sábado, 20 de agosto de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Parés

 


 

 

 


Empresários golpistas!

Um grupo de empresários, entre eles, Luciano Hang, dono da franquia Havan, trocou mensagens no WhatsApp defendendo um golpe de Estado caso o energúmeno perca as eleições, como indicam todas as pesquisas de intenções de voto que mostram o ex-presidente Lula (PT) na liderança.

É mais uma ameaça à democracia e os direitos sociais e trabalhistas, afirma o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas. “Empresários e parlamentares por eles bancados que defenderam o golpe em 2014 foram os mesmo que defendiam e defendem a retirada de direitos previdenciários e trabalhistas, salários baixos e mais exploração do trabalhador, como a CUT sempre alertou", reagiu o dirigente.

De acordo com reportagem publicada no site Metrópoles nesta quarta-feira (17), o grupo também debateu propostas de violação da lei eleitoral e ataques a instituições. O grupo de facínoras é formado por: - Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da rede shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia e; Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii.

Os empresários temem que, com uma vitória eleitoral do PT, seus negócios possam ser prejudicados. Nas capturas de tela exibidas na matéria, o proprietário do shopping fluminense Barra World, José Koury, chega a afirmar que prefere “um golpe do que a volta do PT”, e que “com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”.

A realidade é que o ex-capitão, segundo matéria publicada na Folha de São Paulo, teme ser preso caso perca as eleições.

É claro que todos “mamam”. Entre os empresários que integram um grupo de WhatsApp em que se faz a defesa de um golpe de estado caso o ex-presidente Lula (PT) vença as eleições de outubro, estão devedores à União e proprietários de empresas que pegaram empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES). As ameaças golpistas foram reveladas em reportagem do jornalista Guilherme Amado publicada no site Metrópoles, na tarde de quarta-feira (17).

Apesar das duras críticas feitas ao PT e à esquerda e da defesa ferrenha de ideias de direita, suas trajetórias empresariais demonstram, de acordo com levantamento feito pelo Brasil de Fato, uma constante relação com o Estado, colhendo benefícios dessa proximidade.

De acordo com o monitoramento da reportagem, o grupo tem ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), exaltação às Forças Armadas e até sugestões de atos violentos para impedir um retorno de Lula ao Palácio do Planalto. Os integrantes mais conhecidos são Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamentos Havan, e Afrânio Barreira, da rede de restaurantes Coco Bambu, marcados pelo apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) desde 2018.

Luciano Hang é dono da rede de lojas de departamento Havan, fundada em 1986. É apoiador declarado do insano e crítico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera a corrida eleitoral deste ano. Procurado pelo Brasil de Fato, Hang informou que é a favor da “democracia, liberdade, ordem e progresso”. Disse também que não tem nada a ver com mensagens sobre golpe trocados no grupo e que nunca se manifesta ali.

Notícia-crime. A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF), uma notícia-crime contra os empresários apoiadores do ex-capitão que defendem um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) seja eleito, como indicam as pesquisas de intenções de voto.

O grupo de entidades pede que os empresários Luciano Hang (Havan), Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) sejam incluídos no Inquérito 4.874/DF, relatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes, que apura suposta presença de indícios e provas acerca da existência de organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com a possível finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito.

Na notícia-crime protocolada nesta quinta-feira (18), a Coalizão solicita, ainda, que sejam requeridos os celulares dos noticiados e dos demais membros do grupo de WhatsApp denominado “Empresários & Política”; a quebra de sigilo telefônico para verificar a autenticidade das mensagens trocadas e se elas coincidem com a participação nos ataques sistematizados, com o uso das redes sociais como instrumento de agressão, de propagação de discurso de ódio e de ruptura ao Estado de Direito e da Democracia; e a investigação sobre a atuação dos denunciados na preparação e financiamento dos atos do próximo dia 7 de setembro.

Reunindo mais de 200 entidades e organizações da sociedade civil, a Coalizão firmou compromisso com o TSE de defender o sistema eleitoral dos constantes ataques promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro e setores do governo contra o processo eleitoral brasileiro, a Justiça Eleitoral, juízes e servidores.

Outra vitória da democracia! O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil ordenou nesta quinta-feira a remoção imediata de quatro vídeos que circulam nas redes sociais, publicados por um ex-ministro do insano que governa o país, com notícias falsas sobre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva.

