segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Como será o amanhã (15)?
Cigana, bola de cristal, jogo de búzios, cartomante ou realejo. A realidade é que não se sabe como será o Brasil do insano no dia de amanhã. Lemos as notícias sobre a Argentina (veja neste Informativo) e ficamos imaginando se o que a nossa imprensa está escondendo será o nosso futuro.
Fato 1. A dívida líquida do setor público não financeiro subiu de R$ 3,86 trilhões, ou 55,2% do PIB, em junho para R$ 3,91 trilhões, ou 55,8% do PIB, em julho. De acordo com o Banco Central, a dívida sobe 0,6% no ano, sendo que a incorporação de juros soma 0,4 ponto, a variação do dólar soma 0,3 ponto, o superávit tem efeito zero e o crescimento do PIB tira 0,2 ponto.
Fato 2.  Depois de um segundo trimestre positivo, a indústria brasileira iniciou o terceiro trimestre do ano de forma desalentadora. Segundo o IBGE, houve queda de 0,3% na atividade industrial em julho, na comparação com junho, feito o ajuste sazonal. Foi um resultado inesperado. O mercado esperava aumento de 0,6% no período. Em 2017 e 2018, o setor cresceu 2,5% e 1%, respectivamente.
Fato 3. A indústria começou o segundo semestre em queda. A produção do setor recuou 0,3% em julho, na comparação a junho, pela série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), divulgada na terça-feira pelo Instituto IBGE. São agora três meses seguidos de queda. O resultado ocorre após a variação negativa de 0,7% do indicador em junho, frente ao mês anterior — este dado foi revisado, de queda de 0,6% anteriormente divulgada. Em maio, a indústria também havia recuado, em 0,1%.
Fato 4. A economia cresceu 0,7% no primeiro semestre do ano na comparação com o segundo de 2018. Houve alívio no Ministério da Economia, que em nota disse ser “acertada” sua estratégia até aqui. Havia risco de o PIB ter caído de abril a junho, o que colocaria o Brasil em recessão, situação de dois trimestrais seguidos de recuo econômico.
Mas o resultado que afastou o perigo, um avanço de 0,4% no segundo trimestre, deixou gente desconfiada com o IBGE, órgão que tem sido pressionado pelo atual governo desde o início.
Fato 5. De janeiro a junho, o número de desempregados subiu. Era de 12,2 milhões de pessoas em dezembro de 2018 e chegou a 12,8 milhões, conforme o IBGE. A taxa de desemprego foi de 11,6% a 12%. Aumentou também a quantidade de brasileiros que desistiram de procurar vaga por achar inútil, o chamado desalento. Eram 4,7 milhões no fim de 2018 e 4,9 milhões em junho, um recorde.
Nesse período, o salário quase não se mexeu. A média era de 2.254 reais em dezembro e foi a 2.290 reais em junho, segundo o IBGE. Desde 2012 o salário oscila entre 2,2 mil e 2,3 mil.
Fato 6. Enquanto o desemprego subia e a economia e os salários rastejavam, os bancos esbaldavam-se. Bradesco, Itaú e Santander lucraram juntos 32,7 bilhões de reais no primeiro semestre, um aumento de 13%. É prenúncio de novo recorde anual. Em 2018, o trio teve ganhos inéditos, 56,7 bilhões. Apenas no primeiro semestre de 2018, foram 28,9 bilhões.
A realidade da população que não é nem banqueira nem acionista de banco ajuda a explicar por que o governo já é mais reprovado do que aprovado. Em agosto, 39% dos brasileiros achavam o governo ruim ou péssimo e 29%, bom ou ótimo, conforme nova pesquisa CNT/MDA. As duas posições empatavam ali pelos 30% desde abril, de acordo com levantamentos de outros institutos.
Fato 7. Professor do Instituto de Economia da UFRJ analisa os dados divulgados pelo IBGE e alerta para a falsa sensação de melhora.
