terça-feira, 26 de maio de 2020

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Não poderia ser diferente!
Uma pesquisa realizada em 27 países e intitulada “O que preocupa o mundo” mostrou as três maiores preocupações do povo brasileiro. Covid-19 ficou em primeiro lugar no ranking, com 52%. A segunda posição, “acesso ao sistema de saúde”, teve 46%. Para completar o pódio, o “desemprego” foi citado por 39% dos ouvidos brasileiros. Em quarto e quinto lugar, respectivamente, ficaram pobreza e desigualdade social (32%) e crime e violência (28%).
A pesquisa foi realizada em 28 países e a questão da pandemia ficou em primeiro lugar em todos. Mas, no caso do Brasil, mostrou que a população está dividida. Enquanto 57% dos brasileiros acreditam que o país está no caminho errado, 43% acham que está na direção certa.
A pesquisa também apurou os principais receios dos trabalhadores em relação ao momento atual. Para 25% dos entrevistados, a preocupação premente é com relação à possibilidade de agravamento da crise financeira no País, ou ficar afastado do trabalho e ver a renda familiar ser reduzida (11%). O medo de ver a família atingida pela doença também preocupa a 25% dos entrevistados, assim como a possibilidade de enfrentar a morte ou o luto (20%), ou não conseguir atendimento médico (12%).
Sete partidos de esquerda, apoiados por mais de 400 entidades civis, movimentos sociais e personalidades, protocolaram na Câmara dos Deputados, na manhã de quinta-feira (21), um pedido de impeachment contra o ex-capitão insano. É a primeira iniciativa coletiva deste tipo, uma vez que outros pedidos já haviam sido entregues, mas por iniciativa individual de parlamentares ou partidos.
Entre os crimes listados no pedido de impeachment estão a convocação e comparecimento nos atos contra a democracia, a interferência nas investigações da Polícia Federal no Rio de Janeiro, a falsificação da assinatura de Sérgio Moro na exoneração de Maurício Valeixo do comando da PF e as declarações durante a reunião ministerial de 22 de abril.
Famílias brasileiras estão endividadas. Com o aumento do desemprego, a redução de salário e suspensão de contrato de trabalho, previstos na Medida Provisória (MP) nº 936, que o demente editou com o pretexto de que ajuda a manter os empregos durante a pandemia do novo coronavírus, aumentou o percentual de endividamento das famílias brasileiras.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada na quarta-feira (20), o percentual de família endividadas passou de 63,4%, em 2019, para 66,5% em maio deste ano.
As famílias brasileiras têm dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.
O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes aumentou, passando de 9,9% do total em abril para 10,6% em maio. Esta é a maior proporção de famílias que permanecerão na inadimplência para um mês de maio desde o início da realização da Peic, em janeiro de 2010, e a mais elevada desde abril de 2018.
Cresce o número de domicílios sem renda! Com o isolamento afetando trabalhadores informais, além do aumento de aposentadorias, o número de lares sem renda do trabalho bateu recorde no país no primeiro trimestre deste ano, superando o pior momento da recessão de 2014-2016, mostra levantamento da consultoria IDados. Segundo a consultoria, que compilou microdados da pesquisa domiciliar do IBGE, o Brasil tinha 17,2 milhões domicílios em moradores com renda do trabalho, o que corresponde a 23,5% dos lares brasileiros. Quando comparado ao quarto trimestre de 2019, o total de domicílios sem renda do trabalho cresceu em 1 milhão de unidades, 6,5% a mais. Por fatores sazonais, como a dispensa de pessoal temporário, o primeiro trimestre costuma registrar piora do indicador.
Tem alguma coisa podre! A frase “O Brasil não é um país sério”, que todos creditam ao general Charles de Gaulle, então presidente da França, é, na verdade, de autoria do embaixador brasileiro que atuava durante o conflito chamado “Guerra da Lagosta”. Carlos Alves de Souza Filho é o verdadeiro autor da frase e esclarece isso em seu livro, escrito em 1979. Mas bem que poderia ser verdadeira a versão que ficou mais popular!
“Tem alguma coisa de podre no reino do Brasil, onde o presidente pode afirmar que a covid-19 é uma 'gripezinha', um produto da imaginação histérica dos meios de comunicação”, diz o editorial do jornal Le Monde, em sua edição impressa de terça-feira (19).
Fazendo referência à famosa frase “há algo de podre no reino da Dinamarca”, escrita por Shakespeare na tragédia “Hamlet”, o jornal francês condena com veemência o insano que nos governa. O diário diz que ele participa de manifestações sem tomar a menor precaução com o distanciamento social, exorta prefeitos e governadores a abandonar as restrições contra o coronavírus e finge que a epidemia está acabando no país.   
