Besta-fera!
Na minha infância e adolescência conheci um termo que
era muito usado: “besta-fera”! Hoje pouco conhecido, aprendi que é um termo que
indica um ser mítico do folclore português (mais tarde do brasileiro). Seu significado
é de uma criatura de traços indefinidos comedora de gente e que tem um rugido
assustador. Bem, meu pai usava muito no sentido figurado, para representar uma
pessoa muito cruel.
Besta-fera une dois significados que podemos resumir
em: a) besta – (figurado) o ser humano considerado sob o seu aspecto mais
desfavorável ou mais brutal, e: b) fera - qualquer animal feroz, cruel, bravio.
Bem, por algum motivo que não sei, a imagem ou o termo
me veio à memória quando eu lia as notícias referentes ao Brasil nesta semana,
na Internet.
Brasil: fome e miséria! O
último relatório divulgado esta semana pela Rede Penssan (Rede Brasileira de
Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) revelou números
dramáticos sobre a situação de miséria e fome neste país que, paradoxalmente, é
um grande produtor e exportador de alimentos (carne , açúcar, café, soja e suco
de laranja, entre outros itens). Por isso, a pergunta que fica no ar é como um
país que está entre os maiores exportadores de alimentos do mundo permite que
uma parte significativa de sua população não coma.
Segundo a pesquisa, seis em cada dez brasileiros não
têm segurança alimentar. Isso representa mais de 125 milhões de pessoas, o que
confirma um aumento de 60% em relação aos números de 2018. Dentro desse número,
há 33 milhões de pessoas que passam fome no país. O documento destaca ainda que
a fome atinge especialmente as populações negras, já que 65% dos domicílios
chefiados por pretos e pardos convivem com problemas de abastecimento de
alimentos. Em termos concretos, o número de pessoas que sofrem com o flagelo da
fome no Brasil hoje é muito superior ao registrado há 30 anos, quando os
primeiros programas de combate à pobreza e à fome começaram a ser promovidos
desde a redemocratização do país.
De acordo com o mesmo relatório, neste ano de 2022, 1
em cada 3 brasileiros já teve que procurar alguma fórmula para conseguir
alimentos dos quais se envergonham ou ficam tristes. São milhares de famílias
que tiveram que recorrer a aterros sanitários para buscar comida diária entre as
sobras que devem lutar com urubus, javalis e outros animais. O Brasil sempre
foi um país desigual, mas os níveis de indignidade a que milhões de cidadãos
foram lançados é algo que não se via desde tempos imemoriais. São dilacerantes
as imagens de famílias inteiras aproveitando a escassa carne que fica entre os
ossos depositados nos lixões para saciar uma fome excessiva.
A crise econômica, as altas taxas de desemprego e de
informalidade e a disparada da inflação estão entre os fatores que contribuíram
para aumentar em 57,4% o número de pessoas que passam fome no Brasil. Só entre
dezembro de 2020 e abril de 2022, aumentou de 19 milhões para 33,1 milhões o
total de pessoas com fome no país comandado pelo ex-capitão demente.
Mas a besta-fera não para de agir. A Câmara
dos Deputados aprovou, por 260 votos favoráveis e 11 contrários, o Projeto de
Lei (PL) 4188/2021, de autoria do insano, que institui o chamado “marco legal
das garantias de empréstimos”, altera a Lei 8.009/1990 e cria um serviço de
gestão de garantias, por meio das Instituições Gestoras de Garantia (IGGs), a
serem regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional.
Sabem o que significa? Ao encaminhar o projeto para o
Congresso Nacional, no fim de 2021, o ministro da Economia, “Posto Ypiranga”,
argumentou que a medida deve facilitar o acesso ao crédito a trabalhadores e
empresas e diminuir os juros. Isso em um momento de crise econômica, disparada
da inflação e desemprego, poderia ser uma boa notícia, mas não é. As pessoas
poderão perder o único bem imóvel da família se não puderem pagar os
empréstimos.
Na verdade, é mais uma maldade criada pelo “besta-fera”
que governa o país. O projeto significa que: a) os bancos e as instituições
financeiras poderão penhorar o único imóvel de uma família para quitar dívidas;
b) as regras também valerão nos casos de dívidas de terceiros, como no caso de
um pai que usou sua casa como garantia para uma dívida do filho; c) o mais
curioso é que ficam de fora do PL, os imóveis rurais oferecidos como garantia real
de operações rurais. Ou seja, os grandes proprietários estão fora dessa
maldade!
