domingo, 7 de março de 2021

Pesquisa mostra que povo prefere votar em Lula em 2022

 


Pesquisa mostra que povo prefere votar em Lula em 2022

Números confirmam a urgência do Supremo julgar suspeição de Sérgio Moro e devolver os direitos políticos de Lula, escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia

Ex-presidente Lula
Ex-presidente Lula (Foto: Stuckert)
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Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia

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Ao apontar Lula como o candidato que possui o maior potencial de voto para presidente em 2022, pesquisa coordenada por Marcia Cavallari -- referência profissional do Ibope em todas eleições presidenciais desde 1989 -- oferece uma visão atualizada da política brasileira neste primeiro semestre de 2021.

Dois anos e três meses depois da posse de Bolsonaro, Lula ressurge no mesmo patamar no qual se encontrava em 2018, quando foi afastado definitivamente da eleição presidencial pelo STF,  numa decisão que abriu caminho para a candidatura Jair Bolsonaro. 

É sempre bom recordar. Numa pesquisa de agosto de 2018, três meses depois do 6 a 5 do STF que o retirou da sucessão presidencial, Lula permanecia na liderança, com 39% das intenções de voto, conforme o Data Folha (22/08/2018). Bolsonaro encontrava-se num distante segundo lugar -- 19% --, Marina Silva aparecia em terceiro, com 8%, Geraldo Alckmin em quarto, com 6%, Ciro Gomes em quinto, com 5%. 

Em março de 2021, a pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) mostra um quadro semelhante, ainda que sua finalidade seja apontar o potencial de voto dos candidatos. Por este conceito, a pesquisa não envolve uma única pergunta -- em quem o entrevistado pretende votar.  Os números reunem duas realidades distintas -- o nome em quem o eleitor votaria com certeza e aquele em quem pode votar. 

No levantamento, Lula obteve 50% das preferências, contra 38% para Bolsonaro.  

A força popular de Lula também se confirma em outro aspecto. Entre os 10 concorrentes listados no levantamento, ele é o único capaz de reunir um número maior de eleitores a favor -- 50% --, enquanto sua rejeição fica em 44%, vantagem preciosa quando se recorda que a eleição presidencial é uma disputa em dois turnos.  

Já a rejeição a Bolsonaro é claramente maior que os votos a favor -- 56% contra  38%, dados que descrevem uma posição minoritária juntoa  população. 

Mesmo trabalhando com conceitos diferentes, realizadas em épocas distintas da história política do país e da vida dos candidatos, as pesquisas chegaram a números finais idênticos para os dois concorrentes  principais. 

As novidades surgem no pelotão dos novos rostos, que estavam fora da campanha de 2018. Moro aparece em terceiro lugar (31 a favor, 50 contra), Luciano Hulk é o quarto (28 a favor, 57 contra. Numa lista de candidatos onde Lula também era opção, Fernando Haddad fica em quinto (27 a favor, 52 contra)

Ao confirmar a liderança de Lula, a pesquisa deixa uma interrogação para uma  democracia de 210 milhões de habitantes. 

É preciso saber se em 2022 os brasileiros e brasileiras  terão o direito de votar no candidato de sua escolha, como assegura o artigo 1 da Constituição, que diz que vivemos numa República onde "todo poder emana do povo".  

Ou se, como ocorreu em 2018, a eleição será marcada por um golpe preventivo, sob medida para excluir candidatos que não agradam aos poderosos de plantão.

Mais do que nunca, o Supremo precisa julgar a suspeição de Sérgio Moro e passar a limpo a herança anti democrática deixada pela Lava Jato.

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