sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Bolsonaro diz que dinheiro pago por PM era “empréstimo”

Bolsonaro diz que dinheiro pago por PM era “empréstimo”

Jair Bolsonaro chamou um site de onde sabe que não viriam perguntas incômodas – o que deveria chamar-se O Bolsonarista –  para dar explicações sobre os R$ 24 mil transferidos da conta do PM e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz,   que se destinaram à conta de sua mulher, Michele.
Segundo ele, o PM é seu amigo e recebeu dele um empréstimo pessoal de R$ 40 mil, pelo qual teria dado dez cheques de R$ 4 mil que, por falta de tempo, teria mandado depositar na conta de sua mulher.
“Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos R$ 40 mil (…)Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção”.
Bem, empréstimo de R$ 40 mil não são cem ou duzentos reais que você dá para um amigo agar uma conta vencida. Neste valor, e raramente, é coisa de família, de pai para filho. Portanto, Fabrício – cuja família inteira foi empregada nos gabinetes do filho e do pai era “de casa”, não apenas um motorista.
E é virtualmente impossível deixar de ver que alguém que movimenta R$ 1,2 milhão em sua conta bancária não “estava com um problema financeiro”.
Na Folha, Flávio Bolsonaro diz que o ex-assessor deu-lhe um explicação “bastante plausível” sobre a movimentação financeira. Mas não disse qual foi e anunciou que somente será exposta ao Ministério Público. Ao que parece, portanto, não é tão simples como, por exemplo, um recebimento de herança ou um prêmio de loteria, coisas facilmente comprováveis.
A explicação, seja qual for, não explica porque uma pessoa que está movimentando tanto dinheiro precisaria pedir R$ 40 mil ao “amigo” Jair. Nem dá motivos sobre a razão de demitir um amigo em dificuldades, pouco tempo antes do término do mandato, ainda mais quando este está “em dificuldades financeiras”.
Onyx Lorenzoni deu um “chilique” com a imprensa; Sérgio Moro fechou-se em copas.
Desta vez, a confusão em que os Bolsonaro se meteram, parece, é mais complicada que a da Wal do Açaí.
Como era mesmo aquela história do “quem não deve não teme”, Dr. Moro?

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