Coisas da “familícia”? No final
de semana passado, mais um jornalista foi alvo de ataques de apoiadores do demente
nas redes sociais. Lucas Neiva, do Congresso em Foco, foi ameaçado de morte e
teve dados pessoais vazados após a publicação de uma reportagem de sua autoria,
no sábado (4), em que denuncia a tática de um fórum anônimo para produzir fake
news em favor de Bolsonaro.
Após as ameaças, durante a madrugada de sábado para
domingo, o grupo também atacou e derrubou o site do Congresso em Foco, que
ficou fora do ar até por volta das 9h da manhã do domingo.
Nas mensagens também são tramados ataques à honra do
repórter com fake news, em uma espécie de campanha de difamação. A jornalista
Vanessa Lippelt, editora do Congresso em Foco Insider e coautora da reportagem,
também foi ameaçada.
É preciso dar um basta à atuação de grupos fascistas no
Brasil, que ataca jornalistas e o Jornalismo, para favorecer o avanço do
fascismo e beneficiar eleitoralmente o atual presidente.
A “besta-fera” prometeu investigar. Em sua ida aos EUA, para participar da tal “Cúpula das
Américas”, o insano brasileiro foi muito questionado pelo desaparecimento de um
indigenista e de um repórter inglês. E prometeu “fazer de tudo para investigar”.
Mas, quem acredita nisso?
O indigenista licenciado da Funai Bruno Araújo Pereira
e o repórter Dom Philips, colaborador do britânico The Guardian, desapareceram
durante uma expedição no Vale do Javari, oeste do Amazonas. Pereira acompanhava
o jornalista em uma visita à região, onde comunidades indígenas e ribeirinhas
distantes de centros urbanos têm sido alvo de invasões cada vez mais frequentes.
A informação foi divulgada na segunda-feira (6) em nota
assinada pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e
pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente
Contato (Opi), entidades com as quais Ribeiro atuava em parceria.
“Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme
relato dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo”, diz o
comunicado. Outros relatos de intimidação nos últimos dias já haviam sido
denunciados pela organização indígena à Polícia Federal (PF), ao Ministério
Público Federal (MPF), ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e à ONG
Indigenous Peoples Rights International.
Experiente e profundo conhecedor da região, Bruno
Pereira é um indigenista comprometido com a defesa dos povos indígenas e
denunciou o desmonte da Funai sob Jair Bolsonaro (PL). “Os servidores estão
silenciados, servidores de carreira são retirados de cargos estratégicos. A
Funai está sendo tomada por interesses que não são dos índios”, afirmou ao
Brasil de Fato em 2019.
O jornalista Dom Philips é um proeminente repórter internacional
que já trabalhou para o The Washington Post, o New York Times e o Financial Times.
No Brasil há mais de uma década, ele vive na Bahia. Entre os colegas, é conhecido
pela admiração à Amazônia, para onde foi com objetivo de expor o impacto da atuação
de criminosos ambientais.
Nas redes sociais, personalidades políticas e ligadas à
questão socioambiental manifestaram a preocupação e exigiram empenho na busca
pelos desaparecidos.
E foi parar na ONU. A
Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Alto Comissariado para os
Direitos Humanos, emitiu uma nota na sexta-feira (10) pedindo que o governo
brasileiro intensifique as buscas pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista
Dom Phillips, desaparecidos desde o último domingo (05/06), no Vale do Javari,
terra indígena localizada nos municípios amazonenses de Atalaia do Norte e
Guajará.
No texto, a porta-voz da agência, Ravina Shamdasani,
ressalta a importância do trabalho feito por Pereira e Phillips, na proteção de
povos indígenas locais.
A nota também destaca o compromisso de diversos grupos
da sociedade civil, que se empenham nas buscas pela região para encontrarem os
desaparecidos.
Ao final do comunicado, a ONU se mostra preocupada com
"os constantes ataques e ameaças enfrentadas pelos defensores dos direitos
humanos, ambientalistas e jornalistas no Brasil".
Pelo menos, é um passo importante. Recentes
operações ligadas à Polícia Civil, mas que tiveram participação da PRF, motivaram
decisão da Justiça que impede a corporação de estar presente em ações fora do
ambiente rodoviário.
