domingo, 11 de setembro de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Parés

 


 

 

 


Ameaças de golpe!

Faltando poucas semanas para a decisiva eleição presidencial brasileira, onde mais de 156 milhões de eleitores elegerão presidente, senadores, deputados federais, governadores, deputados estaduais e onde as pesquisas continuam apontando para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o favorito claro.

Temendo uma escalada de violência política nos atos do gado que segue o ex-capitão, governos estrangeiros e entidades internacionais entraram em estado de alerta, enquanto as embaixadas de vários países estudam a ativação de protocolos de segurança no Brasil. Governos estrangeiros enviaram “avisos claros” aos embaixadores brasileiros e funcionários do governo, inclusive por meio dos serviços secretos, de que não apoiarão um golpe.

O jornal Folha de São Paulo informa que entidades como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Organização das Nações Unidas (ONU) estão monitorando a situação brasileira. “O que acho mais preocupante é que o presidente está pedindo a seus apoiadores que protestem contra as instituições judiciais”, disse a ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, em 25 de agosto.

As últimas pesquisas também indicam que tanto o “imbrochável” quanto os demais candidatos, especialmente Ciro Gomes e Simone Tebet, não têm espaço nem tempo para decolar.

Enquanto o insano continua repetindo a muleta de uma possível fraude por votação eletrônica e ameaça ignorar os resultados (se forem adversos a ele, claro), uma pesquisa de opinião revelou que 81% das forças de segurança defendem que o resultado da votação deve ser respeitadas eleições quem for o vencedor.

A direita continua em sua carreira de Fake News. A juíza Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o deputado federal conhecido como “Dudu Bananinha” retire suas postagens das redes sociais afirmando que o ex-presidente Lula apoiava invasões de igrejas e perseguia cristãos. O filho-parlamentar associou o Partido dos Trabalhadores de Lula ao governo da Nicarágua, que supostamente reprimiu manifestações religiosas em seu país.

Lula encontra presidente da Bolívia. O ex-presidente e candidato à presidência do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu-se na segunda-feira em São Paulo com o chefe de Estado boliviano, Luis Arce, a respeito de sua visita ao país sul-americano.

Em sua conta no Twitter, Arce escreveu: “Tivemos um agradável encontro com representantes do Partido dos Trabalhadores e do irmão Lula, a quem agradecemos o grande carinho que sente pelo povo boliviano e sua luta constante pela unidade da Pátria Grande”.

Ambos os líderes discutiram a situação na América do Sul e no mundo. O presidente boliviano continua sua agenda em São Paulo com encontros com a comunidade boliviana e economistas.

O ex-presidente do Brasil prometeu na segunda-feira com o presidente da Bolívia, acelerar a entrada do país andino como membro pleno do Mercosul se vencer as eleições de outubro, das quais é favorito, segundo o ex-chanceler Celso Amorim.

Excelente entrevista! “Quando você ganha um monte de dinheiro fazendo especulação sem produzir nada e ainda por cima não paga imposto, sinceramente não tem como funcionar”. A afirmação é do economista e professor titular de pós-graduação da PUC/SP, Ladislau Dowbor, no painel “Tributar os Super-Ricos e o Capital Improdutivo”, que foi transmitido na última quinta-feira. A live faz parte da série de diálogos “Que os super-ricos paguem a conta”, da Campanha Tributar os Super-Ricos e entidades parceiras.

Coordenadora do painel, a vice-presidente do Instituto Justiça Fiscal (IJF), Maria Regina Paiva Duarte, enumerou as propostas apresentadas no Congresso pela campanha Tributar os Super-Ricos, como corrigir as distorções da tabela do Imposto de Renda e instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas. “As eleições são uma oportunidade para impulsionar o debate sobre esse tema crucial. Cada um pode contribuir com essa mudança condicionando seu voto a quem defende a redução da igualdade com justiça fiscal”, pontuou a dirigente.

Para o economista, a tragédia da desigualdade no Brasil não é resultado de falta de recursos, mas das decisões políticas. O PIB de 2021 foi de R$ 8,7 trilhões. Dividir esse valor pela população do país dá R$ 13 mil por mês por família de quatro pessoas, contabiliza. “Dá para todo mundo viver de forma digna e confortável, bastando reduzir a desigualdade moderadamente. A desigualdade se aprofundou num país relativamente bem-sucedido. É uma escolha política fazer isso”, pontua.