Os vídeos foram divulgados no dia 2 de agosto no Facebook, YouTube e Instagram pela ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.

O conteúdo dos audiovisuais é baseado na suposta criação de cartilhas pela liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) para “incentivar” o uso de drogas, principalmente crack, entre os jovens.

No entanto, o material compartilhado era um documento que continha medidas de redução de danos para aquelas pessoas que desejavam parar de usar drogas.

A Federação Brasil Esperança, formada por partidos que apoiam Lula para a Presidência do Brasil nas eleições de outubro próximo, solicitou a remoção dos vídeos. A decisão foi proferida pelo ministro Raúl Araújo.

Até a merenda escolar? Ao contrário do que diz, o demente não está preocupado com os mais pobres e, sim, em se reeleger. Foi para sair do segundo lugar nas pesquisas de intenções de voto que ele aumentou temporariamente, só até dezembro, o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e faz propaganda disso como se isso fosse a solução para a fome e a miséria que assola o país. Se realmente estivesse preocupado com os mais pobres não teria vetado o reajuste dos recursos que são repassados a estados e municípios para a alimentação escolar, que o Congresso Nacional havia aprovado.

A “economia” que o governo deve fazer com este veto, considerado desumano por educadores, é menor do que R$ 2 bilhões, muito abaixo do que foi destinado às emendas do orçamento secreto, de R$ 19 bilhões, que parlamentares da base aliada poderão gastar sem que a sociedade saiba onde foi “investido”.

Como a alimentação escolar está sem reajuste desde 2017 (governo Michel Temer - MDB), e o valor repassado neste ano foi de R$ 3,96 bilhões, o máximo que o governo investiria daria uma diferença de 1,58 bilhões a mais, já que o acréscimo orçamentário para a alimentação iria variar entre 34% e 40%. Atualmente, o governo federal envia R$ 0,36 para cada criança do ensino fundamental e R$ 0,53 por aluno da pré-escola. O restante do valor da merenda é pago pelos estados e municípios.

Farra boa! Quase 1,6 mil militares receberam benefícios de mais de R$ 100 mil neste ano, um deles é o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, braço direito do energúmeno durante a pandemia da Covid-19 e considerado um dos responsáveis por centenas de vidas perdidas por falta de gestão, de coordenação de ações preventivas e ações de planejamento e coordenação do Sistema Único de Saúde (SUS), que teria evitado pelo menos as mortes por sufocamento em Manaus por falta de oxigênio nos hospitais.

Segundo o novo levantamento, em março este ano, Pazuello recebeu R$ 316.548,44, incluindo o salário de R$ 32.633,40 mais R$ 282.623,84 de verbas indenizatórias.

O campeão de benefícios é o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior. Em junho do ano passado, ele ganhou o total bruto de R$ 818.902,09.

Na sequência estão o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), tenente brigadeiro-do-ar, Luiz Ricardo de Souza Nascimento. Em novembro de 2021, consta o valor bruto de R$ 719.724,85.

Outro beneficiado foi o chefe do Estado Maior, Laerte de Souza Santos, que foi agraciado, em junho de 2021, com um extra de R$ 286.663,36 mais o salário de R$ 34,4 mil, totalizando R$322.496,22.

O documento aponta que a própria Controladoria-Geral da União (CGU) constatou que militares da ativa estão acumulando cargos e funções e recebendo remunerações que extrapolam o teto constitucional.

E o povo que se exploda! Mais preocupado com a reeleição do que com a brutal queda no poder de compra dos brasileiros mais pobres, o demente implementou medidas para reduzir os preços dos combustíveis, mas nada fez para controlar a inflação dos alimentos, que atingiu 14,72% no acumulado de 12 meses até julho, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado é que a diferença entre a inflação dos 10% mais ricos e dos 10% mais pobres da população brasileira aumentou em julho nas faixas de renda utilizadas para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para o Dieese, Os efeitos da inflação e a falta de políticas para o combate à fome e para derrubar os preços dos alimentos aliados à queda de renda dos trabalhadores, são os principais entraves para que se diminua a desigualdade social e a economia volte a crescer, com geração de emprego e renda.