Depois de uma sequência de atuações da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) que caracterizaram abuso de poder como a Operação na
Vila Cruzeiro, que deixou 23 mortos, e a morte de Genivaldo de Jesus Santos por
asfixia em uma viatura da corporação em Sergipe, ambas no mês passado, a
Justiça determinou que a PRF não poderá mais participar de operações fora de
estradas e rodovias.
De acordo com o jornal O Globo, a Justiça proibiu ações
conjuntas a outros órgãos do Sistema Único de Segurança Pública, não apenas no
Rio de Janeiro, mas em todo país. A decisão foi motivada pela ação civil
pública do Ministério Público Federal (MPF), que pediu o fim dessas operações
logo após as ações da PRF nos casos citados acima. O MPF ingressou com ação civil
pública com pedido de liminar (urgente) contra a União, no último dia 31 de
maio.
Uma análise interessante. Muito boa
a análise feita por Juraima Almeida, pesquisadora brasileira, analista
associada ao Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE). Diz ela que
“Sem dúvida, há um descompasso entre o que as pesquisas de intenção de voto
registram e o vento frio no país. No país real, ninguém está seriamente
preocupado com a terceira via, um burro de carga da imprensa hegemônica
tentando tirar votos da candidatura progressista-centrista de Lula da Silva, e
as preocupações estão centradas em saber se, se o ex-presidente vencer, o
ultradireitista Jair Bolsonaro vai aceitar os resultados das eleições ou mobilizar
seu exército de civis armados e até as Forças Armadas”.
Mais adiante ela diz que “A especulação sobre como o
Exército vai se comportar diante de uma manobra golpista de Bolsonaro está na
boca de todos. E junto com isso vêm as dúvidas, as expectativas de como seria o
eventual governo Lula, em um país devastado e politicamente fraturado, onde é
difícil saber o grau de adesão à democracia em 2023”.
“Enquanto isso, Lula mantém sua visão de estadista. Em
Porto Alegre, destacou que ‘não é possível para mim ver na televisão um
presidente Biden, que nunca fez um discurso para dar um dólar a quem passa fome
na África, anunciar 40 milhões de dólares para
ajudar a Ucrânia a comprar armas. Como é que a primeira potência do
mundo pode dizer que não tem leite para
bebês se o presidente acaba de anunciar
mais de 40 bilhões de dólares para comprar armas para a guerra na Ucrânia’?”
López Obrador recusa convite de Biden. O
presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador recusou a o convite para participar
da Cúpula das Américas organizada por Joe Biden “porque nem todos os países
americanos estão convidados”.
“Não pode haver uma cúpula se todos os países não forem
convidados", disse ele. "Ou pode haver uma, mas isso é continuar com
toda a política de intervencionismo”.
A declaração de López Obrador ocorre depois da decisão
do governo Biden de não convidar os governos de Cuba, Venezuela e Nicarágua
para a próxima cúpula. Anteriormente, López Obrador instou Washington a garantir
que todos os países americanos fossem incluídos.
Em vez disso, López Obrador planeja visitar o estado
mexicano de Oaxaca, na quinta (9) ou sexta-feira (10) desta semana, tuitou um repórter
do Mexico Today. O estado foi castigado pelo recente furacão que deixou pelo
menos 11 pessoas mortas.
Fernández dá o recado! O
presidente argentino condenou os bloqueios contra Cuba e Venezuela e rejeitou a
atitude da OEA de apoio à desestabilização na região.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, criticou
fortemente na quinta-feira (09) a exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua da IX
Cúpula das Américas, que acontece em Los Angeles, Estados Unidos (EUA), ao
afirmar que ser o anfitrião permite impor “direito de admissão”.
O dignitário falou em nome da Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), da qual atua como presidente pro
tempore, e destacou que nesta comunidade convive dentro da diversidade de critérios
e respeito, pois embora os pontos de vista possam variar, as preocupações são
muito semelhantes em um contexto tão complexo.
“A América Latina olha com dor o sofrimento de dois
povos irmãos. Cuba suporta um bloqueio de mais de seis décadas imposto durante
a Guerra Fria e a Venezuela tolera outro. Com medidas desse tipo, o objetivo é
condicionar os governos, mas, na verdade, apenas o povo é prejudicado”,
destacou Fernández.
Em seu discurso na sessão plenária da IX Cúpula das
Américas realizada em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, o chefe de
Estado argentino convidou seu homólogo estadunidense a participar da próxima plenária
da CELAC.
