sexta-feira, 1 de julho de 2022

Um Congresso ainda pior em 2023

 

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Eu tenho pensado muito em que tipo de Congresso iremos eleger este ano. Falei sobre isso em conversas recentes. E não estou lá muito otimista.

Vou deixar essa news de hoje como uma provocação ao debate – usam a área de comentários logo abaixo pra dizer o que pensam.

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Sabem o que eu acho?

Que a próxima legislatura será pior (torço pra estar errado). Meu raciocínio é esse: em 2018, o partido no qual Bolsonaro estava filiado elegeu 52 deputados. Era a segunda maior bancada da Câmara. Com apoio dos demais partidos, Bolsonaro poderia fazer quase tudo o que desejasse.

As novas caras do Congresso - ISTOÉ Independente
gráfico: IstoÉ.

Acontece que Bolsonaro foi logo perdendo apoio. Sua inabilidade política derrubou aliados rapidamente. O próprio PSL se voltou contra ele quando Jair tentou destronar o deputado Luciano Bivar da liderança do partido (Bolsonaro “ficou 3 anos dormindo”).

Muitos dos aliados mais barulhentos pularam fora do bolsonarismo: Alexandre Frota ("Peço desculpas ao Brasil por ter me enganado”), Joice Hasselmann (“Bolsonaro é o mais babaca que ocupou a Presidência”), Luis Miranda (pivô do caso Covaxin na CPI da Pandemia), Delegado Waldir (“R$ 10 milhões pra cada parlamentar”).

Parece bom? Bolsonaro se enfraqueceu? Talvez não.

O fato é que todos esses ex-aliados disputarão a reeleição este ano. E quais deles serão reeleitos? Não se sabe, mas se as experiências passadas de ex-bolsonaristas valem de algo, é improvável que se mantenham no Congresso.

Há um risco grande de que esses hoje moderados sejam substituídos por novos radicais de extrema-direita. Concorrentes não faltam: de ex-jogador de vôlei que odeia gays até apresentadora de TV que expôs de modo implacável e nojento a vida de uma atriz vítima de estupro. Todos já se colocam como “pré-candidatos”. Não darei link.


Olhem o destino que tiveram “Bolsoria” e “Bolsowitzel”. Vejam a extrema dificuldade que Carlos Moisés, governador de Santa Catarina, teve para se manter em pé depois de ser enxotado da extrema-direita. No estado do sul, Bolsonaro agora apoia a vice-governadora, a mesma que que teve enormes dificuldades em se colocar contra o nazismo.

Eleita com mais de 1 milhão de votos em 2018, colada em Bolsonaro e titular de uma notícia falsa absurda que ajudou Jair na campanha vitoriosa, Joice Hasselmann faz menos de 100 mil votos em 2020 quando concorreu à Prefeitura de São Paulo.

Alexandre Frota precisou deletar as próprias redes sociais e recomeçar do zero pra buscar algum capital político digital. Os bolsonaristas são vingativos ferozes contra dissidentes.

Após traição, ex-aliados de Bolsonaro caminham a passos largos rumo ao  fundo do poço
Vai sobrar alguém?

O apoio ao Governo Federal é hoje bancado pelas emendas de relator, o que faz o Mensalão ser uma brincadeira de criança. Um custo alto para o país, pago por todos nós, e que terá impacto no próximo ano. Tenham certeza que com a eleição quase perdida, a extrema direita focará MUITO em ter o maior número de parlamentares eleitos. A meta é manter os mais cegos fieis na base e substituir os traidores por novos apoiadores.

Um novo governo eleito que não seja o de Jair Bolsonaro enfrentará esse Congresso por 4 anos.


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2022 é um ano crucial para nossa democracia. O Brasil não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro. Estamos sendo corroídos por dentro até sobrar só a casca do que um dia foi um país livre e soberano. Quer me ajudar a vencer essa guerra? Junte-se a mim. Não vou me calar e pra isso preciso da sua força!

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© 2022 Leandro Demori

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