quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Governo Bolsonaro realiza mais uma ação de desmonte do programa Bolsa Família ATÉ QUANDO AGUENTAREMOS ESSE PATIFE?


Governo Bolsonaro realiza mais uma ação de desmonte do programa Bolsa Família






Foto: AP Photo/Eraldo Peres
Apesar de ter editado a Medida Provisória (MP) 898/19, que estabelece o pagamento do 13º a beneficiários do Bolsa Família, o governo do presidente Jair Bolsonaro posicionou-se contra a transformação da medida em lei.
Publicada no dia 16 de outubro, a medida provisória já passou a valer imediatamente. Por isso, segundo o Ministério da Cidadania, 13,5 milhões de beneficiários do programa receberam a parcela adicional no final do ano passado. 

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No entanto, como MPs têm validade de até 120 dias, o Congresso deve analisar a medida para transformá-la em uma lei definitiva. 
Parlamentares da base aliada ao governo dificultam a votação do relatório do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que incluiu na proposta do governo a 13ª parcela também para quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Eles alegam que não há previsão orçamentária para a proposta apresentada.
Desde a semana passada, a comissão mista tentar votar o relatório e não consegue por falta de quórum. Na terça-feira (11), os parlamentares da comissão pediram vistas do documento. O presidente da comissão, senador Camilo Capiberibe (PSB-AP), concedeu 24 horas de vistas ao relatório e agendou a votação para esta quarta-feira (12). 
Hoje, a base aliada tentou obstruir a votação. Depois de um acordo, ficou acertado que a deputada Bia Kicis (PSL-DF) e o deputado Darcísio Perondi (MDB-RS) vão dialogar com o governo para apresentar uma nova proposta, no dia 18 de fevereiro.
Mesmo se aprovado no colegiado, deputados acreditam que a medida provisória não deve ser aprovada no plenário da Câmara, onde a base aliada é maioria.
O pagamento permanente do abono natalino foi promessa de campanha eleitoral de Bolsonaro. Mas a equipe econômica tenta desde dezembro derrubar a medida provisória. A intenção era de que o benefício extra fosse pago apenas em 2019, mas relatório do senador Randolfe torna a medida uma política de Estado, permanente.
“O quadro fiscal é dramático. Temos de ter responsabilidade e consciência fiscal”, disse o vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi, durante sessão na comissão mista que analisa a medida. 
“É moral que o governo apresente uma MP com a expectativa de deixá-la caducar? Pior ainda, é justo que milhares de famílias de baixa renda sejam penalizadas por esse estelionato eleitoral?”, defendeu o relator. 
A MP perde a validade no dia 24 de março. Depois da comissão mista, ainda deve ser votada nos plenários da Câmara e do Senado.
Falta de dinheiro
O senador Randolfe Rodrigues afirmou que, na própria proposta apresentada pelo governo, não havia previsão de onde seriam retirados os recursos para o pagamento do 13º a beneficiários do Bolsa Família. De acordo com o Ministério da Cidadania, no total, mais de R$ 5 bilhões foram pagos às famílias no fim de 2019. 
Em seu relatório, Randolfe propôs como fonte de financiamento a taxação dos fundos fechados, do quais participam donos de grandes fortunas. A proposta, em tramitação no Congresso, prevê a taxação de 15% no Imposto de Renda, a cada seis meses. A previsão é de que essa taxação arrecade mais de R$ 10 bilhões por ano.
Programa congelado
Além de querer barrar o repasse extra, o governo Bolsonaro congelou o principal programa do país de proteção social e transferência de renda aos mais pobres, por falta de dinheiro. Cerca de 1 milhão de famílias aguardam na fila de espera de novos beneficiários.
O programa atende famílias com filhos de 0 a 17 anos e que vivem em situação de extrema pobreza, com renda per capita (por pessoa) de até R$ 89 mensais, e de pobreza, com renda entre R$ 89,01 a R$ 178 por mês. O benefício médio é de R$ 192.

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