O presidente argentino expressou seu desejo de que a
região tenha um futuro sem divisões em busca de prosperidade e igualdade:
“Sonho que em uma América fraternalmente unida, nos comprometamos com o fato de
que todos os seres humanos que habitam nosso continente têm o direito de pão, à
terra, ao teto e a um trabalho decente”.
Mais um avanço na Argentina. O
governo argentino enviou ao Congresso um projeto que cria o chamado “imposto
sobre a renda inesperada”, que incidirá sobre empresários beneficiados pelo
aumento dos preços internacionais devido ao conflito na Ucrânia.
Ao apresentar o projeto, o presidente Alberto Fernández
enfatizou que “o lucro extraordinário deve ser usado para gerar igualdade e
justiça social”.
O projeto visa implementar uma alíquota de 15% sobre o
lucro extraordinário das companhias (vale lembrar que o governo argentino já taxa
as grandes fortunas).
“Uma sociedade é onde todos ganham. Quando alguns
ganham muito e milhões ficam empobrecidos, é uma farsa. Viemos aqui para
validar igualdades e equilibrar o que foi desequilibrado”. Disse Alberto
Fernández na apresentação do Projeto de Renda Inesperada.
Fim do julgamento da golpista. O
julgamento do caso denominado Golpe de Estado II contra a ex-presidente de fato
da Bolívia, Jeanine Áñez, continuou na terça-feira com a apresentação das
conclusões das partes, processo em que o Ministério Público pediu 15 anos de
prisão por o acusado.
Na terça-feira as denúncias continuaram conforme a
ordem estabelecida. No caso do chamado Golpe de Estado II, Áñez é processada
pelas ações que implementou quando atuou como segunda vice-presidente do Senado
e, em seguida, assumiu irregularmente a presidência em 2019.
Parentes de vítimas do golpe de estado de 2019 e
ativistas de direitos humanos montaram uma vigília do lado de fora do Tribunal
Departamental de Justiça na segunda-feira para exigir justiça.
A golpista vai pegar 10 anos de cadeia! O Primeiro Tribunal de Sentença Anticorrupção de La
Paz, Bolívia, condenou a ex-presidente de fato Jeanine Áñez a dez anos de
prisão pelo caso Golpe de Estado II.
A sentença também inclui o ex-comandante em chefe das
Forças Armadas, Williams Kaliman; e o ex-comandante-geral da Polícia, Vladimir
Calderón.
A Promotoria, a Procuradoria Geral da República e o
Senado haviam pedido 15 anos de prisão para Áñez pelos crimes de violação de
deveres e resoluções contrárias à Constituição e às leis.
O Ministério Público apresentou provas e depoimentos
durante o julgamento ordinário que ajudaram a concluir que Áñez realmente
violou os artigos 153 e 154 do Código Penal.
O caso do Golpe de Estado II, causa pela qual ela foi
processada, refere-se especificamente a ações realizadas antes de ela se
proclamar presidente da Bolívia em 2019.
Enquanto senadora, Áñez desrespeitou três artigos da
Câmara dos Senadores quando se proclamou presidente desse órgão legislativo e,
posteriormente, violou outros três do Regimento dos Deputados ao instalar
ilegalmente uma sessão da Assembleia.
Cúpula anti-OTAN. O
estado venezuelano de Táchira sediará uma cúpula contra a OTAN (Organização do
Tratado do Atlântico Norte) nos dias 28 e 29 de junho.
O evento, conforme relatou o deputado Julio Chávez à
Sputnik, será organizado em protesto à reunião da aliança militar que será
realizada, na mesma data, em Madri, na Espanha.
O parlamentar disse que a atividade de protesto também
ocorrerá em outros países, como Bélgica, e que espera que outras nações
latino-americanas se juntem às atividades.
A cúpula contra a OTAN será realizada na cidade de San
Cristóbal, capital de Táchira, que faz fronteira com a Colômbia. E a escolha do
local não é ao acaso. A Colômbia manifestou interesse em ingressar na OTAN e é
considerada pelos EUA um aliado estratégico.
O deputado enfatizou que nos últimos anos diversas tentativas
de causar instabilidade na Venezuela ocorreram a partir da fronteira do estado de
Táchira.
A fronteira terrestre entre os dois países ultrapassa 2
mil quilômetros. Em várias ocasiões o presidente venezuelano, Nicolás Maduro,
acusou Bogotá de usar essa faixa para introduzir grupos armados e tentar desestabilizar
seu país.
