domingo, 13 de março de 2022

Informativo Semanal 956 do Prof. Ernesto Germano Pares

 


 

 

 


Não fui eu, não!

Quem não lembra de alguma cena de criança que, depois de alguma arte, diz para a mãe que não foi ela? Pois o insano que nos governa tem a mesma mania. Ou seja, nunca foi ele o responsável, mesmos sendo presidente.

Em agosto de 2021, falando sobre a alta do preço do gás de cozinha e da gasolina, ele jogou a culpa nos governadores dos estados e isto foi estampado em praticamente todos os jornais. Agora ele repete o mesmo argumento, mas com outro motivo.

Os últimos dados apresentados pelo IBGE mostram a queda na taxa de desemprego, mas ainda continua alta. São 12,4 milhões de pessoas sem trabalho nesse momento.

Mas o ex-capitão, que nunca assume a culpa de nada, disse que a alta taxa de desemprego é culpa dos governadores e prefeitos.

Essa afirmação foi feita ao conversar no famoso cercadinho em Brasília para seus apoiadores.

“Os empregos formais voltaram à normalidade. Está faltando os informais agora. Quem tirou serviço informal do povo não fui eu, mas foram os governadores e prefeitos. Eu não mandei fechar nada”, disse.

As mulheres no Brasil atual. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, aumentou a proporção de mulheres que são chefes de domicílio no Brasil. Em 2019, elas eram 47% e no último trimestre de 2021 as chefes de domicílio representaram 49% do total. Ou seja, cada vez mais as famílias brasileiras dependem mais da mulher, não só como “dona de casa”, mas como suporte econômico.

No entanto, não recebem o respeito merecido em nossa sociedade. Mesmo sendo maioria - 52% da população brasileira é formada por mulheres -, e em geral estudem mais, elas têm menos oportunidades no mercado de trabalho, não progridem nas carreiras como os homens; em épocas de crise são as primeiras a serem demitidas e as últimas a serem recontratadas, com salários mais baixos; e sofrem com o machismo, com assédios morais e sexuais.

E em governos de direita, mais preocupados com cortes de gastos do que com o bem-estar da população, como é o caso do governo do demente, as mulheres sofrem também com a falta de políticas públicas mais assertivas que as contemplem para que possam exercer suas atividades profissionais. Exemplos dessas políticas são o aumento no número de creches e maior estabilidade no emprego após a volta da licença maternidade.

Falta de oportunidade. Dados atualizados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (PNDA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o 4º trimestre de 2021, mostra que mulheres com 14 anos ou mais de idade representam apenas 43,8% do total de pessoas na força de trabalho e 41,6% entre o total de ocupados e ocupadas.

Por outro lado, entre as pessoas desocupadas as mulheres representam 52,2% e entre as pessoas fora da força de trabalho são 64,2%.

De acordo com um levantamento do Dieese, a situação só piorou nos últimos sete anos. A recessão, em 2015 e 2016, seguida de baixo crescimento nos três anos seguintes, restabeleceu e aprofundou características como alta taxa de desemprego, crescente informalidade, desigualdade de oportunidades e aumento do número de pessoas subutilizadas da força de trabalho, diz o estudo sobre mercado de trabalho feminino feito pela coordenadora do Dieese Nacional Patrícia Pelatiere e pela técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional Adriana Marcolino.

“Mesmo em ciclos de crescimento econômico a desigualdade entre mulheres e homens se mantém estável porque ela é estrutural”, explica a técnica.

Além da falta de políticas públicas para o mercado de trabalho, as reformas neoliberais: a trabalhista (2017, no governo do ilegítimo Temer, do MDB) e a previdenciária (2019, do insano) ampliaram a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. A primeira retirou, flexibilizou e/ou desregulamentou direitos trabalhistas, criou um ambiente desfavorável à negociação coletiva, procurou desarticular a estrutura sindical, reduziu o acesso à Justiça do Trabalho, entre outros pontos. Já a segunda dificultou o acesso aos benefícios previdenciários e reduziu o valor do benefício.

A mulher e a precarização no Brasil. Boletim divulgado pelo Dieese sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho brasileiro, com dados da Pnad Contínua-IBGE, mostra que o cenário piorou em dois anos.

