terça-feira, 10 de março de 2020

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






O momento é muito grave!
(Ernesto Germano)
É visível para qualquer um, até mesmo para os que dizem “não gostar de política”, que o insano tem um projeto de golpe e já colocou em andamento! É claro que os seus eleitores, em particular aquela parcela da direita e da classe média que acha que vai ser rica, não querem perceber isso. É claro que preferem o discurso de que “os comunistas querem tomar o país e o ex-capitão é o único que pode impedir”.
Mas não se pode tapar o sol! Aqui no Informativo já mostramos como o demente cercou-se de um grupo de militares truculentos e conhecidos pela defesa da ditadura militar. Também já comentamos a maneira como ele vai transformando a milícia em sua “guarda pessoal” que pode agir impunemente. O “judiciário” está amedrontado e andando na linha porque é vigiado atentamente pelos militares. Ah! E o Congresso, depois do grito do general Heleno dizendo “que se fodam”, parece que também recolheu-se à sua insignificância quando se trata de um regime antidemocrático.
Enquanto isso, o ex-militar reformado por insanidade vai publicando em seus grupos de WhatsApp chamadas para protestar contra o Congresso. Seus queridos filhos defendem abertamente a parte significativa da polícia militar dos estados brasileiros que se diz “autônoma” e deixa os governadores e a população refém de uma força armada que começa a aterrorizar as favelas usando a estrutura do Estado.
Cremos que ninguém mais duvida que essas polícias militares não respondem aos governos estaduais ou obedecem à Constituição. Tudo indica que eles olham para o demente não só como um “messias”, mas como seu único líder. Os generais são a vitrine iluminada pelos holofotes, a polícia militar é a força popular que, ao mesmo tempo, apoia a Maçonaria e é uma parte essencial dela. Para as fileiras baixas do Exército e da sede da Polícia Militar, Bolsonaro é o chefe.
Não há nada comparável à situação no Brasil hoje. Mas essa situação só é possível porque, desde o início, foi tolerada a participação de uma parte da polícia militar em esquadrões da morte, na ditadura e além. Desde a redemocratização do país na segunda metade da década de 1980, nenhum governo enfrentou diretamente a parte podre das forças de segurança.
Uma parte da polícia militar tornou-se milícia. Nos últimos anos, as milícias deixaram de ser um Estado paralelo a ser confundido com o próprio Estado. Desde os protestos em massa de 2013, os governadores de diferentes estados acharam conveniente que a polícia militar espancasse os manifestantes. E como isso os atinge. É totalmente inconstitucional, mas em todas as esferas, poucos se preocuparam com esse comportamento: uma força pública que age contra o cidadão. (Usamos algumas notas de Eliane Brum, jornalista e escritora brasileira, em artigo publicado em El Pais).
“Seu” Trump mandou. O desgoverno brasileiro determinou a saída de todos os seus diplomatas e funcionários do serviço exterior na Venezuela, ao mesmo tempo em que notificou o governo de Nicolás Maduro a retirar todos os seus representantes em território brasileiro, informaram na quinta-feira (05) fontes oficiais.
O Brasil integra o grupo de cerca de 50 países que consideram ilegítimo o governo de Maduro e reconhecem o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino. E o demente também reconhece a embaixadora designada por Guidó no Brasil, María Teresa Belandria.
Entre os diplomatas envolvidos estão o chefe da embaixada em Caracas, Rodolfo Braga, e a cônsul-geral na capital venezuelana, Elza Moreira Marcelino de Castro.
A data da saída do pessoal não foi revelada, mas segundo a imprensa brasileira, o processo de saída deve durar dois meses.
Ao menos 10 mil brasileiros vivem no território venezuelano, onde dependem do serviço consular brasileiro para a emissão de documentos.
Não é para rir! A primeira reação de todos foi fazer piadas e rir da situação inusitada: “O ex-jogador brasileiro Ronaldinho Gaúcho está detido, desde a noite de quarta-feira ()4), na suíte onde se hospeda no Paraguai, por acusação de falsificação de passaporte e deverá apresentar nesta quinta-feira na promotoria”, confirmou o ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo.
O fato de um brasileiro ser preso no Paraguai por “falsificação” só poderia mesmo virar piada. Mas há alguma coisa escondida nisso e precisamos acompanhar: Ronaldinho é “embaixador brasileiro para o turismo” nomeado pelo demente; como “embaixador” deveria dispensar o passaporte e; para um brasileiro entrar no Paraguai basta apresentar a carteira de identidade! Então deve haver algo escondido nessa maracutaia toda e nós não estamos vendo direito.