No último dia 17, Maduro disse que o plano mais recente
promovido por Iván Duque, presidente da Colômbia, foi executado no estilo do
traficante de drogas colombiano Pablo Escobar.
Maduro se aproxima da Turquia. A visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, à
Turquia constitui um testemunho de um novo mundo multipolar, disse o
historiador e analista turco Mehmet Perincek.
O presidente venezuelano fez uma visita oficial à
Turquia nos dias 7 e 8 de junho, coincidindo com a Cúpula das Américas sediada
pelos Estados Unidos.
Perincek destacou as posições semelhantes da Turquia e
da Venezuela, que são alvo das ameaças de Washington.
“Os dois países estão tentando contornar as restrições
dos EUA e aumentar seus laços comerciais, principalmente nos setores de energia
e turismo”, ressaltou.
Segundo o analista, a cooperação econômica entre
Turquia e Venezuela também diz respeito à Rússia.
Nesse contexto, acrescentou, os chefes dos bancos
centrais das três nações planejam discutir um novo mecanismo de pagamentos no
próximo Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo, que vai acontecer de
15 a 18 de junho.
Acordo da Venezuela com o Irã. Os dois países sofrem com as sanções dos EUA, por isso
formam uma frente de apoio estratégico.
Os presidentes Seyed Ebrahim Raisi, do Irã, e Nicolás
Maduro, da Venezuela, assinaram um acordo de cooperação estratégica de 20 anos,
de acordo com uma entrevista coletiva concedida após um intercâmbio em Teerã.
O presidente venezuelano afirmou anteriormente que, por
ocasião de sua visita oficial a Teerã, serão consolidadas “estratégias para 20
anos de desenvolvimento das relações Irã-Venezuela”.
Entre as novidades da aparição bilateral está a
reativação dos voos diretos Caracas-Teerã para promover o turismo entre as duas
arenas.
Diz o presidente persa que esta medida vai aproximar os
povos e manifestou a sua vontade de consolidar laços bilaterais frutíferos.
Nicolás Maduro expressou que seu país “aprende com a
experiência” de Teerã em termos de resistência à pressão estrangeira.
Nesse sentido, seu homólogo reconheceu a firmeza do
povo venezuelano diante da agressão imperialista e sua luta para superar as
sanções impostas pelos Estados Unidos.
Maduro reafirma compromisso de luta. O
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na sexta-feira que o Irã e seu
país estão na vanguarda de uma mudança nos tempos históricos e do nascimento de
um novo mundo sem hegemonismo ou dominação imperial dos Estados Unidos.
Ele assegurou que os líderes revolucionários devem
estar muito atentos aos sinais de mudança que estão se manifestando na
humanidade e o momento atual mostra um declínio na hegemonia das potências.
Maduro assegurou que o mundo vive uma nova era, com
processos de mudança social que se aceleram e a transição para uma nova
situação no século XXI.
E lembrou que todos os dias as forças de ocupação
israelenses matam jovens, mulheres e crianças palestinas sem que a comunidade
internacional pareça se importar.
Nicarágua autoriza entrada de tropas russas. O
presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, anunciou o ingresso de tropas, navios e
aeronaves estrangeiras no país para fins humanitários, a partir do segundo semestre
de 2022.
Conforme publicado no diário oficial do governo,
navios, aeronaves e funcionários das Forças Armadas da Rússia ficam autorizados
a “participar de exercícios e intercâmbio em operações de ajuda humanitária e
missões de busca e salvamento em situações de emergência ou catástrofes
naturais”.
A medida vale também para militares, navios e aeronaves
dos seguintes países: Estados Unidos, México, Cuba, Venezuela, Guatemala, El
Salvador, Honduras e República Dominicana.
Recentemente, o presidente Daniel Ortega criticou a
realização da Cúpula das Américas, em Los Angeles, nos EUA. Cuba, Nicarágua e
Venezuela não foram convidados pelo governo do presidente norte-americano, Joe
Biden, para o evento.
Está chegando a hora! Poucos dias antes do segundo turno das eleições
presidenciais colombianas em 19 de junho, onde mais de 39 milhões estão aptos a
votar, o centro-esquerda Gustavo Petro lidera as pesquisas contra o adversário
inesperado, Rodolfo Hernández, o outsider de Trump e admirador de Adolf Hitler,
que da mídia hegemônica promove um empate técnico com o candidato progressista.