O estudo apresenta a situação das mulheres em idade ativa, ou seja, de 14 anos ou mais. Compara o terceiro trimestre de 2021 com o mesmo período de 2019, pré-pandemia. Também há comparações entre mulheres negras e não negras, e também com os homens. O resultado é uma clara demonstração da retração da economia no período.

Dados – Em 2019, 47,5 milhões de mulheres estavam no mercado de trabalho, número que caiu para 46,4 milhões em 2021. Para Patrícia Pelatieri, diretora do Dieese, os números merecem atenção. “A diferença de mais de um milhão, em dois anos, é preocupante. Fora que muitas perdem o emprego e desistem de procurar, pois não têm perspectiva”, conta a economista.

Do total no mercado de trabalho, 39 milhões estão ocupadas. Destas, 51,6% são negras. Entre as 7,4 milhões de desocupadas, 63,5% são negras. “Isso é mais uma amostra da desigualdade racial que existe no Brasil”, ressalta Patrícia.

Outro dado que comprova a desigualdade racial é o valor do salário. Por hora, a brasileira recebe, em média, R$ 13,89. Entre as mulheres negras, este valor cai para R$ 10,83. Não negras têm um rendimento médio de R$ 17,13 a cada hora trabalhada.

O rendimento mensal das mulheres caiu no período, de R$ 2.139,00 para R$ 2.078,00. Dez categorias profissionais foram pesquisadas e apenas as que atuam na Segurança Pública tiveram aumento na renda. Em 2019, a categoria recebia R$ 35,57 por hora. Dois anos depois o valor subiu pra R$ 37,71.

A pesquisa faz comparações entre homens e mulheres. E fica claro o abismo entre os sexos no mercado de trabalho. São 53,9 milhões de homens ocupados, contra 39 milhões de mulheres. Em média, eles recebem R$ 15,25 por hora, ante R$ 13,89 do sexo feminino. Outro destaque negativo é a comparação dos homens não negros, que recebem R$ 19,73 por hora, quase o dobro da mulher negra, que tem um rendimento médio de R$ 10,83.

Produção industrial continua caindo. Para desespero do ministro “posto Ipiranga”, a economia continua parada no país. A produção industrial no primeiro mês do ano está abaixo do patamar anterior à pandemia

Também fica quase 20% abaixo do nível recorde, registrado em 2011. No pior janeiro em quatro anos, IBGE apurou queda nas montadoras e no setor de máquinas, entre outros

A produção industrial caiu 2,4% no primeiro mês do ano, em relação a dezembro, informou nesta quarta-feira (9) o IBGE. Na comparação com janeiro de 2021, a queda é de 7,2%. Foi o pior resultado para o mês em quatro anos. Em 12 meses, a atividade acumula alta de 3,1%.

A retração de dezembro para janeiro atingiu as quatro categorias pesquisadas e 20 dos 26 ramos. O IBGE destaca as quedas nas atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%), indústrias extrativas (-5,2%), bebidas (-4,5%), metalurgia (-2,8%) e de máquinas e equipamentos (-2,3%), entre outras. Entre as altas, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,5%) e produtos alimentícios (1,4%).

Cesta básica sobe em todas as capitais pesquisadas. Feijão, café e óleo de soja puxaram alta de preços.

O custo da cesta básica de alimentos aumentou em fevereiro nas 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Dieese, as maiores altas foram em Porto Alegre (3,4%), Campo Grande (2,78%), Goiânia (2,59%) e Curitiba (2,57%).

Em 12 meses, comparando fevereiro com o mesmo mês de 2021, as maiores altas ocorreram em Campo Grande (23%), Natal (19,9%) e Recife (16,9%).

A cesta mais cara é a de São Paulo, que custa R$ 715,65, seguida pelas de Florianópolis (R$ 707,56), do Rio de Janeiro (R$ 697,37) e de Porto Alegre (R$ 695,91). Apesar de ter o maior custo do conjunto de itens básicos, a cesta do paulistano foi a que teve o menor aumento em fevereiro (0,25%). Em Florianópolis, houve alta de 1,72% e de 0,66% no Rio de Janeiro em fevereiro.

Entre os itens que puxaram as altas em fevereiro está o feijão, cujo preço subiu em todas as capitais. Em Belo Horizonte, o feijão carioquinha chegou a subir 10,14%. O feijão preto teve elevação de 7,25% no Rio de Janeiro.

