PT sobre envio da Força Nacional contra MST: 'governo Bolsonaro quer barbárie e criminalização dos movimentos'
247 - O PT, presidido nacionalmente pela deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), emitiu uma nota de repúdio à iniciativa do governo Jair Bolsonaro de autorizar o envio da Força Nacional de Segurança Pública contra os assentamentos das cidades de Prado e Mucuri, no Extremo Sul da Bahia, onde existem assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
"Não podemos admitir mais esta ação autoritária que só pode partir de um governo que não tem absolutamente nenhum compromisso com a vida de trabalhadores e não tem nada a oferecer às famílias do campo, a não ser a barbárie, a criminalização dos movimentos e a violência em uma pandemia que já levou mais de 120 mil vidas no Brasil", diz a nota.
De acordo com a legenda, "o MST vem há meses denunciando a formação de quadrilhas na Bahia que tem atuado clandestinamente em assentamentos e acampamentos, disseminando mentiras sobre o movimento, aterrorizando famílias e fraudando informações sobre processos de regularização de reforma agrária sobre os quais apenas o INCRA poderia ter acesso".
"É de conhecimento público o interesse dos latifundiários e a disputa das áreas produtivas da reforma agrária e as investidas contra os trabalhadores sem-terra, áreas indígenas, áreas de preservação, quilombolas etc", acrescentou.
O PT afirmou que "o governo demonstra de maneira flagrante estar atuando para desestabilizar áreas assentadas, onde as famílias trabalham e produzem há anos. Esta ação institucional legitima e fortalece as ações criminosas contra as famílias assentadas".
"O papel do INCRA é garantir o devido processo de reforma agrária das áreas já acordadas anteriormente. Ao invés disso, funcionários não identificados do governo têm entrado nos assentamentos para estimular o conflito, e agora tentarão usar forças militares para invadir e agredir assentados", continuou.
"O Partido dos Trabalhadores se junta ao MST e aos demais movimentos do campo para repudiar de antemão qualquer tentativa de uso da força na invasão dos assentamentos na Bahia, exigir a imediata revogação da Portaria e lutar pela garantia do direito à terra das famílias envolvidas".
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