O IBGE divulgou, nesta quinta-feira 29, um crescimento de 0,4% do PIB no segundo trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. Além disso, houve um avanço de 1% quando comparado com o mesmo período de 2018.
O PIB é uma medida da produção de bens e serviços de um país em um determinado período e sua evolução é utilizada para avaliar o desempenho econômico.
O número, num primeiro olhar, parece animador, pois esse foi o melhor resultado para segundos trimestres desde 2013, quando houve aumento de 2,3%, mas está longe de representar uma melhora na economia.
É o que explica o professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sicsú. O especialista esclarece que a economia brasileira está numa condição de depressão, que é quando a situação fica estagnada e alterações pequenas como essa acontecem sem ter grandes mudanças. “Vamos ter agora vários suspiros, mas vamos também ter quedas como tivemos no primeiro semestre. Não é uma recuperação, assim como não foi com os vários suspiros anteriores”, afirmou.
Fato 8. O primeiro projeto de lei orçamentária do atual desgoverno, enviado ao Congresso Nacional nesta sexta-feira, reduz os gastos com investimentos e custeio da máquina pública de R$ 102,4 bilhões, valor do Orçamento de 2019, para R$ 89,1 bilhões em 2020.
O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, reconheceu que o valor previsto para o ano que vem “pode comprometer a máquina pública”, mas ressaltou que não há risco de paralisia por falta de verbas.
Os cortes nos investimentos, para atender à Lei do Teto dos Gastos, podem paralisar o programa Minha Casa Minha Vida. O governo pretende não liberar novas contratações ano que vem. O setor da construção civil foi responsável pelo pequeno ânimo no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre.
Fato 9. Mesmo diante de uma crise fiscal, que levou até mesmo ao corte de expediente das Forças Armadas, o governo federal aumentou o desembolso com a parada de Sete de Setembro, a primeira do insano presidente.
O contrato assinado pela gestão pública para a montagem e organização da cerimônia militar teve um custo de R$ 971,5 mil, 15% mais do que no ano passado.
Em agosto, o ex-militar admitiu que sua administração enfrenta uma crise financeira, disse que está fazendo milagre para manter as contas em dia e ressaltou que a equipe ministerial está apavorada. E na segunda-feira (2), afirmou que não considera anunciar um pacote de proteção ambiental diante da falta de recursos.
Fato 10. O Brasil completa 197 anos de “independência” tendo em seu comando um ex-capitão reformado por doença mental e que insiste em desfazer o pouco de soberania que ainda tínhamos. E o desmatamento da Amazônia é “apenas” a ponta de um enorme iceberg recheado de mancadas, submissão, despreparo para a função e violência.
São 17 empresas públicas nacionais de renome listadas para serem vendidas em condições e preços ridículos, um acordo secreto com o Peru na usina hidrelétrica de Itaipu que acaba de ser descoberto e a total subordinação em relação ao governo de Trump.
Poucos conhecem a história e a imprensa cuidou de abafar bastante, mas o acordo secreto com o Peru sobre a usina hidrelétrica de Itaipu, que atualmente ameaça a posição do presidente peruano Martín Vizcarra é grave e pode ter desdobramentos em toda a América Latina.
Por outro lado, ele continua a atacar com violência as universidades públicas, boicotando toda possibilidade de uma educação soberana e de qualidade, além de desrespeitar, sem qualquer pudor, autoridades estrangeiras como no caso do presidente francês, Emmanuel Macron, e da ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet.
Fato 11. E os assassinatos são uma marca registrada do governo do ex-capitão, quando se trata dos interesses dos grandes latifundiários, empresários, etc.
Maria Márcia Elpídia de Melo não vê o filho há quatro meses. A presidente da Associação dos Produtores e Produtoras Rurais Nova Vitória, uma das cinco associações de assentados do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa, assentamento de reforma agrária situado entre as áreas rurais de Novo Progresso e Altamira (PA), disse à Agência Pública que se considera em cárcere privado.
