Inquérito fará Paulo Guedes depender de Moro e sua ‘superpolícia’. Por Fernando Brito
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO TIJOLAÇO
Sérgio Moro acaba de ganhar um ‘presente de natal’ antecipado.
O ‘Posto Ipiranga’ de Jair Bolsonaro é, agora, oficialmente alvo de um inquérito da ‘superpolícia’ federal que vai apurar possíveis operações irregulares de fundos de investimentos controlados por ele envolvendo recursos oferecidos por fundos de pensão de servidores de empresas estatais – Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios) – e do BNDES
As acusações são, resumidamente, as seguintes:
1- o Fundo de Investimento em Participações (FIP) BR Educacional, pertencente a Guedes, recebeu R$ 400 milhões para investir em projetos educacionais não avaliados devidamente e que teriam dado “lucros excessivos” à empresa de Guedes;
2- no negócio, de tacada, o fundo de Guedes embolsou toda a ‘comissão’ sobre o total de investimentos previstos, uma bolada de R$ 6.6 milhões antes mesmo de qualquer operação.
3- a seguir, a parte mais “cabeluda”: o fundo controlado por Guedes investiu em uma única empresa, de propriedade do próprio Guedes, a HSM Educacional que, por sua vez, comprou com um ágio estimado em R$ 16,5 milhões outra HSM, esta argentina, que nem tinha funcionamento no Brasil. A HSM passou a dar prejuízo – logo, o investimento virou negativo – mas pagou a bagatela de R$ 12 milhões em palestras, muitas delas dadas por…Paulo Guedes.
Estas são as acusações formalizadas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) do – adivinhe – Ministério da Fazenda, ao qual a previdência privada está subordinada. Como esse pessoal não é bobo, a Previc hoje já soltou nota, claro, dizendo que todos os negócios com Guedes “carecem de avaliação conclusiva de mérito”.
Vai ser muito curioso ver como Sérgio Moro vai orientar a PF neste caso e como vai reagir, quando vierem, as pressões de Bolsonaro.
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PS: Nunca é demais lembrar que Paulo Guedes foi quem, oficialmente, convidou Moro para entrar no governo e foi quem, efetivamente, o levou para a reunião em que o ex-juiz e Bolsonaro definiram unir forças no futuro governo.
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