Um
boçal no comando do país?
Desde que tomou posse na presidência, o insano avisou
que não entende de economia e quem comandaria seria o seu ministro, Paulo
Guedes. Na verdade, um boçal que serve ao demente, ou será o contrário?
Mostrando todo o seu desprezo à classe trabalhadora,
durante a semana o boçal da economia disse que, com o dólar barato, “Todo mundo
indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa
danada”.
Por algum motivo, lembrei de uma música de Gilberto
Gil, gravada em 1967 e que serve muito bem para esse boçalóide: “Se morre o rico e o pobre / Enterre o rico
e eu / Quero ver quem que separa / O pó do rico do meu / Se lá embaixo há
igualdade / Aqui em cima há de haver / Quem quer ser mais do que é / Um dia há
de sofrer”.
E a
economia? Enquanto o tal ministro
vomita seu ódio aos trabalhadores, a economia do país afunda a cada dia. Apesar
das previsões otimistas e das afirmações do ex-militar aposentado de que
aprovar reformas, que tiram direitos como a Previdenciária, e acelerar o
programa de privatização estimulariam a economia brasileira, o crescimento em
2019 foi de apenas 0,89%! Vergonhoso!
O resultado fica bem abaixo da expectativa de
especialistas consultados na última pesquisa Focus do BC que indicavam uma alta
de 1,12% da atividade econômica.
Os dados, divulgados na sexta-feira (14), são do Índice
de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), e mostram que a atividade
econômica do Brasil terminou 2019 com expansão abaixo do esperado, com perda de
fôlego no final do ano em um sinal da fragilidade da recuperação.
No último trimestre do ano, comparado ao período
anterior, o crescimento ficou em 0,46%, de acordo com dado dessazonalizado
(ajustado para o período). O quarto trimestre comparado a igual período de 2018
apresentou crescimento de 1,36%.
Em dezembro, frente a novembro de 2019, houve queda de
0,27% (dessazonalizado).
Desemprego
caiu? Aqui nós vemos mais uma falácia
desse governo de doentes e aprendizes de neoliberalismo. O ex-capitão estufa o
peito para dizer que o desemprego está caindo, mas, qual a verdade?
Sim, a taxa média de desemprego caiu em 16 estados do
país, em 2019, acompanhando a média nacional (12,3% em 2018 e 11,9% no ano
passado), mas a informalidade bateu recorde em 20 estados. Em 11 estados, mais
de 50% dos trabalhadores e trabalhadoras estão sobrevivendo de bicos.
Os dados, da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), divulgados na sexta-feira (14), revelam que as maiores
taxas de desemprego foram registradas no Amapá (17,4%) e na Bahia (17,2%),
enquanto as menores foram registradas em Santa Catarina (6,1%) e nos estados de
Rondônia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com 8% na média
anual.
A pesquisa mostra ainda as consequências da reforma
Trabalhista do ilegítimo Michel Temer, aprovada para flexibilizar o mercado de
trabalho, que transformou carteira assinada e direitos em miragem, e da falta
de uma política econômica sustentável, com investimentos que gerem emprego
decente, do seu sucessor, o demente, para os trabalhadores,
A taxa de informalidade em todo o país foi de 41,1% e
foi a maior desde 2016, ano do golpe contra Dilma Rousseff.
Quem
vai investir com tanto caos? O
Indicador Ipea Mensal de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) apontou queda de
2% no mês de dezembro na comparação com novembro, com ajuste sazonal. O mesmo
comportamento foi observado no acumulado do quarto trimestre de 2019, que
fechou com retração de 2,7%.
Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) na quinta-feira (06). O indicador mede os
investimentos em aumento da capacidade produtiva da economia e na reposição da
depreciação do seu estoque de capital fixo.
Máquinas e equipamentos, construção civil e outros
ativos fixos são os segmentos que compõem a FBCF. Em dezembro, os investimentos
de máquinas e equipamentos tiveram retração de 6,8%. A construção civil teve
variação negativa de 1,6% e os outros ativos fixos, queda de 1,2%.
