora, enquanto democrata progressista, disse estar chocada com a situação do país. “Incluindo o reflexo negativo do golpe contra Dilma Rousseff para afastá-la do poder, o está acontecendo no Brasil é extremante preocupante”, comenta. Laurence menciona ainda as injustiças contra o ex-presidente do Equador, Rafael Correia, muito semelhante ao que vem sendo feito contra Lula.
Ao retornar para a seu país, a senadora garantiu que informará sobre a conjuntura política brasileira para que outras pessoas possam se articular em favor do petista.
Dia da Mulher Negra
O feminismo foi amplamente debatido na roda de conversa “Análise de conjuntura e as consequências do golpe na vida das Mulheres” ao longo da manhã com a participação da senadora Laurence Cohen e trabalhadoras e trabalhadores de diversas categorias de entidades filiadas à CUT no estado de São Paulo e MST-PR.
As palestrantes resgataram a história da líder quilombola que deu nome ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, comemorado no dia 25 de julho (lei sancionada por Dilma Rousseff, em 2014) mesma data do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Na fala, abordaram os retrocessos pelos quais as mulheres enfrentam no campo, no acesso à educação e na participação política nacional, especialmente pela comunidade negra.
Juliana Mittelbach, da direção da CUT-PR, afirma que esses encontros discutem os mecanismos para dar visibilidade à mulher negra nos movimentos sociais, mas principalmente para protagonizar a luta política. Adriana Oliveira, da coordenação do MST-PR comentou o impacto dos retrocessos políticos para as mulheres do campo.
A senadora Laurence, que também levantou questionamentos sobre a representatividade da mulher na sociedade e na política, contou que as discussões do debate são muito semelhantes as que acontecem na França e outros países, mencionando os diferentes tipos de combate: racismo, feminismo, contra a opressão e violência às mulheres, aliadas ao debate da luta de classes. Laurence mostrou-se imensamente preocupada com a situação do país a partir das falas de militantes durante a roda de conversa. “Os direitos das mulheres brasileiras estão em risco por todos que deram o golpe em Dilma e Lula”, avalia.
Caravana de Jornada de Mulheres
Em circuito desde fevereiro deste ano, a Caravana de Jornada de Mulheres em defesa da democracia viaja pelo estado de São Paulo para denunciar os retrocessos do país. Márcia Viana, da Secretaria da Mulher da CUT-SP, explica que a visita da caravana na Vigília Lula Livre é uma troca de energias positivas para continuar na luta em favor de toda a classe trabalhadora e comenta que todo o grupo está confiante para Lula retomar o poder em 2019.
“Nós estamos fazendo campanha, porque ele é o único candidato que representa a retomada do crescimento econômico, social e pela inclusão das pessoas”, avalia.
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