“Ora, em 72 horas, o Brasil ultrapassou 254 mil diagnósticos e se tornou o 3º país com mais casos de covid-19 no mundo, superando o Reino Unido, que tem cerca de 250 mil infectados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Rússia”, relata Le Monde.
Para muita gente, o Brasil atravessa uma crise que lembra as horas mais sombrias da ditadura militar, destaca o editorial. Mas existe uma diferença importante: “Enquanto no passado os generais reivindicavam a defesa de uma democracia atacada, o Brasil de Bolsonaro habita um mundo paralelo, um teatro do absurdo onde os fatos e a realidade não existem mais. Nesse universo sob tensão, alimentado por calúnias, incoerências e provocações mortíferas, a opinião se polariza a partir de ideias simplistas, mas falsas”.
O ex-capitão contra a OMS. Enquanto seu “amor” ameaça retirar os EUA da Organização Mundial da Saúde (ver matéria no final do Informativo), o insano brasileiro continua fazendo enfrentamento a todas as autoridades médicas do planeta.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou na quarta-feira (20) que a hidroxicloroquina não demonstrou ser eficaz no tratamento contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). “Nesse momento, a cloroquina e a hidroxicloroquina não foram identificadas como eficazes para o tratamento da covid-19. Em vez disso, existem vários estudos que alertam sobre os efeitos colaterais”, afirmou Mike Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS.
A declaração de Ryan foi momentos depois de o Ministério da Saúde do Brasil publicou um novo protocolo que orienta o uso do medicamento em casos leves da covid-19, que já matou cerca de 18 mil pessoas no país.
Mas o demente informou em sua conta no Twitter a nova orientação do Ministério da Saúde, e admitiu que o uso do medicamento ainda não tem comprovação científica.
Uma triste imagem para o futuro. A OMS declarou na sexta-feira (22) que a América do Sul se tornou o novo epicentro da pandemia do coronavírus. "De certa forma, a América do Sul se tornou um novo epicentro para a doença, vimos muitos países sul-americanos com aumento do número de casos, e claramente há preocupação em muitos desses países, mas certamente o mais afetado é o Brasil neste momento", afirmou o diretor do Programa de Emergências da OMS, Michael Ryan. E ressaltou que o Brasil é o país da região mais afetado pela covid-19. Além disso, ele fez um alerta para a situação no Amazonas.
Após o Ministério da Saúde do Brasil criar um documento que autoriza o uso da cloroquina para pacientes em casos leves da Covid-19, desde que haja consentimento do infectado, Ryan voltou a desaconselhar a utilização do medicamento.
De acordo com o diretor, "as revisões clínicas sistemáticas atuais realizadas pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a evidência clínica atual não apoiam o uso generalizado de hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19 até que ensaios [clínicos] sejam concluídos e nós tenhamos resultados claros".
Um estudo divulgado nesta sexta-feira mostrou que a cloroquina não é eficiente contra a covid-19 - e, para piorar, aumenta o risco de doenças cardíacas.
Quem financiou a tentativa de golpe na Venezuela? O governo da Venezuela divulgou na segunda-feira (18) conversas do deputado do partido Ação Democrática Hernán Alemán com o ex-militar venezuelano Clíver Alcalá Cordones, nas quais eles afirmam que organizações do país receberam doações de empresas estadunidenses e do Departamento Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) para financiar a tentativa de invasão de 3 de maio.
O ministro da Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, disse que uma suposta ONG chamada Fundação Futuro Presente está envolvida com a invasão. Segundo Rodríguez, a associação foi usada como fachada e era responsável pelo pagamento e logística de grupos mercenários paramilitares.
Ainda de acordo com o ministro, além de empresas dos EUA e da DEA, alguns empresários venezuelanos também contribuíram com o financiamento. Rodríguez disse que tais instituições se beneficiariam de ouro, petróleo e outros bens à sua disposição, após “eliminar” as autoridades e forças militares venezuelanas.
Cordones é dissidente militar e deixou o Exército venezuelano em 2013. Desde então, é acusado de participar em diversos ataques na Venezuela, inclusive contra o presidente Nicolás Maduro.
Na gravação, o ex-militar afirma que Juan José Rendón, ex-assessor político do autoproclamado presidente da Venezuela Juan Guaidó e que admitiu pagar a operação, não “financiou nada”, declarando que o valor do contrato foi feito por doações.