Aplausos para o Xandão! O aguardado pronunciamento de Alexandre de Moraes, empossado na noite de terça-feira (16) como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sintetizou a defesa do sistema eletrônico de votação, contestado pelo demente, posicionado a poucos metros, na mesa das autoridades. Na parte final de seus 27 minutos de discurso, Moraes chegou a ser aplaudido de pé por grande parte do auditório – à exceção dos governistas. “Estamos entre as quatro maiores democracias do mundo. Mas somos a única que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia. Com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional.”

O novo presidente do TSE, que substitui Edson Fachin, enfatizou a defesa do voto como instrumento da democracia e chamou o sistema anterior de “nefasto”, lembrando de seus tempos de promotor eleitoral. “A Justiça Eleitoral simplesmente encerrou essa nefasta fase da democracia brasileira. (Teve) a coragem de combater aqueles que são contrários aos ideais constitucionais e aos valores republicamos.”

As falas que antecederam a de Moraes foram breves. O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Mauro Campbell Marques, afirmou sobre o novo presidente do TSE que ninguém está “melhor talhado” para conduzir o processo eleitoral de outubro, “firme, imparcial, técnica, previsível e democraticamente”. Ele afirmou que o tribunal está “em perfeita sintonia com a opinião pública” e com “nível elevadíssimo de harmonia institucional”. Pediu “tolerância e autocontenção na disputa política”.

Depois do procurador-geral da República, Augusto Aras, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, também defendeu o sistema eleitoral brasileiro. “Processo limpo, seguro e muito bem conduzido pela Justiça Eleitoral”. Ele pediu aos candidatos “pacto de respeito entre si e de obediência às normas eleitorais”. E assegurou que os resultados das urnas serão respeitados: “Todos os eleitos serão, sim, diplomados e tomarão posse”.

Incitação ao crime. Relatório da Polícia Federal (PF) afirma que o ex-capitão estimulou espectadores a não adotar normas sanitárias estipuladas pelo próprio governo.

A Polícia Federal afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente insano cometeu incitação ao crime ao associar a vacina contra a COVID-19 ao risco de desenvolver Aids. Pelo Código Penal, incitação ao crime pode dar até seis meses de prisão.

A relação feita por ele, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é falsa.

O energúmeno fez a associação falaciosa entre vacina contra o coronavírus e risco de desenvolver Aids em uma transmissão ao vivo em suas nas redes sociais no dia 22 de outubro de 2021, escreve o portal G1.

No relatório enviado ao STF, a PF escreveu que a conduta dele levou as pessoas a descumprir normas sanitárias estabelecidas pelo próprio governo.

Colômbia: velha aliada da Casa Branca. Interessante a matéria de Hernando Calvo Ospina publicada no site “Rebelión”. Vamos traduzir e reproduzir alguns trechos.

“As armas ainda fumegavam na Europa destruída pela Segunda Guerra Mundial; o Exército Vermelho soviético estava apenas começando seu retorno para casa, depois de confrontar, perseguir e esmagar as tropas de Hitler até mesmo em Berlim; e já outro terrível perigo para a humanidade começava a emanar de Washington. Seu exército só havia entrado na guerra quando a bandeira vermelha, com a foice e o martelo, começou a tremular nos campos de concentração libertados”.

“Washington tinha visto a coragem e o ímpeto soviéticos na guerra, e agora via aquele inimigo ideológico se erguer dos escombros. Então ele não podia perder tempo tomando conta do mundo ferido”.

Diz o articulista que “uma de suas prioridades era estabelecer o controle sobre o que ele chamava de seu “quintal”: toda a América Latina e Caribe, região que não havia sofrido diretamente o horror da guerra”.

E ele demonstra que “para isso, o presidente Harry Truman promulgou em 1946 a lei sobre "Cooperação Militar Interamericana". Isso se concretizou com a assinatura no Rio de Janeiro do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, TIAR, em setembro de 1947, que colocou todos os exércitos do continente sob o domínio dos Estados Unidos”.

O TIAR tornou os países latino-americanos prisioneiros da Casa Branca e a Colômbia foi a principal garantidora desse acordo. Por isso, era tão importante para os EUA e serviu de ponta de lança para a OTAN e para o Pentágono em Nossa América.

