Árabes iniciam corte de importações brasileiras
A coluna de Mauro Zafalon, na Folha, especializada em comércio exterior, mostra que o Brasil já pode ter começado a pagar o preço da estupidez diplomática de se colocar como “garoto-propaganda” do premier de Israel, Benjamin Netanyahu.
A Arábia Saudita descredenciou cinco dos 30 frigoríficos que exportavam carne de frango para aquele país, entre eles unidades da JBS e da BRF, as duas gigantes do mercado.
Como precisam se preocupar com o seu próprio abastecimento, é de imaginar que, para cortar as compras no Brasil, os países de maioria muçulmana o façam progressivamente.
Segundo dados da Sociedade Nacional de Agricultura, entre os 25 maiores importadores de carne de franco brasileira, sete são países árabes: além da própria Arábia Saudita, que sozinha responde por 14% das exportações brasileiras em volume, estão o Kuwait, Egito, Omã, Iraque, Qatar, Iêmen e Jordânia.
Os sauditas compram sozinhos perto de US$ 1 bilhão em frangos “halal”, abatidos segundo princípios exigidos pelo Islã.
Israel compra US$ 45 milhões em aves “kosher”, também abatidas segundo seus princípios religiosos.
20 vezes menos, portanto, ou 40 vezes menos se considerados todos os países muçulmanos. Ou quase 80 vezes menos, se pensarmos no volume total de carne “halal”.
É isso o que o governo Bolsonaro chama de “comércio exterior sem ideologia”?
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