O general disse que não mandou recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o Palácio do Planalto tenta colocar panos quentes, mas a oposição — PT à frente — partiu para cima e quer convocá-lo a se explicar no Congresso. A crise acontece às vésperas da nova rodada de protestos, previstas para acontecer neste sábado, 24, tema ignorado solenemente pelos jornalões.
Nas revistas semanais, os temas são variados, com a Focus Brasil, editada pela Perseu Abramo, dando destaque na capa aos protestos que ocorrem neste sábado: Dia de Luta. "Na melhor tradição democrática, o povo brasileiro toma novamente as ruas para protestar contra o desemprego, a fome, a carestia e o golpe contra a democracia", resume. A revista traz entrevista com João Paulo Rodrigues, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), que fala da conjuntura política e defende o afastamento imediato de Bolsonaro.
Carta Capital aborda a crise ambiental e o impacto sobre a economia brasileira: Capitais em fuga, diz a manchete de capa. "A devastação da Amazônia, o descaso com a pandemia e as trapalhadas de Bolsonaro e Guedes afugentam os investidores estrangeiros", sintetiza. Já a revista IstoÉ coloca sob o foco principal o envolvimento direto de Eduardo Pazzuello no escândalo de corrupção no Ministério da Saúde: Um general encalacrado demais. . E questiona: "Eduardo Pazuello continuará blindado pelo presidente e não será punido pelas ações criminosas no Ministério da Saúde apenas por ser militar?"
Por fim, a revista Veja, trata do envolvimento direto do governo Bolsonaro com a Igreja Universal, enrrascada por mutretas em Angola: O poder da fé. "A defesa dos interesses da Igreja Universal em Angola — uma clara violação à Constituição brasileira — é o exemplo de como o governo Bolsonaro aposta de forma eleitoreira na mistura de política com religião", diz o texto na capa.
Brasil de Fato noticia que o ministro da Defesa, General Braga Netto, foi responsável pela assinatura de um contrato de mais de R$ 40 milhões investigado em processo administrativo no governo. O acordo, firmado sem licitação com a empresa estadunidense CTU Security, foi fechado em 2018, pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio, comandado pelo militar. O contrato previa a entrega de 9.360 coletes à prova de bala para a Polícia Civil do Rio. O custo médio seria de R$ 4,3 mil. No primeiro mês do governo Bolsonaro, o Executivo chegou a pagar quase R$ 36 milhões à empresa. Três meses depois, o pagamento foi cancelado e o contrato, suspenso.
Ainda sobre militares, a Folha traz denúncia grave sobre declarações de um tenente do Exército, coordenador da Funai, que recomendou 'meter fogo' em índios isolados no AM. Declaração ocorreu durante reunião em aldeia no Vale do Javari. O tenente Henry Charlles Lima da Silva encorajou líderes do povo marubo a disparar contra indígenas isolados caso sejam "importunados" por eles. "Eu vou entrar em contato com o pessoal da Frente [de Proteção Etnoambiental] e pressionar: 'Vocês têm de cuidar dos índios isolados, porque senão eu vou, junto com os marubos, meter fogo nos isolados'", disse Henry, durante reunião na aldeia Vida Nova, em 23 de junho.
BRASIL NA GRINGA
O espanhol El País noticia que militares brasileiros se somam à investida de Bolsonaro contra o voto eletrônico. "O ministro da Defesa brasileiro, general Walter Braga Netto, enviou mensagem ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, ameaçando a realização das próximas eleições", diz o jornal, citando a reportagem do Estadão. "O ministro disse que notificasse a quem pudesse interessar que não haveria eleições em 2022 se o voto impresso e auditável não fosse implementado".
A edição impressa desta sexta-feira do diário britânico destaca o aumento da miséria no Brasil. A vida na favela já era desesperadora. Veio o vírus. "Muitos culpam o fracasso do presidente Jair Bolsonaro em lidar com a pandemia e fornecer apoio adequado para os necessitados", escreve o Tom Phillips. Ele mostra como a vida é dura para quem vive na rua da Regeneração, na zona norte do Rio de Janeiro: "Viciados em crack cadavéricos sondam lixeiras em busca de restos de comida, caídos e esparramados em colchões e tapetes sujos".