Produção
industrial cai. Doze de 15
locais pesquisados apresentaram queda da produção industrial em dezembro de
2019, perante o mês anterior, de acordo com dados da PIM Regional, divulgada na
terça-feira (11) pelo IBGE. Na média nacional, a produção industrial recuou
0,7% no período, conforme o levantamento apresentado na semana passada. Na
média nacional, a indústria recuou 1,1%% em 2019, frente ao ano anterior. Maior
parque fabril do país, o Estado de São Paulo cresceu 0,2% nesse intervalo.
Por
onde andam? Longe de nós o desejo de
defender patrão, mas há certas realidades a serem debatidas entre nós.
Em 1931, quando tinha início o governo nacionalista de
Getúlio Vargas, surge a poderosa FIESP (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) que, na época, defendia o desenvolvimento da indústria nacional,
fazia uma certa resistência à invasão dos produtos estrangeiros e tinha um
destacado papel político nas questões nacionais.
Mesmo em 1967, em plena Ditadura Militar, quando o
famoso “milagre” começava a afundar, a FIESP se levantou com um documento dos
empresários da época, criticando a política econômica dos militares e exigindo
mudanças. Chegaram a lançar um “Plano Econômico” debatido pelos empresários.
E hoje? O que temos entre os empresários brasileiros?
Um vazio... Um imenso vazio e submissão. A FIESP é presidida por um cidadão que
ninguém sabe o que faz. O tal de Paulo Skaf, presidente da entidade, não possui
uma só empresa em seu nome. Como pode ser presidente da Federação das Empresas?
Na verdade, a FIESP, antes posicionada diante do
Estado, não passa agora de uma sucursal do Palácio do Planalto em São Paulo.
Todos dizem “amém” às sandices do demente e seu “chefe da economia”.
Estamos preparando um documento mais aprofundado sobre
isso. Aguardem.
Direita,
volver! O Palácio do Planalto é agora
verde-oliva! Confirmada a nomeação do general Walter Braga Netto para a Casa
Civil da Presidência da República, o Palácio do Planalto se torna,
virtualmente, uma instituição militar, porque coabitarão ali o general Heleno
(GSI), o general Luiz Ramos (Secretaria de Governo) e o major reformado da PM,
Jorge Antonio Oliveira, na Secretaria-Geral.
Embora Onyx Lorenzoni, expulso da Casa Civil, já fosse
pouco mais que um zero à esquerda, ainda era um deputado e tratar com milico,
afinal, não é das coisas mais agradáveis para os parlamentares.
A impressão geral dos analistas é que ex-capitão
reformado por doença mental está se fechando num casulo militar, dada a sua
incapacidade de articular-se na política.
Uma
resposta definitiva! Sim, os
bem-nascidos que vivem com o sacrifício do povo gostam de dizer que o Brasil
tem muito funcionário público e que isso pesa no nosso orçamento. Sim, um boçal
membro do governo insano diz nos jornais que os funcionários públicos são “um
bando de parasitas”. Sim, a verdade é que uma boa parte da opinião pública
acredita nessa lengalenga. Mas, será verdade?
A OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) publicou nesta semana estudo com os países que mais possuem servidores
públicos no mundo. Os índices foram calculados em relação ao percentual da
população total. Agora, prepare-se para a surpresa!
Sabe qual o país com maior percentual de funcionários
públicos? É a Noruega, com 30%! A seguir temos Dinamarca (29,1%), Suécia
(28,6%), Finlândia (24,9%), França (21,4%), Canadá (18,2%), Grécia (18%), Reino
Unido (16,4%), Espanha (15,7%), Estados Unidos (15,3%), Itália (13,6%), Turquia
(12,4%), Alemanha (10,6%), Coreia do Sul (7,6%) e Japão (5,9%).
