247 - Consultor da alemã TÜV SÜD e responsável por atestar a estabilidade da barragem da Vale em Brumadinho (MG) no ano passado, o engenheiro Makoto Namba afirmou à força-tarefa que investiga o crime que houve "barbeiragem" na instalação dos drenos na estrutura das barragens da mineradora. Segundo o consultor de risco, a tentativa de drenagem da água teria começado só após a empresa ter a certeza de que havia risco de a estrutura de contenção passar pelo processo chamado de "liquefação". "Foi uma barbeiragem, sim", confirmou Namba.
A reportagem do jornal O Globo destaca mais um trecho da fala de Makoto Namba à investigação: "[Foi] para dar um fraturamento hidráulico. Não poderia ter dado isso."
Segundo a matéria, "no depoimento, Namba também sustentou que a assinatura do laudo de estabilidade foi um 'ato técnico' realizado sob 'pressão sutil' por parte de executivos da Vale, entre eles Alexandre Campanha, gerente da companhia. Em relação aos drenos, outro consultor da TÜV SÜD, Arsênio Negro Júnior, afirmou que são 'uma coisa temerária', uma vez que configuram intrusões que podem induzir rompimentos. A instalação só foi interrompida em junho de 2018, quando uma infiltração foi verificada."
Negro Júnior ainda afirmou: "eles se assustaram em um desses eventos (de infiltração)... por sorte. E foi isso que eles quiseram abandonar."
Segundo outra reportagem, a do programa Fantástico da Rede Globo, o promotor William Coelho afirmou que houve pressão corporativa na Vale: "nós temos elementos até o momento que apontam para uma pressão corporativa por parte da Vale em relação a consultores externos para que eles adotassem determinadas posturas que fossem de interesse da empresa — afirmou o promotor William Coelho, do MP de Minas Gerais."
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