Quando
a morte de uma criança mostra a triste realidade.
Sérgio Buarque de Holanda escreveu seu livro “Raízes do
Brasil” em 1936, um período em que o país vivia uma grande efervescência
cultural, intelectual e artística. Buscava-se interpretar o Brasil de uma forma
diferente da historiografia oficial, encontrar uma identidade nacional.
O livro produziu uma polêmica, na época, e que perdura.
No seu Capítulo V, o autor descreve o brasileiro como o “homem cordial” e essa
definição já causou muita polêmica nos meios acadêmicos quando ele diz que as
raízes do caráter brasileiro podem ser encontradas no meio rural e patriarcal
que marcam o período colonial do país. Mas aí vem a contradição que poucos
entenderam ou que vem sendo deturpada ao longo dos tempos.
Para Sérgio Buarque de Holanda, o “homem cordial” não é
um “homem gentil”. Longe disso. Ao contrário do que se pensa na primeira
leitura, a expressão “cordial” não indica apenas bons modos e gentileza.
Cordial vem do radical latino “cordis” (cujo significado mais remoto é cordas),
isto é, relativo a coração. Ou seja, o “homem cordial” é aquele que age movido
pelo coração.
Agora, em pleno século XXI, cabe uma nova pergunta e
uma nova polêmica em torno das afirmações do grande mestre. O brasileiro é,
ainda, um “homem cordial”? E, se continua sendo, o que alterou tanto o seu
“cordis” para guardar tanta raiva, tanto rancor? Como a classe mais rica
conseguiu incutir na grande massa dos brasileiros o ódio, a insanidade e o
preconceito em relação aos seus iguais?
A morte de Arthur Araújo Lula da Silva, uma criança de
7 anos, neto do Presidente Lula da Silva está mostrando o que toda a propaganda
fascista, de ódio, está fazendo com o brasileiro que deveria ser cordial.
Joice Cristina Hasselmann, jornalista e radialista foi,
em 2018, a mulher mais votada para a Câmara dos Deputados em nossa história.
Líder do partido do ex-capitão na Câmara, publicou nas redes sociais uma mensagem
que dizia que “a morte do neto de um criminoso” vai se “tornar palanque
político”! Alessandra Strutzel, uma desconhecida que se apresenta como
blogueira, classificou a morte do neto de Lula como uma “boa notícia”. Yara
Rezende, uma executiva da empresa Natura, publicou nas redes sociais que a
morte de Arthur seria culpa do ex-presidente e assinalou: “quantas crianças
esse tra$te matou ao roubar o povo? Aqui se faz...”, diz o comentário.
E as redes sociais estão cheias de mensagens
semelhantes. “Quem quer saber da morte do neto do Lula?”, disse um seguidor do
ex-militar. “O vovozinho não vai poder ir [ao velório], não. Faz uma oração da
sua cela”, disse outra. “Pensei que fosse de vergonha pelo avô ladrão que tem”,
completou mais um.
Não sabemos como o “homem cordial” do mestre Buarque de
Holanda desapareceu, mas ficamos, para não esquecer do “cordis”, com um
pensamento de José Saramago: “Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu,
fizeram-no de carne, e sangra todo dia”!
P O perigo de ser mulher! Entre janeiro e novembro
de 2018, a imprensa brasileira veiculou 68.811 casos de violência contra a
mulher, conforme a base de dados da Linear Clipping, utilizada pela Comissão de
Defesa dos Direitos da Mulher, da Câmara dos Deputados, e que deu origem ao
Mapa da Violência Contra a Mulher 2018. Os casos foram divididos em cinco
categorias: importunação sexual; violência on-line; estupro; feminicídio; e
violência doméstica.
Foram 32.916 notícias de estupro, com 43% das vítimas
tendo menos de 14 anos de idade e quase a metade dos crimes (49,8%) sendo
cometidos por companheiros e parentes. A pesquisa da Comissão revela ainda
14.796 casos de violência doméstica, cometida em 58% das vezes por namorados e
maridos, atuais ou ex. No caso de feminicídio, ou seja, o assassinato de
mulheres motivado por discriminação pela condição feminina, foram registradas
15.925 notícias, com 95% dos assassinos sendo maridos, namorados ou
ex-companheiros.
