quinta-feira, 16 de junho de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, nº 969

 


 

 

 


Besta-fera!

Na minha infância e adolescência conheci um termo que era muito usado: “besta-fera”! Hoje pouco conhecido, aprendi que é um termo que indica um ser mítico do folclore português (mais tarde do brasileiro). Seu significado é de uma criatura de traços indefinidos comedora de gente e que tem um rugido assustador. Bem, meu pai usava muito no sentido figurado, para representar uma pessoa muito cruel.

Besta-fera une dois significados que podemos resumir em: a) besta – (figurado) o ser humano considerado sob o seu aspecto mais desfavorável ou mais brutal, e: b) fera - qualquer animal feroz, cruel, bravio.

Bem, por algum motivo que não sei, a imagem ou o termo me veio à memória quando eu lia as notícias referentes ao Brasil nesta semana, na Internet.

Brasil: fome e miséria! O último relatório divulgado esta semana pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) revelou números dramáticos sobre a situação de miséria e fome neste país que, paradoxalmente, é um grande produtor e exportador de alimentos (carne , açúcar, café, soja e suco de laranja, entre outros itens). Por isso, a pergunta que fica no ar é como um país que está entre os maiores exportadores de alimentos do mundo permite que uma parte significativa de sua população não coma.

Segundo a pesquisa, seis em cada dez brasileiros não têm segurança alimentar. Isso representa mais de 125 milhões de pessoas, o que confirma um aumento de 60% em relação aos números de 2018. Dentro desse número, há 33 milhões de pessoas que passam fome no país. O documento destaca ainda que a fome atinge especialmente as populações negras, já que 65% dos domicílios chefiados por pretos e pardos convivem com problemas de abastecimento de alimentos. Em termos concretos, o número de pessoas que sofrem com o flagelo da fome no Brasil hoje é muito superior ao registrado há 30 anos, quando os primeiros programas de combate à pobreza e à fome começaram a ser promovidos desde a redemocratização do país.

De acordo com o mesmo relatório, neste ano de 2022, 1 em cada 3 brasileiros já teve que procurar alguma fórmula para conseguir alimentos dos quais se envergonham ou ficam tristes. São milhares de famílias que tiveram que recorrer a aterros sanitários para buscar comida diária entre as sobras que devem lutar com urubus, javalis e outros animais. O Brasil sempre foi um país desigual, mas os níveis de indignidade a que milhões de cidadãos foram lançados é algo que não se via desde tempos imemoriais. São dilacerantes as imagens de famílias inteiras aproveitando a escassa carne que fica entre os ossos depositados nos lixões para saciar uma fome excessiva.

A crise econômica, as altas taxas de desemprego e de informalidade e a disparada da inflação estão entre os fatores que contribuíram para aumentar em 57,4% o número de pessoas que passam fome no Brasil. Só entre dezembro de 2020 e abril de 2022, aumentou de 19 milhões para 33,1 milhões o total de pessoas com fome no país comandado pelo ex-capitão demente.

Mas a besta-fera não para de agir. A Câmara dos Deputados aprovou, por 260 votos favoráveis e 11 contrários, o Projeto de Lei (PL) 4188/2021, de autoria do insano, que institui o chamado “marco legal das garantias de empréstimos”, altera a Lei 8.009/1990 e cria um serviço de gestão de garantias, por meio das Instituições Gestoras de Garantia (IGGs), a serem regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional.

Sabem o que significa? Ao encaminhar o projeto para o Congresso Nacional, no fim de 2021, o ministro da Economia, “Posto Ypiranga”, argumentou que a medida deve facilitar o acesso ao crédito a trabalhadores e empresas e diminuir os juros. Isso em um momento de crise econômica, disparada da inflação e desemprego, poderia ser uma boa notícia, mas não é. As pessoas poderão perder o único bem imóvel da família se não puderem pagar os empréstimos.

Na verdade, é mais uma maldade criada pelo “besta-fera” que governa o país. O projeto significa que: a) os bancos e as instituições financeiras poderão penhorar o único imóvel de uma família para quitar dívidas; b) as regras também valerão nos casos de dívidas de terceiros, como no caso de um pai que usou sua casa como garantia para uma dívida do filho; c) o mais curioso é que ficam de fora do PL, os imóveis rurais oferecidos como garantia real de operações rurais. Ou seja, os grandes proprietários estão fora dessa maldade!

