terça-feira, 9 de junho de 2020

Atos antirracistas reacendem debate sobre estátuas e monumentos no Brasil



Atos antirracistas reacendem debate sobre estátuas e monumentos no Brasil





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Monumento às Bandeiras, em São Paulo - Foto: Getty Images
As manifestações antirracistas que se espalham durante todo o planeta reacenderam a discussão sobre monumentos ao redor do mundo. Nesta terça-feira (09), a estátua do Rei Leopoldo II, monarca que comandou extermínio de milhões no Congo, foi retirada de seu local original depois de ser queimada e agora terá como destino um museu.
Na segunda-feira (08), manifestantes picharam uma estátua de Winston Churchill com a frase “era um racista”. O ex-primeiro-ministro britânico é considerado um herói por sua atuação durante a Segunda Guerra Mundial, mas defendia o imperialismo inglês frente a raças que considerava “primitivas”.

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Durante o fim de semana, manifestantes em Bristol, no Reino Unido, derrubaram e jogaram em um rio a estátua de Edward Colston, traficante de escravos. As imagens rodaram o mundo e dividiram opiniões.
Debate chega ao Brasil
O tema chegou ao Brasil, onde existem diversos monumentos que remetem ao período da escravidão. Nas redes sociais, cresceu um movimento contra monumentos que reverenciaram personagens ou episódios do nosso período escravocrata.
Enquanto alguns pedem a derrubada das estátuas, outros defendem que os monumentos sejam transferidos para museus e contextualizados de acordo com o que representam.
Por outro lado, há uma parcela que defende que as estátuas são patrimônio histórico e, portanto, devem ser preservados como objeto de estudo e reflexão.
Apesar da discussão, a Constituição Federal Brasileira, segundo o artigo 163 do Código Penal, configura como crime contra o patrimônio público “destruir, inutilizar ou deteriorar o bem ou serviços de uma união, tanto estado, quanto município”.
Confira, abaixo, algumas das estátuas que são alvo da polêmica discussão sobre patrimônio histórico e exaltação ao período escravocrata:
  • Borba Gato (São Paulo)
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Estátua de Borba Gato, em São Paulo - Foto: Reprodução
Em homenagem ao bandeirante Manuel Borba Gato (1628-1718), o monumento encontra-se na zona Sul da cidade de São Paulo, na praça Augusto Tortorelo. Por ter, de acordo com historiadores, se dedicado a caça de indígenas para escravizá-los, Borba Gato é um personagem controverso da história brasileira.
  • Monumentos das Bandeiras (São Paulo)
O Monumento às Bandeiras é uma obra em homenagem aos Bandeirantes, marcados pela escravidão de indígenas. Fica próximo ao Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
  • Panteão Duque de Caxias (Rio de Janeiro)
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Panteão de Caxias, no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução
O monumento localizado na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro. Polícia e militar, Luís Alves de Lima e Silva ou Duque de Caxias (1803-1880) é acusado de ser escravocrata.
  • Bartolomeu Bueno da Silva (Goiânia)
A praça Attilio Corrêa Lima, conhecida popularmente como Praça do Bandeirante, é uma praça de Goiânia, que abriga a estátua de Bartolomeu Bueno da Silva (1672-1740). Outro bandeirarante que tem sua homenagem questionada devido ao caráter exploratório e violento das expedições.
  • Bento Gonçalves (Porto Alegre)
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Monumento a Bento Gonçalves - Foto: Flickr Déborah Pivatto/Reprodução
Estátua de um dos líderes da Revolução Farroupilha é localizada na capital gaúcha, na Praça Tamandaré. Bento Gonçalves (1788-1847) é acusado de chefiar uma revolução que não beneficiou os negros, sendo inclusive lembrada por um massacre de tropas negras pelas forças Imperialistas, episódio conhecido como “Lanceiros Negros".

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