sábado, 4 de setembro de 2021

Carta Capital

 

Amigo leitor,

As manifestações do 7 de Setembro em favor de Jair Bolsonaro definirão o futuro do governo ou o que restará dele.

Se os atos forem um fracasso absoluto, o presidente e as ameaças de golpe perderão força e caminharão para o fim.

Mas se, pelo contrário, houver um número grande de seguidores do ex-capitão nas ruas, o bolsonarismo ganha um suspiro para persistir nas intimidações.

Seja lá qual for o resultado, o fato é que Bolsonaro, ao convocar os fanáticos para as mobilizações, partiu para o tudo ou nada, numa típica atitude de quem está acuado e com baixíssima perspectiva eleitoral.

 


 

Tudo ou nada

Bolsonaro aposta alto no 7 de Setembro porque lhe resta pouca alternativa

 FOTO: EVARISTO SA / AFP

7 de Setembro pode decretar o fim do governo Bolsonaro, caso as manifestações a seu favor fracassem.

Não é por outro motivo que o presidente, mais uma vez, elevou o tom e disse que ‘pode sair das quatro linhas da Constituição’ na data.

"Se alguém quiser jogar fora dessas quatro linhas, nós mostraremos que poderemos fazer também”, ameaçou.

Bolsonaro também voltou a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal. “Eu duvido que aqueles um ou dois [Barroso e Moraes] que ousam nos desafiar, desafiar a Constituição, desrespeitam o povo brasileiro, [não] saberão voltar para o seu lugar”, vociferou. “Eles têm que entender o seu lugar. Nas ruas, será o ultimato para essas duas pessoas”, acrescentou ao participar de evento na Bahia.

O risco de prisão do vereador Carlos Bolsonaro no inquérito das Fake News, as quedas nas pesquisas e as detenções de aliados colaboram para que o cerco se feche contra o presidente.

Nesta semana, Bolsonaro admitiu que vê três opções para o seu futuro: “estar preso, ser morto ou a vitória”.

Um êxito na eleição de 2022 parece cada vez mais distante. Pesquisa da Quaest Consultoria revelou que o ex-presidente Lula ampliou a vantagem e aumentou a chance de vencer no primeiro turno.

Por outro lado, de acordo com o PoderData, a aprovação do governo caiu a 27%. A reprovação chegou aos 63%. 

Para piorar o cenário para o chefe do Poder Executivo, vieram à tona revelações, feitas por um ex-funcionário da família Bolsonaro, que envolvem, além das já conhecidas rachadinhas, traiçõesgolpescompra de mansão e outros possíveis crimes do clã.

Por fim, às vésperas das manifestações que podem significar o último suspiro do presidente, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a detenção de bolsonaristas envolvidos na organização dos atos.

A pouco mais de um ano da eleição, o ex-ministro da Justiça Raul Jungmann sintetizou o atual momento: "O governo Bolsonaro acabou, mas não terminou ainda".

Cada vez mais, parece ser questão de tempo.

 

 Contraponto

A oposição, apesar de dividida sobre ir às ruas ou não, também fará as suas manifestações. Em São Paulo, a Justiça autorizou a realização de atos contra Bolsonaro.

Para o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, recuar por causa das manifestações bolsonaristas no mesmo dia seria “uma demonstração de fraqueza e de pouco compromisso com a luta por um Brasil mais justo”.

“As nossas mobilizações já estavam agendadas, convocadas pela Campanha Fora, Bolsonaro. O 7 de Setembro, a bandeira do Brasil e a camisa da seleção não são patrimônios do bolsonarismo. Temos de disputar esses símbolos e isso se faz também por meio das mobilizações de rua”, disse em entrevista ao canal de CartaCapital no Youtube.

Mas não é só com protestos que a oposição ao atual governo deve se preocupar. Como revelou reportagem de CartaCapital nesta semana, o jogo das eleições deve ser pesado contra quem é o favorito para 2022.

 
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