Uma das vice-presidentes da Comissão de Defesa dos Direitos
da Mulher na legislatura passada, a deputada Luizianne Lins (PT-CE) diz que um
dos grandes desafios é fazer com que as vítimas de violência denunciem os
crimes sofridos. “O fato de as mulheres estarem se conscientizando de que é
crime tem ajudado muito para que isso vá para esfera pública”, afirma.
P O clima vai “esquentar”? Tendo enviado a Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) 6/19, que trata da reforma da Previdência, na
quarta-feira (20), para discussão e votação na Câmara, pode-se dizer que o debate
em torno da matéria começou acidentado. O tema é espinhoso e a ausência dos
militares das FFAA já começa a gerar muitos problemas e conflitos.
Na semana passada, o líder do PSL na Câmara, partido do
ex-capitão, Delegado Waldir (GO) disse que só pretende iniciar formalmente o
debate em torno da proposta depois que o governo enviar a proposta relativa aos
militares. O Planalto prometeu enviar a matéria ao Congresso até o dia 20 de
março.
O líder do PSL disse ainda que os líderes partidários
da Câmara não vão indicar nomes para compor a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Casa, o primeiro colegiado pela qual a reforma precisa
tramitar, em razão de o governo não ter mandado o texto referente aos
militares.
Mas o “senhor presidente” corre para tentar contornar
as diferenças e, na terça-feira (26) pela manhã, reuniu-se com líderes dos
partidos que devem compor sua base aliada na Câmara. Da oposição, foram
chamados PSB e PDT. Não sabemos o motivo de PT, PCdoB, PSol, Rede e PPL ficaram
de fora (rsrsrsrsr).
O céu não está tão limpo para o Planalto e as
“negociações” correm soltas pelos corredores do Congresso. Estão sendo
negociados cargos e emendas liberando verbas. Os líderes do governo têm
articulado negociatas com os partidos do chamado centrão.
Líder do governo no Senado (e ex-ministro do governo
Dilma), Fernando Bezerra Coelho sinalizou negociar com esses partidos os
chamados cargos de terceiro escalão: em ministérios, universidades e estatais e
agências regionais. E a jornalista Joice Hasselmann (PSL-SP), aquela que disse
que a morte do neto é para fazer palanque político para Lula da Silva (ver
acima) assumirá a liderança no Congresso.
Os deputados recém-chegados já organizam um
abaixo-assinado pela aprovação de emendas: o “atalho” dado aos políticos para
conseguir verba para obras e serviços em suas bases eleitorais. “Parlamentar
quer mostrar serviço na base eleitoral dele, quer consertar rua. Sempre foi
assim, com todos os partidos”, diz uma raposa do Congresso.
Apesar de ter a maior bancada (empatado com o PT), o
partido do ex-militar está longe de garantir os 308 votos necessários em dois
turnos. O apoio do centrão é imprescindível. Não ajuda que o PSL esteja
praticamente isolado na liderança de comissões e cargos de alto escalão.
O presidente Rodrigo Maia vem fazendo alertas públicos
sobre esse isolamento. Ao comentar o texto em redes sociais, Maia escreveu que
o Congresso “precisa muito da proximidade e do diálogo com o Executivo” para
dar andamento às votações. Acena com mais “negociação”.
P Reforma vai jogar idosos pobres na miséria. Entre
as propostas mais cruéis da reforma da Previdência está a que diminuiu de um
salário mínimo (R$ 998,00) para apenas R$ 400,00, o valor do Benefício de
Prestação Continuada (BPC) a idosos pobres a partir dos 65 anos.
A equipe econômica do governo ainda tentou dourar a
pílula venenosa ao propor a diminuição da idade dos idosos que terão acesso ao
benefício de 65 anos, como é hoje, para 60 anos. Mas, segundo o texto da PEC da
reforma da Previdência que está no Congresso Nacional, somente a partir dos 70
anos os idosos em condição de miserabilidade teriam direito ao benefício de um
salário mínimo integral como é hoje.
Para o professor de economia da Unicamp Eduardo
Fagnani, ao criar um benefício menor, o governo constrói um muro social,
expulsando os idosos mais pobres da Previdência e os empurrando para o
assistencialismo.
