sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Médicos de MG dizem que famílias inteiras morreram por tratamento precoce ​ ​ ​

 

Médicos de MG dizem que famílias inteiras morreram por tratamento precoce

Publicado em 22 janeiro, 2021 12:09 pm
Cloroquina
(foto: Ministério da Saúde/Divulgação)

Do G1:

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Um idoso que, em dois dias, piorou e precisou de oxigênio. Uma família inteira infectada, e só a mãe sobreviveu. Um homem que passou o Natal com os pais, mesmo contaminado, e morreu dias depois. Estas são três histórias de pessoas que foram contaminadas recentemente pelo coronavírus em Belo Horizonte. Elas têm em comum o uso de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento da Covid-19 ou como tentativa de prevenir contra o vírus. O G1 ouviu dois médicos infectologistas que estão atuando desde março na linha de frente do combate à pandemia em BH, e que trouxeram esses relatos.

O médico Guilherme Lima, que atua no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Eduardo de Menezes, referência no atendimento de infectados em Belo Horizonte, contou que atendeu um paciente que, antes mesmo de apresentar sintomas da Covid-19, fazia uso de medicamentos como cloroquina, ivermectina e azitromicina, para o “tratamento precoce” ao vírus. Esse paciente se contaminou e precisou de oxigênio para sobreviver.  “Fui atendê-lo pela primeira vez depois que ele já estava no 5º dia de sintomas. A família fazia uso de medicamentos antes e durante o diagnóstico de coronavírus. No oitavo dia, o paciente foi internado com desidratação e pneumonia, ele precisou de oxigênio e ficou uma semana no hospital. É uma prova de que medicamento não tem eficácia comprovada na prevenção nem no tratamento da doença”, disse Guilherme.

O infectologista relembrou também de um atendimento a toda uma família que estava contaminada pelo coronavírus. Segundo o médico, todos eles usaram cloroquina durante o tratamento. Apenas a mãe sobreviveu. “Só sobrou a mãe, só a matriarca sobreviveu. Não foram um ou dois casos que atendi iguais a estes, foram vários. Eles acreditavam que a medicação os protegiam e muitas pessoas morreram neste contexto, famílias inteiras morrendo”, lamentou o médico.

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