quinta-feira, 1 de agosto de 2019

DITADOR E CÍNICO! Mexi na comissão sobre crimes na ditadura porque agora o presidente é de direita, diz Bolsonaro

Mexi na comissão sobre crimes na ditadura porque agora o presidente é de direita, diz Bolsonaro

Foram substituídos quatro dos sete integrantes; entre os novos indicados, há um assessor da ministra Damares Alves e filiados ao PSL

REDAÇÃO OPERA MUNDI
São Paulo (Brasil)
O presidente Jair Bolsonaro justificou nesta quinta-feira (01/08) as mudanças que fez na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos pelo fato de ser “de direita”. Quatro dos sete integrantes foram trocados - e, entre os novos indicados, há um assessor da ministra Damares Alves e filiados ao PSL.
"O motivo é que mudou o presidente, agora é o Jair Bolsonaro, de direita. Ponto final. Quando eles botavam terrorista lá, ninguém falava nada. Agora mudou o presidente. Igual mudou a questão ambiental também", disse a jornalistas.
As trocas vieram dias depois de Bolsonaro ser criticado pelo episódio envolvendo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em que disse “saber” o que teria acontecido com o pai do advogado durante a ditadura.
Foram substituídos quatro dos sete integrantes, entre eles a presidente do colegiado, a procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga. Em seu lugar, assume o comando o advogado Marco Vinícius Pereira de Carvalho, assessor especial da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Filiado ao PSL de Bolsonaro, ele é servidor da prefeitura de Taió (SC) e foi cedido à pasta em janeiro.
Marcos Corrêa/PR
Bolsonaro mudou parte da equipe da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos
Quem também foi exonerada da Comissão Especial, conforme publicado nesta quinta (01/08) no Diário Oficial da União, foi a advogada, ex-defensora de presos políticos e ex-integrante da Comissão Nacional da Verdade Rosa Cardoso. Ela foi substituída pelo coronel reformado Weslei Antônio Maretti.
Também saem o coronel João Batista da Silva Fagundes, trocado pelo oficial do Exército Vital Lima Santos. Por fim, o deputado Roberto Pimenta (PT-RS) é substituído pelo também deputado Filipe Barros Ribeiro (PSL-PR), ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL).
Para a agora ex-presidente da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, o atual presidente da República “valeu-se do mesmo método que agentes dos porões, como Curió, Fleury e Ustra, utilizavam para assassinar também a reputação de suas vítimas e desviar o foco de suas responsabilidades”.
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos foi criada em 1995 pela Lei 9.140, a mesma em que o Estado reconheceu como mortas muitas pessoas perseguidas pelo autoritarismo.
(*) Com Rede Brasil Atual

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