Atualmente, o BPC é pago a 2 milhões de idosos e 2,5
milhões de pessoas com deficiência pobres, que comprovem renda mensal per
capita familiar inferior a um quarto do salário mínimo. Pela proposta da
reforma, o valor de um salário mínimo do benefício continuaria a ser pago
apenas para os deficientes.
P Desigualdade no Brasil é a maior. As taxas
recordes de desemprego, que em 2018 atingiram 12,2 milhões de trabalhadores e
trabalhadoras, segundo o IBGE, o aumento da informalidade, da terceirização e o
achatamento da renda dos trabalhadores e trabalhadoras, em especial depois do
golpe de 2016, contribuíram para aumentar a concentração de renda no Brasil.
No quarto trimestre de 2018, a desigualdade no país
atingiu o maior patamar, de acordo com dados divulgados na terça-feira (26)
pela Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), que leva em consideração a renda
domiciliar per capita.
E a desigualdade vai aumentar mais ainda, alerta o
Dieese. E a principal responsável por isso é a reforma Trabalhista de Temer,
que precarizou o mercado com a legalização de contratos de trabalho
intermitente, tempo parcial e terceirização geral e irrestrita.
No quarto trimestre de 2018, o índice atingiu o maior
patamar da série histórica iniciada no primeiro trimestre de 2012. Foi quando a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) começou a
ser apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
P Mas o desemprego avança. População fora da força
de trabalho aumentou em 403 mil pessoas, somando 65,5 milhões no trimestre
fechado em janeiro. “A informalidade aumenta ainda mais, com influência do
crescimento dos trabalhadores por conta própria”, disse coordenador de Trabalho
e Rendimento do IBGE.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgados na manhã de quarta-feira (25) informam que o
desemprego continua crescendo no Brasil, que já registra 12,7 milhões de
pessoas sem ocupação.
Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego no país
avançou para 12% no trimestre encerrado em janeiro, contra os 11,7% dos três
meses anteriores, encerrados em outubro.
“Com a entrada do mês de janeiro, houve um aumento da
taxa de desocupação. É algo sazonal, é comum a taxa aumentar nessa época do ano
por causa da diminuição da ocupação”, explica o coordenador de Trabalho e
Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A categoria dos trabalhadores por conta própria cresceu
1,2% na comparação com o trimestre anterior (23,9 milhões de pessoas), o que
significa um aumento de 291 mil pessoas neste contingente. Por outro lado,
caíram os empregados do setor privado sem carteira assinada (-321 mil pessoas,
de um total de 11,3 milhões) e os trabalhadores do setor público caíram 1,8%
(11,5 milhões). Enquanto isso, os empregados do setor privado com carteira
assinada permaneceram estáveis (32,9 milhões), assim como os trabalhadores
domésticos (6,2 milhões).
P Coisas de um ministro colombiano! Depois que o
ex-capitão resolveu fazer estripulias com o seu ministério e nomear para a
pasta da Educação um colombiano que mal domina o nosso idioma, tudo pode acontecer!
Em nota pública, a Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação repudia as medidas tomadas e denuncia o que pode
acontecer com nossas crianças se as medidas forem implementadas. Vejam alguns
trechos da nota.
“O dia de ontem (25 de fevereiro de 2019) ficará
marcado como um dos dias de maior achincalhamento à educação pública
brasileira. E para estarrecimento de todos, vindo da atual gestão do Ministério
da Educação e de seu maior gestor, responsável pela implementação das políticas
públicas de educação no país. O ministro Ricardo Vélez decidiu encaminhar uma
carta a todas as unidades escolares do país, saudando o início do ano letivo e
pedindo que as direções escolares propusessem a execução do Hino Nacional e, de
forma voluntária, enviassem um vídeo ao Ministério com as crianças cantando. Se
não bastasse o pedido inusitado, a carta do Ministro ainda cita o slogan de
campanha do candidato Jair Bolsonaro, como se as eleições ainda não tivessem
passado”.