E o Brasil? Bem, ao contrário do que dizem os que
odeiam os trabalhadores, o Brasil tem 3,12 milhões de funcionários públicos, ou
seja, apenas 1,6% da população! (A matéria foi reproduzida pelo jornal Valor Econômico)
Quanto
custa para o país os agrotóxicos? O
total de benefícios fiscais concedidos aos agrotóxicos, em 2017, se aproximou
de R$ 10 bilhões, valor quase quatro vezes maior do que a verba do Ministério
do Meio Ambiente. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) divulgou
na quarta-feira (12) o relatório “Uma política de incentivo fiscal a
agrotóxicos no Brasil é injustificável e insustentável”.
Segundo a entidade, o Estado brasileiro concede à
indústria de química fina e ao agronegócio isenção de mais de 60% da carga
tributária. O ICMS é o tributo responsável pelo maior montante desonerado, com
63,1% do total. A seguir vêm o IPI, com 16,5%, as contribuições sociais
PIS/Pasep e Cofins, com 15,6%, e o imposto de importação, com 4,8%.
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o próximo
dia 19 o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) 5553, que
pede o fim da isenção fiscal para agrotóxicos no Brasil.
Imperdível! Não dá para deixar de ler a matéria de Maurício Dias
publicada em Carta Capital dessa semana. Sob o título “Polícia Militar se
tornou a força mais corrupta e mais letal do Brasil”, o autor esmiúça as
entranhas da instituição e apresenta, com dados precisos, o número de mortes
promovidas pela instituição.
Um relatório produzido pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública confirma inexoravelmente tanto a violência policial no Rio de
Janeiro quanto a corrupção. Será porque o agente carioca ganha menos que seu
par de outros estados? Oficialmente, é possível. Não é, porém, apenas por esta
razão. Foi ao longo da história que os cidadãos e os policiais aliaram-se à
polícia. Daí nasceu a cumplicidade. Agora todos pagam o preço.
Uma cena corriqueira vê fardados a filar boia nos
restaurantes, mesmo os mais estrelados. Comem, pedem um palito ao garçom e saem
agradecidos. O único constrangimento é do freguês.
Exemplo, só aparentemente miúdo. Esses péssimos hábitos
ocorrem também por conta do comandante do quartel. Libera os comandados, se não
todos alguns deles, devidamente autorizados, a botar gasolina de graça nos
carros oficiais no posto da esquina.
Está claro que o problema maior foi gerado pela chegada
das drogas. O dinheiro rolou e se fixou. Os governantes apelaram para o
Exército. Houve resistência, temiam a contaminação dos soldados pelo exército
de traficantes.
Emprego
é precário na América Latina. Persistem
sinais de precariedade no emprego, observa a Organização Internacional do
Trabalho (OIT) ao analisar dados relacionados à composição do emprego, o tempo
que as pessoas conseguem trabalhar e os setores em que novas oportunidades
estão sendo geradas.
Os dados estão na última edição do relatório da OIT
sobre a visão geral do trabalho da América Latina e do Caribe e foram coletados
até o terceiro trimestre de 2019. Revelam uma tendência registrada nos últimos
cinco anos, caracterizada por um ligeiro aumento no emprego assalariado de
1,8%, inferior ao aumento no trabalho por conta própria, que atingiu 2,2 %
O trabalho por conta própria, que cresceu mais,
geralmente está ligado a uma maior informalidade, destaca o relatório.
Entre 2012 e 2018, segundo dados da OIT, o trabalho por
conta própria na América Latina passou de 21,1% dos empregados para 23%,
especialmente os não profissionais, que passaram de 18% para 19,7% .
No mesmo período, os empregados privados continuam
sendo a maioria, mas sua proporção caiu de 50,4% para 47,3%.
“Esses indicadores, que revelam maior crescimento do
trabalho autônomo diante da redução do emprego assalariado no setor privado,
são sinal de um processo de precariedade dos empregos criados na América
Latina”, afirmou o economista regional da a OIT, Hugo Ñopo, que foi o coordenador
do Panorama do Trabalho.
No relatório, alerta-se que um ligeiro aumento do
desemprego na região, de 8,0% em 2018 para 8,1% em 2019, poderia ser agravado
se a desaceleração econômica na América Latina e no Caribe não puder ser
revertida. Em 2020, poderá chegar a 8,4%, de acordo com o relatório do Panorama
do Trabalho publicado no final de janeiro.