Coisas da “familícia”? No final de semana passado, mais um jornalista foi alvo de ataques de apoiadores do demente nas redes sociais. Lucas Neiva, do Congresso em Foco, foi ameaçado de morte e teve dados pessoais vazados após a publicação de uma reportagem de sua autoria, no sábado (4), em que denuncia a tática de um fórum anônimo para produzir fake news em favor de Bolsonaro.

Após as ameaças, durante a madrugada de sábado para domingo, o grupo também atacou e derrubou o site do Congresso em Foco, que ficou fora do ar até por volta das 9h da manhã do domingo.

Nas mensagens também são tramados ataques à honra do repórter com fake news, em uma espécie de campanha de difamação. A jornalista Vanessa Lippelt, editora do Congresso em Foco Insider e coautora da reportagem, também foi ameaçada.

É preciso dar um basta à atuação de grupos fascistas no Brasil, que ataca jornalistas e o Jornalismo, para favorecer o avanço do fascismo e beneficiar eleitoralmente o atual presidente.

A “besta-fera” prometeu investigar. Em sua ida aos EUA, para participar da tal “Cúpula das Américas”, o insano brasileiro foi muito questionado pelo desaparecimento de um indigenista e de um repórter inglês. E prometeu “fazer de tudo para investigar”. Mas, quem acredita nisso?

O indigenista licenciado da Funai Bruno Araújo Pereira e o repórter Dom Philips, colaborador do britânico The Guardian, desapareceram durante uma expedição no Vale do Javari, oeste do Amazonas. Pereira acompanhava o jornalista em uma visita à região, onde comunidades indígenas e ribeirinhas distantes de centros urbanos têm sido alvo de invasões cada vez mais frequentes.

A informação foi divulgada na segunda-feira (6) em nota assinada pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi), entidades com as quais Ribeiro atuava em parceria.

“Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relato dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo”, diz o comunicado. Outros relatos de intimidação nos últimos dias já haviam sido denunciados pela organização indígena à Polícia Federal (PF), ao Ministério Público Federal (MPF), ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e à ONG Indigenous Peoples Rights International.

Experiente e profundo conhecedor da região, Bruno Pereira é um indigenista comprometido com a defesa dos povos indígenas e denunciou o desmonte da Funai sob Jair Bolsonaro (PL). “Os servidores estão silenciados, servidores de carreira são retirados de cargos estratégicos. A Funai está sendo tomada por interesses que não são dos índios”, afirmou ao Brasil de Fato em 2019.

O jornalista Dom Philips é um proeminente repórter internacional que já trabalhou para o The Washington Post, o New York Times e o Financial Times. No Brasil há mais de uma década, ele vive na Bahia. Entre os colegas, é conhecido pela admiração à Amazônia, para onde foi com objetivo de expor o impacto da atuação de criminosos ambientais.

Nas redes sociais, personalidades políticas e ligadas à questão socioambiental manifestaram a preocupação e exigiram empenho na busca pelos desaparecidos.

E foi parar na ONU. A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, emitiu uma nota na sexta-feira (10) pedindo que o governo brasileiro intensifique as buscas pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, desaparecidos desde o último domingo (05/06), no Vale do Javari, terra indígena localizada nos municípios amazonenses de Atalaia do Norte e Guajará.

No texto, a porta-voz da agência, Ravina Shamdasani, ressalta a importância do trabalho feito por Pereira e Phillips, na proteção de povos indígenas locais.

A nota também destaca o compromisso de diversos grupos da sociedade civil, que se empenham nas buscas pela região para encontrarem os desaparecidos.

Ao final do comunicado, a ONU se mostra preocupada com "os constantes ataques e ameaças enfrentadas pelos defensores dos direitos humanos, ambientalistas e jornalistas no Brasil". 

Pelo menos, é um passo importante. Recentes operações ligadas à Polícia Civil, mas que tiveram participação da PRF, motivaram decisão da Justiça que impede a corporação de estar presente em ações fora do ambiente rodoviário.