A Colômbia está na onda de consolidação de uma centro-esquerda
no poder, pela primeira vez no país. Petro e a coalizão Colômbia Humana
realizaram uma campanha complicada, atormentada por ameaças e ataques,
incluindo um plano de uma gangue de traficantes para atentar contra sua vida.
Um dos desafios mais importantes, no momento, é
reverter o histórico desinteresse e abstencionismo nas eleições. Em 29 de maio,
ultrapassou 45% dos aptos a votar.
Gustavo Petro, economista de 62 anos do Pacto Histórico
de centro-esquerda, prevaleceu no primeiro turno com pouco mais de 40% dos
votos, derrotando o empresário Rodolfo Hernández, da Liga dos Governadores
Anticorrupção, com pouco mais de 28% dos votos. o voto.
A oligarquia colombiana que governou, por décadas, quase
sem contrapesos, teve o apoio irrestrito dos governos dos EUA, para executar
essa hegemonia da direita política, econômica e militar do país do norte, que
teve com Iván Duque o último dos atores pró-americanos.
As administrações colombianas, ligadas ao
paramilitarismo e ao narcotráfico, criaram um país subsidiário, tanto dos EUA
quanto do sionismo. Governar assim foi o que permitiu criar um país que é um
verdadeiro porta-aviões para os interesses de Washington no continente: dotado
de oito bases militares do Pentágono, agressor de seu vizinho venezuelano,
centro de espionagem regional e, além disso, centro de produção e distribuição
para os Estados Unidos e Europa.
Turquia manteve veto! O
presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, destacou no domingo que manterá o
veto à entrada da Suécia e da Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN) até que essas nações não cortem seus laços com organizações
consideradas terroristas por Ancara.
Durante uma reunião de apoiantes do Partido da Justiça
e Desenvolvimento, do qual é membro, o chefe de Estado turco sublinhou que não
mudarão de posição até que a Suécia e a Finlândia aceitem as suas condições.
A Turquia acusa a Suécia e a Finlândia de estarem em
contato com as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular e do Partido
dos Trabalhadores do Curdistão.
Erdogan afirmou que “no momento, líderes de
organizações terroristas circulam livremente na Suécia e na Finlândia, sob a
proteção dos suecos e finlandeses”.
Ele também afirmou que o sistema estabelecido pelo
Ocidente para proteger sua própria segurança e bem-estar está se desfazendo.
Erdogan não está brincando. Depois
que a Turquia anunciou seu veto à entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN o
governo estadunidense não tardou em tentar montar mais um conflito internacional
para manter sua política de dominação. Agora, a tentativa estadunidense é criar
um “atrito” entre Turquia e Grécia.
Mas o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, alertou a
Grécia para alegações de que Atenas estaria militarizando as ilhas orientais do
mar Egeu. Erdogan prometeu responder caso a política continue.
As ilhas orientais do mar Egeu foram transferidas da
Itália para a Grécia após o fim da Segunda Guerra Mundial na sequência do
Tratado de Paris de 1947.
Junto com o Tratado de Paz de Lausana de 1923, o
Tratado de Paris continha garantias de que as ilhas do Dodecaneso, localizadas
perto da costa turca, permaneceriam desmilitarizadas.
“Advertimos a Grécia para se manter longe de sonhos e
ações das quais vai se arrepender e ter bom senso. A Turquia não vai desistir
de seus direitos no mar Egeu, da mesma forma que não se absterá de utilizar
seus direitos decorrentes de acordos internacionais. Não estou brincando, estou
falando sério. Esta nação está determinada”, advertiu o líder turco.
Reino Unido em uma crise monumental. Famílias de classe média na Grã-Bretanha correm o risco
de cair na pobreza por causa do aumento maciço nas contas de serviços públicos
e da crise do custo de vida, afirma Keith Baker, pesquisador na Glasgow
Caledonian University, em uma entrevista à agência de notícias Xinhua. “Não
vimos o que estamos experimentando agora desde os dias da Segunda Guerra
Mundial”, complementou.
Para aliviar os custos crescentes, o ministro do
Tesouro, Rishi Sunak, anunciou em maio que cerca de 8 milhões das famílias mais
pobres do país receberão um pagamento de 650 libras esterlinas (cerca de R$ 3,8
mil) além de outras medidas de apoio.