Em 10 dos 11 países para os quais existem dados
disponíveis, a porcentagem de funcionários “que trabalham menos de 35 horas,
mas querem trabalhar mais” aumentou. (Este artigo foi publicado originalmente
pela OIT.)
Onde
foi que me perdi? Passei os últimos 30
ou 40 anos ouvindo falar nas maravilhas do “livre comércio” e lendo centenas de
documentos mostrando que o liberalismo econômico seria a redenção da humanidade.
Agora estou sem saber o que pensar do que estou lendo no noticiário.
Pelo que estou vendo, o vice-secretário adjunto de
Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Hugo
Rodriguez, expressou preocupação com os possíveis helicópteros que o México
pretende comprar da Rússia e anunciou que “essa venda causaria possíveis
sanções”. Ou seja, Washington pretende aplicar sanções econômicas contra o
México se comprar helicópteros de outro país? E onde fica a tal “liberdade de
mercado” que tanto falam? Ou será que “livre comércio” é só quando beneficia a
eles?
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey
Lavrov, em sua turnê pela América Latina na semana passada, falou sobre a
provável venda de muitos helicópteros militares russos ao México com base em
uma cooperação técnico-militar. Mas a Casa Branca não está gostando disso.
Bem, creio que Adam Smith e François Quesnay estão
agora se revirando nos túmulos. Onde estará o famoso lema “laissez faire,
laissez aller, laissez passer”, literalmente “deixai fazer, deixai ir, deixai
passar”? Que eu saiba, esse é o mandamento mais importante do neoliberalismo!
Farsante
volta à Venezuela! Depois de uma
“turnê” internacional que durou três semanas, o farsante opositor venezuelano,
Juan Guaidó, retornou ao país na terça-feira (11). Patrocinado pela Casa Branca
e fazendo o “passeio” planejado pela CIA, ele esteve na Colômbia, na Europa e
nos Estados Unidos, onde se encontrou com Trump.
Teve “encontros” políticos não fotografados no Reino
Unido, em Bruxelas, em Davos, em Paris, em Madri e no Canadá, antes de ir
beijar os pés do patrão.
Mas a farsa ficou demonstrada logo depois de seu
desembarque. O que havia sido planejado para ser um “retorno triunfante”,
recebido pelo povo, foi uma grande vergonha. Apenas um pequeno grupo de
deputados amestrados e alguns membros da tal “oposição” o receberam. De resto,
silêncio total.
Por
outro lado... Uma multidão de
venezuelanos e funcionários da Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas
e Serviços Aéreos (Conviasa), a companhia aérea estatal da Venezuela,
protestaram na quarta-feira (12) contra o retorno do deputado de direita Juan
Guaidó ao país.
Sua assessoria havia convidado os apoiadores para
saírem às ruas assim que desembarcasse na capital. No entanto, Guaidó foi
recebido por uma multidão de venezuelanos que protestavam contra ele. Na saída
do aeroporto de Maiquetía, os manifestantes chamaram o parlamentar de
“traidor”, “vende-pátria” e “bandido”.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, uma
funcionária da Conviasa afirma ao opositor que ele é “um traidor da Pátria”.
Guaidó tenta intimidá-la, mas se detém devido aos gritos dos demais
manifestantes.
Alguns parlamentares aliados de Guaidó que estavam
presentes no aeroporto tiveram que escoltá-lo até o carro que o levou à sua
residência.
Algo
não cheira bem nessa história. O
vice-presidente da Assembleia Legislativa venezuelana, Diosdado Cabello,
denunciou à imprensa que um parente de Juan Guaidó havia sido pego no aeroporto
carregando explosivos do tipo C-4 (de uso militar) e outras substâncias. O
presidente da Assembleia Nacional Constituinte também especificou que o detido
Juan José Márquez estava no mesmo avião que devolveu Guaidó a Caracas.