E faz um alerta: “Esse tipo de ação do Ministro Vélez
é, essa sim, escancaradamente doutrinadora. Ele sequer se constrange em
defender projetos como o da ‘Escola sem Partido’ usando um discurso, mas
propondo, na prática, uma educação acrítica e ideológica à direita. Exigimos
que esse Ministro tenha a compostura de um Ministro de Estado! Exigimos um MEC
sem partido! A educação brasileira tem vários desafios que precisam ser
enfrentados, em especial à luz das metas pactuadas no Plano Nacional de
Educação (PNE), discutido e aprovado pelo Congresso Nacional. Se o
excelentíssimo Ministro ainda não sabe, podemos lembra-lo de algumas questões
que merecem e devem estar no rol de suas preocupações: o cumprimento do Piso
Nacional do Magistério, o achatamento das carreiras dos professores e
funcionários de escolas, o desrespeito às jornadas de trabalho fixadas em lei,
a resolução da questão do financiamento de nossa educação, agora estrangulada
pela Emenda Constitucional nº 95/2016, as precárias condições de trabalho de
nossas escolas. Enfim, os desafios são enormes para se ficar brincando no cargo
que ocupa. O canto do Hino, senhor Ministro, já está contemplado nos currículos
do Ensino Fundamental”.
P Hugo Chávez venceu esse round. O samba antigo de
Assis Valente correu o mundo na voz de Carmen Miranda e dizia que “Anunciaram e
garantiram que o mundo ia se acabar”. E algo bem parecido aconteceu no último
final de semana e deixou nosso Informativo sem um desfecho. Não sabíamos como
acabaria o sábado, depois de toda a propaganda feita pela imprensa dizendo que
haveria “rebelião” na Venezuela e que a “ajuda humanitária” estadunidense
entraria escoltada pelo próprio Juan Guaidó!
Não aconteceu. Além de algumas escaramuças provocadas
por mercenários muito bem pagos por Washington, tudo transcorreu em calma. As
duas fronteiras (Brasil e Colômbia) foram palcos de provocações e terrorismo,
mas nada que abalasse a tranquilidade do governo de Maduro.
Os confrontos nas fronteiras seguiram o mesmo roteiro
usado entre 2014 e 2017 dentro da Venezuela e conhecido como “guarimbas”, ou
seja, tumultos com incêndio de pneus para provocar fumaça e a imprensa ter um
bom “pano de fundo” para as notícias que interessam. A tão propalada “ajuda
humanitária” chegou à fronteira, parou e não entrou. Não houve confronto e
Guaidó permaneceu escondido e distante dos acontecimentos, mas criando uma
imagem para os jornais amestrados divulgarem.
Na manhã do dia 23 houve uma certa euforia com a
divulgação de uma notícia dizendo que alguns soldados do Exército Bolivariano
haviam aceitado o suborno de 20 mil dólares e “trocado de lado”. Mas o número
foi irrisório e as foças da Guarda Nacional Bolivariana mantiveram-se nas
fronteiras. A atenção de todos estava nas pontes Bolívar e Santander, por onde
passaria a tal “ajuda”. Mas, agora sabemos, o número de caminhões fotografados
era apenas para a opinião pública e uma parte não levava coisa alguma.
Depois veio outra cena cinematográfica: o incêndio dos
caminhões! O fato rendeu muitas fotografias e divulgação nas redes sociais para
mostrar a “violência” das tropas de Maduro. Até que uma análise criteriosa das
fotografias mostrou que os caminhões foram incendiados ainda do lado colombiano
e por mercenários de rosto coberto que, teoricamente, seriam da “oposição” a
Maduro.
As rodovias foram cortadas por opositores em vários
pontos do estado de Táchira. A Guarda Nacional Bolivariana também fechou
algumas estradas e rodovias. O aeroporto de Ureña foi tomado por um grupo
opositor, mas depois recuperado pelos militares venezuelanos. No final do dia,
os militares desertores eram apenas sete, entre eles o major-general Hugo Parra
Martínez.
Do lado colombiano, o número de manifestantes
opositores em todos os pontos de enfrentamento era em média entre 300 e mil
pessoas. Do lado, venezuelano quem liderou a resistência para impedir a entrada
de opositores e militares colombiano foram os civis, das brigadas bolivarianas,
uma organização cívico-militar com treinamento, mas composta por trabalhadores
comuns, operários, professores, camponeses.
P Venezuela rompe relações com a Colômbia. O governo
colombiano deu apoio político e militar para Guaidó, no sábado (23), dia que
marcou o aniversário de um mês de sua autoproclamação como presidente interino.
Depois da série de eventos violentos, o governo da Venezuela informou que
rompeu relações diplomáticas com a vizinha Colômbia.