Depois de uma sequência de atuações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que caracterizaram abuso de poder como a Operação na Vila Cruzeiro, que deixou 23 mortos, e a morte de Genivaldo de Jesus Santos por asfixia em uma viatura da corporação em Sergipe, ambas no mês passado, a Justiça determinou que a PRF não poderá mais participar de operações fora de estradas e rodovias.

De acordo com o jornal O Globo, a Justiça proibiu ações conjuntas a outros órgãos do Sistema Único de Segurança Pública, não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo país. A decisão foi motivada pela ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF), que pediu o fim dessas operações logo após as ações da PRF nos casos citados acima. O MPF ingressou com ação civil pública com pedido de liminar (urgente) contra a União, no último dia 31 de maio.

Uma análise interessante. Muito boa a análise feita por Juraima Almeida, pesquisadora brasileira, analista associada ao Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE). Diz ela que “Sem dúvida, há um descompasso entre o que as pesquisas de intenção de voto registram e o vento frio no país. No país real, ninguém está seriamente preocupado com a terceira via, um burro de carga da imprensa hegemônica tentando tirar votos da candidatura progressista-centrista de Lula da Silva, e as preocupações estão centradas em saber se, se o ex-presidente vencer, o ultradireitista Jair Bolsonaro vai aceitar os resultados das eleições ou mobilizar seu exército de civis armados e até as Forças Armadas”.

Mais adiante ela diz que “A especulação sobre como o Exército vai se comportar diante de uma manobra golpista de Bolsonaro está na boca de todos. E junto com isso vêm as dúvidas, as expectativas de como seria o eventual governo Lula, em um país devastado e politicamente fraturado, onde é difícil saber o grau de adesão à democracia em 2023”.

“Enquanto isso, Lula mantém sua visão de estadista. Em Porto Alegre, destacou que ‘não é possível para mim ver na televisão um presidente Biden, que nunca fez um discurso para dar um dólar a quem passa fome na África, anunciar 40 milhões de dólares para  ajudar a Ucrânia a comprar armas. Como é que a primeira potência do mundo pode dizer que  não tem leite para bebês  se o presidente acaba de anunciar mais de 40 bilhões de dólares para comprar armas para a guerra na Ucrânia’?”

López Obrador recusa convite de Biden. O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador recusou a o convite para participar da Cúpula das Américas organizada por Joe Biden “porque nem todos os países americanos estão convidados”.

“Não pode haver uma cúpula se todos os países não forem convidados", disse ele. "Ou pode haver uma, mas isso é continuar com toda a política de intervencionismo”.

A declaração de López Obrador ocorre depois da decisão do governo Biden de não convidar os governos de Cuba, Venezuela e Nicarágua para a próxima cúpula. Anteriormente, López Obrador instou Washington a garantir que todos os países americanos fossem incluídos.

Em vez disso, López Obrador planeja visitar o estado mexicano de Oaxaca, na quinta (9) ou sexta-feira (10) desta semana, tuitou um repórter do Mexico Today. O estado foi castigado pelo recente furacão que deixou pelo menos 11 pessoas mortas.

Fernández dá o recado! O presidente argentino condenou os bloqueios contra Cuba e Venezuela e rejeitou a atitude da OEA de apoio à desestabilização na região.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, criticou fortemente na quinta-feira (09) a exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua da IX Cúpula das Américas, que acontece em Los Angeles, Estados Unidos (EUA), ao afirmar que ser o anfitrião permite impor “direito de admissão”.

O dignitário falou em nome da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), da qual atua como presidente pro tempore, e destacou que nesta comunidade convive dentro da diversidade de critérios e respeito, pois embora os pontos de vista possam variar, as preocupações são muito semelhantes em um contexto tão complexo.

“A América Latina olha com dor o sofrimento de dois povos irmãos. Cuba suporta um bloqueio de mais de seis décadas imposto durante a Guerra Fria e a Venezuela tolera outro. Com medidas desse tipo, o objetivo é condicionar os governos, mas, na verdade, apenas o povo é prejudicado”, destacou Fernández.

Em seu discurso na sessão plenária da IX Cúpula das Américas realizada em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, o chefe de Estado argentino convidou seu homólogo estadunidense a participar da próxima plenária da CELAC.

