247 - O procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima, que foi o decano da força-tarefa da Lava Jato, classificou como "comuns" as conversas de membros do Ministério Público Federal com o então juiz Sérgio Moro na construção da farsa jurídica que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá.
Em entrevista ao jornalista Fausto Macêdo, publicada nesta segunda-feria, 17, no jornal
O Estado de S. Paulo, Santos Lima disse acreditar que a divulgação das ilegalidades da Lava Jato pelo site The Intercept Brasil sejam parte de "uma campanha orquestrada", com "objetivo claro de libertar Lula.
Questionado pelo jornal se houve relação ilegal entre o juiz da Lava Jato e a acusação, Santos Lima reagiu com naturalidade. "Essa é uma discussão sem sentido. A relação entre juiz e procuradores, juiz e delegados, juiz e advogados se dá diuturnamente. Questões procedimentais, exposição de pontos de vista e explicação de futuros pedidos são comuns. Somos todos conhecidos, não amigos, de mais de 20 anos. Não há nada de irregular nas conversas. Essa é a prática judiciária. Observo, novamente, que não se pode atestar que essas conversas não tenham sido editadas, motivo pelo qual nada disso significa qualquer coisa relevante", diz ele em um trecho da entrevista.
No trecho mais recente de conversas divulgado pelo Intercept, Carlos dos Santos Lima aparece atendendo a um pedido do então juiz Sérgio Moro para editarem uma nota atacando o ex-presidente Lula e sua defesa na imprensa. Segundo os diálogos, o procurador defendeu "ir direto na jugular" ao construir a falsa narrativa, comprada pela mídia, de que Lula teria coloca a culpa de seu suposto crime na esposa falecida, Marisa Letícia (leia mais no
Brasil 247).
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