Para o economista, o dinheiro tem que ser produtivo. Ele lamenta que até mesmo os investidores na produção estão optando por ganhar dinheiro com a especulação financeira. “No Brasil a empresa produtiva não tem mercado e a agiotagem sobre o investimento no crédito bancário tem uma taxa média de 58%. Não pode uma economia funcionar assim”, enfatizou o escritor que disponibiliza toda sua obra online.

Do outro lado, a covardia. A empresária Roseli Vitória Martelli D'Agostini Lins do setor agropecuário, divulgou um vídeo nas redes sociais estimulando seus colegas a demitir trabalhadores e trabalhadoras que forem votar no ex-presidente Lula (PT) nas eleições para escolher o novo presidente da República, em 2 de outubro deste ano.

“Demitam sem dó”, diz a sócia da empresa baiana Imbuia Agropecuária LTDA, que produz soja no município de Luís Eduardo Magalhães.

“Eu queria falar algo para os nossos agricultores: façam um levantamento, quem vai votar no Lula e demitam. Demitam sem dó porque não é uma questão de política, é uma questão de sobrevivência. E você que trabalha com o agro e que defende o Lula, faça o favor, saia também”, afirmou a empresária no vídeo.

“Nós, agricultores, temos que tomar posição. E não venham me dizer 'ah, não, tem que [respeitar] o direito'. Não é direito, é questão de sobrevivência”.

Nós, aqui do Informativo, também temos uma proposta: por que ela não vai trabalhar de sol a sol, cuidando do terreno, semeando e colhendo? Por que ela não pega na enxada e vai trabalhar?

Câmara é a instituição mais corrupta do país. A Câmara dos Deputados é vista como corrupta para 76% dos brasileiros, segundo da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), empresa formada em 2021 pelos executivos e estatísticos do antigo Ibope Inteligência, divulgada nesta segunda-feira (5).

Em segundo lugar, como instituição onde tem “muita corrupção”, está o Senado, segundo 70% dos entrevistados. Em seguida estão o governo federal (64%) e os governos estaduais (61%).

O poder Judiciário foi avaliado como muito corrupto por 47% dos entrevistados, ficando em quinto lugar.

A pesquisa foi encomendada pelo jornal O Globo e ouviu 2 mil pessoas pela internet. O instituto perguntou aos entrevistados se percebiam corrupção em algumas das instituições listadas e em qual nível.

Não tem verba para a merenda escolar. O presidente “imbrochável” vetou, semana passada, emenda parlamentar à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que previa o reajuste de 34% ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Segundo especialistas da área, ouvidos pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o governo piora a quantidade e a qualidade da merenda escolar e consequentemente prejudica a qualidade da educação e o desenvolvimento das crianças e adolescentes de todo país.

A funcionária pública e técnica em nutrição escolar Rosângela Freitas Dias conta que estudantes de uma escola estadual no Mato Grosso, por exemplo, já não estão consumindo todos os alimentos que complementam a alimentação necessária por dia, conforme os valores nutricionais.

Alegando que a proposta é “contrária ao interesse público”, a emenda que insano vetou, se aprovada, destinaria pelo menos, R$ 5,53 bilhões à alimentação escolar, um aumento de R$ 1,5 bilhão em relação aos valores de 2022.

Nem para a “Farmácia Popular”. O ex-capitão cortou 59% do orçamento do programa “Farmácia Popular” para 2023 para liberar mais dinheiro para deputados e senadores via Orçamento secreto, segundo o jornal o Estado de S Paulo. O Orçamento secreto é um mecanismo criado pelo governo e parlamentares que permite a liberação de milhões de reais sem controle ou transparência, e é comandado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chefão do Centrão e um dos aliados mais fiéis do presidente.

Com a decisão do presidente, brasileiros e brasileiras, em especial os mais pobres, podem ficar sem os remédios para asma, hipertensão e diabetes distribuídos de graça pelo “Farmácia Popular”, criado em 2003 no governo do ex-presidente Lula. O programa atende em todo o país mais de 21 milhões de pessoas.