Baker disse que seu maior medo é que algumas pessoas
possam reagir ao problema com tumultos. “Na pior das hipóteses, honestamente,
não sei como o público responderá”, observou ele. “Não estou dizendo que apoiaria
tumultos, mas entenderia totalmente qualquer um que esteja chegando ao ponto em
que está quebrado. Que outra opção eles têm?”
O teto de preço de energia da Grã-Bretanha saltou de
1.277 libras esterlinas para 1.971 libras por ano em abril para cerca de 22
milhões de clientes. O regulador de energia do país alertou em maio que o
limite deve subir para cerca de 2.800 libras por ano em outubro.
Unidade da Europa em risco. Pela
primeira vez desde o início do conflito na Ucrânia, a unidade europeia foi
abalada e os 27 líderes deram luz verde ao sexto pacote de sanções contra a
Rússia, o mais complicado pelo impacto direto que terá nas suas economias e
alimentação insegurança na área, impondo um embargo e boicote (parcial) ao
petróleo russo
A União Europeia concordou com um embargo a “mais de
dois terços” de suas compras de petróleo russo, depois de não chegar a um
acordo sobre a proibição total das importações de petróleo bruto. O presidente
do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou que a medida “corta uma enorme
fonte de financiamento para sua máquina de guerra”.
A solução encontrada pelos negociadores foi adotar um
embargo que afetará inicialmente as importações de petróleo russo que chegam à
UE por via marítima, excluindo, por enquanto, as entregas por oleoduto.
Enquanto isso, a gigante russa de hidrocarbonetos
Gazprom suspenderá as entregas ao fornecedor de energia estatal holandês
GasTerra a partir de hoje por se recusar a pagar em rublos. A Holanda junta-se
à Polónia, Bulgária e Finlândia, que já decidiram não pagar o preço do gás
russo em rublos e que lhes custou a suspensão do fornecimento. A Dinamarca
moveu-se na mesma direção, embora não houvesse resposta de Moscou.
Dúvida entre os “aliados”? A indecisão
da União Europeia na questão de imposição do embargo contra o gás e o petróleo
russos deu à Rússia altas receitas da venda destes recursos energéticos,
escreveu na coluna para a mídia tcheca iDNES.cz o economista Lukas Kovanda.
De acordo com suas palavras, neste ano os dividendos
das empresas Rosneft e Gazprom serão os mais altos em toda a sua história.
“Não parece que as sanções ou embargo lhes causem
danos. Até agora, tem sido principalmente a UE que as ajudou a arrecadar altas
receitas, ao ameaçar impor o embargo, aumentando assim os preços globais do
petróleo e gás, mas não impôs. Portanto, a Rússia tem vendido muito e a alto
preço. Assim continuará até o final do ano”, prognostica Kovanda.
Índia vai aumentar a importação de petróleo
russo. A Índia pode aumentar as importações de petróleo da
Rússia em 20% em junho, até 1,05 milhão de barris por dia (mb/d), informou o
jornal 'Indian Express'.
“As importações de petróleo da Rússia para a Índia
provavelmente aumentarão 20% mensalmente para 1,05 mb/d em junho”, informou a
agência em seu site, citando dados da empresa de análise Kpler.
De acordo com o texto, em maio, a Índia importou
840.645 barris por dia (b/d) da Rússia ante 388.666 b/d em abril e 136.774 b/d
em maio de 2021.
Atualmente, a Índia precisa de cerca de 5 mb/d, o que
significa que um quarto de suas necessidades de petróleo são cobertas pelo
petróleo russo.
A Índia é o terceiro maior importador de petróleo do
mundo, importando quase 80% de suas necessidades de petróleo.
Polônia também teme alguma coisa. As
sanções contra a Rússia impostas pela Polônia podem resultar em uma catástrofe
ambiental ao mar Báltico, afirmou Michal Dudek, da Sulzer Pumps Wastewater.
De acordo com Dudek, o Ministério do Interior da
Polônia restringiu as atividades de 35 empresas suspeitas de terem ligações com
Moscou, incluindo a Sulzer Pumps Wastewater, responsável pelo tratamento e transporte
de águas residuais.
Segundo o funcionário, a repentina falha no
funcionamento das instalações de tratamento nas cidades e empresas ameaça o mar
Báltico com altos níveis de poluição.
Armas ocidentais estão sendo desviadas para o
crime. Gunnar Appelgren, comissário policial da Suécia,
repetiu as críticas já referidas até agora, de que as armas ocidentais fornecidas
à Ucrânia podem ser exploradas por traficantes.
