Conversas trocadas por dirigentes do Movimento Brasil Livre (MBL) no aplicativo Telegram revelam como o deputado estadual Arthur do Val (PATRIOTAS), o Mamãe Falei, imputou a um desafeto do grupo falsas acusações de crime com o objetivo de interferir na rádio Jovem Pan. Do Val é pré-candidato a prefeito de São Paulo.
A reportagem que o Paulo Victor Ribeiro assina comigo mostra – com áudios exclusivos – como os líderes nacionais do MBL se agitaram quando o humorista Filipe Ferreira ganhou espaço na bancada programa Pânico. Foi a partir daí que Mamãe Falei e os irmãos Renan e Alexandre Santos, fundadores do Movimento, começaram a tramar um plano para tirar o comediante da rádio.
As mensagens utilizadas na matéria fazem parte de uma série de conversas enviadas ao Intercept pela mesma fonte do arquivo da Vaza Jato. Elas vieram no mesmo período, mas num pacote separado, e não guardam relação com as conversas dos procuradores da República e do ex-juiz e ex-ministro bolsonarista Sergio Moro.
O Intercept acredita que essas mensagens são de inquestionável interesse público porque foram trocadas por pessoas públicas e trazem informações relevantes sobre a atuação do MBL, um grupo surgido nos movimentos pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2013, cujos aliados ao longo do tempo incluem alguns dos políticos mais influentes do país.
A reportagem de hoje inaugura uma micro-série que publicaremos a partir do extenso trabalho de apuração que envolveu fontes externas e cruzamento de informações e eventos citados nas próprias conversas. Não deixe de acompanhar. O material que agora revelamos demonstra os métodos de atuação de um importante grupo político que não apenas elegeu parlamentares, mas que possui inequívoca relevância no debate público brasileiro. |
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