“Lá eles estão falando sobre o desaparecimento forçado
do Sr. Juan José Márquez. Bem, eu vou lhe dizer por que esse homem está preso.
Ele estava trazendo material perigoso. Primeiro ele estava usando um colete, o
que é proibido, e cujo dono é o Sr. JJ. Rendón”, explicou.
Portugal
abre investigação. O governo português
anunciou na sexta-feira (14) a abertura de uma investigação, depois que a
Venezuela acusou a empresa aérea portuguesa TAP de permitir que um familiar do
opositor, Juan Guaidó, carregasse explosivos a bordo de um avião.
“Dadas as declarações das autoridades venezuelanas
sobre violação de segurança em um voo de Lisboa”, o ministro português do
Interior abriu uma investigação “para determinar o que aconteceu”, afirmou o
Ministério em um comunicado.
O tio de Juan Guaidó também teria carregado explosivos
em “cápsulas de recarga de perfumes”, um “colete à prova de balas” e um
pendrive escondido no controle remoto de um veículo, onde armazenava supostos
“planos de ataque”, acrescentou Cabello em seu pronunciamento na TV.
Venezuela
denuncia sanções impostas pelos EUA. O
ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou na
Corte Penal Internacional em Haia, nos Países Baixos, as sanções que têm sido
impostas pelos EUA contra o país latino-americano desde 2014.
O chanceler venezuelano afirmou que a Casa Branca
aplica “medidas coercitivas unilaterais” que afetam o povo do país nas áreas
alimentícia, educação e de saúde. A denúncia também se refere à sanção do
Departamento de Tesouro estadunidense que impede viagens da Consórcio
Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos (Conviasa), a
companhia aérea estatal da Venezuela, de realizar viagens ao território dos
EUA.
“Pedimos que a justiça da Corte Penal Internacional
possa investigar e iniciar um processo que levaria à acusação e determinação de
responsabilidades”, disse Arreaza, afirmando que a Venezuela tem o “direito, a
obrigação e a responsabilidade de proteger” seu povo conforme os "princípios
da Carta das Nações Unidas".
Quando
Trump vai impondo sua “escola”. Sob
ordens do presidente Nayib Bukele, militares e integrantes da Polícia Nacional
Civil (PNC) de El Salvador invadiram no domingo (09) a sala de sessões da Assembleia
Legislativa do país para “pressionar” pela aprovação de um empréstimo de US$
109 milhões para financiar um plano de segurança.
A “sessão” que discutiria a medida havia sido convocada
de forma extraordinária pelo próprio presidente para este domingo. No entanto,
poucos deputados apareceram, o que impediu a aprovação. Muitos deixaram a Casa
no momento da entrada das Forças Armadas.
Com a consolidação do movimento golpista, Bukele fez um
discurso aos apoiadores reunidos na frente do Congresso e “deu” uma semana “de
prazo” para que os deputados aprovassem o empréstimo. Caso contrário, mandaria
de volta o Exército para o Parlamento.
O presidente disse também que os deputados, os quais
classificou de “sem-vergonhas” e “delinquentes”, sairiam “pela porta dos
fundos” da Assembleia nas próximas eleições, em fevereiro de 2021.
O financiamento, que, segundo o governo, será usado
para combater gangues que agem no país, já havia sido rejeitado pelo órgão
legislativo por ter tramitado em caráter de urgência, o que, segundo os
deputados, não poderia ter acontecido – faltava o aval da comissão de Fazenda
da Casa para tal, e Bukele não tinha os apoios necessários.
Procurador
vai investigar invasão militar. O
procurador-geral de El Salvador, Raúl Melara, anunciou na segunda-feira (10)
que uma equipe de procuradores irá investigar as ações do presidente
salvadorenho Nayib Bukele que ordenou uma invasão militar na sala de sessões da
Assembleia Legislativa do país na noite de domingo.
“Se houve um crime, isso será analisado. Acredite em
mim, uma equipe de procuradores estava acompanhando com atenção tudo o que
aconteceu ontem”, disse o procurador ao jornal La Prensa Gráfica.
