sexta-feira, 5 de julho de 2019

Deputado petista propõe convocação de Moro para explicar novas denúncias da “Vaza Jato”

Por Esmael Morais

Deputado petista propõe convocação de Moro para explicar novas denúncias da “Vaza Jato”

Publicado em 05/07/2019
Diante das novas mensagens trocadas entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, publicadas nesta sexta-feira (5) pela revista Veja em parceria com o site The Intercept Brasil, o deputado Rogério Correia (PT-MG) propôs a convocação de Moro, pela Comissão do Trabalho da Câmara, para explicar as “gravíssima” denúncias, que inclui a instituição de mecanismo de perseguição dentro da Lava Jato à margem da lei. “E desta vez é convocação, não é convite não”, frisou o deputado.
Para Rogério Correia, que já protocolou o requerimento de convocação do atual ministro da Justiça, “Moro precisa explicar urgentemente as últimas denúncias da Veja/The Intercept Brasil, e concluir a sessão interrompida na última terça-feira (2), quando ele fugiu do debate na Câmara, após ser chamado de ‘ladrão’”, argumentou. O ministro participou de audiência pública a convite das comissões de Constituição e Justiça, de Direitos Humanos e Minoria e de Trabalho e foi embora antes de ser questionado por todos os parlamentares inscritos.
Na avaliação do deputado do PT mineiro, nas mensagens que estão vindo à tona pela “Vaza Jato” o então juiz Moro foi muito além do papel que lhe cabia quando julgou casos da Lava Jato. “Em diversas conversas privadas, até agora inéditas, Moro sugeriu ao procurador que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas em Dallagnol como se ele fosse um superior hierárquico dos procuradores e da Polícia Federal”, enumerou.
Conselhos do Faustão
Rogério Correia ainda cita no requerimento trechos das mensagens divulgadas pela Veja/The Intercept, na qual o ex-juiz diz ter recebido dicas de comunicação do apresentador Fausto Silva, da Rede Globo, para os procuradores da Lava-jato: “Ele disse que vocês nas entrevistas ou nas coletivas precisam usar uma linguagem mais simples. Para todo mundo entender”, escreveu o atual ministro da Justiça. O deputado enfatizou ainda que, segundo a revista, o apresentador confirmou o teor da conversa.
O parlamentar destacou que a nossa Constituição define claramente que no sistema acusatório do processo penal, o acusador e o julgador não podem se misturar, cabendo ao juiz analisar de maneira imparcial os conteúdos da acusação e da defesa, resguardando a devida neutralidade em relação ao resultado do processo. “No entanto, os diálogos agora revelados demonstram que Sérgio Moro se intrometeu no trabalho do Ministério Público, e mais do que isso, atuou como indutor das ações como auxiliar da acusação, ferindo o princípio da imparcialidade previsto na Constituição e no Código de Ética da Magistratura. Por isso, devemos convocar o ministro para se explicar”, reforçou.
O requerimento ainda precisa ser apreciado pela comissão, o que deverá acontecer na próxima semana.
As informações são do PT na Câmara

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