Câmara sinaliza que não haverá “vem comigo que depois te conto”
O primeiro teste do governo na Câmara foi um fiasco.
Ao tentar evitar o regime de urgência e a derrota anunciada da votação sobre o decreto que ampliava a colocação de atos governamentais como “segredo de Estado” , foram 367 votos a favor da urgência e apenas 57 contrários.
É claro que o apoio ao Governo é muito maior.
Mas esta é a marca do “voto da obediência cega”, incondicional.
Hoje saíam duas pesquisas sobre a reforma da previdência.
Uma, popular, feita pela XP Investimentos, publicada pelo UOL, onde 70% discordam da proposta do governo de colocar a idade mínima deveria ser menor do que 65 anos para homens e 62 anos para mulheres: 41% das pessoas acham que não deve haver idade mínima para se aposentar, apenas por tempo de contribuição e, para 29%, idades mínimas menores.
A outra, da Paraná Pesquisas, feita para o triste O Bolsonarista, apenas entre os deputados, encontrou apenas 35,6% de apoio à proposta do governo, de idade mínima de 65 e 62 anos, respectivamente, para homens e mulheres.
Como são necessários 60%, a distância é quilométrica.
Vale lembrar que a pesquisa foi feita antes do desfecho, se é que houve, da crise Bebianno.
E antes das demais “maldades” da reforma serem divulgadas.
Não há mais o clima do “segura na mão do Bolso e vai”.
Mesmo a imprensa ávida pela degola dos aposentados perdeu as condições de sustentá-lo quando é nítido que ele se vai reduzindo a um Temer pós-Joesley.
Se Bolsonaro tivesse juízo não teria marcado a ida ao Congresso, amanhã, para levar a proposta de reforma.
O texto que leva, o original, não tem possibilidades, no quadro de hoje, de ser aprovado.
Seria melhor para ele deixar que a Câmara assumisse a paternidade do remendo que vai sair dali.
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