Acontece que o jogador não estava sozinho. Estava com seu irmão, Roberto, e ambos com passaporte falso. Ambos passaram a noite sob vigília da Polícia dentro do hotel. Às 8 da manhã de quinta-feira, eles compareceram perante o Ministério Público para declarar aos promotores responsáveis pelo caso. Será quando a sua situação jurídica ficará definida.
Oficialmente, Ronaldinho, chegou na manhã de quarta-feira ao Paraguai para participar de eventos do lançamento de um programa social para crianças, organizado pela Fundação Fraternidade Angelical. Também viajou para lançar no mercado paraguaio o seu livro “Gênio na vida” que conta a sua história. Seria ainda entrevistado por um programa de TV.
Em janeiro de 2019, Ronaldinho e seu irmão Roberto tiveram os seus passaportes apreendidos após decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que condenou, em fevereiro de 2015, os irmãos a pagarem uma indenização por causarem danos numa área de preservação ambiental na orla do rio Guaíba, em Porto Alegre. Em outubro de 2019, a multa de 8,5 milhões de reais foi renegociada a 6 milhões e Ronaldinho pôde recuperar o seu passaporte.
E então? Qual o mistério? Poucos sabem, mas se ter um passaporte para entrar no Paraguai é desnecessário, a verdade é que ter um passaporte paraguaio é o melhor caminho para fazer negócios e investir nos EUA! Entenderam?
E o “pibinho”, ó! O Produto Interno Bruto fechou o ano passado com crescimento de 1,1% frente a 2018. O resultado foi alcançado após a variação do quarto trimestre de 2019, que teve alta de 0,5% na comparação com o período anterior. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A onda de cortes nas projeções de crescimento para o PIB brasileiro em 2020 continua e alguns economistas nem sequer esperaram os resultados das Contas Nacionais de 2019. A revista Capital Economics reduziu sua previsão para o PIB neste ano de 1,5% para 1,3%. O Goldman Sachs revisou sua projeção de 2,2% para 1,5%, e o JPMorgan, de 1,8% para 1,6%.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou ontem que “não é normal” um país em desenvolvimento com o Brasil crescer 1% ao ano. “Estamos num país que ainda está passando por enormes dificuldades. Eu estou muito preocupado”, contou em eventos com secretários estaduais. No ano passado, o Brasil registrou um crescimento econômico de 1,1% ante 2018. As declarações do secretário foram feitas em um momento que o insano presidente estaria cobrando crescimento maior da atividade ao ministro Paulo Guedes (Economia).
Vingança ou maldade pura? Um pouco de cada uma. Apesar de ser a região que concentra 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza na fila de espera do Bolsa Família, o Nordeste, que rejeitou o demente nas eleições de 2018, recebeu menos novos benefícios do programa do que as regiões que deram mais votos para elegê-lo.
Em janeiro deste ano, a Região Nordeste recebeu apenas 3% dos novos benefícios do programa, contra 75% das novas concessões liberadas pelo governo para as Regiões Sul e Sudeste, de acordo com dados conseguidos pelo Estadão/Broadcast.
Para Santa Catarina, o governo federal repassou o dobro de benefícios liberados para a o Nordeste. O estado do Sul, governado por Carlos Moisés (PSL), tem 6,727 milhões de habitantes, oito vezes menos do que o Nordeste, que tem mais de 53 milhões e onde os governadores formaram uma frente de esquerda contra a política neoliberal de Bolsonaro e a pauta dos costumes.
A população da Região Nordeste foi a única do país que votou majoritariamente no candidato do PT, Fernando Haddad, nas eleições de 2018. Haddad teve 69,7% dos votos válidos no segundo turno contra 30,3% do ex-militar. No Sul, que está sendo privilegiado, Bolsonaro conseguiu 68,3% dos votos contra 31,7% de Haddad.
Custo da cesta básica aumenta. O custo do conjunto de alimentos essenciais subiu em 10 capitais, em fevereiro de 2020, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 17 cidades.
As altas mais expressivas ocorreram nas cidades do Nordeste e do Norte: Fortaleza (6,83%), Recife (6,15%), Salvador (5,05%), Natal (4,27%) e Belém (4,18%), enquanto as principais quedas foram observadas no Centro-Sul: Campo Grande (-2,75%), Vitória (-2,47%), Porto Alegre (-2,02%) e Goiânia (-1,42%).
A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 519,76), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 505,55) e por Florianópolis (R$ 493,15). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 371,22) e Salvador (R$ 395,49).
Com base na cesta mais cara, que, em fevereiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em fevereiro de 2020, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.366,51, ou 4,18 vezes o mínimo de R$ 1.045.