Primeiras reformas de Petro. Gustavo Petro e Francia Márquez assumiram a presidência colombiana no domingo (07) prometendo realizar reformas estruturais. No dia da posse, o novo presidente prometeu levar adiante projetos de reforma agrária, tributária e nas estruturas de segurança do Estado como resposta às demandas dos setores mobilizados em 2021 na maior greve geral da história do país.

O novo ministro da Fazenda, José Antonio Ocampo, enviou proposta de Reforma Tributária, na segunda-feira (08), à Assembleia Nacional. A proposta prevê a criação de imposto sobre a renda de pessoas com ganhos mensais superiores a 10 milhões de pesos (R$ 11,8 mil), imposto de 0,5% a patrimônios superiores a 5 bilhões de pesos, além de novas taxas sobre a indústria petrolífera e o setor de mineração.

Desse total, 8,1 bilhões de pesos seriam fruto dos impostos a pessoas físicas e 5,5 bilhões de pesos dos empresários. Também prevê a aplicação de uma taxa de 10% sobre as exportações de petróleo, carvão e ouro, que representaria um aumento de 7 bilhões de pesos na arrecadação.

Os três objetivos do projeto são: erradicar a fome, reduzir a pobreza e acabar com tratamento preferencial na cobrança de impostos. "É justa e redistributiva", disse o ministro Ocampo.

A reforma também irá suspender o Imposto de Valor Agregado (IVA) sobre os produtos da cesta básica alimentar. Por outro lado, implementa-se o IVA para produtos importados com valor superior a US$ 200 vindos de países que não possuem acordos de livre comércio com a Colômbia.

Ainda serão aplicados mais impostos sobre bebidas açucaradas e alimentos superprocessados, além de incrementar o sistema de fiscalização para reduzir a evasão fiscal.

A reforma do sistema político colombiano é um dos projetos previstos nos Acordos de Paz de 2016, que não foi implementada nas últimas gestões e foi resgatada como tema da campanha do Pacto Histórico.

Trégua para enfrentar dificuldades. O presidente exortou todas as Forças Armadas a estarem prontas para prestar assistência às famílias colombianas afetadas pelas chuvas.

Gustavo Petro fez na quinta-feira um apelo às estruturas armadas que operam no país para que deponham as armas e estabeleçam uma trégua para enfrentar a estação chuvosa do inverno.

De acordo com as previsões das autoridades meteorológicas do país, estima-se que a próxima onda de chuvas seja mais forte do que a que deixou quase três milhões de colombianos afetados em 2010.

Durante uma visita à região de Villavicencio, o chefe de Estado, diante da gravidade da onda de inverno que se aproxima, expressou que “em meio a esta situação, seria doloroso se a troca de tiros atrapalhasse os esforços de resgate na diferentes regiões da Colômbia”.

Paz na Colômbia! O presidente do partido Comuns e ex-líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, fez um apelo para que os membros da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) “avancem” em um processo de acordo de paz com o governo do novo presidente Gustavo Petro.

A mensagem foi transmitida na quarta-feira (17) por meio de uma carta aberta nas redes sociais: “para a felicidade do povo colombiano, sopram os ventos da mudança e da paz com justiça social”.

Londoño ainda informou estar disponível para ajudar no processo por ter sido ele o responsável pela negociação por parte das Farc durante o acordo firmado em 2016 com o então presidente Juan Manuel Santos.

O que pensa Petro? À necessidade de mudanças estruturais em relação às desigualdades sociais, Petro acrescentou conceitos pouco desenvolvidos pela maioria dos governos progressistas latino-americanos.

Desde a famosa Cúpula das Américas na Argentina em 2005 tem havido uma disputa política regional em torno de diferentes projetos políticos. Por um lado, há uma corrente heterogênea difícil de catalogar em termos de definições ideológicas estreitas do século XX que costuma ser chamada de “progressista” no sentido mais amplo do termo. Suas propostas vão desde uma identificação com o socialismo e a esquerda, passando pelo nacionalismo, populismo e social-democracia, até o peronismo, embora para simplificar falem de progressismo.

