quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Um ano após Bolsonaro, apoio à democracia cai entre a população RESULTADO DA ALIENAÇÃO DO POVO

Um ano após Bolsonaro, apoio à democracia cai entre a população

(Foto: Evaristo Sá/AFP)
(FOTO: EVARISTO SÁ/AFP)

Pesquisa Datafolha mostra um aumento da parcela da população que acha que tanto faz um regime democrático ou autoritário

A democracia é a forma de governo preferida da maioria da população, mas a negação dessa ideia cresceu após a eleição de Jair Bolsonaro. É o que mostrou a pesquisa Datafolha publicada nesta quarta-feira 01.
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Os dados mostram que 22% da população afirma que tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura. Na pesquisa anterior, realizada em outubro de 2018, 13% das pessoas tinham concordado com a afirmação. Manteve-se estável em 12% quem diz ser preferível uma ditadura em certas circunstâncias.
O levantamento, feito no início de dezembro de 2019, entrevistou 2948 pessoas em 176 municípios do País. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Em outubro, 69% acreditava que a democracia é sempre melhor que qualquer outra forma de governo, mas essa taxa caiu para 62% das pessoas. Essa comparação possui variações de acordo com a escolaridade das pessoas, já que a grande parte da fatia com nível superior de escolaridade – 85% – ainda defende firmemente o regime democrático, enquanto esse índice cai para 48% entre aqueles que estudaram apenas até o fundamental. A pesquisa não aborda se os entrevistados sabiam o que era uma democracia.
 
A renda também impacta na opinião dos entrevistados sobre os tipos de governo e Estado. Desempregados que não estão em busca de um emprego mostraram-se menos afeitos ao regime democrático do que funcionários públicos – que têm uma taxa de 80% de apoio.
Apesar de variadas demonstrações e falas, ao longo de 2019, que flertaram com o período autoritário do regime militar no Brasil, 49% dos entrevistados acham que não há chances de uma nova ditadura no Brasil. 46% acham o contrário. Mesmo no contexto atual, porém, continua crescendo o percentual de pessoas que concordam que o regime deixou mais realizações negativas do que positivas – uma constatação endossada por 59% dos entrevistados.

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