quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Vídeo de queimada criminosa choca internautas e evidencia origem da catástrofe ambiental no país

 

Vídeo de queimada criminosa choca internautas e evidencia origem da catástrofe ambiental no país

Vídeo mostra início da chamada queimada "sem controle". Veículo em velocidade arrasta o que parece ser um pneu em chamas, formando uma linha de fogo

Queimada criminosa
Queimada criminosa (Foto: Reprodução)
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Brasil de Fato - Um vídeo mostrando o que parece ser o início de uma queimada sem controle viralizou nas redes sociais nesta segunda (1). Pelas imagens, um homem forma uma linha de fogo no pasto seco ao arrastar em alta velocidade um objeto - aparentemente um pneu - em chamas, nas proximidades de uma floresta.

O coordenador estadual do Prevfogo/Ibama no Mato Grosso do Sul, Márcio Yule, comentou o vídeo para o Brasil de Fato, explicando que o objeto arrastado está "possivelmente cheio estopa embebida em combustível, como diesel".

Yule diz que pelas imagens não dá para saber onde ou quando o vídeo foi gravado - nele é possível distinguir apenas a palavra "Mato Grosso", mas a vegetação seca indica que seria por volta desta época do ano. E que as cenas preocupam, por indicarem um foco de fogo iniciado sem o devido cuidado.

"É uma forma extremamente preocupante e danosa de fazer uma queimada. Pela alta velocidade do veículo, é fácil o fogo sair do controle. Qualquer mudança de vento, pode virar um incêndio florestal", afirma. 

Já outro especialista ouvido pela reportagem diz que, infelizmente, as imagens mostram uma técnica corrente em várias partes do território brasileiro, mesmo protegidas pela lei. 

"É comum sim", explica o professor Raoni Rajão, da UFMG. Ele afirma que essa é uma forma de dar início à queimadas em área de pastagens, para direcionar o fogo, propositalmente, para as florestas.

"Assim, aos poucos a floresta se degrada. Em alguns casos, após diversas queimadas,  a floresta densa ganha aspectos de cerrado e os produtores argumentam que já têm direito de desmatar a área", afirma.

Yule ressalta que existem formas corretas de se fazer as chamadas queimas controladas, "com equipamentos, pessoas treinadas, levando vários fatores em consideração, como umidade e direção do vento", mas que a prática foi proibida por decreto presidencial até 15 de novembro.

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