Petro não fez parte do que muitas vezes é chamado de “a primeira onda progressista” do século 21 e representa uma renovação muito mais profunda do que a própria eleição. Seu discurso de 7 de agosto mostrou uma visão estratégica distante dos clássicos discursos generalistas que costumam ser ouvidos quando se assume a presidência de um país e tem eixos que o distinguem daquela primeira onda no início do século.

À necessidade de mudanças estruturais em relação às desigualdades sociais, Petro acrescentou conceitos pouco desenvolvidos pela maioria dos governos progressistas latino-americanos. Assim, ele se referiu ao problema da segurança alimentar, aos efeitos das mudanças climáticas, à importância da Amazônia e foi muito crítico com a falta de uma resposta unida da América Latina à pandemia.

Cuba e Irã firmam novos acordos. Cuba e Irã discutem novos acordos comerciais para desenvolver a indústria na ilha caribenha e ampliar mercados para a exportação de produtos iranianos. O embaixador cubano em Teerã visitou a empresa Iran Tractor Manufacturing Industrial Group no último domingo (14/08), e ali solicitou o lançamento de uma linha de produção de tratores no seu país.

“Cuba poderia ser a base de exportação de tratores e produtos iranianos para a América Latina”, disse Alberto González Casals durante visita à fábrica em Tabriz, noroeste do Irã. O embaixador cubano ainda destacou que, por conta das sanções, a indústria iraniana deveria tornar-se um exemplo de autossuficiência para outros países que sofrem com as medidas coercitivas unilaterais aplicadas pelos Estados Unidos.

Desde a década de 1960, Cuba enfrenta um bloqueio econômico que já gerou cerca de US$ 147,8 bilhões em prejuízos, de acordo com levantamento do governo cubano. Somente durante a administração Trump foram impostas 243 novas sanções. Apesar de Joe Biden ter assumido com a promessa de normalizar as relações com a ilha, na prática manteve todas as sanções aplicadas pelo seu antecessor.

Já o Irã sofre embargos desde 1979, iniciados com a Revolução Iraniana. Mais recentemente, em 2018, a Casa Branca rompeu com o Pacto Nuclear assinado entre França, Inglaterra, Alemanha, Rússia, China e Irã em 2015, (JCPOA - em inglês), e aplicou novas medidas coercitivas unilaterais. Somente em 2019, o PIB iraniano retraiu 6,8% por conta das sanções estadunidenses.

Sim, foi crime do Estado. Em 2014, na região mexicana de Ayotzinapa, 43 estudantes secundaristas desapareceram sem deixar vestígios. Todos sabiam que se tratava de um sequestro de organizações de direita, mas os seguidos governos do país tratavam de acobertar tudo.

Agora, com Andrés Manuel López Obrador na presidência e pessoas mais sérias nos principais organismos mexicanos, parece que o caso está sendo desvendado. A Procuradoria Geral do México (FGR) informou que um juiz federal do Estado do México emitiu 83 mandados de prisão contra 20 comandantes militares e militares dos 27º e 41º batalhões da cidade de Iguala para o Caso Ayotzinapa.

A entidade mexicana destacou que o juiz também ordenou a prisão de cinco autoridades administrativas e judiciais do estado de Guerrero; 26 policiais de Huitzuco; seis de Iguala e um de Cocula; mais 11 policiais estaduais de Guerrero e 14 membros do grupo criminoso Guerreros Unidos.

Os crimes para os quais os mandados de prisão foram emitidos são por crime organizado, desaparecimento forçado, tortura, homicídio e crimes contra a administração da justiça.

Horas antes da prisão a Procuradoria anunciou a prisão do ex-Procurador Geral Jesús Murillo Karam em sua casa pelos atos de desaparecimento forçado, tortura e crimes contra a administração da justiça.

Greve de ferroviários no Reino Unido. Mais de 40.000 trabalhadores ferroviários do Reino Unido participaram de uma greve neste sábado exigindo melhores salários e protestando contra cortes de empregos.

Estima-se que apenas 20 por cento dos serviços ferroviários estiveram em funcionamento entre as 06h30 e as 17h30, mas algumas rotas do interior do país não terão serviço.

O dia de protestos junta-se ao realizado na passada quinta-feira pelos ferroviários e ao realizado na sexta-feira pelos trabalhadores do metrô de Londres, que afetou várias linhas do metro da capital.