“Governo da República Bolivariana da Venezuela decidiu
pela ruptura integral das relações diplomáticas e consulares com o governo da
República da Colômbia. Consequentemente, é concedido um período de 24 horas, a
partir da publicação deste comunicado à imprensa, para que diplomatas e
funcionários consulares colombianos deixem a Venezuela. Durante este período, o
Ministério das Relações Exteriores da Venezuela oferecerá todas as facilidades
para o cumprimento desta disposição pelos funcionários diplomáticos e
consulares colombianos”, afirmou o governo de Nicolás Maduro, através de um
comunicado.
“Os governos dos EUA e da Colômbia violaram
praticamente todos os princípios e propósitos da Carta da ONU, fato que
constitui uma provocação inaceitável contra a República Bolivariana da
Venezuela, e que coloca a paz nacional e regional em risco”, destacou.
P Apostaram em um cavalo “bichado”? Uma coisa ficou
bem clara no sábado, dia 23. Donald Trump apostou em Juan Guaidó para “se
livrar do socialismo venezuelano”, mas o cara mostrou que não tem estatura e
nem liderança para liderar seja lá o que for.
Basta fazer uma rápida “volta” na história recente. Ao
se declarar presidente interino da Venezuela, Guaidó deveria convocar eleições
em 30 dias, mas não conseguiu fazer isso.
Não tinha força, apoio popular ou pulso para comandar um esforço desse
tipo.
E essa farsa de “ajuda humanitária” enviada pelos EUA
foi um desastre total. Todos sabiam que era uma simples provocação. No mundo
inteiro a imprensa “livre e democrática” estava pronta para relatar, filmar, divulgar
ao vivo, uma rebelião contra “a ditadura bolivariana”, mas nada aconteceu e
tudo terminou como um pesadelo para a Casa Branca. Um fracasso e um caos criado
nas fronteiras por aqueles que deveriam ser os “aliados”, mas se perderam por
não haver uma liderança confiável. Aliás, qualquer um que conhece o “Manual de
Golpes” do Pentágono sabe que não adianta apenas ter mercenários bem pagos, mas
precisa ter alguém em quem eles confiam. E isso não existiu.
O ponto alto da tentativa de golpe não foi comentado
pela nossa imprensa. Enquanto todas as atenções estavam voltadas para a
fronteira e para a ponte por onde atravessariam os caminhões, um navio
estadunidense partiu de Porto Rico com “ajuda humanitária” para chegar a um
porto venezuelano. Mas a guarda costeira bolivariana comunicou que não deveriam
entrar em águas territoriais da Venezuela ou seriam atacados. E os “ianques
botaram o rabinho entre as pernas” e voltaram.
O fato é que EUA e vários países da Europa e América
Latina, inclusive o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino do
país. Rússia, China, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Turquia, México, Irã e muitos
outros países manifestaram seu apoio a Maduro como presidente legítimo do país
e exigiram que os outros países respeitem o princípio de não interferência nos
assuntos internos do país latino-americano. E agora? Trump vai continuar
apostando em um cavalo que não sabe correr? Ou vai tomar medidas mais
drásticas?
O que restou a Juan Guaidó foi vir ao Brasil, encontrar
com um nazista ex-militar, e chorar um pouco para esquecer que vai ser
abandonado muito em breve.
P Primeiro efeito da derrota. Durante todo o
planejamento do golpe contra a Venezuela, Trump contava com seus “aliados”,
capachos, na América Latina para consolidar a invasão e derrotar a Revolução
Bolivariana. Mas parece que a derrota do dia 23 vai fazer os estrategistas do
Pentágono repensarem os seus planos.
Representantes diplomáticos do Grupo de Lima, grande
aliado até agora dos planos da Casa Grande, afirmaram na segunda-feira (25),
durante reunião em Bogotá, ter negado a possibilidade de uma intervenção militar
ou qualquer tipo de uso da força na Venezuela. Entre os países que reforçaram
esta posição, estão Peru, Colômbia, Chile e Brasil. (quem diria?)
“É bom dizer com absoluta claridade, o uso da força em
qualquer de suas formas é inaceitável. Não é uma solução para o que ocorre na
Venezuela”, disse o vice-ministro de Relações Exteriores do Peru, Hugo de Zela.
