quinta-feira, 23 de agosto de 2018

ELEIÇÕES 2018 Em carta, juristas internacionais pedem que governo cumpra determinação da ONU


ELEIÇÕES 2018

Em carta, juristas internacionais pedem que governo cumpra determinação da ONU

"Existe um risco de danos irreparáveis aos direitos e liberdades" do ex-presidente Lula caso lhe seja negada a candidatura. Entre os signatários do documento estão Baltasar Garzón e Luigi Ferrajoli
por Redação RBA publicado 23/08/2018 15h25, última modificação 23/08/2018 15h42
RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA
Lula
A carta conclui, em referência à decisão da ONU, que "é imperativo que as autoridades brasileiras a cumpram integralmente"
São Paulo – Juristas internacionais divulgaram manifesto nesta quinta-feira (23) no qual pedem que o governo brasileiro respeite a determinação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa participar das eleições. A carta foi enviada a Michel Temer, para os ministros Torquato Jardim (Justiça) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores), ao presidente do Senado, Eunício de Oliveira (MDB-CE), e a todos os membros do Supremo Tribunal Federal (STF). "Existe um risco de danos irreparáveis aos direitos e liberdades protegidos pelo artigo 25 do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos", afirmam no documento.
"É impossível ignorar que esta decisão dá crédito a todos e, claro, aos signatários desta carta, que expressaram sérias dúvidas sobre a imparcialidade do processo que deu origem à condenação do candidato e, portanto, à própria legalidade e legitimidade das consequências resultantes das eleições vindouras", diz a carta.
Segundo os juristas, a determinação da ONU não se enquadra na "ordem das recomendações", sendo "condição essencial para que a Comissão de Direitos Humanos, uma vez que o Brasil ratificou o Protocolo Facultativo ao Pacto, tenha autorizado o encaminhamento de seus nacionais e tenha se comprometido a respeitar suas decisões, a considerar uma comunicação sempre com o objetivo de evitar que um dano irreparável ocorra antes que o processo judicial seja concluído".
A carta conclui, em referência à determinação, que "é imperativo que as autoridades brasileiras a cumpram integralmente".
Assinam o manifesto os juristas William Bourdon, Mireille Delmas-Marty, Luigi Ferrajoli, Juan Garces, Emilio Garcia Mendez, Baltasar Garzón, Louis Joinet, Wolfgang Kaleck, Henri Leclerc, Jean-Pierre Mignard e Philippe Texier.
Confira a íntegra do documento, em inglês, aqui.
Conteúdo
Arquivo PDF document CartaaoPresidentedaRepblicaFederativadoBrasil11.pdf

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