Mais conhecida pelo segundo nome, Márcia vem sofrendo ameaças constantes por causa de denúncias que fez contra a exploração ilegal de recursos naturais (sobretudo madeira e ouro), venda de lotes e os assassinatos no interior do assentamento. Por causa do conflito, diagnosticado em trabalho técnico do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Márcia afirma ter medo de sair sozinha do lote que ocupa no assentamento que também foi o mais incendiado do Pará, em agosto.
O que mais dói, segundo ela, é ficar longe de seu filho, Elmiro, a quem retirou de seu convívio por questões de segurança. Ele vivia em um dos lotes do assentamento e no início deste ano foi espancado e ameaçado de morte na Vila Isol, uma comunidade próxima ao PDS.
Fato 12. Vale lembrar que, em 2018, houve o desaparecimento do assentado Antônio Rodrigues dos Santos, conhecido como “Bigode”. Ele sumiu no dia 15 de maio do ano passado, quando saiu para trabalhar em uma fazenda. A Comissão Pastoral da Terra (CPT), que acompanha o conflito no assentamento, já trata o caso como assassinato. Ele vinha denunciando desmatamento ilegal dentro de seu lote pelos grileiros locais e, segundo relatos dos assentados, estava em vias de ir denunciar um esquema de venda de lotes e grilagem no assentamento na Polícia Federal de Santarém (PA) quando desapareceu.
Segundo a CPT, tanto o desaparecimento de Antônio quanto outras mortes na região estão longe de serem esclarecidas e os responsáveis por elas, punidos. A entidade oficiou o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil de Novo Progresso e constatou que, em sua maioria, as investigações dos casos não foram muito além da comunicação dos crimes nos boletins de ocorrência; praticamente não ocorreram diligências in loco ou oitivas de testemunhas relacionadas às mortes na região.
Repúdio mundial! O presidente com cérebro de ameba afirmou na quarta-feira (04) que a alta comissária para os direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, está se intrometendo na soberania do Brasil e elogiou a ditadura de Augusto Pinochet por “dar um basta em comunistas” como o pai da ex-presidente do Chile, que foi torturado e assassinado pelo regime militar chileno em 1974.
Ele fez a declaração depois de Bachelet criticar a violência policial, a apologia à ditadura e o encolhimento do espaço democrático no Brasil sob o seu governo. “Nos últimos meses, observamos (no Brasil) uma redução do espaço cívico e democrático, caracterizado por ataques contra defensores dos direitos humanos, restrições impostas ao trabalho da sociedade civil”, disse Bachelet.
Pelo Facebook, o desequilibrado respondeu dizendo que a ex-mandatária chilena segue a “linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”.
Em entrevista ao jornalista Jamil Chade, Bachelet criticou a “negação dos crimes do Estado” pelo atual presidente, que elogia constantemente a ditadura militar no Brasil. Segundo a comissária dos direitos humanos, isso pode gerar um “enraizamento da impunidade e reforçar a mensagem de que agentes do estado estão acima da lei”.
Namoro desfeito? Nos primeiros dias de seu governo, o ex-capitão reformado fazia elogios ao Chile e chegou a ameaçar romper o comércio com a Argentina. Agora, com a infeliz declaração sobre os militares chilenos, parece que ele “rompeu o namoro”.
O presidente do Chile, Sebastian Piñera, afirmou na quarta-feira (04) que não “compartilha da alusão” que o desequilibrado fez ao responder a alta comissária para os direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet. “Não compartilho da alusão feita pelo presidente brasileiro a um ex-presidente do Chile e, especialmente, a um assunto tão doloroso quanto a morte de um pai”, disse Piñera.
O presidente chileno ainda afirmou que “todos têm direito a ter um juízo histórico próprio sobre os governos que tivemos no Chile nas décadas de 70 e 80. Mas [...] essas visões sempre devem ser expressadas com respeito pelas pessoas”.
