Após golpe e Reforma Trabalhista, brasileiros sofrem com aumento do desemprego
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quarta-feira (27) dados que revelam a face perversa da crise brasileira a partir do golpe parlamentar de 2016. Segundo o Instituto, o desemprego já atinge 12,7 milhões de brasileiros. Além disso, os dados mostram que a taxa de desemprego continua em ascensão, passando de 11,7% registrado nos três meses anteriores, para 12% no trimestre que se encerrou em janeiro deste ano. O levantamento aponta também que a subutilização da força de trabalho atinge mais de 27 milhões de pessoas.
“Três anos de golpe com a promessa de que tudo melhoraria. Era só tirar a Dilma e o PT. Pois é, o desemprego subiu para 12% em janeiro, continuando na mesma situação do início de 2018. São 12,7 milhões de desempregados. Melhorou pra quem?”, questionou a presidenta nacional do PT e deputada Gleisi Hoffmann (PR) em sua conta no Twitter.
Para o deputado Helder Salomão (PT-ES), que também se manifestou pelas redes sociais, os dados desmontam discurso daqueles que se utilizaram da retirada de direitos dos trabalhadores para justificar a retomada do crescimento.
“O IBGE aponta que o desemprego aumentou e desmonta a farsa de que a reforma Trabalhista iria gerar mais empregos. A nova farsa diz que a Reforma da Previdência combate privilégios e é melhor para o Brasil”, alertou o deputado.
Sazonalidade
Para o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, este trimestre fechado em janeiro foi menos favorável que os mesmos períodos de 2018 e 2017. “Ano passado houve estabilidade na população ocupada e na desocupada, enquanto, neste ano, cresceu o número de desocupados”, complementa.
Informalidade
Já a categoria dos trabalhadores por conta própria cresceu 1,2% na comparação com o trimestre anterior (23,9 milhões de pessoas), o que significa um aumento de 291 mil pessoas neste contingente. Por outro lado, caíram os empregados do setor privado sem carteira assinada (-321 mil pessoas, de um total de 11,3 milhões) e os trabalhadores do setor público caíram 1,8% (11,5 milhões). Enquanto isso, os empregados do setor privado com carteira assinada permaneceram estáveis (32,9 milhões), assim como os trabalhadores domésticos (6,2 milhões).
“Tivemos queda no contingente de empregados do setor privado e no setor público. No primeiro, isso atingiu, principalmente, os trabalhadores sem carteira assinada. Apesar disso, a informalidade aumenta ainda mais, com influência do crescimento dos trabalhadores por conta própria”, diz Cimar.
Subocupação
Enquanto isso, o grupo de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (6,8 milhões) e na força de trabalho potencial (8 milhões), assim como as desalentadas (4,7 milhões), apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. Já a população fora da força de trabalho aumentou em 403 mil pessoas, somando 65,5 milhões no trimestre fechado em janeiro.
Ramo de atividade
Quanto às atividades, houve redução em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (queda de 2,2%, ou 192 mil pessoas), Indústria (2,9%, ou menos 345 mil) e outros serviços (2,8%, ou menos 139 mil). Por outro lado, houve aumento no grupo Transporte, armazenagem e correio (2,8%, ou mais 129 mil pessoas).
Rendimentos
Já o rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.270, o que representou crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior, quando esse valor era de R$ 2.240.
Houve aumento no rendimento, mas esse aumento não se traduz em aumento na massa de rendimento, de R$ 205 bilhões, que se manteve estável, porque também houve queda na população ocupada. “Isso pode ter sido causado por uma queda na ocupação justamente entre os trabalhadores de remuneração mais baixa, o que justificaria isso”, conclui Cimar.
Do PT na Câmara
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