A greve dos ferroviários conta com o apoio do sindicato RMT empregado em 14 empresas ferroviárias, o sindicato TSSA empregado em sete empresas do setor e o Unite, sindicato que representa vários setores, como transporte e construção.

Perdendo sustentação? Espanha, um dos “aliados mais fiéis” da Ucrânia, virou as costas a Kiev, escreve o analista Jorge González-Gallarza em um artigo para a revista Newsweek.

O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, relembra o autor da matéria, durante sua visita a Kiev em abril, prometeu à Ucrânia uma diversificada ajuda militar, porém, a cooperação entre os dois países não deu em nada.

Conforme relata o especialista, Madri entregou a Kiev várias unidades de artilharia leve, um veículo blindado para evacuação e alguma quantidade de armas antitanque. O jornal El País, citando fontes, informou recentemente que a Espanha pretendia enviar para a Ucrânia armamento pesado, inclusive dezenas de tanques alemães Leopard 2A4.

“Dois meses depois, a ministra da Defesa espanhola recusou inteiramente discutir a proposta. A condição deplorável dos tanques, argumentou, colocaria em perigo os soldados”.

Em resultado, os ucranianos, na opinião de González-Gallarza, parecem "perder a crença na Espanha".

A posição da Espanha deve ser uma lição para outros países que estão prontos, em palavras, a criticar publicamente a operação russa na Ucrânia, mas, na realidade, não têm motivos suficientes para apoiar realmente Kiev, resumiu o analista.

Economia russa vai bem, obrigado. A economia russa está tendo um desempenho melhor do que muitos esperavam em meio às sanções maciças sobre a operação militar na Ucrânia, informou o Financial Times.

Segundo o jornal, a rápida resposta do governo russo, que impôs controle de capital e aumentou as taxas de juros, estabilizou o rublo e reduziu os impactos das restrições econômicas impostas à economia russa.

A publicação enfatiza que as crescentes vendas de petróleo para China, Índia e Turquia substituíram o mercado europeu, que está sendo fechado para a Rússia.

O editorial também afirma que muitas empresas ocidentais que estão se retirando “não saíram completamente ou venderam para compradores locais, de modo que os ativos ainda estão em operação”.

Portugal toma posição. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal manifestou-se contra a proibição de entrada de turistas russos na União Europeia (UE).

De acordo com uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal ao portal ECO (Economia On-line), o país é contra as proibições de ingresso de turistas russos na UE.

O governo português apontou que “ainda participará da discussão sobre o assunto em 31 de agosto”, ao lado de outros países do bloco.

Alguns países da UE, incluindo a República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia, Roménia, Polónia e Holanda, limitaram a emissão de vistos a cidadãos russos.

Os pedidos vêm aumentando para que a Comissão Europeia proíba a entrada de turistas russos na área sem fronteiras da UE em resposta à operação especial russa na Ucrânia.

A França e a Alemanha até agora se recusaram a apoiar o Báltico e alguns países da Europa Central por sua iniciativa, citando o princípio da liberdade de viagem. O assunto estará na agenda da próxima reunião ministerial da UE, que acontecerá em Praga nos dias 30 e 31 de agosto.

Mais terrorismo de Israel. Na quinta-feira (18), militares de Israel invadiram e fecharam a sede de sete organizações não governamentais e de direitos humanos palestinas nas cidades de Ramallah e al-Bireh, na região ocupada da Cisjordânia. Seis delas já haviam sido caracterizadas por Israel como organizações “terroristas”, em outubro de 2021, e acusadas de ter vínculos com a Frente Popular de Libertação pela Palestina (FPLP).

Os escritórios das organizações foram saqueados e seus equipamentos confiscados. As portas foram fechadas com solda, com uma ordem militar israelense declarando a “ilegalidade” das organizações.

As organizações atingidas são: Addameer (palavra em árabe para “consciência”), al-Haq (palavra para “justiça”), Defesa das Crianças da Palestina (DCI), União dos Comitês de Trabalho Agrícola (UAWC), Centro Bisan para Pesquisa e Desenvolvimento, Comitê da União das Mulheres Palestinas (UPWC) e o Sindicato das Comissões de Trabalho em Saúde (UHWC).

