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Como Bolsonaro está sabotando a democracia brasileira
As intenções de votos do candidato do PSL e rejeição a Fernando Haddad cresceram em setembro exatamente após o Facebook ter sido hackeado
O esquema fraudulento pró-Bolsonaro foi descoberto e confirmou que sua campanha se aproveitou de uma verdadeira Usina de Fake News. Sem projeto para o país, o candidato do PSL promoveu o ódio e a desinformação, em uma estratégia capaz de causar inveja a Goebbels, o ministro da propaganda nazista.
O Ministério Público investiga a Indústria da Mentiras de Bolsonaro e começam a surgir indícios de que a campanha de difamação contra Fernando Haddad pode ter começado muito antes.
A revista Carta Capital traz uma reportagem que elenca importantes acontecimentos que podem ter influenciado diretamente as Eleições 2018.
“Será que o bolsonarismo está por trás de um certo acontecimento de meados de setembro, um momento em que o seu rival no duelo final de 28 de outubro, Fernando Haddad, do PT, mergulhava na campanha e despontava como favorito?”
A publicação faz referência ao anúncio que o Facebook fez, em 25 de setembro, sobre ter sido hackeado. Arede social informou que a invasão ao seu sistema teve início em 14 de setembro, três dias após Haddad ser anunciado o candidato do PT. Segundo o Facebook, que também pertence ao dono do WhatsApp, Mark Zuckerberg, foram roubados os dados de 400 mil usuários e, partir disso, os hackers coletaram informações de 30 milhões de pessoas.
Do total de pessoas hackeadas, 29 milhões tiveram descobertos o número de telefone e o email. Os hackers conseguiram ainda, de metade desses usuários do Facebook, informações como: o nome da pessoa, gênero sexual, idioma, estado civil, religião, cidade natal, data de nascimento e 15 últimas pesquisas feitas na internet.
Diante dos fatos, o questionamento é inevitável:
Estariam os grupos pró-Bolsonaro hackeando as Eleições e a Democracia brasileiras?
A estratégia de campanha de Bolsonaro guarda muitas semelhanças com o que Donald Trump fez na disputa pela Casa Branca, em 2016. Eduardo Bolsonaro, filho do candidato do PSL, se encontrou com Steve Bannon, em agosto desse ano. Bannon foi o principal estrategista de Trump e é conhecido como ‘O Grande Manipulador’ e o ‘Sabotador de Democracias’.
A principal estratégia de divulgação de mensagens políticas dele dependeu de um roubo de dados do Facebook, promovido pela Cambridge Analytica (CA). Esse grande escândalo veio a público na imprensa mundial, em março de 2017.
Criada em 2014, a Cambridge Analytica criou uma forma de influenciar os eleitores americanos. Para isso, era necessário montar um perfil psicológico do eleitorado, e a melhor fonte para isso era o Facebook. A CA chegou no Brasil em 2017 em uma parceria com a Ponte Estratégia. Desde que o escândalo mundial estourou, a parceria é investigada, segundo a Carta Capital. O MP queria saber sobre o banco de dados da empresa. A investigação corre até hoje sob sigilo.
Na reportagem, a revista questiona:
“Será que o hackeamento do Facebook em setembro foi feito para montar um banco psicosocial de dados para uso em favor de Bolsonaro?”
Segundo a Carta Capital, o Facebook não quis informar a nacionalidade das vítimas dos hackers. A publicação, no entanto, lembra que há muitos brasileiros atingidos pela invasão.
Ligue os pontos:
- Hackeamento ocorreu entre 14 e 25 de setembro;
- Após isso, Bolsonaro, que só oscilava em torno de 28%, rompeu a barreira dos 30%, a partir de 1º de outubro e apareceu com 31% das intenções de votos na pesquisa do Ibope;
- Ao mesmo tempo, a rejeição de Haddad, que entre 11 e 26 de setembro variava entre 23% e 27%, chega a surpreendentes 38% a partir do dia 1º de outubro, uma elevação de mais de 11 pontos percentuais
No mesmo período em que Bolsonaro muda de patamar nas pesquisas e a rejeição a Haddad cresce, ocorreu as manifestações do #EleNão. Segundo a Carta Capital, a manipulação da Usina de Fake News pode ter revertido as manifestações em favor do candidato do PSL.
A revista lembrou ainda que a Cambridge Analytica fez uma ‘manipulação de medos na eleição’ de Trump, declaração de um dos colaboradores da empresa, Cristopher Wylie, que confessou a estratégia ao jornal britânico The Guardian.
“Nós exploramos o Facebook para colher milhões de perfis de pessoas. E construímos modelos para explorar o que sabíamos sobre eles e direcionar seus demônios interiores. Essa foi a base em que toda a empresa (Cambridge Analytica) foi construída”.
Com a descoberta do esquema fraudulento de mensagens em massa pró-Bolsonaro, fica o questionamento:
Estaria a Cambridge Analytica hackeando as Eleições do Brasil?
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