Brasileiros acham que vai piorar. A nova rodada da pesquisa Ipespe, divulgada na sexta (11) e realizada antes de a Petrobras anunciar um dos maiores reajustes da história nos preços dos combustíveis, revela que 72% da população acredita que os preços dos produtos e serviços vão continuar subindo nos próximos meses.

Do total de entrevistados que acreditam na alta dos preços, 27% apostam que vai aumentar muito e 45% que vai aumentar.

A pesquisa mostra ainda o desânimo dos brasileiros com a política econômica do ex-capitão e seu ministro da Economia que só tem gerado desemprego, trabalho informal e inflação alta. Desde 2019, não fizeram nenhum grande investimento para aquecer a economia. Só fizeram propostas para tirar direitos dos trabalhadores.

Outra proposta da dupla é a de privatização de estatais, que piora a prestação dos serviços e contribui com o aumento ainda maior dos preços, como é o caso da privatização da Refinaria Landulfo Alves (Rlam), na Bahia. A compradora, a Acelen, do grupo árabe Mubadala, vem praticando reajustes maiores do que os da Petrobras desde o ano passado, quando assumiu a unidade.

Biden quer negociar com a Venezuela? Desde 2019, depois da reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, Washington fechou sua embaixada em Caracas e declarou reconhecer como “presidente de fato” uma farsa chamada Juan Guaidó. Mas as disputas entre EUA e Venezuela já vinham de antes, das tentativas de sabotagem contra o governo de Hugo Chávez e os ataques à empresa de petróleo venezuelana (PDVSA).

Agora, com a crise criada pela disputa entre Rússia e Ucrânia, Washington vê com preocupação a questão do petróleo e sabe que na Venezuela, mais precisamente na Bacia do Orinoco, está a maior jazida do planeta!

Resultado: Biden está pensando em suspender as sanções contra a Venezuela e até enviou uma “comissão de alto nível” para um encontro com Maduro!

Diplomática e corretamente, Maduro aceitou a conversa e comunicou ao seu Alto Comando Político e Militar. O anúncio foi feito ontem (segunda-feira, 07) e que o primeiro encontro teria acontecido no sábado passado (05). “Fui acompanhado na reunião por Jorge Rodríguez (presidente da Assembleia Nacional) e Cilia Flores (deputada). à Venezuela e ao mundo", disse ele.

Pensando aqui com os nossos “botões” fica a dúvida: qual a verdadeira intenção de Biden a tomar esta iniciativa?

E a primeira resposta que nos ocorre é que a Casa Branca está agora fazendo um cerco sobre os aliados da Rússia em Nossa América. Vai investir pesado para tentar romper os acordos comerciais já existentes.

Mas, pelo que sabemos e lemos em informes internacionais, tem muito mais interesses em jogo. Na semana passada lemos matéria falando da crise energética existente nos EUA e que os lobistas estadunidenses da área estão pressionando. Na opinião desses lobistas, para sair do atoleiro energético, Washington precisa recuperar os laços com a Venezuela.

Qual o problema político para Biden? Para isso, Washington tem que suspender as medidas unilaterais contra a Venezuela, criar um melhor fluxo de caixa para a estatal petrolífera PDVSA e defender o desbloqueio dos bens venezuelanos congelados no exterior. Mas, se fizer isso, vai melhorar muito a situação econômica da Venezuela e beneficiar Nicolás Maduro como chefe do Executivo venezuelano.

A crise entre a Rússia e a Ucrânia, alimentada por muitos meses pelos EUA e pela Europa, está mostrando uma nova forma de “guerra”: boicotes, sanções e movimentação política de bastidores!

Se o cenário está difícil de entender na Europa não é muito complicado na América Latina. Todos concordam que os países de nossa região não podem ficar de fora dessa nova divisão mundial criada pelo chamado “mundo ocidental”.

Tempo ruim para Biden? Em nosso Informativo Semanal temos noticiado a situação de crise interna nos EUA. Problemas com a economia, um exército de desempregados, a maior população de moradores de rua no planeta, dificuldades a cada ano para fechar a balança de pagamentos, etc. Ou seja, Washington incentivou uma guerra sabendo que não tinha cacife para isso. Apenas para retroalimentar o complexo industrial militar do país.

Em meio a essas reflexões, vemos em um site da TeleSur que Maduro não perdeu tempo. Em matéria publicada ele diz claramente que o conflito se agravou como resultado de décadas de descumprimento de acordos por parte dos EUA, bem como ameaças contra a segurança da Rússia, “aqueles que prepararam a expansão da OTAN são os maiores responsáveis por este conflito”, disse ele.