O presidente argentino expressou seu desejo de que a região tenha um futuro sem divisões em busca de prosperidade e igualdade: “Sonho que em uma América fraternalmente unida, nos comprometamos com o fato de que todos os seres humanos que habitam nosso continente têm o direito de pão, à terra, ao teto e a um trabalho decente”.

Mais um avanço na Argentina. O governo argentino enviou ao Congresso um projeto que cria o chamado “imposto sobre a renda inesperada”, que incidirá sobre empresários beneficiados pelo aumento dos preços internacionais devido ao conflito na Ucrânia.

Ao apresentar o projeto, o presidente Alberto Fernández enfatizou que “o lucro extraordinário deve ser usado para gerar igualdade e justiça social”.

O projeto visa implementar uma alíquota de 15% sobre o lucro extraordinário das companhias (vale lembrar que o governo argentino já taxa as grandes fortunas).

“Uma sociedade é onde todos ganham. Quando alguns ganham muito e milhões ficam empobrecidos, é uma farsa. Viemos aqui para validar igualdades e equilibrar o que foi desequilibrado”. Disse Alberto Fernández na apresentação do Projeto de Renda Inesperada.

Fim do julgamento da golpista. O julgamento do caso denominado Golpe de Estado II contra a ex-presidente de fato da Bolívia, Jeanine Áñez, continuou na terça-feira com a apresentação das conclusões das partes, processo em que o Ministério Público pediu 15 anos de prisão por o acusado.

Na terça-feira as denúncias continuaram conforme a ordem estabelecida. No caso do chamado Golpe de Estado II, Áñez é processada pelas ações que implementou quando atuou como segunda vice-presidente do Senado e, em seguida, assumiu irregularmente a presidência em 2019.

Parentes de vítimas do golpe de estado de 2019 e ativistas de direitos humanos montaram uma vigília do lado de fora do Tribunal Departamental de Justiça na segunda-feira para exigir justiça.

A golpista vai pegar 10 anos de cadeia! O Primeiro Tribunal de Sentença Anticorrupção de La Paz, Bolívia, condenou a ex-presidente de fato Jeanine Áñez a dez anos de prisão pelo caso Golpe de Estado II.

A sentença também inclui o ex-comandante em chefe das Forças Armadas, Williams Kaliman; e o ex-comandante-geral da Polícia, Vladimir Calderón.

A Promotoria, a Procuradoria Geral da República e o Senado haviam pedido 15 anos de prisão para Áñez pelos crimes de violação de deveres e resoluções contrárias à Constituição e às leis.

O Ministério Público apresentou provas e depoimentos durante o julgamento ordinário que ajudaram a concluir que Áñez realmente violou os artigos 153 e 154 do Código Penal.

O caso do Golpe de Estado II, causa pela qual ela foi processada, refere-se especificamente a ações realizadas antes de ela se proclamar presidente da Bolívia em 2019.

Enquanto senadora, Áñez desrespeitou três artigos da Câmara dos Senadores quando se proclamou presidente desse órgão legislativo e, posteriormente, violou outros três do Regimento dos Deputados ao instalar ilegalmente uma sessão da Assembleia.

Cúpula anti-OTAN. O estado venezuelano de Táchira sediará uma cúpula contra a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nos dias 28 e 29 de junho.

O evento, conforme relatou o deputado Julio Chávez à Sputnik, será organizado em protesto à reunião da aliança militar que será realizada, na mesma data, em Madri, na Espanha.

O parlamentar disse que a atividade de protesto também ocorrerá em outros países, como Bélgica, e que espera que outras nações latino-americanas se juntem às atividades.

A cúpula contra a OTAN será realizada na cidade de San Cristóbal, capital de Táchira, que faz fronteira com a Colômbia. E a escolha do local não é ao acaso. A Colômbia manifestou interesse em ingressar na OTAN e é considerada pelos EUA um aliado estratégico.

O deputado enfatizou que nos últimos anos diversas tentativas de causar instabilidade na Venezuela ocorreram a partir da fronteira do estado de Táchira.

A fronteira terrestre entre os dois países ultrapassa 2 mil quilômetros. Em várias ocasiões o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou Bogotá de usar essa faixa para introduzir grupos armados e tentar desestabilizar seu país.

No último dia 17, Maduro disse que o plano mais recente promovido por Iván Duque, presidente da Colômbia, foi executado no estilo do traficante de drogas colombiano Pablo Escobar.

