Sputnik V: Russos acusam Anvisa de atuação política ao não aprovar vacina
Russos acreditam que decisão da Anvisa de rejeitar importação da Sputnik V foi política
Nas redes sociais, eles lembraram o relatório dos EUA, mostrando que país queria convencer o Brasil e rejeitar a vacina
Anvisa considera que faltam provas da segurança e eficácia da Sputnik V
Para os russos, a decisão do Brasil e não autorizar o uso da vacina Sputnik V, contra a covid-19, foi de natureza política. A declaração foi feita nas redes sociais, no perfil oficial da vacina.
“Os atrasos da Anvisa na aprovação do Sputnik V são, infelizmente, de natureza política e não têm nada a ver com acesso à informação ou ciência. O Departamento de Saúde dos Estados Unidos, em seu relatório anual de 2020 há vários meses declarou publicamente que o adido de saúde dos Estados Unidos ‘persuadiu o Brasil a rejeitar a vacina russa COVID-19’".
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O perfil ainda incentivou a judicialização da questão, levando a decisão para o Supremo Tribunal Federal.
Entenda a decisão da Anvisa
Na última segunda-feira (26), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária negou a importação da vacina russa Sputnik V. Os membros da Anvisa alegam que faltam dados técnicos para verificar se o imunizante é seguro e eficaz.
“Jamais permitiremos, sem que existam as devidas provas necessárias, que milhões de brasileiros sejam expostos a produtos sem a devida comprovação de sua qualidade, segurança e eficácia ou, no minimo, em face da grave situação que atravessamos, uma relação favorável risco-beneficio”, disse o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
A decisão foi unânime entre os cinco diretores da Anvisa que estavam envolvidos na decisão. Atualmente, a Sputnik V é usada na Argentina, no México, na Venezuela, na Palestina e na própria Rússia.
Segundo a revista científica “The Lancet”, a vacina russa tem eficácia de 91,6%. No entanto, os técnicos da Anvisa explicam que a agência reguladora precisa de mais requisitos para aprovar o imunizante.
“Uma avaliação sanitária é diferente da que é feita por uma revista científica. Uma revista científica não tem por objetivo recomendar ou não o uso de uma vacina, nem tem o compromisso de verificar boas práticas clínicas ou tem como pressuposto o acesso a todos os dados brutos e laudos”, explicou Gustavo Mendes, técnico da Anvisa.
Com a escassez de doses das vacinas contra a covid-19 no Brasil, governadores já haviam assinado contratos para a importação da vacina, como é o caso de Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão.
Interferência dos Estados Unidos
Nas redes sociais, o perfil da Sputnik fez menção a uma pressão por parte dos Estados Unidos para que o Brasil não aceitasse a vacina do Instituto Gamaleya.
Em janeiro, foi revelado um relatório anual do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo norte-americano. No texto de 72 páginas, o texto mostra que o então presidente Donald Trump trabalhou para convencer o Brasil a rejeitar a Sputnik V. A conta da vacina russa já havia exposto o fato, em março de 2021.
A Sputnik V ainda não foi aprovada nos Estados Unidos e tampouco pela agência europeia de medicamentos.
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