“Avaliando as informações de inteligência que temos sobre o mundo, da Venezuela expressamos que estamos preocupados com a possibilidade de uma guerra na Europa e uma extensão desse confronto armado em várias partes do mundo”, disse o chefe de Estado.

Além disso, Maduro denunciou a campanha midiática de ódio contra a Rússia e as medidas econômicas de que o país eurasiano é vítima, “já há impactos brutais nos preços da energia, gás, petróleo, preços dos alimentos e fertilizantes, bem como um aumento na o preço do transporte marítimo e do frete”, destacou.

Claro que tudo isto terá desdobramentos e estaremos acompanhando.

A resposta da Venezuela. Os EUA devem colocar na mesa uma proposta “muito ambiciosa” para que o governo da Venezuela concorde em estabelecer acordos sobre energia, após os danos que as administrações daquele país causaram à indústria petrolífera venezuelana, disse o presidente da Comissão de Energia e Petróleo do parlamento, Ángel Rodríguez.

Além disso, salientou que a Venezuela poderá retomar o fornecimento de petróleo aos EUA e à Europa em meados deste ano, caso Washington levante as sanções impostas à indústria petrolífera do país sul-americano.

“De qualquer forma, as medidas estão suspensas (...) com o que conseguimos até agora, até meados do ano poderemos estar fornecendo o recurso energético necessário tanto para os EUA quanto para a Europa”, destacou Rodríguez.

México faz crítica ao Parlamento Europeu. Em 10 de março, o Parlamento Europeu aprovou com 607 votos a favor, 73 abstenções e duas contra uma resolução que descrevia o México como o país mais perigoso para a imprensa fora das zonas de guerra e pedia às autoridades que garantissem proteção aos jornalistas.

O governo do México não perdeu tempo e lamentou a duplicidade de critérios do Parlamento Europeu, que qualificou o país latino-americano como o mais perigoso para a imprensa e pediu às autoridades que garantissem proteção aos jornalistas, enquanto vários países europeus forneceram simultaneamente armas à Ucrânia.

“É lamentável que se juntem como ovelhas na estratégia reacionária e golpista do grupo corrupto que se opõe à Quarta Transformação, promovida por milhões de mexicanos para enfrentar a monstruosa desigualdade e violência herdada pela política econômica neoliberal que se impôs por 36 anos em nosso país”, disse o comunicado.

O documento é dirigido aos deputados europeus, lembrando-lhes que o México não é mais uma terra de conquistas e que as autoridades nacionais estão trabalhando para fazer valer a liberdade de expressão e o trabalho dos jornalistas em seu país sem interferência externa.

“O Estado não viola os direitos humanos como aconteceu em governos anteriores, quando você, aliás, manteve um silêncio cúmplice. O México é um país pacifista que optou pela não-violência e somos a favor do diálogo, não da guerra; não enviamos armas para nenhum país sob nenhuma circunstância, como você está fazendo agora”.

Evo é certeiro! Segundo o ex-mandatário boliviano, a OTAN é uma ameaça à paz e à segurança e os objetivos dos EUA ao comandar a aliança estão focados em interesses nos recursos naturais da Ucrânia e em cercar militarmente a Rússia.

Evo Morales, presidente da Bolívia de 2006 a 2019, acredita que as principais razões por trás da crise ucraniana foram a expansão progressiva da OTAN, liderada pelos EUA, e sua interferência nos assuntos internos de outros países.

“Precisamos ver a origem dessa questão, por que essa situação se desenvolveu entre a Rússia e a Ucrânia? A Bolívia tem uma política pacifista e anti-imperialista conforme está consagrada em sua Constituição, e não concordamos que instituições de natureza militar como a OTAN, com os EUA no comando, se expanda e interfira nos assuntos de outros [países]. Essas são as questões”, afirmou ele em uma entrevista ao site Sputnik.

De acordo com o ex-presidente, “a OTAN é uma ameaça à paz e à segurança mundiais [...] e se tornará uma ameaça constante à humanidade no caso de nossa inação”. Em sua interpretação, o objetivo final dos EUA com a Ucrânia é assumir seus recursos naturais e cercar militarmente a Rússia.

