68% acham que Bolsonaro deve explicar depósitos na conta de Michelle
Repasses somam R$ 89 mil
Feitos por Queiroz e a mulher
Presidente evita comentar tema
Leia levantamento do PoderData
RAFAEL BARBOSA
03.set.2020 (quinta-feira) - 19h20
atualizado: 05.set.2020 (sábado) - 15h57
Pesquisa PoderData mostra que 68% dos brasileiros acham que o presidente Jair Bolsonaro deve explicar os depósitos de R$ 89.000 feitos por Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Para 19%, o chefe do Executivo não deve nenhuma explicação.
Queiroz é investigado por suposto esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando o agora senador pelo Republicanos era deputado estadual no Rio de Janeiro.
Segundo reportagem da revista Crusoé, o ex-assessor repassou R$ 72.000 a Michelle Bolsonaro de 2011 a 2016. Já Márcia Aguiar teria feito depósitos no valor de R$ 17.000 em 2011.
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O PoderData explicou o tema aos entrevistados. A pergunta teve o seguinte enunciado: “Há informações de que o ex-assessor Fabrício Queiroz e sua mulher depositaram R$ 89.000 na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Na sua opinião, o presidente Jair Bolsonaro deveria explicar o que foram esses depósitos?”.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é realizada em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.
Os dados foram coletados de 31 de agosto a 2 de setembro, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 509 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
Os questionamentos sobre os depósitos de Queiroz e Márcia a Michelle se intensificaram no fim de agosto.
“Vontade de encher sua boca de porrada”, disse Bolsonaro em 23 de agosto a 1 repórter da Globo que lhe perguntou sobre os repasses à primeira-dama. A declaração figurou entre os assuntos mais comentados do Twitter. Internautas também replicaram a prergunta em seus perfis milhares de vezes.
A declaração do presidente foi criticada por congressistas, integrantes do Judiciário e entidades da sociedade civil.
O PoderData separou recortes para as respostas à pergunta sobre a necessidade de 1 esclarecimento de Bolsonaro sobre o tema. Foram analisadas as respostas por sexo, idade, nível de instrução, região e renda.
Os mais jovens (de 16 a 24 anos), os que têm nível superior de ensino e os nordestinos são os que mais acham que Bolsonaro deve explicar os repasses à primeira-dama. São 77% os que fizeram essa afirmação em ambos os grupos. A taxa também é maior entre quem recebe mais de 10 salários mínimos: 78%.
Já os que ganham de 5 a 10 salários mínimos (32%), os sulistas (29%) e os que têm 60 anos ou mais (26%) são os que menos pedem esclarecimentos do presidente.
AVALIAÇÃO DE BOLSONARO X DEPÓSITOS DE QUEIROZ
Os que avaliam positivamente o presidente da República são também os que mais acreditam não haver a necessidade de explicações de Bolsonaro sobre as movimentações bancárias.
Do grupo que considera o trabalho do chefe do Executivo “bom” ou “ótimo”, 41% acham que Bolsonaro não precisa explicar os repasses para a conta da primeira-dama.
Já entre os que rejeitam o presidente (avaliando-o como “ruim” ou “péssimo”), 91% querem que o caso seja esclarecido.
No grupo do “regular”, essa taxa também é alta: 82% querem explicações, enquanto 8% acham não ser necessário.
ONDE ESTÁ QUEIROZ
Em junho, o ex-assessor foi preso preventivamente na operação Anjo. Queiroz estava em 1 imóvel de Frederick Wassef, então advogado de Flávio e de Jair Bolsonaro.
Dias depois da operação, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de Noronha, concedeu habeas corpus para que Queiroz e sua mulher, que estava foragida, ficassem em prisão domiciliar.
Na decisão, Noronha citou “condições pessoais de saúde” do ex-assessor.
PODERDATA
Leia mais sobre a pesquisa PoderData:
- Governo Bolsonaro é aprovado por 50% e desaprovado por 41%;
- Aprovação do governo no Nordeste cai depois de viagens de Bolsonaro;
- Aprovação do governo entre beneficiários do auxílio emergencial cai para 50%.
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