Atenção à reportagem da Folha dando a notícia de que Bolsonaro ignora Covid em plano orçamentário de 2022. A falta de detalhamento é contestada no Congresso enquanto TCU já analisa omissões de 2021. O jornal diz que o governo entregou ao Congresso as diretrizes, metas e prioridades para o Orçamento de 2022 sem apresentar um plano ligado à Covid-19 e efeitos no próximo ano ou cálculos sobre o impacto da pandemia nas contas públicas. É a terceira vez seguida desde a chegada da Covid ao país que o governo formula uma peça orçamentária sem previsões de efeitos sobre os números.
Se Lula atrai atenção e tem seu prestígio recuperado na comunidade internacional, Bolsonaro mergulha no isolamento. Além da operação tabajara desenhada pelo Planalto, outro flanco no declinante prestígio do capitão se abre. A imagem trincada do Brasil sofre mais uma lasca por decisão da Anvisa. A agência reguladora de saúde do Brasil rejeitou a Sputnik, a vacina russa contra Covid. A repercussão da notícia ganhou não apenas as páginas dos jornais brasileiros como tem impacto internacional.
A Reuters distribuiu despacho informando que Sputnik V, rejeitada ontem pela Anvisa, vem sendo solicitada por governadores de estados. E lembra que os governantes dos estados "lutam contra a segunda onda mortal do vírus que assola a maior nação da América Latina". O despacho da Reuters foi replicado em mais de 3 mil veículos noticiosos em todo o mundo. A decisão da agência do governo brasileiro ganhou projeção e está em jornais como New York Times e Diário de Notícias. Leia mais em BRASIL NA GRINGA.
O jornal lusitano Público noticia o início do funcionamento da CPI da Covid no Senado: "Começa a anatomia ao desastre brasileiro da pandemia". O correspondente João Ruela Ribeiro escreve que a comissão de inquérito à gestão da crise sanitária pelo governo federal começa com Bolsonaro em desvantagem. "Reveste-se de um caráter histórico e, qualquer que seja o desfecho, dificilmente deixará pedra sobre pedra na política e sociedade brasileiras", aponta. "Ainda na última sexta-feira, Bolsonaro ameaçou chamar o Exército para as ruas nos estados que aplicam medidas de confinamento "para acabar com essa covardia de toque de recolher" e ainda ontem voltou a lançar críticas aos governadores".
O Censo dos EUA também relatou mudanças no mapa político – manchete do Wall Street Journal. O levantamento mostra que o Sul e o Oeste ganham poder político com o crescimento populacional. A tendência de longa data do Sul e do Oeste ganhando população – e a representação parlamentar que vem com isso – às custas do Nordeste e do Meio-Oeste continua, com o Texas ganhando duas cadeiras e Flórida uma, e Nova York e Ohio perdendo uma. A Califórnia, por muito tempo líder em crescimento populacional, perdeu um assento pela primeira vez na história.
Na Inglaterra, uma suposta desastrosa de Boris Johnson virou uma crise política que arranha gravemente a imagem pública do primeiro ministro. O Times traz novas alegações de que Johnson disse que preferia deixar o coronavírus "rasgar" em vez de impor um segundo bloqueio no ano passado. O jornal diz que o primeiro-ministro fez a observação em setembro, argumentando que "não havia evidências" de que os bloqueios funcionavam e "os descreveu como loucos". O governo descreve as novas revelações como "distorções grosseiras de sua posição".
O Guardian informa que fontes conservadoras estão adicionando peso aos relatórios de que o primeiro-ministro disse que preferia ver corpos empilhados do que trancar o país pela terceira vez. Diz que o primeiro-ministro está "enfrentando a fúria" dos enlutados. O Daily Mirror traz uma imagem emocionante do muro do memorial Covid-19 do lado de fora do Hospital St Thomas em Londres. "Não são apenas corpos, Boris... Nós os amávamos" é a manchete. O jornal diz que famílias enlutadas classificaram o primeiro-ministro de "insensível" pelo suposto comentário, que Boris nega ter dito.
Financial Times publica relatório especial sobre o Chile, apontando o país como destino de investimentos para estrangeiros. "Uma nova constituição se aproxima e a economia está pronta para uma recuperação pós-pandemia". Mais: como o norte do Chile está se tornando uma potência renovável; perspectivas de uma recuperação liderada pelo cobre; e o apoio cresce para Mapuche marginalizados.
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