Boric faz discurso de esquerda. O novo presidente do Chile, Gabriel Boric, discursou pela primeira vez na posição de mandatário nesta sexta-feira (11). Diante de milhares de pessoas reunidas em frente ao Palácio La Moneda, em Santiago, Boric reafirmou o compromisso de redistribuir a riqueza do país.

“Sabemos que a economia continua sofrendo e que o país precisa se reerguer, crescer e distribuir de forma justa os frutos desse crescimento", disse, acrescentando que "precisamos redistribuir a riqueza produzida por aqueles que habitam nosso país”.

Boric também afirmou que o povo chileno é "protagonista" no processo que culminou em sua eleição à Presidência, destacando que sem as mobilizações que ocorreram no país nos últimos anos "não estaríamos aqui".

“O povo do Chile é protagonista neste processo. Não estaríamos aqui sem suas mobilizações e quero que saibam que não viemos aqui para ocupar cargos, entreter uns aos outros e gerar distâncias inatingíveis; viemos entregar-nos de corpo e alma ao compromisso de tornar melhor a vida no nosso país", declarou Boric.

Ele também fez um aceno para famílias que ainda procuram os desaparecidos políticos da ditadura militar, para pessoas cujas identidades de gênero são "discriminadas", para artistas "que não podem viver a sua obra, porque a cultura não é suficientemente valorizada no nosso país", para os povos nativos "despojados de suas terras, mas nunca de sua história", para a classe média endividada, para os que vivem na "pobreza esquecida", entre outros.

Durante a cerimônia, após a transmissão da faixa presidencial, o gabinete de ministros de Boric, que tem maioria feminina, também foi empossado. “Estou profundamente orgulhoso desse gabinete, orgulhoso de que haja mais mulheres do que homens, isso graças ao movimento feminista”, disse o novo presidente.

Pobreza extrema em Nossa América. Segundo a CEPAL, em 2020 a região sofreu um revés notável em sua luta contra a pobreza devido à pandemia de coronavírus.

A secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, alertou nesta segunda-feira que 201 milhões de pessoas na região estão em situação de pobreza, das quais 86 milhões estão em extrema pobreza.

“Temos um retrocesso de 27 anos. E a desigualdade atravessa nossa região, rompendo uma tendência de queda que já vinha de 20 anos”, disse o funcionário na quinta reunião do Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável. Ele acrescentou que as assimetrias globais entre países desenvolvidos e em desenvolvimento se aprofundaram.

Em seu relatório anual Panorama Social da América Latina, a CEPAL estimou que entre 2020 e 2021 as pessoas em extrema pobreza aumentaram em quase 5.000.000.

“Como consequência da prolongada crise sanitária e social da pandemia de Covid-19, a taxa de pobreza extrema na América Latina teria aumentado de 13,1% da população em 2020 para 13,8% em 2021, um retrocesso de 27 anos, enquanto estima-se que a taxa geral de pobreza teria diminuído ligeiramente, de 33,0% para 32,1% da população”, informou a CEPAL.

Nosso Informativo discorda da análise (não dos números). Colocar a culpa do crescimento da miséria na região na pandemia é fechar os olhos para ver as consequências do projeto neoliberal que, nos últimos 10 anos, lutou e derrubou os principais governos progressistas na região.

Para pensar... Lendo três relatórios muito interessantes e que desmascaram um pouco desse “alarme” em torno da proibição de importação do petróleo e gás russos pelos EUA.

Segundo o US Census Bureau, entidade oficial de análises, em todo o ano de 2021 os EUA importaram 145.487 milhões de dólares de petróleo e gás, comprando em vários países. Desse total, apenas 4.714 milhões de dólares foram comprados da Rússia, segundo dados compilados pelo jornal mexicano El Financiero.

Todo o gás e o petróleo que os EUA compram da Rússia representam apenas 3,2% do total que o país importa. Além disso, 91% das compras de combustível proveniente da Rússia estão concentradas em menos de 10 entidades!

Nosso Informativo acredita que alguma coisa precisa ser revista nas notícias que recebemos!

Por que nossa imprensa não divulga? O líder da República Popular de Donetsk (RPD), Denis Pushilin, disse ter encontrado provas diretas de ajuda da Aliança Atlântica aos nacionalistas ucranianos. Mais tarde, a Defesa russa disse ter achado provas do programa de armas biológicas na Ucrânia financiado pelos EUA.

