A ACELERAÇÃO DA ABERTURA DA ECONOMIA E O USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARAS

 

A ACELERAÇÃO DA ABERTURA DA ECONOMIA E O USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARAS Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, na Alemanha e no Canadá comprovam a alta eficácia do uso compulsório do acessório na redução do número de mortes pela Covid-19

O uso de máscaras, dizem alguns especialistas locais, impediu até o momento que a variante Delta do coronavírus se expandisse no Brasil tão rápido quanto em vários outros países, mas receia-se que a abertura crescente da economia, na toada da postura do governo federal e das pressões do comércio, deságue na liberação do uso do dispositivo de proteção. Os resultados eloquentes de algumas pesquisas podem servir de argumento para não só manter, como ampliar o uso obrigatório do acessório no País. O surgimento incessante de novas variantes é mais um argumento em favor do uso compulsório do dispositivo, em paralelo ao aumento da vacinação. Um  estudo realizado por Niels-Jakob Hansen e Rui C. Mano e publicado pelo Centre for Economic Policy Research sobre o efeito das políticas de uso máscara obrigatório concluiu que se os EUA tivessem, em abril do ano passado, exigido que funcionários de empresas públicas usassem máscaras, poderia ter havido quase 40% menos mortes no início de junho. “As políticas de contenção tiveram um grande impacto no número de casos e mortes por Covid-19, diretamente ao reduzir as taxas de transmissão e indiretamente ao restringir o comportamento das pessoas, e são responsáveis por cerca de metade da mudança observada nas taxas de crescimento de casos e mortes”, sublinham os autores. Também no Canadá os pesquisadores Alexander Karaivanov, Shih En Lu e  Hitoshi Shigeoka encontraram resultados positivos. O trabalho do grupo abrangeu 34 distritos de saúde de Ontário. O uso obrigatório de máscara, concluíram, está associado a uma redução semanal de 25% ou mais em novos casos de Covid-19 em julho e agosto do ano passado, em relação às áreas em que a utilização do acessório não era obrigatória. “Além disso, a exigência obrigatória de máscaras em ambientes fechados em todo o país no início de julho poderia ter reduzido os novos casos da doença no Canadá em 25% a 40% em meados de agosto, o que significa entre 700 e 1.100 casos a menos por semana”, chamam atenção os autores do estudo. Timo Mitze, Reinhold Kosfeld,  Johannes Rode e Klaus Wälde estudaram a eficácia das máscaras faciais com base em dados regionais públicos sobre infecções relatadas de síndrome respiratória aguda grave por coronavírus na Alemanha. Como as máscaras se tornaram obrigatórias em diferentes momentos nas regiões alemãs, esses pesquisadores puderam comparar o aumento de infecções em regiões com uso obrigatório de máscaras e regiões sem essa obrigatoriedade. “Pesando várias estimativas, concluímos que 20 dias depois do uso compulsório de máscaras faciais, o número de novas infecções diminuiu em cerca de 45%. Como os custos econômicos são próximos de zero em comparação com outras medidas de saúde pública, as máscaras parecem ser um meio custo-efetivo de combater o Covid-19.” Os autores dos trabalhos mencionados acima são conceituados pesquisadores de universidades e institutos europeus, estadunidenses e canadenses. Fonte: Carta Capital