O Grupo de Lima é formado por 14 países, incluindo
Canadá e EUA, e tem o objetivo de pressionar por uma mudança de regime na
Venezuela.
P A farsa desmontada. Uma das cenas divulgadas pela
imprensa amestrada foi a de um caminhão com suposta “ajuda humanitária” sendo
queimado. O primeiro objetivo era dizer que o Exército Bolivariano da Venezuela
havia sido responsável pelo fato. Mas logo a análise das fotos mostrou que o
veículo havia sido queimado ainda em território colombiano e por militantes
“pró-Guaidó”.
Agora temos novos fatos que mostram o descaramento de
toda essa publicidade. Nem tudo se perdeu no incêndio e membros da Guarda
Nacional venezuelana puderam pegar os caminhões. Mas acontece que, ao contrário
de levar alimentos e remédios, estavam sendo conduzidos materiais de propaganda
contra Maduro que deveriam ser usados em atos dentro do país e também máscaras
e explosivos para as guarimbas continuarem provocando pânico.
A máscara cai de vez com a declaração da Cruz Vermelha
que já havia anunciado que não pretendia participar da distribuição na
Venezuela da “ajuda” vinda dos Estados Unidos. Para a organização, os
carregamentos enviados por Washington vêm da parte de um governo e, por essa
razão, não podem ser considerados como “ajuda humanitária”.
Já em 10 de fevereiro, o Comitê da Cruz Vermelha havia
se posicionado sobre a situação na Venezuela. O chefe da delegação da entidade
na Colômbia, Christoph Harnisch, afirmou que não pretendia participar da iniciativa
estadunidense de enviar carregamentos para o país latino americano.
Na segunda-feira (25), em entrevista publicada no site
da revista colombiana Semana, Harnisch reforçou suas afirmações. Para ele,
“infelizmente, a primeira vítima do que está acontecendo é a palavra
‘humanitária’, porque há um debate, há uma controvérsia pública, há uma
manipulação deste termo por todas as partes”. Segundo o representante da Cruz
Vermelha, “'humanitário' é algo que não deve ser controverso, deve ser do
interesse do povo”.
P Mais uma condenação e nada vai acontecer? Uma
comissão da ONU afirmou na quinta-feira (28) que a maneira como Israel reagiu
às manifestações de Gaza em 2018 “pode constituir crimes de guerra ou contra a
humanidade”. O texto detalhou que franco-atiradores atacaram civis, incluindo
crianças.
O relatório foi elaborado por investigadores do
Conselho de Direitos Humanos da ONU, que não receberam autorização de Israel
para ir ao local dos fatos. As investigações analisaram a violência ocorrida
durante os protestos semanais realizados a partir de março de 2018 até o final
de dezembro no território palestino.
“Soldados israelenses cometeram violações contra os
direitos humanos, alguns dos quais podem constituir crimes de guerra ou contra
a humanidade e devem ser imediatamente investigados por Israel”, afirmou o presidente
da comissão investigadora, Santiago Cantón. Segundo a comissão da ONU, “mais de
6 mil manifestantes desarmados foram atingidos por atiradores de elite
israelenses, semana após semana, durante os protestos”.
A comissão, mesmo sem a colaboração de Israel, conduziu
325 entrevistas com vítimas, testemunhas e fontes e coletou mais de 8.000
documentos. Ela também teve acesso a materiais audiovisuais, incluindo gravações
feitas por drones.
Pelo menos 251 palestinos foram mortos por tiros
israelenses nesses confrontos, a grande maioria ao longo da fronteira, e os
demais morreram em ataques israelenses em retaliação por “atos hostis”. Dois
soldados israelenses morreram no mesmo período.
Em uma reação imediata, Israel rejeitou o relatório da
comissão da ONU, atribuindo ao Hamas a responsabilidade pelas violências e o
número de vítimas nas manifestações.
P Vamos ficar atentos. Michael
Cohen, advogado de Donald Trump, compareceu diante de um comitê do Congresso
para prestar informações e esclarecer denúncias contra o presidente que
poderiam causar um grande caos e até levar ao fim do mandato.
As
denúncias envolvem desde os encontros com o líder da Coreia do Norte até
dinheiro pago a uma prostituta para ficar calada, passando por acusações de
Hillary Clinton. Parece que “a batata está assando”!
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