No domingo (06), o líder da RPD, Denis Pushilin, anunciou em uma coletiva de imprensa que em uma das sedes dos nazistas ucranianos em Donbass foi encontrado um notebook com número de registro da OTAN, o que prova o estatuto secreto do aparelho.

Aquele mesmo notebook com etiqueta da OTAN que foi encontrado [na sede] do Pravy Sektor (organização extremista proibida na Rússia)

Além disso, a Defesa russa informa a cada dia sobre eliminação de equipamento bélico fornecido à Ucrânia pelo Ocidente. Hoje, a Milícia Popular de Donetsk apresentou vídeos de armamento produzido em países da OTAN e capturado das Forças Armadas da Ucrânia no sul do país. No vídeo podem ser observados sistemas britânicos NLAW, Javelin norte-americanos e munições de origem búlgara.

Mais tarde, nesse mesmo dia (06), o representante oficial da Defesa russa, Igor Konashenkov, informou durante uma coletiva de imprensa que os militares russos encontraram provas de um programa de guerra biológica em laboratórios ucranianos perto da fronteira com a Rússia.

Com provas. Segundo o Ministério da Defesa russo, além da continuação da destruição do potencial militar da Ucrânia, foram reveladas evidências de um programa biológico que estava sendo realizado junto da fronteira com a Rússia.

Major-general Igor Konashenkov, representante oficial do Ministério da Defesa russo, anunciou no domingo (6) que foram encontradas em laboratórios biológicos ucranianos perto da fronteira com a Rússia provas de um programa de guerra biológica.

“Os documentos recebidos [dos respectivos funcionários ucranianos] confirmam que em laboratórios biológicos ucranianos, nas proximidades do território russo, estavam sendo desenvolvidos componentes de armas biológicas”, descreveu ele aos jornalistas.

Segundo o porta-voz, Kiev eliminou urgentemente os vestígios desse programa, financiado do exterior. “Durante a realização da operação militar especial, foram desvendados fatos de limpeza emergência por parte do regime de Kiev de vestígios do programa biológico militar financiado pelo Departamento de Defesa dos EUA”, detalhou, acrescentando que com o começo da operação russa "o Pentágono tinha sérias preocupações sobre a divulgação da realização de experimentos biológicos secretos na Ucrânia".

Rússia quer explicações. Os EUA têm que explicar ao mundo sobre seus laboratórios biológicos na Ucrânia, cuja existência foi admitida pela vice-secretária de Estado para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

“O Departamento de Defesa dos EUA e a administração do presidente dos EUA são obrigados a informar a comunidade internacional e fazê-lo oficialmente... sobre os programas que foram realizados na Ucrânia”, disse Zakharova em um briefing.

Segundo a porta-voz, esses laboratórios na Ucrânia, supervisionados por especialistas estadunidenses, foram desenvolvidos para fins militares.

Mais cedo, a subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, havia dito que existiam instalações de pesquisa biológica na Ucrânia e que Kiev e Washington estavam agora trabalhando para evitar que o material armazenado lá caísse nas mãos das forças russas.

“E posso fazer outra pergunta? Como tudo foi destruído? E tudo foi realmente destruído?”, perguntou Zakharova.

No Conselho de Segurança da ONU. O Ministério da Defesa russo indica que uma rede de mais de 30 laboratórios biológicos opera na Ucrânia a serviço da Agência de Redução de Ameaças dos EUA.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a pedido da representação russa, realizará uma sessão de emergência nesta sexta-feira para tratar das atividades militares biológicas dos Estados Unidos (EUA) na Ucrânia.

O vice-representante da Rússia na ONU, Dimitri Polianski, observou em sua conta oficial no Twitter que "a missão russa solicitou uma reunião do Conselho de Segurança para 11 de março para discutir as atividades biológicas militares dos EUA no território da Rússia. Ucrânia".

Nesse sentido, o Ministério da Defesa russo revelou que os EUA destinaram mais de 200 milhões de dólares para o funcionamento de laboratórios biológicos na Ucrânia, onde, entre outras pesquisas, estão sendo realizados experimentos com o coronavírus de morcego.

EUA vão impedir inspeção internacional. Os EUA rejeitam a inspeção internacional em laboratórios biológicos ligados a Washington em todo o mundo, o que significa que pode ter algo a esconder, disse o embaixador russo nas Nações Unidas, Vasili Nebenzia.

