sexta-feira, 10 de maio de 2019

Congresso quer retomar projeto que pune abuso de autoridade para esvaziar poder de Moro


Congresso quer retomar projeto que pune abuso de autoridade para esvaziar poder de Moro

Após impor série de derrotas ao ministro da Justiça, parlamentares querem impor travas ao pacote anticrime; movimento responde ataques via redes sociais
Ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sergio Moro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Jornal GGN – Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, uma ala do Congresso, apoiada pelo presidente das duas Casas, quer aproveitar a desarticulação que o governo demonstrou nesta quinta-feira (9) para incluindo como pauta de discussão o projeto de lei sob relatoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) que pune o abuso de autoridade.
A estratégia é impor travas ao pacote anticrime do ministro da Justiça Sérgio Moro. A movimentação dos parlamentares, em sentido da base do governo, acontece como resposta a pressão que sofreram em redes sociais e grupos de WhatsApp contra a retirada do Coaf das mãos de Moro.
“Nesta quinta, o líder de um dos maiores partidos da Câmara contou que recebeu mensagens de mais de 600 números desconhecidos. Uma delas trazia texto que ele interpretou como ameaça. Dizia que, caso votasse pela saída do Coaf da pasta de Moro, o deputado “acabaria PRESO!”, com a palavra em caixa alta”, escreveu Daniela Lima que assina a coluna Painel.
Também nesta quinta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) se irritou com a cobrança do deputado Diego Garcia (Pode-PR) que, na tentativa de ganhar tempo para evitar a saída do Coaf do Ministério da Justiça, entrou com uma questão de ordem pedindo para que Maia votasse, antes da Medida Provisória 870, outras cinco MPs que tinham entrado antes no Congresso.
“As medidas provisórias devem ser apreciadas seguindo a ordem de trancamento da pauta, e não pode o presidente se valer desse momento. Isso é desleal com o Parlamento e com os parlamentares desta Casa”, disse Garcia.
Em seguida, Maia rebateu: “Vossa excelência não tem o direito de me chamar de desleal, nunca fui desleal, e agora vossa excelência acabou de derrubar a MP 870. Vou ler todas as MPs e todas serão votadas antes da 870. Vossa excelência será responsável pela retirada do Coaf do Ministério da Justiça”, disse.
Se o Plenário da Câmara não votar a MP dos ministérios até dia 3 de junho, as mudanças realizadas pelo governo Bolsonaro não terão mais efeito e a estrutura do Planalto voltará a ter 29 pastas, como no governo Temer.
Segundo a coluna Painel, ao adiar a votação da MP 870, Maia expôs a desarticulação do governo ainda mais. Pouco antes, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse em nome do Planalto que as mudanças acertada na comissão especial que analisou a MP 870 tinham sido aprovadas, incluindo a migração do Coaf para o Ministério da Economia. Entretanto, Moro continuava brigando junto a parlamentares para recompor a base de simpatizantes que pudesse impedir a mudança.
“A atuação em direções opostas dos integrantes do governo provocou risos na oposição e certa surpresa entre líderes de partidos de centro, que se chocaram com a bateção de cabeça”, completou Daniela Lima. Para ler a coluna Painel na íntegra, clique aqui.

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