quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Exército pagou quase triplo do valor por insumo da cloroquina

 


Exército pagou quase triplo do valor por insumo da cloroquina

Pílulas de cloroquina produzidas na Grécia (LOUISA GOULIAMAKI/AFP via Getty Images)
Pílulas de cloroquina produzidas na Grécia (LOUISA GOULIAMAKI/AFP via Getty Images)

Durante a pandemia do novo coronavírus, o Exército Brasileiro comprou pelo menos dois lotes de insumos importados para a fabricação de cloroquina por quase o triplo do que tinha pagado a mesma empresa mineira dois meses antes. O valor registrado pelas compras foi de R$ 782,4 mil, segundo a CNN Brasil.

A compra está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e foi alvo de denúncia a Procuradoria-Geral da República, que avalia se abrirá um inquérito.

No momento da compra, o laboratório do Exército (LQFEx) não questionou o aumento no preço. O questionamento só foi realizado após o TCU começar a investigar o caso.

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Em março de 2020, o Exército comprou 300 kg difosfato de cloroquina, base do medicamento, do grupo Sul Minas por R$ 488 por kg, mesmo preço praticado pela empresa em 2019. Já em maio, o Exército fez outro pedido, desta vez de 600 kg, mas pagando R$ 1.304 por kg.

A Sul Minas chegou a oferecer o produto por R$ 2,2 mil por kg, mas a proposta foi rejeitada pelo Exército.

De acordo com a empresa, o aumento se deve ao aumento dos custos internacionais, principalmente a elevações de preço da fabricante do produto, a IPCA. Um dos representantes do grupo, Marcelo Luis Mazzaro, alega que a IPCA aumentou o peço em 300$ em março e 600% em abril, além de aumento de 300% no custo do frete e a variação cambial.

No entanto, e-mails enviados durante a negociação revelaram que a Sul Minas ainda tinha estoque do material desde março e reajustou o preço mesmo assim. Além disso, parte dos insumos enviados ao Exército em maio não foram comprados no exterior, mas sim de empresas brasileiras.

Em junho, o Ministério da Defesa afirmou que existiam 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina no estoque do laboratório do Exército, cerca de 18 vezes a produção anual do medicamento em anos anteriores. Até 2019, o LQFEx produzia o medicamento para tratamento de casos de malária.

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