MPF denuncia professores por faixa que criticava delegada da PF por suicídio do reitor Cancellier
Reportagem de Juliana Dal Piva no Globo informa que o Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina, ofereceu denúncia contra o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cesar Balthazar, e o chefe de gabinete da reitoria, Áureo Mafra de Moraes, nesta sexta-feira (24). Segundo o procurador da República Marco Aurélio Dutra Aydos, os professores da universidade ofenderam a “honrafuncional” da delegada da Polícia Federal Érika Mialik Marena durante um protesto em função da morte do ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo.
De acordo com a publicação, a denúncia está relacionada a um cartaz exposto em uma manifestação realizada em dezembro do ano passado na UFSC. A PF usou imagens da cobertura do evento feita pela TV UFSC, canal produzido por universitários para embasar a investigação do MPF. No documento, Aydos disse que pessoas não identificadas e os professores “ofenderam a honra funcional da Representante, Delegada de Polícia Federal Érika Mialik Marena, através de exibição pública de faixa contendo fotografia da Ofendida associada aos dizeres “As faces do Abuso de Poder”, e “Agentes Públicos que praticaram Abuso de Poder e que levou ao suicídio do Reitor. Pela apuração e punição Procuradoria da República em Santa Catarina envolvidos e reparação dos malfeitos!”. O procurador escreveu na denúncia que durante a cerimônia “na condição de Reitor pro tempore da Universidade Federal de Santa Catarina, o acusado Ubaldo presidiu cerimônia oficial de “entronização da foto do ex-Reitor Cancellier na galeria de ex-Reitores” e que “o acusado Áureo Mafra de Moraes consentiu em deixar-se fotografar/filmar em frente a faixa injuriosa” e, por isso, teria conferido “conscieouvnte e dolosamente, caráter oficial à injúria ali perpetrada”.
O MPF pede que cada acusado pague R$ 15 mil reais à Érika por reparação de dano moral, conforme foi sugerido pela própria delegada no pedido de instauração de inquérito. Em janeiro deste ano, a delegada pediu, em representação à Corregedoria da PF, que fosse feita investigação sobre o assunto e recomendou que o caso fosse levado ao conhecimento da Advocacia Geral da União (AGU) para avaliar eventual prática de improbidade administrativa. O inquérito foi aberto no dia 13 de março. Cancellier se suicidou em 2 de outubro do ano passado, dias após ser preso na operação Ouvidos Moucos, que investigava desvios de recursos na UFSC e foi conduzida pela delegada Érika. Conforme revelou a revista Veja, a conclusão do inquérito meses depois, porém, não revelou provas do envolvimento do ex-reitor com desvios de verba da universidade, completamente o Jornal O Globo.
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