quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Agência Pública. O que significa ter nossas reportagens no relatório final da CPI da pandemia

 


O relatório final da CPI da pandemia, aprovado ontem pelos senadores membros da comissão, menciona seis reportagens da Pública para exemplificar ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro. Na newsletter de hoje, convidamos nossa diretora de comunicação, Marina Dias, para explicar por que contribuir com esse documento histórico tem tudo a ver com a missão da Pública. 

Que balanço você faz da CPI da pandemia? Mande seu comentário para as Cartas dos Aliados respondendo este email. 

Ah, e aproveito para te contar que estarei de férias nas próximas duas semanas, mas não se preocupe: você vai continuar recebendo a newsletter dos Aliados com os bastidores das últimas reportagens da Pública. Te vejo na newsletter do dia 17 de novembro, até lá! 

Abraços, 

Giulia Afiune
Editora de Audiências da Pública
O que significa ter nossas reportagens no relatório final da CPI da pandemia
por Marina Dias
 
Desde maio de 2019, quando o Programa de Aliados da Pública foi criado, toda terça-feira, no fim do dia, eu paro por alguns minutos para escrever aquelas notas que você encontra logo abaixo deste texto, na seção “Rolou na Pública”. É ali que te contamos quais veículos republicaram nossas reportagens, onde elas foram mencionadas e que impactos elas tiveram. 

Para muitos, essas referências podem parecer corriqueiras, triviais, mas cada uma delas é fundamental. Na semana passada, enquanto escrevia a nota dizendo que reportagens da Pública foram mencionadas várias vezes no relatório final da CPI da pandemia, fiquei pensando em como explicar o peso que isso tem para a nossa missão. 

Um de nossos objetivos é a qualificação do debate público. Queremos que as injustiças que a Pública revela sejam conhecidas por muita gente e discutidas na mesa do bar, em grupos de WhatsApp, por organizações da sociedade civil e por pessoas comuns. 

É também por isso que distribuímos nossas reportagens gratuitamente para quem quiser publicar. Além de fazer parcerias com diversos veículos para que eles republiquem nosso conteúdo, nós monitoramos onde nossas matérias são publicadas e também as menções ao nosso trabalho em veículos de comunicação, blogs, artigos acadêmicos, etc. Isso nos ajuda a saber se estamos, de fato, contribuindo para enriquecer o debate público.

Todos os dias, nossa ferramenta de monitoramento vasculha a internet procurando publicações que tenham alguma menção à Pública ou um link para nosso site. Esses resultados são analisados e classificados por nossa equipe para depois virarem relatórios, o "Rolou na Pública" e posts nas redes sociais. Analisar essas menções é um trabalho minucioso, pois elas são sutis. É diferente de quando uma ação é tomada a partir de uma de nossas reportagens, como, por exemplo, quando o MEC passou a investigar a rede educacional Laureate após revelarmos que o grupo usava robôs para corrigir atividades sem que alunos soubessem. A relevância de uma menção não depende só da reportagem em si, mas também dos personagens que ela envolve e do clima político antes, durante e depois da publicação.

Há reportagens que imediatamente começam a ser referenciadas em matérias de outros sites e colunas de opinião, como foi o caso da reportagem que mostrou a diferença entre pessoas negras e brancas mortas por Covid-19. Outras continuam a ser mencionadas anos depois da publicação, como este levantamento de 2019 que revelou que pessoas negras são mais condenadas por tráfico e com menos drogas na cidade de São Paulo. 

Existem ainda reportagens que só passam a ser comentadas tempos depois de publicadas. Neste ano, quando o senador Major Olímpio faleceu por conta de complicações da Covid-19, uma reportagem que publicamos em setembro de 2019 sobre seu suplente – e que não foi muito republicada ou comentada na época – teve um pico de acessos no nosso site e baseou diversas notícias sobre quem seria o novo senador. 

Uma simples menção a uma reportagem da Pública significa que o que descobrimos é útil para fundamentar o trabalho de pesquisadores, de organizações da sociedade civil, de outros jornalistas, de políticos e de tomadores de decisão. É sinal de que estamos fazendo um trabalho relevante para a sociedade e, de fato, contribuindo para qualificar o debate público e fortalecer a democracia. 

Então, da próxima vez que você ler o "Rolou na Pública" ou quando se deparar com alguma referência ao nosso trabalho, saiba que você apoia uma organização que muda o rumo das conversas – e que seu apoio também nos ajuda a chegar ao centro das discussões!
Marina Dias é Diretora de Comunicação da Agência Pública

Rolou na Pública
 

Frente parlamentar se mobiliza por professora indígena. Depois de nossa reportagem que contou a história de Márcia Mura, professora removida de escola em Rondônia sob o argumento de que ela "insistia na temática indígena", a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas na Câmara dos Deputados se manifestou, cobrando providências contra a perseguição da professora. Em nota, a Frente Parlamentar anunciou que "oficiará o governo de Rondônia, o Ministério Público Federal e demais órgãos competentes para que a Lei seja cumprida e a professora Márcia Mura e demais professores, no exercício do magistério e do cumprimento da legislação nacional, tenham seu direito de livre docência respeitados".

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