Por sua vez, a deputada Camila Vallejos disse que lamenta que “o povo brasileiro tenha uma presidente que faz apologia da ditadura”. E o ex-embaixador do Chile na Argentina e Washington, Juan Gabriel Valdés, também afirmou ser “miserável” a afirmação do presidente brasileiro.
A crise na Argentina (1). Sempre usada como parâmetro da economia argentina, nem nas piores crises argentinas e internacionais desde 1996, a empresa estatal de petróleo YPF teve um retorno em seu valor tão negativo quanto o atual.
Após um aumento esperançoso de 6,45% na segunda-feira passada, o mercado de ações argentino caiu na terça-feira 11,7%, quando as medidas econômicas sobre controle cambial anunciadas pelo governo tinham apenas dois dias de implementação.
As ações das empresas locais que operam na Bolsa de Buenos Aires (Merval) caíram para o nível mais baixo registrado desde agosto de 2017, após o colapso para 23.079 unidades, sendo as empresas mais afetadas as do setor bancário e de energia.
Desde o dia seguinte às eleições primárias realizadas em agosto passado, nas quais Alberto Fernández ficou 15 pontos à frente de Macri, o mercado de ações desabou 37,93%, em uma de suas piores quedas históricas e o dólar aumentou gradualmente seu valor a 30% contra o peso argentino.
A crise na Argentina (2). O Prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, disse que “a semelhança dessa crise argentina com a de 2001 é surpreendente”. E completou: “Ainda estou tentando entender o desastre”.
Através do Twitter, o economista estadunidense disse que “é surpreendente como a crise atual é semelhante à crise de 1998-2001. Não há conversibilidade, mas os mesmos erros são vistos na política econômica e com o FMI validando esse caminho”, escreveu.
Ao avaliar o fracasso do governo Macri, ele enfatiza que a administração presidencial começou com um déficit fiscal e um déficit em conta corrente. Com esse diagnóstico, ele diz que o governo “recorreu a mais financiamento externo”, alimentando o problema. E, em seu entendimento, o ciclo de endividamento aberto pelo governo Macri “foi possível a princípio pela lua de mel com o mercado e depois pelo apoio maciço do FMI. Mas no final, tudo o que eles fizeram foi cavar um poço mais fundo”.
Dia nacional de protestos, na Argentina. Os jornais brasileiros, talvez temendo comparações com o que está acontecendo por aqui, estão escondendo as mobilizações populares na Argentina.
Mas uma leitura do excelente artigo da jornalista Laura Vales, no Página 12, mostra a realidade e dá uma ideia de como as ações estão se dando de forma organizada. E na quinta-feira (05), aconteceu um novo dia nacional de protesto, quando os movimentos sociais exigiram que o governo declare a emergência alimentar. Em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social, um grupo de organizações montou um acampamento, enquanto outros se dirigiram ao Congresso Nacional para uma coletiva com a imprensa acompanhada por deputados. Denunciaram que nas escolas e nas cantinas populares os alimentos não atendem à demanda.
Segundo o Observatório de Políticas Públicas da Universidade de Avellaneda, mais de cinco milhões de argentinos não têm acesso a alimentos básicos. O número de pessoas que comem pouco ou mal é o dobro de 2016. O Observatório aponta para isso como consequência do aumento do preço dos alimentos: somente no último ano, o leite aumentou 88,7%; a manteiga 88,3%; as salsichas 84%; o macarrão 74%; 70,9% de arroz; e frango 70,3%.
Além dos protestos sobre a emergência alimentar, em várias cidades do país foram registradas barreiras nas estradas, interrompendo o trânsito, saques a supermercados e outros protestos contra a política econômica de Macri.