Maduro se aproxima da Turquia. A visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, à Turquia constitui um testemunho de um novo mundo multipolar, disse o historiador e analista turco Mehmet Perincek.

O presidente venezuelano fez uma visita oficial à Turquia nos dias 7 e 8 de junho, coincidindo com a Cúpula das Américas sediada pelos Estados Unidos.

Perincek destacou as posições semelhantes da Turquia e da Venezuela, que são alvo das ameaças de Washington.

“Os dois países estão tentando contornar as restrições dos EUA e aumentar seus laços comerciais, principalmente nos setores de energia e turismo”, ressaltou.

Segundo o analista, a cooperação econômica entre Turquia e Venezuela também diz respeito à Rússia.

Nesse contexto, acrescentou, os chefes dos bancos centrais das três nações planejam discutir um novo mecanismo de pagamentos no próximo Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo, que vai acontecer de 15 a 18 de junho.

Acordo da Venezuela com o Irã. Os dois países sofrem com as sanções dos EUA, por isso formam uma frente de apoio estratégico.

Os presidentes Seyed Ebrahim Raisi, do Irã, e Nicolás Maduro, da Venezuela, assinaram um acordo de cooperação estratégica de 20 anos, de acordo com uma entrevista coletiva concedida após um intercâmbio em Teerã.

O presidente venezuelano afirmou anteriormente que, por ocasião de sua visita oficial a Teerã, serão consolidadas “estratégias para 20 anos de desenvolvimento das relações Irã-Venezuela”.

Entre as novidades da aparição bilateral está a reativação dos voos diretos Caracas-Teerã para promover o turismo entre as duas arenas.

Diz o presidente persa que esta medida vai aproximar os povos e manifestou a sua vontade de consolidar laços bilaterais frutíferos.

Nicolás Maduro expressou que seu país “aprende com a experiência” de Teerã em termos de resistência à pressão estrangeira.

Nesse sentido, seu homólogo reconheceu a firmeza do povo venezuelano diante da agressão imperialista e sua luta para superar as sanções impostas pelos Estados Unidos.

Maduro reafirma compromisso de luta. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na sexta-feira que o Irã e seu país estão na vanguarda de uma mudança nos tempos históricos e do nascimento de um novo mundo sem hegemonismo ou dominação imperial dos Estados Unidos.

Ele assegurou que os líderes revolucionários devem estar muito atentos aos sinais de mudança que estão se manifestando na humanidade e o momento atual mostra um declínio na hegemonia das potências.

Maduro assegurou que o mundo vive uma nova era, com processos de mudança social que se aceleram e a transição para uma nova situação no século XXI.

E lembrou que todos os dias as forças de ocupação israelenses matam jovens, mulheres e crianças palestinas sem que a comunidade internacional pareça se importar.

Nicarágua autoriza entrada de tropas russas. O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, anunciou o ingresso de tropas, navios e aeronaves estrangeiras no país para fins humanitários, a partir do segundo semestre de 2022.

Conforme publicado no diário oficial do governo, navios, aeronaves e funcionários das Forças Armadas da Rússia ficam autorizados a “participar de exercícios e intercâmbio em operações de ajuda humanitária e missões de busca e salvamento em situações de emergência ou catástrofes naturais”.

A medida vale também para militares, navios e aeronaves dos seguintes países: Estados Unidos, México, Cuba, Venezuela, Guatemala, El Salvador, Honduras e República Dominicana.

Recentemente, o presidente Daniel Ortega criticou a realização da Cúpula das Américas, em Los Angeles, nos EUA. Cuba, Nicarágua e Venezuela não foram convidados pelo governo do presidente norte-americano, Joe Biden, para o evento.

Está chegando a hora! Poucos dias antes do segundo turno das eleições presidenciais colombianas em 19 de junho, onde mais de 39 milhões estão aptos a votar, o centro-esquerda Gustavo Petro lidera as pesquisas contra o adversário inesperado, Rodolfo Hernández, o outsider de Trump e admirador de Adolf Hitler, que da mídia hegemônica promove um empate técnico com o candidato progressista.