Crise alemã (01). O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou na quinta-feira (18) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de “desafogar os consumidores” em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

Crise alemã (02). No mês passado, a diretora assistente do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), Oya Celasun, argumentou que a economia alemã pode enfrentar “riscos negativos significativos” no futuro próximo devido à escassez de fornecimento de gás.

O Ministério das Finanças da Alemanha observou por meio de seu relatório mensal nesta sexta-feira (19) que as perspectivas para o desenvolvimento da economia do país são “visivelmente sombrias” e marcadas por “um alto grau de incerteza”.

A divulgação do relatório ocorre depois de a diretora assistente do Departamento Europeu do FMI, Oya Celasun, ter alertado, no final de julho, que os efeitos negativos da situação geral no mundo não deixariam de pesar na economia global até 2024.

Precisam do gás russo. O vice-presidente do Parlamento Alemão pelo Partido Democrático Livre (FDP), Wolfgang Kubicki, falou a favor da abertura imediata do gasoduto Nord Stream 2 como solução temporária para o inverno.

“Agora devemos abrir o Nord Stream 2 o mais rápido possível para encher nossos reservatórios de gás para o inverno”, disse Kubicki em entrevista ao grupo de mídia RND. "Não há nenhuma razão convincente para parar de abrir o Nord Stream 2", enfatizou.

O político ressaltou ainda que o gás não se torna ruim ou bom dependendo do meio pelo qual é fornecido ao país. Com isso, garantir que as pessoas não passem frio no inverno e que a indústria não sofra danos graves, na opinião de Kubicki, deve ser a maior prioridade do governo federal.

A atual crise energética e a inflação podem gerar protestos na Renânia do Norte-Vestfália, alertou o ministro do Interior desta região alemã, Herbert Reul.

Áustria também enfrenta dificuldades. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Áustria registrou um aumento anual de 9,3% em julho, o nível mais alto desde fevereiro de 1975, informou na quinta-feira o escritório federal de estatísticas daquele país europeu, Statistik Austria.

Em comunicado, o gabinete refere que os artigos que sofreram maiores variações de preços foram os combustíveis com 63,1 por cento, o gasóleo para aquecimento com 108,5 por cento, o gás natural com 71,5 por cento e os alimentos com 12,1 por cento, o que segundo as estatísticas se reflecte no semanário comprar.

A Statistik Austria sublinhou que sem combustível, alimentação, energia e restaurantes, a taxa de inflação austríaca teria sido de 3,7 por cento, e afirmou que o aumento de preços em julho foi superior à estimativa da empresa, com uma variação em relação a junho passado de 0,9 por cento .

Da mesma forma, os custos de transporte aumentaram 21,8% em relação ao mesmo período de 2021, enquanto restaurantes e hotéis registraram aumentos de preços de 9,3%.

Sério risco de recessão. Conforme dados citados pela Bloomberg, o risco de uma recessão na União Europeia é o mais alto desde novembro de 2020, com o déficit de energia ameaçando ainda mais o aumento recorde da inflação.

Em fevereiro, os especialistas afirmaram que o risco de recessão na região era de 20%, contudo, em julho, este risco passou para 45% e atualmente é de 60%.

A Bloomberg destaca que a Alemanha, a maior economia do bloco, é também uma das mais expostas a cortes no fornecimento de gás russo, e deve estagnar a partir deste trimestre.

Além disso, o aumento significativo do custo de vida está prejudicando tanto as empresas quanto as famílias dos países do bloco.

Escolher entre aquecer ou comer. Os governos europeus não estão preparando a sua população para os meses mais frios de forma apropriada. Nesse contexto, o líder russo Vladimir Putin usará a energia como arma, escreve a colunista da Bloomberg Maria Tadeo. “Será difícil recuperar o tempo perdido”, salientou.

“O prefeito de Vigo, na Galiza espanhola, já começou a preparar a sua cidade para a tradicional euforia de Natal, mesmo que o governo central espanhol, cooperando com as autoridades da UE, esteja tentando reduzir o consumo de energia”, disse.

Na semana passada, na Espanha entraram em vigor medidas para economizar eletricidade. O ar condicionado deve ser regulado a 27 graus Celsius, a iluminação nas montras terá que ser desligada às 22h00, enquanto também será preciso reduzir a iluminação nas entidades públicas.