66 envolvidos em ataque estão presos. O procurador-geral venezuelano divulgou detalhes das detenções, audiências de denúncia e avanços realizados pelo Ministério Público no âmbito da investigação.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou na quinta-feira que o Ministério Público (MP) prendeu 66 pessoas envolvidas no ataque armado de 3 de maio, chamado Operação Gideon.
"Entre os capturados em 4 de maio estão dois americanos presos em flagrante delito, cujos nomes são Luke Alexander Denman (34) e Airan Seth Berry (41), ambos ex-membros das Forças Especiais dos EUA", lembrou o oficial. E já sabemos, também, que os campos de treinamento estão localizados na Colômbia sob a logística de Erkin Javier López Torres, conhecido como "Doble Rueda".
Além disso, as investigações mostraram que López "emprestou ao grupo mercenário sua fazenda em La Guajira, Colômbia, perto de um campo da DEA, onde os barcos partiram para a tentativa de golpe”.
Venezuela processa o Banco da Inglaterra. O Banco Central da Venezuela (BCV) entrou com uma ação perante o tribunal comercial de Londres para exigir judicialmente a entrega de suas reservas de ouro pelo Banco da Inglaterra, a fim de financiar planos de saúde para combater a pandemia de Covid-19
Agências de notícias internacionais como Reuters e Sputnik concordam que a demanda se refere à maior parte dos US $ 1,2 bilhão que o BCV armazenou no Reino Unido.
O Banco da Inglaterra, além de ditar a política monetária do Reino Unido, por meio de seu Comitê de Política Monetária, oferece seus serviços a muitas nações para armazenar ouro. Nesse caso, é evidente que esse banco central do Reino Unido adia desde 2018 a transferência de 31 toneladas desse metal para o governo revolucionário. Somado a isso, o fato de o Reino Unido não reconhecer o presidente venezuelano como presidente legítimo do país.
Os recursos obtidos com a venda de ouro, uma vez transferidos para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, seriam utilizados na compra de equipamentos médicos, remédios e alimentos para enfrentar a emergência do Covid-19 ″ na Venezuela, desde que as medidas coercitivas impostas Estados Unidos da América (EUA) e a queda nos preços do petróleo dificultam o uso de outras opções possíveis.
Isolamento social reduz as emissões de carbono! O confinamento global imposto para combater a pandemia do COVID-19 atingiu um pico em 7 de abril, uma redução de 17% nas emissões diárias globais de carbono, para o nível mais baixo desde 2006,
A análise, realizada por uma equipe internacional de cientistas coordenada por Corinne Le Quéré, da Universidade Inglesa de East Anglia, alerta, no entanto, que esse efeito positivo "não durará" se os governos não introduzirem medidas permanentes para reduzir as emissões nocivas para a atmosfera.
Apesar de o mundo estar caminhando este ano para uma redução nas emissões entre 4 e 7% em relação a 2019 (dependendo da duração das restrições), a maior queda anual desde a Segunda Guerra Mundial, isso dificilmente terá impacto na mudança climática, devido à grande quantidade já acumulada, alertam os especialistas.
Os cientistas analisaram as restrições impostas em 69 países responsáveis por 97% do total de emissões de CO2 e seu efeito diário nos principais setores de atividade entre janeiro e abril, em comparação com os dados de 2019.
As emissões do transporte terrestre representaram quase metade (43%) da queda, enquanto a geração de energia representou 19%, a indústria 25% e a aviação 10%.
“A pior contração desde a Grande Depressão”. Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmou na segunda-feira (18) que estudos recentes mostram que, mesmo nas regiões mais afetadas pelo coronavírus, a proporção da população com anticorpos não supera os 20%. E na maior parte dos lugares está em menos de 10%. “Em outras palavras, a maioria da população do mundo segue em uma situação de suscetibilidade em relação ao vírus. O risco segue elevado e ainda nos resta um longo caminho a percorrer”.
“Como se pratica o distanciamento social quando se vive em lares superlotados? Como alguém fica em casa quando tem que trabalhar para dar de comer a sua família? Como fazer a higiene das mãos quando não se tem água limpa?”, questiona Adhanom. Para ele, alguns países estão tendo sucesso ao evitar a transmissão comunitária disseminada, enquanto outros ainda estão atravessando sua pior fase e, ainda, há os que estejam avaliando como flexibilizar as restrições para retomar atividades sociais e econômicas.
Ele diz que a OMS compreende plenamente e respeita o desejo dos países de retomar as atividades, mas alerta que “é precisamente porque queremos a recuperação mundial mais rápida possível, que instamos os países que sejam cautelosos. Países que avançam com muita rapidez, sem ter estabelecido uma base sólida de saúde pública adequada para detectar e suprir a transmissão, correm um sério risco de afetar a sua própria recuperação”.