A Colômbia está na onda de consolidação de uma centro-esquerda no poder, pela primeira vez no país. Petro e a coalizão Colômbia Humana realizaram uma campanha complicada, atormentada por ameaças e ataques, incluindo um plano de uma gangue de traficantes para atentar contra sua vida.

Um dos desafios mais importantes, no momento, é reverter o histórico desinteresse e abstencionismo nas eleições. Em 29 de maio, ultrapassou 45% dos aptos a votar.

Gustavo Petro, economista de 62 anos do Pacto Histórico de centro-esquerda, prevaleceu no primeiro turno com pouco mais de 40% dos votos, derrotando o empresário Rodolfo Hernández, da Liga dos Governadores Anticorrupção, com pouco mais de 28% dos votos. o voto.

A oligarquia colombiana que governou, por décadas, quase sem contrapesos, teve o apoio irrestrito dos governos dos EUA, para executar essa hegemonia da direita política, econômica e militar do país do norte, que teve com Iván Duque o último dos atores pró-americanos.

As administrações colombianas, ligadas ao paramilitarismo e ao narcotráfico, criaram um país subsidiário, tanto dos EUA quanto do sionismo. Governar assim foi o que permitiu criar um país que é um verdadeiro porta-aviões para os interesses de Washington no continente: dotado de oito bases militares do Pentágono, agressor de seu vizinho venezuelano, centro de espionagem regional e, além disso, centro de produção e distribuição para os Estados Unidos e Europa.

Turquia manteve veto! O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, destacou no domingo que manterá o veto à entrada da Suécia e da Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) até que essas nações não cortem seus laços com organizações consideradas terroristas por Ancara.

Durante uma reunião de apoiantes do Partido da Justiça e Desenvolvimento, do qual é membro, o chefe de Estado turco sublinhou que não mudarão de posição até que a Suécia e a Finlândia aceitem as suas condições.

A Turquia acusa a Suécia e a Finlândia de estarem em contato com as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular e do Partido dos Trabalhadores do Curdistão.

Erdogan afirmou que “no momento, líderes de organizações terroristas circulam livremente na Suécia e na Finlândia, sob a proteção dos suecos e finlandeses”.

Ele também afirmou que o sistema estabelecido pelo Ocidente para proteger sua própria segurança e bem-estar está se desfazendo.

Erdogan não está brincando. Depois que a Turquia anunciou seu veto à entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN o governo estadunidense não tardou em tentar montar mais um conflito internacional para manter sua política de dominação. Agora, a tentativa estadunidense é criar um “atrito” entre Turquia e Grécia.

Mas o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, alertou a Grécia para alegações de que Atenas estaria militarizando as ilhas orientais do mar Egeu. Erdogan prometeu responder caso a política continue.

As ilhas orientais do mar Egeu foram transferidas da Itália para a Grécia após o fim da Segunda Guerra Mundial na sequência do Tratado de Paris de 1947.

Junto com o Tratado de Paz de Lausana de 1923, o Tratado de Paris continha garantias de que as ilhas do Dodecaneso, localizadas perto da costa turca, permaneceriam desmilitarizadas.

“Advertimos a Grécia para se manter longe de sonhos e ações das quais vai se arrepender e ter bom senso. A Turquia não vai desistir de seus direitos no mar Egeu, da mesma forma que não se absterá de utilizar seus direitos decorrentes de acordos internacionais. Não estou brincando, estou falando sério. Esta nação está determinada”, advertiu o líder turco.

Reino Unido em uma crise monumental. Famílias de classe média na Grã-Bretanha correm o risco de cair na pobreza por causa do aumento maciço nas contas de serviços públicos e da crise do custo de vida, afirma Keith Baker, pesquisador na Glasgow Caledonian University, em uma entrevista à agência de notícias Xinhua. “Não vimos o que estamos experimentando agora desde os dias da Segunda Guerra Mundial”, complementou.

Para aliviar os custos crescentes, o ministro do Tesouro, Rishi Sunak, anunciou em maio que cerca de 8 milhões das famílias mais pobres do país receberão um pagamento de 650 libras esterlinas (cerca de R$ 3,8 mil) além de outras medidas de apoio.

Baker disse que seu maior medo é que algumas pessoas possam reagir ao problema com tumultos. “Na pior das hipóteses, honestamente, não sei como o público responderá”, observou ele. “Não estou dizendo que apoiaria tumultos, mas entenderia totalmente qualquer um que esteja chegando ao ponto em que está quebrado. Que outra opção eles têm?”