As armas ocidentais fornecidas à Ucrânia podem acabar
nas mãos de gangues criminosas na Suécia, advertiu Gunnar Appelgren, comissário
policial do país nórdico.
“Há provavelmente um grande risco de que o influxo de
armas ilegais chegará à Suécia quando houver um pouco mais de ordem lá [na
Ucrânia], talvez até paz”, disse ele à Rádio Sueca.
A Rádio Sueca escreve que na última onda de tiroteios fatais
no país têm sido usadas principalmente armas da Guerra Civil Iugoslava.
Nos últimos anos, a Suécia caiu em uma espiral de
violência provocada por gangues e crime organizado, com frequentes relatos de
tiroteios e explosões no país.
Estado terrorista e genocida! A Comissão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU
acusa Tel Aviv de ser, em grande parte, responsável pela instabilidade na
região, instaurando o que considerou como uma “ocupação perpétua”, dos territórios
palestinos. O governo israelense denuncia um relatório "parcial",
redigido por um militante anti-Israel.
Israel, que se recusou a cooperar com a comissão,
considerou “que o relatório é parcial e tendencioso, desqualificado por seu
ódio ao Estado de Israel e baseado em informações parciais e segmentadas”,
segundo uma nota de seu Ministério de Relações Exteriores.
O relatório especifica que o documento foi entregue
antes de sua publicação para as autoridades palestinas e israelenses. O texto
reforça o que já foi dito no passado, mas demonstra a determinação do Conselho
de Direitos Humanos em retomar a discussão sobre o conflito entre Israel e
Palestina, que saiu dos holofotes da agenda diplomática nos últimos anos.
Burlando as determinações? Economistas dizem que a Rússia está no caminho certo
para ganhos de energia recordes enquanto as empresas de navegação europeias
movimentam quantidades sem precedentes de petróleo russo, mas não para a
Europa.
A quantidade de petróleo russo transportada por
empresas europeias disparou de 31 milhões de barris em fevereiro para 58 milhões
de barris em maio, de acordo com uma nova análise do The Independent, enquanto
as sanções antirrussas impostas pela União Europeia e os EUA continuam causando
danos.
Embora a sexta rodada de sanções aprovada recentemente
e destinada a bloquear o consumo da UE da energia russa já tenha conseguido
impedir os clientes europeus de ter acesso ao petróleo a preços acessíveis, não
há restrições que impeçam as empresas de transportar o petróleo russo para
outro local.
Em resultado, as companhias nos principais centros de
navegação, como Grécia, Malta e Chipre, colheram lucros recordes, uma vez que
as sanções ostensivamente destinadas a isolar e empobrecer os russos causaram
danos nas economias europeias.
De acordo com uma fonte da indústria naval entrevistada
pelo veículo, "um grande petroleiro que parte de Primorsk poderia coletar
US$ 32,5 mil [R$ 158,31 mil] por dia a partir de sexta-feira, em comparação com
os menos de US$ 10 mil [R$ 48,71 mil]" que eram conseguidos antes do
início da operação especial russa na Ucrânia em fevereiro.
É puro nazismo! No início
dessa semana recebemos uma notícia muito revoltante. O governo ucraniano está
fazendo propaganda, em Kiev, para a população deixar de usar as linhas do Metrô
porque foram construídas na época da União Soviética! Paranoia? Propaganda
nazista? Mas agora recebemos informações ainda mais perturbadoras.
A Ucrânia está cometendo um crime que já foi nomeado
como “bibliocídio”. O que é isso? Simplesmente o governo de Kiev mandou destruir
todos os livros de autores russos existentes em suas bibliotecas. Cerca de 100
milhões de livros e cópias de escritos russos já foram destruídos pela sanha da
direita.
A limpeza étnica é uma característica do fascismo e de
todas as suas variantes de extrema direita em nível planetário. Parte-se do
pressuposto de que existem culturas superiores e inferiores e que estas últimas
devem desaparecer da face da terra, para que não reste sequer um traço de sua
presença histórica. E o exemplo mais terrível de limpeza étnica foi promovido
pelo nazismo primeiro na Alemanha e depois em todos os territórios que
conquistou durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo os dos povos eslavos,
começando pelos localizados na então União Soviética.
Livros de autores russos estão agora sendo queimados.
Tolstoi, Dostoievsky e muitos outros não poderão mais ser lidos pelas futuras gerações
ucranianas.
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