O procurador ainda classificou a invasão como uma ação
“lamentável” e afirmou que houve um emprego excessivo da força por parte dos
militares. “Isso é algo que não deve se repetir”, disse Melara.
Segundo os membros da comissão, o governo não explicou
como o dinheiro seria gasto. Além disso, acusações de corrupção envolvem
membros do gabinete de Bukele.
Com a negativa da Assembleia de aprovar o projeto, o
Conselho de Ministros do governo emitiu uma resolução por meio da qual,
invocando um artigo da Constituição, convocou a Casa de forma extraordinária
para discutir o assunto. Ao mesmo tempo, Bukele convocou uma mobilização na
frente do Palácio Legislativo para pressionar e exigir a aprovação do
financiamento.
Nayib Bukele negou as acusações de que estaria tentando
dar um golpe de Estado com a ordem de invasão militar na Assembleia Legislativa
cumprida neste domingo e disse que, se quisesse, “teria tomado o controle do
governo na mesma noite”.
Em entrevista ao jornal espanhol El País publicada na
noite de segunda-feira (10, Bukele disse que a ordem para invadir o Parlamento
foi “apenas um ato de presença” e afirmou que, se fosse um ditador, “teria
assumido o controle de tudo”.
O que
estamos fazendo com o planeta? A
matéria é de Rafael Poch de Feliu e foi publicada no site Rebelión.
Transcreveremos apenas alguns trechos, mas vale muito como um importante alerta
para a humanidade!
“Em nosso século, a humanidade enfrenta três grandes
questões existenciais: parar o aquecimento global, iniciar o reverso na
proliferação da capacidade de destruição em massa e reduzir a desigualdade
social e regional, isto é, entre setores sociais e partes do mundo. Pela
primeira vez na história da humanidade, o futuro da espécie depende da
capacidade de responder a esses desafios de três séculos. É chocante que essa
realidade simples pareça um alarmismo grandiloquente”.
“Em 2019, o progresso em direção a esse colapso geral
progrediu como uma tendência. Isso é indicado pelo simbólico Doomsday Clock
(literalmente “relógio do juízo final”) que um grupo de cientistas e físicos
que haviam trabalhado no desenvolvimento da primeira bomba atômica, o Projeto
Manhattan, instituiu em 1947”.
(...) “Há 28 anos, há cumes do clima. Desde então
(1992), as emissões [de gazes do efeito estufa] não diminuíram, mas aumentaram
em mais de 50%. Em termos de aquecimento global, a ação do governo também foi
decepcionante. ‘Os Estados Unidos’ - novamente – ‘retiraram-se do acordo de
Paris no ano passado, o Brasil recuou na proteção da Amazônia e na cúpula do
clima de setembro ficou muito curto’, afirma o comunicado dos cientistas.
Enquanto isso, 2019 tem sido um dos mais quentes e há um recorde de
temperatura. A extração e pesquisa de combustíveis fósseis continuaram a
aumentar junto com as emissões. A Índia registrou ondas de calor e inundações
sem precedentes. A Austrália sofreu os piores incêndios de sua história. As calotas
polares sofreram degelos acima do esperado”.
(...) “Os cientistas do relógio não dizem isso, mas é
óbvio que não atingimos essa enormidade suicida devido a alguma fatalidade
misteriosa, nem por algumas características intrínsecas dos seres humanos: chegamos
aqui pelas mãos de um sistema socioeconômico específico. Esse sistema coloca o
lucro econômico e privado no centro e à frente da humanidade. Este sistema
converte a produção em crematísticos. Esse sistema elevou a luta de todos
contra todos à categoria de religião e destrói os rudimentos do direito
internacional que surgiram após a Segunda Guerra Mundial. Sua última tendência
histórica é um claro aumento das desigualdades e uma bolha especulativa cujo
centro e modelo são, mais uma vez, os Estados Unidos, um país que vive com
dívidas geradoras de crédito que o resto do mundo financia graças ao fato de a
moeda americana permanecer a moeda do comércio global e investimentos de todo o
mundo, incluindo seus principais concorrentes chineses”.
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