O teto de preço de energia da Grã-Bretanha saltou de 1.277 libras esterlinas para 1.971 libras por ano em abril para cerca de 22 milhões de clientes. O regulador de energia do país alertou em maio que o limite deve subir para cerca de 2.800 libras por ano em outubro.

Unidade da Europa em risco. Pela primeira vez desde o início do conflito na Ucrânia, a unidade europeia foi abalada e os 27 líderes deram luz verde ao sexto pacote de sanções contra a Rússia, o mais complicado pelo impacto direto que terá nas suas economias e alimentação insegurança na área, impondo um embargo e boicote (parcial) ao petróleo russo

A União Europeia concordou com um embargo a “mais de dois terços” de suas compras de petróleo russo, depois de não chegar a um acordo sobre a proibição total das importações de petróleo bruto. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou que a medida “corta uma enorme fonte de financiamento para sua máquina de guerra”.

A solução encontrada pelos negociadores foi adotar um embargo que afetará inicialmente as importações de petróleo russo que chegam à UE por via marítima, excluindo, por enquanto, as entregas por oleoduto.

Enquanto isso, a gigante russa de hidrocarbonetos Gazprom suspenderá as entregas ao fornecedor de energia estatal holandês GasTerra a partir de hoje por se recusar a pagar em rublos. A Holanda junta-se à Polónia, Bulgária e Finlândia, que já decidiram não pagar o preço do gás russo em rublos e que lhes custou a suspensão do fornecimento. A Dinamarca moveu-se na mesma direção, embora não houvesse resposta de Moscou.

Dúvida entre os “aliados”? A indecisão da União Europeia na questão de imposição do embargo contra o gás e o petróleo russos deu à Rússia altas receitas da venda destes recursos energéticos, escreveu na coluna para a mídia tcheca iDNES.cz o economista Lukas Kovanda.

De acordo com suas palavras, neste ano os dividendos das empresas Rosneft e Gazprom serão os mais altos em toda a sua história.

“Não parece que as sanções ou embargo lhes causem danos. Até agora, tem sido principalmente a UE que as ajudou a arrecadar altas receitas, ao ameaçar impor o embargo, aumentando assim os preços globais do petróleo e gás, mas não impôs. Portanto, a Rússia tem vendido muito e a alto preço. Assim continuará até o final do ano”, prognostica Kovanda.

Índia vai aumentar a importação de petróleo russo. A Índia pode aumentar as importações de petróleo da Rússia em 20% em junho, até 1,05 milhão de barris por dia (mb/d), informou o jornal 'Indian Express'.

“As importações de petróleo da Rússia para a Índia provavelmente aumentarão 20% mensalmente para 1,05 mb/d em junho”, informou a agência em seu site, citando dados da empresa de análise Kpler.

De acordo com o texto, em maio, a Índia importou 840.645 barris por dia (b/d) da Rússia ante 388.666 b/d em abril e 136.774 b/d em maio de 2021.

Atualmente, a Índia precisa de cerca de 5 mb/d, o que significa que um quarto de suas necessidades de petróleo são cobertas pelo petróleo russo.

A Índia é o terceiro maior importador de petróleo do mundo, importando quase 80% de suas necessidades de petróleo.

Polônia também teme alguma coisa. As sanções contra a Rússia impostas pela Polônia podem resultar em uma catástrofe ambiental ao mar Báltico, afirmou Michal Dudek, da Sulzer Pumps Wastewater.

De acordo com Dudek, o Ministério do Interior da Polônia restringiu as atividades de 35 empresas suspeitas de terem ligações com Moscou, incluindo a Sulzer Pumps Wastewater, responsável pelo tratamento e transporte de águas residuais.

Segundo o funcionário, a repentina falha no funcionamento das instalações de tratamento nas cidades e empresas ameaça o mar Báltico com altos níveis de poluição.

Armas ocidentais estão sendo desviadas para o crime. Gunnar Appelgren, comissário policial da Suécia, repetiu as críticas já referidas até agora, de que as armas ocidentais fornecidas à Ucrânia podem ser exploradas por traficantes.