“Colocar [os EUA] sob verificação internacional é algo que eles se recusam firmemente a fazer. Desde 2001, eles bloquearam um protocolo legalmente vinculante sob a Convenção de Armas Biológicas sobre a criação de um mecanismo de verificação eficaz para garantir o cumprimento. E isso pode nos levar a pensar que os EUA têm algo a esconder”, disse Nebenzia em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Em 10 de março, a delegação russa à Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou uma reunião do Conselho de Segurança para discutir a atividade militar biológica dos EUA em território ucraniano.

O Ministério da Defesa russo informou anteriormente que, de acordo com seus dados, os EUA alocaram mais de 200 milhões de dólares para a operação de laboratórios biológicos na Ucrânia, onde, entre outras coisas, foram realizados experimentos com o coronavírus de morcego.

Em 8 de março, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou ter obtido documentos de laboratórios biológicos ucranianos que “certificam a destruição urgente de patógenos especialmente perigosos de peste, antraz, tularemia, cólera e outras doenças mortais”.

Por sua vez, a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, reconheceu no mesmo dia que existem “instalações de pesquisa biológica” na Ucrânia e que Washington está muito preocupado que as tropas russas assumam o controle delas.

Biden vai mandar mais dólares. O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou um memorando alocando US$ 200 milhões em ajuda de defesa à Ucrânia, informou a Casa Branca.

De acordo com o texto do documento divulgado pelo serviço de imprensa da Casa Branca, Biden instruiu o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a "fornecer ajuda à Ucrânia" sob a Lei de Assistência Externa de 1961.

O memorando indica que os recursos - 200 milhões de dólares - virão do orçamento do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

EUA preparavam mais um laboratório? O vice-primeiro-ministro da Crimeia, Georgy Muradov, revelou que há mais de oito anos, quando a península fazia parte da Ucrânia, os EUA planejavam abrir seu próprio laboratório biológico na cidade de Simferopol. No entanto, esses planos foram frustrados pela Rússia.

“Armas biológicas foram desenvolvidas durante anos em laboratórios secretos do Pentágono na Ucrânia. A Crimeia está familiarizada com esta questão, já que os EUA planejavam criar um laboratório semelhante na península e apenas a reunificação da península com a Rússia em março de 2014 impediu planos de criar patógenos na Crimeia”, explicou Muradov.

Ele acrescentou que os funcionários do Rospotrebnadzor (Escritório Nacional de Proteção ao Consumidor e Bem-Estar Humano) na época encontraram 104 unidades de amostras de ectoparasitas, 46 amostras de órgãos internos de roedores e 105 amostras de soro humano. Todos estes foram preparados para embarque no exterior enquanto aguardavam no território da antiga estação de vigilância sanitária e epidemiológica soviética em Simferopol.

Quem vai lucrar com isso? Ex-ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, afirmou que o seu país deveria aumentar as suas despesas com defesa para o mesmo nível que nos EUA.

Em um artigo para o jornal britânico The Telegraph, ele abordou a questão à luz da operação militar especial russa que está em curso na Ucrânia. Que, segundo ele, é "o maior fracasso da política externa e de segurança ocidental em nossas vidas".

De acordo com o ex-ministro, o erro ocorreu porque os países ocidentais "esqueceram a lição fundamental da Guerra Fria: o poder de dissuasão".

“[…] Ele só estava dizendo mais veementemente o que vários outros presidentes tinham dito antes. Se queremos que a América continue sendo o líder do mundo livre, as outras potências democráticas, especialmente na Europa, devem se comprometer em igualar as despesas de defesa dos EUA em proporção do PIB. O Reino Unido deve liderar o caminho dizendo que a defesa, o apoio e os gastos em poder brando vão subir para pelo menos 4% do [seu] PIB durante a próxima década”, afirmou o ex-chefe da diplomacia britânica.

Pergunta: quem vai lucrar com a venda de armas?

Reino Unido dividido? Por um lado, um ex-ministro diz que o Reino Unido deveria aumentar seus gastos com a guerra (matéria anterior). Por outro lado, autoridades dizem que é inútil.

O chefe das forças armadas do Reino Unido, o almirante Tony Radakin, disse no domingo (06) que é “ilegal e inútil” que britânicos pensem em lutar contra a Rússia na Ucrânia.

