domingo, 6 de setembro de 2020

Bolsonaro corta 80% da verba para a cultura em 2021

 Bolsonaro corta 80% da verba para a cultura em 2021


https://farofafa.cartacapital.com.br/2020/08/31/bolsonaro-corta-78-da-verba-para-a-cultura-em-2021/

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) em conferência do Partido
dos Trabalhadores (PT) na noite desta segunda-feira, alertou para um
corte de 78% na verba federal destinada à cultura em 2021 pelo governo
Bolsonaro. De fato, a proposta do Orçamento 2021 enviada ao Congresso
na noite desta segunda-feira, 31, prevê redução de recursos da ordem
de R$ 9 bilhões (de R$ 11,6 bi em 2020 para 2,5 bi em 2021, mais de
80%) no orçamento do Ministério do Turismo, ao qual a Secretaria
Especial da Cultura é vinculada – o Ministério da Cultura foi extinto
no primeiro ato do governo Bolsonaro, em 2019. O Esporte também está
abrigado sob o guarda-chuva do Turismo, então terá corte de verbas
equivalente. Se essa orientação se confirmar, será o colapso total dos
museus, fundações, política audiovisual, patrimônio histórico, entre
outros setores.

Ao mesmo tempo, o próprio Bolsonaro explodiu os gastos da presidência
da República: dos R$ 2 bilhões empenhados em 2019, saltou para R$
14,6 bilhões este ano e já reservou R$ 10,4 bilhões no orçamento de
2021.

Apesar da determinação em aniquilar o setor cultural, o clã Bolsonaro
ainda tem seus planos de recolher os trocados que eventualmente sobrem
da área, hoje comandada pelo ator Mário Frias. Um dos filhos do
presidente, Jair Renan Bolsonaro, de 22 anos, invadiu a esquálida
agenda oficial de Frias nesta segunda, 31, para reinvindicar verbas
para seu próprio projeto de enriquecimento pessoal na área de e-games
– o notável Renan alugou um camarote do estádio Mané Garrincha para
gravar vídeos de jogos, informou o jornal O Globo. Apesar de posar de
empreendedor na área, o filho homem mais jovem do presidente já foi
expulso da rede social de streaming de videogames, o Twitch, por
debochar da pandemia do coronavírus e atacar minorias.

Sem representar grupos de desenvolvedores de jogos, sindicatos
patronais, projetos de amplitude social, sem ter nenhum tipo de
credencial senão a de ser filho do presidente, o rapaz tornou-se
objeto de uma reunião de política de Estado e o próprio serviçal de
plantão no setor postou foto acompanhado do “patrãozinho”. Nem nas
ditaduras do Oriente Médio tal nível de sabujismo (e confusão entre
público e privado) tem sido registrado ultimamente.

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