Quem se importa? A “justissinha” que temos? Os poderes constituídos? É claro que não! Afinal, era esse o objetivo, não era?
Centenas de garimpeiros estão atuando ilegalmente na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, desde dezembro do ano passado. A invasão ocorre na área que fica no município de Normandia, na fronteira com a Guiana. Os invasores utilizam grande estrutura de maquinaria, com escavadeiras e moinhos trituradores. Segundo as lideranças indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR) avaliam que a ação está ligada a promessa do presidente demente de liberar o garimpo nas terras dos povos originários. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo as lideranças, o garimpo ilegal está provocando estragos ambientais, com a poluição de lagos e igarapés para lavagem de pedras, além de divisões internas, com o aliciamento e exploração de indígenas. O CIR afirma que os donos das máquinas são não indígenas e que o local já é cenário de prostituição, uso de bebidas alcoólicas e outras drogas. As lideranças também acusam que houve roubo de gado. A vegetação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol não é formada por florestas, permitindo a pecuária sem desmatamento.
“Y love you, Trump!” "Erramos, mas não precisa tratar a gente deste jeito. Nunca mais volto pra lá", disse o taxista Moacir Miguel, um dos mais de cem brasileiros deportados dos EUA que chegaram no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na região metropolitana, na segunda-feira (02).
Moacir viajou com a mulher e o filho em busca de uma vida mulher. Os três ficaram presos por 12 dias e voltaram apenas com a roupa do corpo.
Um outro passageiro que desembarcou nesta segunda-feira, mas não quis se identificar, disse que muitos brasileiros passaram fome nos Estados Unidos.
"Tem muitos brasileiros sofrendo lá, passando fome, humilhação. Toda hora um desmaia no chão lá com fome. A comida lá é um burrito. A comida do brasileiro lá é isso daqui, ó (mostrando o burrito que conseguiu trazer). É de manhã e na hora do almoço. E, à tarde, é um lanche", contou ele.
A Polícia Federal afirmou que a estimativa é que cerca de 120 deportados estavam no avião. Muitos têm os celulares apreendidos quando são detidos pela imigração americana e, por isso, não conseguem avisar os parentes da chegada. (Matéria em O Globo)
Chile continua em luta! Um fotógrafo da agência Getty Image e da agência France Press foi ferido por uma bomba de gás lacrimogênio jogada contra o seu rosto.
Um novo dia de manifestações e incidentes violentos aconteceu na sexta-feira (06) em torno da Plaza Italia, onde houve vários confrontos com policiais. A conhecida “Praça da dignidade” foi novamente palco de protestos sociais como os ocorridos no final do ano passado, com uma concentração que reuniu milhares de pessoas no centro de Santiago para protestar contra o governo de Sebastián Piñera.
Os manifestantes tomaram a Alameda e as ruas em torno com slogans diferentes em favor de uma nova Constituição e dos diferentes pedidos que foram feitos durante os mais de quatro meses de protestos.
Durante o dia, houve cerca de 40 fechamentos temporários em pelo menos 30 estações de metrô, com tentativas maciças de entrar sem pagar e sem perturbações.
O Instituto Nacional de Direitos Humanos (NHRI) constatou que três jovens sofreram ferimentos nos olhos esta tarde no setor Plaza Italia e foram atendidos nos centros de atendimento de urgência localizados no centro GAM.
Diretor da PDVSA é preso. O presidente da subsidiária marítima da Petróleos da Venezuela, PDV Marina, Oswaldo Vargas, foi preso junto com tripulantes do navio Black Hipólita por suposto contrabando de combustível, informaram as autoridades responsáveis ​​pelo caso no sábado.
Em comunicado, a Comissão Presidencial “Alí Rodríguez Araque” explicou que os detentos terão “o fator agravante de terem usado nossos barcos para esses fins criminais”.
A Comissão tem a missão de garantir a defesa e salvaguarda dos interesses da empresa Petróleos da Venezuela Sociedade Anônima (PDVSA). A entidade busca avançar na reestruturação e transformação revolucionária da indústria nacional de petróleo e reverter os fatores nocivos, incluindo infiltração, burocracia e corrupção, e que impediram o progresso dos processos produtivos da Companhia estatal de petróleo.
Segunda pesquisa confirma a vantagem do candidato do MAS. O candidato presidencial do MAS, na Bolívia, Luis Arce, é o favorito para vencer as eleições de 3 de maio, de acordo com a pesquisa mais recente, deixando aos partidos conservadores a única opção de formar uma aliança capaz de competir, diz o cientista político e especialista em estatística Gonzalo Balcázar. “A nova pesquisa reafirma a projeção de que para os partidos conservadores a maior, se não a única, opção de vitória nas eleições presidenciais será uma aliança em um segundo turno”, disse ele.
