terça-feira, 10 de março de 2020

Boicote a empresas ligadas a Bolsonaro ganha as redes

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Boicote a empresas ligadas a Bolsonaro ganha as redes

Como publicou o jornal inglês The Guardian,primeiro veículo jornalístico a noticiar o boicote, a coisa começou em um grupo fechado do Facebook, com 320 mil membros, voltado para a população LGBT . “Estou tentando combater um sentimento de impotência”, explicou ao jornal o autor da iniciativa, o professor de Jornalismo Edwin Carvalho. “Sou professor universitário, jornalista e gay. Sou tudo que Bolsonaro mais detesta no mundo”.
Perdendo clientes em razão do posicionamento político do seu fundador, a Smart Fit enviou ao jornal britânico mensagem na qual ressaltou que é favorável à causa LGBT+, não apoia políticos nem partidos e sua “missão é possibilitar o acesso democrático ao fitness de alto padrão”.
Quem também começou a colher críticas foi o paranaense Junior Durski. Dono da rede Madero, gravou um vídeo declarando apoio aos atos do dia 15: “Estou 100% com o presidente Jair Bolsonaro, em quem eu tenho muito orgulho de ter votado, de ter trabalhado na campanha, de ter ido para a rua todas as vezes em que tivemos que ir e que vamos de novo para as ruas neste 15 de março”.. Veja o vídeo. 
Resultado: na sexta-feira (6), a hashtag #MaderoNuncaMais tornou-se um dos temas mais comentados do Twitter brasileiro. Mobilizações semelhantes têm sido feitas contra outras empresas cujos proprietários continuam a apoiar Bolsonaro, sobretudo aqueles engajados na organização das manifestações de 15 de março. Os atos e o envolvimento de membros do governo em sua preparação geraram grave crise política ainda durante o Carnaval , em razão da percepção geral de que o Palácio do Planalto incentiva uma articulação divulgada por ativistas que fazem defesa declarada do fechamento do Congresso Nacional e do STF e da volta da ditadura militar. Quase todas as forças políticas e até o habitualmente discreto ministro Celso de Mello condenaram o comportamento de Jair Bolsonaro. Apesar disso, no sábado (7), ele preferiu tornar público o apoio ao ato,  também conhecido como “Dia do Foda-se” , que até então ele negava apoiar, alegando que a manifestação é a favor do governo, não contra o Parlamento e a democracia.
Boicotar empresas por razões políticas, disse ao Congresso em Foco o advogado Antônio Rodrigo Machado, é algo inteiramente de acordo com a legislação em vigor. "Todo o consumidor tem o direito de expressar sua opinião, assim como todas as empresas também podem, desde que fora do período eleitoral. São movimentações democráticas lícitas".
Veja quais são as empresas ligadas a Bolsonaro
(e os sócios que defendem o presidente e/ou os atos do dia 15)
Ampla Projetos (consultoria financeira) – Dilermando Garcia Ribeiro Júnior
Bemisa (mineração) – Marcelo Pessoa
Beauty’in (beleza) – Cris Arcangeli
Bio Ritmo (academia de ginástica) – Edgard Corona
Cae Fisio (fisioterapia) – Caê
Centauro (artigos esportivos) – Sebastião Bonfim
Coco Bambu (restaurante) – Afrânio Barreira
FKO Empreendimentos (setor imobiliário) – Otávio Fakhoury
Galápagos (setor financeiro) – Marcelo Pessoa
Gazeta do Povo (mídia) – Guilherme Cunha Pereira
Gocil (segurança) – Washington Cinel
Havan (comércio de varejo) – Luciano Hang
Madero (restaurante) – Junior Durski
Madetec (móveis) – Luciano Morassutti
Mauá Investimentos (setor financeiro) – Otávio Fakhoury
Polishop (varejo, mídia e e-commerce) – João Apolinário
Riachuelo (comércio de varejo) – Flávio Rocha
Smart Fit (academia de ginástica) – Edgard Corona

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