Conforme a Bloomberg, tais medidas causaram fortes discussões entre o governo central, as administrações regionais e os populares destinos turísticos como Madri, onde a vida noturna só começa depois das 21:00 horas.

Vão largar a Ucrânia para lá. À medida que o inverno se aproxima, os líderes ocidentais serão tentados a virar as costas para a Ucrânia e aceitar uma oferta de paz da Rússia, diz o colunista do The Telegraph Richard Kemp.

“A Ucrânia está prestes a entrar em um período de vulnerabilidade máxima com a chegada ao cenário do tradicional aliado da Rússia, General Winter, e um aperto do parafuso de energia que o Kremlin faz para os trêmulos apoiadores europeus de Kyiv”, escreve Kemp em um comentário intitulado “A Ucrânia tem apenas três meses para evitar uma traição de inverno”.

O colunista lembra que a Rússia já reduziu em 60% o fornecimento de gás para a Europa em junho passado.

O colunista assume que Putin apresentará uma proposta de cessar-fogo na cúpula do G20 em novembro, condicionando a paz à manutenção de Donbas, Crimeia e os territórios controlados pela Rússia na costa sul da Ucrânia, e que sua mensagem atrairá tanto o presidente dos EUA, Joe Biden, quanto a União Europeia. líderes.

Graves problemas nos EUA. Os lançamentos de imóveis nos EUA em julho caíram 9,6%, para uma marca anual ajustada sazonalmente de 1,446 milhão, 8,1% abaixo da registrada no mesmo mês de 2021, de acordo com um relatório divulgado pelo U.S. Census Bureau, parte do Departamento de Comércio. Os dados mais recentes marcam o ritmo mais fraco desde o início de 2021.

Os lançamentos unifamiliares, em particular, caíram 10,1% em relação a julho de 2021 e 2,1% no acumulado do ano. Esta é a leitura mais baixa para a construção de residências unifamiliares desde junho de 2020.

O mercado imobiliário dos EUA caiu em uma recessão “completa”, informou o New York Post nesta segunda-feira. “A confiança dos construtores despencou por oito meses consecutivos, marcando seu pior período desde que o mercado imobiliário implodiu em 2007”, disse a reportagem, acrescentando que a taxa média de hipoteca fixa de 30 anos quase dobrou desde janeiro.

Entre as maiores preocupações estavam a de uma recessão econômica iminente (84%) e o aumento das taxas de juros (77%), enquanto metade disse estar preocupada em perder seus empregos.

Reforçando esta visão. Uma recessão para os EUA será “longa” e “severa” e pode causar problemas financeiros “em geral”, disse o economista Nouriel Roubini, citado pela Bloomberg nesta semana.

Roubini ficou conhecido como Dr. Doom (Doutor Catástrofe) devido a suas previsões de que a economia caminhava para uma grande crise. Em 2005, segundo a revista Fortune, Roubini afirmou que “o preço dos imóveis residenciais surfava em uma onda especulativa, que brevemente faria afundar a economia”. Foi o que realmente aconteceu na crise de 2007/2008, aumentando o respeito ao economista.

O Fed elevou recentemente as taxas de juros em mais 0,75 ponto percentual no final de julho para combater uma taxa de inflação de 8,5%, após um aumento semelhante em junho, marcando os maiores aumentos consecutivos em décadas.

E a violência não tem limites. Até 11 tiroteios ocorreram na cidade de Little Rock, a maior do Arkansas, mostrando que a violência armada nos EUA é um problema crescente.

A polícia do estado de Arkansas informou que abriu várias investigações para esclarecer a onda de tiros que eclodiu nesta cidade do centro-oeste do país nas últimas 26 horas. Nesse período, as autoridades registraram 11 tiroteios, que juntos causaram três mortes e três feridos, em um momento em que o governo de Joe Biden tenta acabar com os tiroteios que acontecem praticamente em qualquer lugar: em frente ao Capitólio, em supermercados, em escolas, em escritórios, em residências...

De 1º de janeiro a 14 de agosto de 2022, houve 416 tiroteios em massa nos EUA, segundo dados da organização Gun Violence Archive. Um mapa desta plataforma mostra que a maioria dos tiroteios ocorreu no leste do país, principalmente nos estados da Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Alabama, Mississippi, Tennessee, Kentucky e Nova York.

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