Os comentários do principal responsável pelo Exército do Reino Unido contradizem a secretária de Relações Exteriores britânica Liz Truss, que disse que apoia qualquer um que quisesse se “voluntariar”.

Em declaração a uma emissora de TV britânica, o chefe do Estado-Maior de Defesa do Reino Unido, Tony Radakin, reforçou que “é ilegal e inútil para os militares do país, e também para a população civil, pensar em lutar na Ucrânia”.

Radakin disse que isso “não é uma coisa sensata de se fazer”, e rechaçou a ideia de Liz Truss. As informações foram confirmadas pelo South China Morning Post.

Na semana passada, cerca de 200 mercenários chegaram à Ucrânia, através da Polônia. Vários países europeus, segundo a Defesa russa, permitiram oficialmente o envio de mercenários para a Ucrânia.

Os mercenários estrangeiros, segundo representante da Defesa russa, realizam sabotagens e ataques contra colunas de equipamento bélico e colunas de materiais russas, assim como contra aviação.

Queda de braços. Como vimos anteriormente, Biden está procurando uma alternativa para abastecer de petróleo o seu país e procurou a Venezuela. Ao mesmo tempo, ele anunciou na terça-feira (08) a proibição da compra de petróleo e gás da Rússia por conta da guerra na Ucrânia.

No entanto, o presidente reconheceu que algumas nações europeias “não podem tomar a mesma decisão” no momento e que continua a apoiar que todos façam as melhores escolhas para punir a Rússia.

Além disso, Biden confirmou que os EUA vão liberar 60 milhões de barris de petróleo que estão em estoque para “garantir que o fornecimento de energia global continue” e que metade desse montante vai ficar para o país conseguir manter preços.

Boa parte do discurso de Biden foi usada para relembrar as sanções já aplicadas por norte-americanos e europeus contra o governo de Putin, classificadas por Biden como "o maior pacote de sanções da história" contra um único país.

Em contrapartida, o partido Rússia Unida, do qual o presidente Vladimir Putin é membro, sugeriu nacionalizar a produção de companhias estrangeiras que estejam deixando o país por conta das sanções impostas por EUA e União Europeia. A informação é da agência oficial RT.

“O Rússia Unida propõe nacionalizar a produção das empresas que anunciam sua saída e o fechamento da produção na Rússia durante a operação especial na Ucrânia. Esta é uma medida extrema, mas não toleraremos facadas nas costas e protegeremos nosso povo", disse o secretário do Conselho Geral do Rússia Unida, Andrey Turchak. A “operação especial” a que Turchak se refere é a ação militar de Moscou contra o território ucraniano.

União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido, além de outros países alinhados aos europeus e estadunidense, anunciaram pesadas sanções financeiras e econômicas contra membros do governo, bancos e grandes empresas russas como uma forma de responder à guerra na Ucrânia.

Enquanto isso... Pois é. Enquanto o mundo inteiro se volta para o conflito na Ucrânia, como deseja a Casa Branca, aquele país lá do Norte, onde todos andam armados, continua se matando.

Pelo menos um adolescente morreu e outros dois ficaram gravemente feridos após um tiroteio registrado na segunda-feira em uma escola em Des Moines, Iowa, Estados Unidos (EUA), informou a mídia local.

Inicialmente, três dos jovens estavam em estado crítico, mas um deles perdeu a vida pouco depois. São dois homens e uma mulher, segundo a imprensa local.

A polícia recebeu o alerta sobre um tiroteio nas instalações da East High School em DesMoines por volta das 14h48, horário local (20h48 GMT). Os adolescentes feridos foram levados para um hospital.

“As crianças daquela escola são a coisa mais valiosa para nossa comunidade”, disse o sargento de polícia de Des Moines Paul Parizek.

“O Departamento de Polícia de Des Moines, o Corpo de Bombeiros de Des Moines e a DMPS Public Safety chegaram ao local em poucos minutos. O prédio da escola foi imediatamente fechado e os alunos foram mantidos em segurança enquanto a polícia investigava. Os alunos foram liberados por volta das 15h30. m., depois que a polícia deu o sinal verde”, publicou a escola em um comunicado.

Mais tarde, as autoridades anunciaram que não havia mais ameaça ao público e que vários suspeitos estão sob custódia.

O mais triste é vermos esta declaração: “Vivemos em uma época em que tiroteios dentro e ao redor das escolas se tornaram muito comuns”, disse o superintendente Thomas Ahart.

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