Na nova pesquisa de intenção de voto elaborada de acordo com a rede de televisão ATB pela empresa Misk'y Utaha'a e publicada em 3 de março pelo jornal La Razón, Arce obteve apoio de 29,2% dos votos, seguido pelo ex-presidente Carlos Mesa (15,3%), a presidente de transição Jeanine Áñez (13,7%) e Luis Camacho (11,1%).
Segundo Balcázar, professor da universidade pública local, esses números mostram que o MAS do ex-presidente exilado Evo Morales “parece imóvel” em primeiro lugar, o que garantiria “no pior dos casos” ter uma presença muito forte e eventualmente até maioria no futuro parlamento.
A pior doença é a pobreza! Excelente a matéria da jornalista Carolina Vásquez Araya, em Rebelión e outras páginas internacionais. Ela faz um alerta muito importante para um problema que a grande maioria a imprensa e dos povos do mundo está desprezando: a pior das pandemias é a miséria do povo!
Estamos tão preocupados com a ameaça sanitária do coronavírus, que esquecemos a verdadeira ameaça do meio ambiente: maior pobreza, menos acesso a serviços básicos, aumento da violência em todas as suas formas e o mais cruel deles no aumento sustentado de desnutrição crônica na infância. Esse é o verdadeiro problema nas nações pobres, nações caracterizadas por governos corruptos e pelo superpoder de seus grupos econômicos cujas elites têm decisões políticas subordinadas a seus interesses particulares, apreendendo recursos e distorcendo leis.
Segundo relatos oficiais de organizações internacionais, o vírus que tanto nos assusta chegará mais cedo ou mais tarde. No entanto, o verdadeiro cenário de horror não reside tanto na potencial pandemia, como na realidade apocalíptica da fome, da falta e dos sistemas de saúde ineficientes, sem recursos, manipulados por criminosos tão poderosos quanto as multinacionais do setor farmacêutico, que trafegam sem o mínimo de reparação com suas influências, com o único objetivo de aproveitar ao máximo as necessidades do povo. Nessa tendência, eles pressionam os governos por meio de pactos comerciais interessados, apoiados como sempre pelas instituições financeiras internacionais e pelos países mais poderosos.
O petróleo está despencando? Há uma nova “grande preocupação” para a economia mundial. O setor de petróleo está passando por tempos complicados devido ao surto de coronavírus. No final da reunião dos países membros da OPEP e seus aliados, e dado o desacordo da Rússia em reduzir as exportações de petróleo além dos cortes atuais, os preços do ouro preto despencaram.
O preço do petróleo caiu mais de 8% em 6 de março, após a reunião do mesmo dia em Viena entre os 14 países da OPEP e seus aliados terminaram sem acordo.
Diante da ameaça do coronavírus, o cartel apresentou seus planos para promover seus cortes na produção de petróleo, removendo especificamente 1,5 milhão de barris por dia ao longo de 2020, com o objetivo de evitar novas quedas no preço da matéria-prima. A Rússia, que não faz parte da organização, recusou-se a apoiar qualquer redução adicional na produção.
Segundo uma fonte russa de alto nível em conversa com a Reuters, o país acredita que é cedo para prever os efeitos que o coronavírus terá no preço do petróleo. Isso, juntamente com os resultados positivos de uma reunião entre outros países exportadores de petróleo não vinculados à OPEP, descartou ainda mais o acordo.
Assim, os preços do petróleo caíram 8,8%, para US $ 41,77 por barril no caso do West Texas Intermediate, que serve como referência para o setor de petróleo estadunidense, principalmente. Algo semelhante aconteceu com o Brent, uma referência na Europa, Mediterrâneo e outras regiões, cujo valor caiu US $ 4,29 (8,5%), colocando o preço do barril em US $ 45,70.
Eleições nos EUA (01). No próximo dia 03 de novembro veremos as eleições presidenciais nos EUA quando será eleito o 59º presidente da “grande nação”! E dizemos que “veremos” porque sempre é, a cada três anos, o fato mais badalado e comentado na imprensa amestrada internacional para “provar” que eles podem impor a democracia no planeta. Mas, será mesmo democrático o processo eleitoral nos EUA?
Para início de conversa, lá, como cá, existe uma chamada “eleição direta” do presidente. Ou seja, no dia marcado, os cidadãos vão às urnas para votar no candidato de sua escolha. Mas, qual o valor desse voto? Serve para alguma coisa?