As armas ocidentais fornecidas à Ucrânia podem acabar nas mãos de gangues criminosas na Suécia, advertiu Gunnar Appelgren, comissário policial do país nórdico.

“Há provavelmente um grande risco de que o influxo de armas ilegais chegará à Suécia quando houver um pouco mais de ordem lá [na Ucrânia], talvez até paz”, disse ele à Rádio Sueca.

A Rádio Sueca escreve que na última onda de tiroteios fatais no país têm sido usadas principalmente armas da Guerra Civil Iugoslava.

Nos últimos anos, a Suécia caiu em uma espiral de violência provocada por gangues e crime organizado, com frequentes relatos de tiroteios e explosões no país.

Estado terrorista e genocida! A Comissão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU acusa Tel Aviv de ser, em grande parte, responsável pela instabilidade na região, instaurando o que considerou como uma “ocupação perpétua”, dos territórios palestinos. O governo israelense denuncia um relatório "parcial", redigido por um militante anti-Israel.

Israel, que se recusou a cooperar com a comissão, considerou “que o relatório é parcial e tendencioso, desqualificado por seu ódio ao Estado de Israel e baseado em informações parciais e segmentadas”, segundo uma nota de seu Ministério de Relações Exteriores. 

O relatório especifica que o documento foi entregue antes de sua publicação para as autoridades palestinas e israelenses. O texto reforça o que já foi dito no passado, mas demonstra a determinação do Conselho de Direitos Humanos em retomar a discussão sobre o conflito entre Israel e Palestina, que saiu dos holofotes da agenda diplomática nos últimos anos.

Burlando as determinações? Economistas dizem que a Rússia está no caminho certo para ganhos de energia recordes enquanto as empresas de navegação europeias movimentam quantidades sem precedentes de petróleo russo, mas não para a Europa.

A quantidade de petróleo russo transportada por empresas europeias disparou de 31 milhões de barris em fevereiro para 58 milhões de barris em maio, de acordo com uma nova análise do The Independent, enquanto as sanções antirrussas impostas pela União Europeia e os EUA continuam causando danos.

Embora a sexta rodada de sanções aprovada recentemente e destinada a bloquear o consumo da UE da energia russa já tenha conseguido impedir os clientes europeus de ter acesso ao petróleo a preços acessíveis, não há restrições que impeçam as empresas de transportar o petróleo russo para outro local.

Em resultado, as companhias nos principais centros de navegação, como Grécia, Malta e Chipre, colheram lucros recordes, uma vez que as sanções ostensivamente destinadas a isolar e empobrecer os russos causaram danos nas economias europeias.

De acordo com uma fonte da indústria naval entrevistada pelo veículo, "um grande petroleiro que parte de Primorsk poderia coletar US$ 32,5 mil [R$ 158,31 mil] por dia a partir de sexta-feira, em comparação com os menos de US$ 10 mil [R$ 48,71 mil]" que eram conseguidos antes do início da operação especial russa na Ucrânia em fevereiro.

É puro nazismo! No início dessa semana recebemos uma notícia muito revoltante. O governo ucraniano está fazendo propaganda, em Kiev, para a população deixar de usar as linhas do Metrô porque foram construídas na época da União Soviética! Paranoia? Propaganda nazista? Mas agora recebemos informações ainda mais perturbadoras.

A Ucrânia está cometendo um crime que já foi nomeado como “bibliocídio”. O que é isso? Simplesmente o governo de Kiev mandou destruir todos os livros de autores russos existentes em suas bibliotecas. Cerca de 100 milhões de livros e cópias de escritos russos já foram destruídos pela sanha da direita.

A limpeza étnica é uma característica do fascismo e de todas as suas variantes de extrema direita em nível planetário. Parte-se do pressuposto de que existem culturas superiores e inferiores e que estas últimas devem desaparecer da face da terra, para que não reste sequer um traço de sua presença histórica. E o exemplo mais terrível de limpeza étnica foi promovido pelo nazismo primeiro na Alemanha e depois em todos os territórios que conquistou durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo os dos povos eslavos, começando pelos localizados na então União Soviética.

Livros de autores russos estão agora sendo queimados. Tolstoi, Dostoievsky e muitos outros não poderão mais ser lidos pelas futuras gerações ucranianas.

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