quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Especialmente para quem ainda não sabe o que foi o AI-5

Memória

Especialmente para quem ainda não sabe o que foi o AI-5

 

 
02/01/2020 16:49
 
 
Jornalista de Porto Alegre, Moisés Mendes, é autor do livro Todos querem ser Mujica (Ed. Diadorim). Neste começo de ano Mendes comentou sobre a surpreendente - ou nem tanto? - recente pesquisa que mostra a ignorância de uma grande maioria sobre o que foi o decreto que baixou o AI-5 no Brasil, em 1968.

Como há três meses Carta Maior publicou uma resenha sobre o documentário de Paulo Markun sobre o dramático evento e até hoje, na sua edição em redes sociais, recebe um grande número de acessos - 400 curtidas, 175 comentários e 572 compartilhamentos - , aqui estão os comentários de Moisés Mendes sobre o filme, a resenha publicada em 8 de novembro passado e o documentário na sua íntegra.

Escreve Mendes: ''O DataFolha e suas pesquisas que nos põem a pensar. Cresceu de 13%, de outubro do ano passado, para 22% agora a parcela da população para quem tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura.

E ao mesmo tempo caiu de 69% para 62% o índice dos que consideram que a democracia será sempre a melhor forma de governo.

Mas há um detalhe: 65% do total dos pesquisados não sabem, porque nunca ouviram falar, o que significa AI-5.

A conclusão é assustadora para a democracia e para as esquerdas: muitas pessoas admitem a ditadura, mesmo que dois terços não saibam direito do que se trata.

Se alguém não sabe o que foi o AI-5 (mesmo que sem detalhes, mas na sua essência), não há como saber o que significa a perda da democracia.

Podem dizer que esses que não sabem são em maioria os jovens e certamente são. O que talvez explique muito da nossa situação em relação aos países vizinhos.

É aí que se manifesta a questão posta por Noam Chomsky: a maioria das pessoas reflete sobre o que não sabe, porque não sabe que não sabe.

Tudo isso por desinformação geral (desde o déficit de educação), desencanto, resignação e finalmente entrega, por consequência, à manipulação.

Os déspotas sabem disso, inclusive os eleitos.''

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