O país mais infeliz do mundo? Essa é uma daquelas pesquisas difíceis de analisar e comentar, mas entendemos que deve ser trazida ao conhecimento dos companheiros que recebem o Informativo Semanal. O relatório da Ipsos Global Advisor on Global Hapiness 2019 revelou quais países têm o nível mais alto de felicidade percebida e quais são os mais infelizes.
Curiosamente, o país líder entre os estados menos felizes é a Argentina, onde apenas 34% dos entrevistados destacaram a felicidade como parte integrante de suas vidas. Na Espanha, país em penúltimo lutar, 46% dos cidadãos afirmam ser felizes.
Os aspectos mais importantes para os argentinos, segundo a pesquisa, são saúde e bem-estar físico, filhos, amigos e relacionamentos sentimentais. No total, 28 países participaram do estudo e, no lado oposto da escala, estão a Austrália e o Canadá, onde 86% de seus cidadãos afirmaram estar felizes. O pódio de países com o sorriso no rosto é fechado pela China (83% das pessoas felizes) e pelos EUA (79%).
Macri está nas mãos do FMI! Analistas argentinos e internacionais já se perguntam se o governo de Mauricio Macri chegará até dezembro, data reservada para as eleições presidenciais no país. E as dúvidas são muitas.
Em um ato desesperado para salvar sua economia, Macri emitiu um decreto de necessidade e urgência que impunha limites às compras e transferências de moeda estrangeira, a fim de fazer com que o FMI desembolsasse a última parcela de um empréstimo que poderia ajudá-lo a chegar a 10 de dezembro, final constitucional de seu mandato.
Mas o problema não é tão simples de resolver: Itália, Suécia e Holanda se opuseram a um novo desembolso e expressaram sua recusa em validar a próxima parcela do empréstimo. Apesar das pressões feitas por Donald Trump, preocupado em salvar a Argentina para manter sua política na região, os três membros, representando um total de 29 países e totalizando 12,85% dos votos no órgão, propõem adiar a avaliação do próximo desembolso até a troca presidencial.
Segundo eles, o governo Macri viola os termos do programa acordado com a agência e exige que o desembolso de US $ 5,4 bilhões, previsto para 15 de setembro, seja suspenso até a troca presidencial. A data da revisão formal que os técnicos do Fundo devem realizar ainda não está prevista.
A queda de Macri arrasta a figura da ex-chefe do Fundo, Christine Lagarde, que a pedido expresso dos EUA, emprestou e continuou a emprestar dinheiro à Argentina, sabendo que não seria capaz de pagar e exigir cada vez mais ajustes, quando o limite do surto social estava sendo atingido.
Somente os EUA estão dispostos a salvar Macri, porque ele precisa dele como associado no sul, quando até a figura do insano brasileiro, o ultradireita, está caindo aos trancos e barrancos. O apoio dos EUA e seu poder de veto mantêm viva a esperança do governo de receber os fundos necessários para encerrar o programa financeiro.
Chegar em 27 de outubro, primeiro, e 10 de dezembro, depois. Essa parece ser a palavra de ordem. Macri e o FMI farão isso?
Venezuela declara alerta laranja na fronteira com Colômbia. Nicolás Maduro declarou na terça-feira (03) um “alerta laranja” nos estados que fazem fronteira com a Colômbia. Segundo Caracas, a medida foi tomada após a ocorrência de falsos positivos gerados pelo governo colombiano para provocar uma guerra contra o país vizinho.
“Ordenei o comandante Estratégico Operacional da Força Armada Nacional Bolivariana e todas as unidades militares da fronteira a declarar um alerta laranja frente à ameaça de agressão da Colômbia contra a Venezuela”, afirmou Maduro.
Durante discurso realizado na Universidade Militar Bolivariana, em Caracas, o presidente disse que esta ordem é uma resposta a ações que o presidente colombiano Iván Duque pretende realizar nas fronteiras entre os países.
Mais provocação! Começaram na segunda-feira (02) os “exercícios militares” de EUA e mais dez países asiáticos no sul do balneário de Pattaya, em meio à crescente disputa com os chineses para aumentar a influência na região.