O problema já começa quando sabemos que o voto não é obrigatório e que o cidadão pode escolher “ir para a praia” e não comparecer às urnas. O outro problema é quando percebemos que, por mais que a imprensa tente mostrar como democrática e direta, isso não é verdade. Ao contrário do Brasil - onde os cidadãos votam e esse somatório indica o vencedor – nas terras do Tio Sam o voto do eleitor não é creditado diretamente ao seu candidato. Esses votos servem apenas para eleger delegados no Colégio Eleitoral, e são eles que representarão os eleitores de sua unidade federativa na escolha final do futuro presidente.
Você acha que acabou a farsa? Não, ainda tem mais. Cada estado tem uma quantidade própria de representantes determinada proporcionalmente pelo tamanho de sua população. Isso significa que, no final das eleições, o candidato “fulano” tenha mais votos totais que “ciclano” e, mesmo assim, acabe derrotado no Colégio Eleitoral por ter perdido a disputa nos estados mais populosos.
Eleições nos EUA (02). A mais recente pesquisa realizada nos EUA mostra que a maioria dos estadunidenses tem opiniões negativas sobre o governo do presidente Donald Trump nos problemas que o país enfrenta.
“O público estadunidense há muito expressa opiniões negativas sobre alguns dos traços e comportamentos pessoais de Trump, incluindo seu caráter e tweets”, de acordo com o Pew Research Center, que realizou a pesquisa sobre o nível de aprovação de Trump.
De acordo com o estudo publicado na quinta-feira, apenas 15 % dos americanos gostam da maneira como ele se comporta como presidente. 53% dos entrevistados não aprovam as características do inquilino republicano da Casa Branca, enquanto outros 30% dizem ter sentimentos conflitantes sobre isso.
Eleições nos EUA (03). Para complicar ainda mais o entendimento do processo eleitoral nos EUA, lá a indicação do candidato à presidência não é feita pelos delegados do partido, reunidos em uma plenária nacional, como aqui. Lá os candidatos devem disputar as “primárias” dentro dos seus partidos e, nesse momento, vão obtendo os números de delegados na Convenção final.
No Partido Republicano não há disputa e Trump já é candidato à reeleição. No Partido Democrata estão acontecendo as “primárias” e, por enquanto, a disputa entre Bernie Sanders e Joe Biden é acirrada.
O ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden venceu em pelo menos oito dos Estados em disputa na Superterça, disputada, como o nome indica, na terça-feira (05). Apesar disso, o senador Bernie Sanders mostrou força nos dois locais com o maior número de delegados em disputa (Califórnia e Texas), além de sair vitorioso em Colorado, Vermont e Utah.
Com o resultado, a disputa no partido se afunila entre os dois, já que Mike Bloomberg venceu somente na Samoa Americana e a Elizabeth Warren perdeu Massachusetts, estado pelo qual é senadora. Ambos já anunciaram a desistência e retiraram as candidaturas. Também retiraram suas candidaturas Pete Buttigieg e Amy Klobuchar, ambos representantes da ala “centrista” do partido.
Bloomberg, Buttigieg e Klobuchar já anunciaram apoio a Biden, mas Warren está calada, por enquanto.
Eleições nos EUA (04). A questão que nos interessa, no momento, é: o Partido Democrata aceitará uma vitória de Sanders, caso ele consiga vencer nas primárias?
Pelo que sabemos, a “fama” e o discurso socialista de Bernie Sanders preocupa o seu próprio partido! Biden foi vice-presidente do governo Obama, enquanto Sanders, senador do estado de Vermont, sempre criticou o partido por sua omissão em relação a políticas públicas, como a saúde e educação superior gratuita e universal, duas propostas que são marcos de sua candidatura e popularidade.
Sanders é o candidato mais popular entre eleitores negros, segundo pesquisa mais recente realizada pela Reuters/Ipsos. Os latinos, uma parcela da população fortemente atacada por Trump, também estão majoritariamente ao lado do senador.
E aqui surge a grande questão a ser, desde já, levantada por nós. O povo estadunidense sofre de uma síndrome contrária ao socialismo. Mesmo que de forma camuflada, escondida, abafada pela imprensa, o medo do comunismo ainda é o terror naquele país. Não vamos esquecer: o “macarthismo” ainda existe por lá, é muito arraigado. Aliás, nós brasileiros estamos conhecendo muito bem essa praga depois da eleição do insano, por sinal, “apaixonado” por Trump.

VIVA O 08 DE MARÇO! DIA INTERNACIONAL 

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