“Bilhões de pessoas perderam o emprego. Há muito temor e incertezas. A economia mundial está sofrendo a pior contração desde a Grande Depressão. A pandemia expõe quais são os defeitos, as desigualdades, as injustiças e as contradições do nosso mundo moderno, destacando nossos pontos fortes e nossos pontos fracos. Apesar do poderio econômico, militar e tecnológico de muitas nações, este minúsculo vírus está nos dando uma lição de humildade. O mundo não vai ser o mesmo. Todos sabemos que temos que fazer todo o possível para evitar que essa experiência se repita. Nosso maior fracasso seria não aprender com as lições que essa pandemia nos deixou”, afirmou.
O diretor-geral da OMS afirma que a pandemia demonstrou que se a humanidade quer que haja desenvolvimento, é necessário investir em saúde. E que a saúde não é nenhum luxo, nem recompensa, nem custo. É uma necessidade, um investimento. “É o caminho para a segurança, a prosperidade e a paz”.
Alemanha pensa em estatizar parte da Lufthansa. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, anunciou na quarta-feira (20) que o governo em Berlim e a Lufthansa, maior companhia aérea europeia, estão próximos de chegar a um acordo sobre um pacote de resgate ao grupo que, devido à pandemia de coronavírus, teve quedas consideráveis em sua receita.
"O governo está mantendo conversas com a empresa e a Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia). A decisão é esperada em breve", disse Merkel durante coletiva de imprensa, em Berlim, sobre o acordo que poderá levar a uma nacionalização parcial do grupo.
Trata-se de um plano de resgate do grupo europeu, que agrega várias companhias aéreas, no montante de cerca de 9 bilhões de euros.
De acordo com o semanário alemão Spiegel, a grande coalizão de governo, composta pela União CDU/CSU – da qual faz parte Merkel – e o Partido Social-Democrata (SPD), pretende estatizar 25% da empresa, mas a decisão não foi consensual.
O SPD argumentou que o Estado deveria ter voz nas decisões do grupo, enquanto a CDU estava relutante em relação à ideia de haver uma influência muito visível do governo. Consta, no entanto, que o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz (SPD), conseguiu impor seu ponto de vista.
Está planejado um aumento de capital por meio do Fundo de Estabilização Econômica (WSF) do governo alemão, que lhe dará uma participação de 20% na Lufthansa – assim como um bônus conversível de 5% mais uma ação. O WSF pretende exercer o direito de voto associado à posse das ações apenas em casos excepcionais, como a proteção contra uma aquisição indesejada, disse a Lufthansa.
Além disso, dois assentos no conselho de administração da Lufthansa devem ser preenchidos em coordenação com o governo em Berlim, afirmou a empresa.
Irã diz que dará uma resposta contundente para Trump! O ministro da Defesa do Irã, Amir Hatami, alertou os EUA de que seu país responderá com firmeza às tentativas de impedir que os petroleiros persas naveguem para a Venezuela.
“O Irã não tolerará obstáculos [a seus navios de petróleo]. Tanto os EUA quanto outros países sabem que não hesitaremos. Se os obstáculos continuarem ou aumentarem, a resposta do Irã será vigorosa”, afirmou Hatami em comunicado.
O Irã já bombardeou bases estadunidenses no Iraque em janeiro passado em retaliação pelo assassinato do general Qasem Soleimaní , comandante da força de elite Quds do Corpo Revolucionário da Guarda.
Na semana passada, a agência Reuters publicou uma mensagem nas redes em que afirmava, com base em declarações de um alto funcionário da Casa Branca, que Washington está considerando retaliar o Irã por enviar combustível à Venezuela.
As sanções unilaterais dos EUA impedem qualquer empresa daquele país ou que opere em seu sistema financeiro de vender gasolina para a Venezuela e até os componentes necessários para sua preparação.
Essa situação causou uma grave escassez de gasolina na Venezuela, e até ambulâncias e patrulhas policiais estão economizando para estocar.
Trump diz que vai retirar EUA da OMS. Donald Trump ameaçou retirar os EUA da Organização Mundial de Saúde (OMS) e suspender indefinidamente as contribuições financeiras de seu país à entidade no prazo de 30 dias, em razão do que considera uma dependência do organismo em relação à China.