Na Economist, reportagem na edição que começa a circular neste final de semana aborda a fuga de cérebros do Brasil. "Instabilidade política e escassez de fundos estão empurrando cientistas para o exterior", diz o enunciado. "A emigração brasileira para os países da OCDE vem aumentando há anos, mas disparou principalmente em 2017, crescendo 24% em relação ao ano anterior", destaca. "Quase 30% de todos os brasileiros que vivem em países da OCDE têm formação universitária. Nos últimos dois anos, os pedidos de trabalhadores brasileiros qualificados para vistos permanentes nos Estados Unidos, principal destino dos que saem do Brasil, aumentaram 30%, atingindo o nível mais alto em pelo menos dez anos".
INTERNACIONAL
Sob o título "Let Cuba Live", mais de 400 ex-presidentes e líderes políticos, intelectuais, clérigos, artistas e ativistas de todo o mundo escreveram uma carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigindo que levante imediatamente o bloqueio à ilha por seis décadas. A carta foi publicada na edição de sexta-feira no New York Times e é uma iniciativa do Martin Luther King Memorial Center e das organizações The People's Forum e Codepink.
"Parece inconcebível, especialmente durante uma pandemia, bloquear intencionalmente remessas e o uso de instituições financeiras globais para Cuba, visto que o acesso a dólares é necessário para a importação de alimentos e medicamentos", diz a carta assinada pelos ex-presidentes do Brasil Lula da Silva, e do Equador Rafael Correa; os intelectuais Noam Chomsky, Frei Betto, Chico Buarque e Atilio Borón; o cientista Oliver Stone e os atores Danny Glover, Jane Fonda e Susan Sarandon, entre outros.
A revista britânica The Economist coloca na capa o aquecimento global, apontando que, com aumento de 3ºC nas temperaturas do mundo, não existe mais lugar seguro. "Os extremos de enchentes e incêndios não estão indo embora, mas a adaptação pode diminuir seu impacto", destaca. "A coisa mais terrível sobre as cenas espetaculares de destruição que aconteceram em todo o mundo nas últimas semanas é que não há nenhum lugar seguro para observá-las".
Global Times destaca que a China rejeita o estudo de origem do Covid-19 de fase 2 da OMS, chamando-o de 'falta de respeito pelo bom senso, arrogante em relação à ciência'. Já são quase 8 milhões o número de petições chinesas junto à OMS para sondar o laboratório de Fort Detrick sobre as origens da doença. "Ao invocar a proposta de estudo da segunda fase da OMS sobre as origens do Covid-19 sem respeito ao bom senso e arrogantes à ciência, autoridades de saúde chinesas e observadores disseram na quinta-feira que a China não aceitará tal plano e o próximo estágio do estudo deveria ser realizado em mais países e lugares do mundo, com base em amplas consultas entre os Estados membros, e não em lugares já inspecionados", diz o GT.
Washington Post aponta que o esforço de Biden para trazer grande parte da enorme força de trabalho federal de volta ao escritório neste outono enfrenta risco, enquanto o governo estava firmando planos detalhados para superar a pandemia do coronavírus. A variante delta é mais contagiosa e está enviando dezenas de milhares de pessoas não vacinadas a hospitais por todo o país. Isso deixa a Casa Branca apreensiva. Sindicatos que representam funcionários federais estão expressando preocupações com a segurança de seus membros por meio de negociações coletivas.
El País (Brasil): Guerra política na igreja: a perseguição ao padre Focus Brasil: Dia de Luta. Na melhor tradição democrática, o povo brasileiro toma novamente as ruas para protestar contra o desemprego, a fome, a carestia e o golpe contra a democracia
Carta Capital: Capitais em fuga. A devastação da Amazônia, o descaso com a pandemia e as trapalhadas de Bolsonaro e Guedes afugentam os investidores estrangeiros
IstoÉ: Um general encalacrado demais. Eduardo Pazuello continuará blindado pelo presidente e não será punido pelas ações criminosas no Ministério da Saúde apenas por ser militar?
Veja: O poder da fé. A defesa dos interesses da Igreja Universal em Angola — uma clara violação à Constituição brasileira — é o exemplo de como o governo Bolsonaro aposta de forma eleitoreira na mistura de política com religião
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