Oito navios de guerra, vários aviões de combate e mais de mil soldados participaram dos exercícios conjuntos, durante cinco dias. Dez países asiáticos, membros da Associação das Nações da Ásia do Sul (Asean) foram envolvidos nas manobras ao lado da marinha estadunidense: Malásia, Indonésia, Brunei, Vietnã, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas.
De acordo com um comunicado divulgado pela Embaixada dos Estados Unidos em Bangcoc, os exercícios aconteceram principalmente no golfo da Tailândia e no mar da China meridional. Segundo o vice-almirante Phil Sawyer, “são um trabalho conjunto e prioridades comuns em termos de segurança marítima na região”.
Entre as medidas estão o compartilhamento de informações entre os países da região e operações marítimas que incluem o bloqueio de passagens. “O objetivo é sempre o mesmo: ‘perturbar’ a China”, diz Laurent Césario, professor de história da Universidade de Artois, no norte da França, ouvido pela RFI. “É mais do que claro quem está sendo visado”.
A China tenta impor sua presença instalando armamentos nas ilhas na região, por onde circulam cerca de US$ 5,3 bilhões em comércio internacional. Para os americanos, essas ações representam uma ameaça para a segurança na região. A marinha do país realiza com regularidade operações que visam mostrar seu poderio ao governo chinês.
Muita confusão no Reino Unido. O partido conservador do Reino Unido, liderado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, perdeu na terça-feira (03) a maioria no Parlamento após o deputado Phillip Lee literalmente abandonar a bancada conservadora, atravessar a Casa e se sentar na fileira dos oposicionistas Liberais Democratas durante um discurso do premiê.
A coalizão dos tories com o direitista DUP (Partido Unionista da Irlanda do Norte) agora ficou com 319 assentos no Parlamento, contra 320 ocupados pelas legendas de oposição. A perda de maioria dos conservadores pode aproximar um resultado negativo para Johnson na votação de uma emenda que pretende bloquear a possibilidade de um Brexit sem acordo.
Uma onda fascista avança. Há algum tempo o nosso Informativo produziu alguns artigos sobre as novas ameaças do fascismo no planeta. Em breve retomaremos o assunto e temos sérios motivos para preocupações.
A verdade é que os avanços do terrorismo de Estado em Nossa América mostram que o capitalismo sem escrúpulos avança. A destruição de valores e da cultura mostram um revés no planeta com toda a clareza. A crise no Oriente Médio e os movimentos terroristas do ISIS, patrocinados por Trump, fazem parte de uma realidade de destruição e de morte, fazem parte de uma escalada dos EUA, que sob a presidência de um louco que, sem capacidade política, tenta controlar os governos da União Europeia (UE) e a Ásia, apelou para a força.
O muro de Trump! A pedido de Trump, o Pentágono anunciou na terça-feira (03) a liberação de 3,6 bilhões de dólares (15 bilhões de reais) para a construção de 280 quilômetros de um muro na fronteira do país com o México.
Para desbloquear estes fundos, o Departamento de Defesa decidiu adiar ou suspender 127 projetos de construção e de modernização de instalações militares nos EUA e no exterior previstos no seu orçamento de 2019, indicou à imprensa um porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman.
O secretário da Defesa, Mark Esper, argumentou que o muro é necessário para apoiar os esforços das Forças Armadas na região e, por isso, “o Departamento de Defesa vai realizar 11 projetos de construção militar da barreira fronteiriça”, acrescentou.
A construção do muro na fronteira mexicana foi uma das principais promessas de campanha de Trump, para conter a entrada de imigrantes da América Latina. Após o Congresso aprovar apenas 1,4 bilhão de dólares para esse fim dos 5,7 bilhões solicitados pelo governo, no início deste ano, o presidente declarou emergência nacional para conseguir esses fundos sem a aprovação do Legislativo.

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