“Se a OMS não se comprometer com melhorias significativas nos próximos 30 dias, tornarei a suspensão temporária de fundos à OMS permanente e reconsiderarei a nossa participação na agência”, disse o presidente em carta enviada ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, compartilhada por ele em seu perfil no Twitter nesta terça-feira (19).
No documento de quatro páginas, que contém uma série de reclamações em relação à gestão da pandemia de covid-19 por parte da OMS e da China, Trump ressalta que seu país já teria iniciado “conversações sobre como reformar a organização” com o diretor da entidade e disse que “não há tempo a perder”. Ele criticou o que chamou de “alarmante falta de independência” da OMS em relação à China e afirmou que uma das reformas sugeridas por Washington era justamente a desvinculação de Pequim. “A única forma de avançar, para a OMS, é se realmente for capaz de demonstrar independência em relação à China”, afirma Trump.
O governo estadunidense já suspendeu temporariamente as contribuições financeiras para a OMS, desde o dia 14 de abril. Na mesma ocasião, Trump anunciou que seu país iria conduzir um estudo para “examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”.
A crise que ronda os EUA. A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus poderá fazer a economia estadunidense encolher "facilmente" entre 20% e 30% neste trimestre, afirmou o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, no domingo (17).
Os dados mostram que 30 milhões de empregos foram destruídos na maior economia do mundo, após o fechamento de empresas em meio à crise da covid-19. "As cifras que conhecemos este trimestre, que termina em junho, serão muito, muito ruins. Haverá grande diminuição da atividade econômica, um grande aumento do desemprego", declarou Powell ao programa 60 Minutos, da CBS.
Embora o desemprego possa alcançar um pico de 20% a 25%, um nível nunca visto desde a década de 1930, Powell disse que o país vai conseguir evitar outra depressão. "Acho que há uma boa possibilidade de que haja um crescimento positivo no terceiro trimestre", relativizou, advertindo, no entanto, que voltar à normalidade pode levar tempo e que os Estados Unidos não verão uma recuperação completa até a descoberta de uma vacina contra a doença.
O Fed reduziu a taxa de referência para emprestar dinheiro e injetou bilhões de dólares no sistema financeiro e em programas destinados a apoiar pequenas e médias empresas, bem como governos estaduais e locais.
Para combater o Covid-19, militarizar tudo? Teríamos chegado ao ápice da insanidade capitalista neoliberal? Será esse mundo que espera pelos nossos filhos e netos no futuro?
A Fundação Rockefeller apresentou o "Plano de ação nacional Covid-19", indicando os "passos necessários para reabrir os nossos locais de trabalho e a nossa comunidade". No entanto, como aparece no título, não se trata apenas de medidas de saúde.
O Plano – para o qual contribuíram algumas das universidades de maior prestígio (Harvard, Yale, Johns Hopkins e outros) – prefigura um verdadeiro modelo social hierárquico e militarizado.
No topo, o "Conselho de Controle da Pandemia, análogo ao Conselho de Produção de Guerra que os EUA criaram na Segunda Guerra Mundial". Seria composto pelos "líderes do mundo dos negócios, do governo e do mundo académico" (assim enumerados por ordem de importância, em primeiro lugar, não os representantes do governo, mas os das finanças e da economia).
Este Conselho Supremo teria o poder de decidir produções e serviços, com uma autoridade semelhante à conferida ao Presidente dos EUA em tempo de guerra pela Lei de Produção de Defesa.
A Fundação Rockefeller e os seus parceiros financeiros ajudarão a criar uma rede para o fornecimento de garantias de crédito e a assinatura de contratos com fornecedores, ou seja, com grandes empresas produtoras de medicamentos e equipamentos médicos.
De acordo com o Plano, o "Conselho de Controlo de Pandemia" também está autorizado a criar um "Corpo de Resposta à Pandemia": uma força especial (não é por acaso que é denominada "Corpo" como o dos Marines/Fuzileiros Navais) com uma equipa de 100 a 300 mil componentes. Seriam recrutados entre os voluntários do Peace Corps e dos Americacorps (oficialmente criados pelo Governo dos EUA para "ajudar os países em desenvolvimento") e entre os militares da Guarda Nacional.
O "Corpo de Resposta à Pandemia" teria, sobretudo, a tarefa de controlar a população com técnicas do tipo militar, através de sistemas de rastreio e identificação digital, nos locais de trabalho e estudo, nos bairros residenciais, nos locais públicos e de deslocação. Sistemas deste tipo – recorda a Rockefeller Foundation – são fabricados pela Apple, Google e Facebook. (Esta é parte da matéria do jornalista Manlio Dinucci, publicada no jornal Il Manifesto)

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