Caos bolsonarista faz brasileiros terem saudades da bonança econômica da era Lula
Lula cresceu em número de seguidores, cresceu em engajamento e cresceram as procuras por ele no Google, enquanto Bolsonaro, presidente do País que usou as redes sociais (com robôs) para se eleger em 2018, está parado
247 - Jair Bolsonaro está estagnado no ranking de popularidade digital medido pela consultoria Quaest e vê o ex-presidente Lula se aproximar de sua posição. A Quaest avalia o desempenho de personalidades políticas brasileiras nas plataformas Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Wikipedia e Google.
Em uma escala de 0 a 100, sendo que 100 representa o máximo de popularidade, Bolsonaro tem 62,3 pontos no ranking, na liderança da lista. Lula, por sua vez, apresentou crescimento nos últimos meses e, agora, tem 55,9 pontos. Com uma diferença de 6,4 pontos, Lula é o principal antagonista de Bolsonaro também no campo digital.
Segundo o pesquisador Felipe Nunes, professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor da Quaest, ouvido pela Folha de S. Paulo, um outro fator além do péssimo desempenho de Bolsonaro no governo pode estar contribuindo para a ascensão de Lula. “O que fez Lula voltar? Objetivamente: ele cresceu em número de seguidores, cresceu em engajamento e cresceram as procuras por ele no Google. O que causou isso? Temas de comparação entre os preços na era Lula e agora”, disse.
Lula cresceu em número de seguidores, cresceu em engajamento e cresceram as procuras por ele no Google, enquanto Bolsonaro, presidente do País que usou as redes sociais (com robôs) para se eleger em 2018, está parado.
O caos bolsonarista na economia e diante da crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus está fazendo os brasileiros terem saudades da bonança econômica da era petista. Lembremos alguns dados dessa época.
Desemprego
O governo de Jair Bolsonaro bate recordes de desemprego. A taxa de desemprego no Brasil no último trimestre de 2020 foi de 14,1%, segundo o IBGE, que divulgou os dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) - o maior desde 2012, início da série histórica da pesquisa.
Lula, quando assumiu o poder, em 2003, encontrou um país com com índice de desemprego em 9,2%, deixado pelos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Ao deixar o governo federal, em 2011, a taxa de desemprego estava em 5,7%, o que foi superado apenas por Dilma Rousseff (PT), sua sucessora, que levou o país a um índice de 4,8% em 2014.
Na era Lula, o nível de desemprego caiu 45% e ainda a mão de obra se qualificou diante do ingresso de mais pessoas nas universidades, realização dos diversos programas sociais para incluir as classes mais baixas nas instituições de ensino superior. Mesmo diante da crise global do sistema financeiro em 2008, Lula conseguiu manter o desemprego em apenas 6,8%, quando grande parte dos países ricos da Europa enfrentam um aumento enorme da desocupação.
Salário mínimo
FHC deixou o governo com o salário mínimo a R$ 200 mensais. Ao deixar o governo, Lula tinha elevado o salário para R$ 510,00, um aumento de 155% em relação ao valor do início de seu mandato, e 53,6% de aumento real, descontando-se a inflação do período. De 2003 a 2010, o poder de compra do salário mínimo passou de 1,38 cesta básica para 2,06 cestas básicas.
Atualmente, com Bolsonaro e o reajuste para R$ 1.100, em vigor desde 1º de janeiro, e levando em consideração o atual preço da cesta básica, de R$ 696,71 (mais da metade do novo salário), o poder de compra dos brasileiros que recebem o mínimo legal é equivalente a 1,58 cesta básica. Isto é, durante os anos do golpe de Estado, enquanto a inflação aumentou, não houve aumento real do salário mínimo.
PIB
Em 2003, Lula pegou um país com um Produto Interno Bruto (PIB) de U$ 508 bilhões. Ele deixou o governo com um PIB de U$ 2,209 trilhões, um crescimento nunca antes visto em tão pouco tempo, segundo o Banco Mundial.
Em 2002, o Brasil ocupava a 13ª posição no ranking global de economias medido pelo PIB em dólar, segundo dados do Banco Mundial e FMI. Chegou a ser o 6º em 2011, desbancando a Grã-Bretanha.
Já durante Bolsonaro, o PIB registrou queda de 4,1% em 2020 na comparação com 2019, segundo o IBGE. O indicador totalizou apenas U$ 1,31 trilhões em 2020. O atual governo assumiu a 9ª maior economia do mundo. Com a queda de 4,1%, o país é atualmente a 12ª economia mundial.
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