Acabar com o Farmácia Popular é “um tiro no pé”, já havia dito em 2020, o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, um dos inúmeros representantes do setor que criticou duramente a medida quando o governo Bolsonaro sinalizou cortar verbas pela primeira vez. “O programa é exitoso”, disse à época.

De acordo com o assessor do Senado e especialista em saúde, Bruno Moretti, em 2022, o orçamento do Farmácia Popular era de R$ 2,04 bilhões. Já no projeto de 2023, o governo previu R$ 842 milhões: corte de R$ 1,2 bilhão.

De onde sai tanto dinheiro? Para se defender da denúncia de possível lavagem de dinheiro na compra de imóveis, o ex-capitão, candidato à reeleição, disse uma entrevista à Jovem Pan, na terça-feira (06), que sua família não utilizou dinheiro em espécie em transações imobiliárias que somam R$ 25,6 milhões nos últimos 30 anos.

Segundo o presidente, os jornalistas do UOL que denunciaram o escândalo envolvendo sua família, tentaram confundir os leitores usando o termo “moeda corrente nacional” como se isso fosse sinônimo de “dinheiro vivo”. “Em qualquer escritura está escrito moeda corrente”, disse ele. Nas redes sociais, a tese do energúmeno espalhada por apoiadores era de que o termo “moeda corrente” significava que o imóvel teria sido pago com o Real (e não em dólar, por exemplo).

Para comprovar a denúncia, os jornalistas Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, do UOL, foram atrás das evidências de pagamento em dinheiro vivo e encontraram documentos que comprovam que o clã golpista usou dinheiro vivo para quitar 51 das 107 transações imobiliárias realizadas no período. Os dados estão acompanhados de documentos oficiais. A reportagem também entrevistou parte dos vendedores e consultou os próprios cartórios de notas.

Enquanto isso, o brasileiro está endividado. O número de endividados bateu novo recorde em agosto. Subiu de 78% pra 79% do total de famílias. É o que mostra pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Há um ano, número era de 72,9%.

Também aumentou o percentual de inadimplentes (gente que tem contas em atraso): de 29% pra 29,6%. Índice era de 25,6% em agosto passado.

Esses resultados aparecem num momento de inflação ainda perto de dois dígitos e alta de juros. Isso compromete o orçamento do brasileiro e pode afetar a retomada da economia.

O alto endividamento pode comprometer a capacidade de consumo. Num ciclo virtuoso de emprego e renda, o aumento do endividamento até poderia significar mais consumo, especialmente de bens duráveis, cujas vendas costumam ser parceladas. O mercado de trabalho tem até gerado empregos, mas com salários menores.

O endividamento das famílias paulistanas segue crescendo. Em agosto, a porcentagem de lares com dívidas marcou um novo recorde para a série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O levantamento, realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), indica que o percentual chegou a 76,6%. Há um ano, esta parcela era de 67,2%. Em números absolutos, são 3,08 milhões de famílias com algum tipo de dívida (400 mil a mais, no contraponto anual).

Taxas de juros das operações de crédito sobem. Segundo a Pesquisa de Juros da Anefac, as taxas de juros das operações de crédito subiram em agosto, sendo a 8ª vez consecutiva em 2022. “A elevação está sendo causada pelo aumento dos juros futuros, da elevação da Selic e expectativa de novas elevações frente a uma inflação maior e, ainda, devido aos índices de inadimplência do Brasil que devem subir por causa do desemprego elevado, aumento da inflação e seu reflexo na renda e maior dificuldade na concessão de crédito por parte dos bancos, e, por último devido a elevação da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) dos bancos para custear a abertura do programa de renegociação de dívidas de empresas do Simples Nacional”, explica Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac.

Na visão do especialista, esse cenário não será diferente nos próximos meses e as taxas de juros das operações continuarão subindo, tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, bem como com as prováveis novas elevações da Selic frente a uma inflação maior.

No Chile, uma derrota que dói. O Serviço Eleitoral do Chile (Servel) informou na noite de domingo (04) que os cidadãos chilenos rejeitaram a nova Constituição que poderia mudar a Carta Magna herdada da ditadura de Pinochet. Após três horas do encerramento das assembleias de voto, o órgão eleitoral apurou que com 61,88% (7.842.477), o "rechazo" ganhou o plebiscito. A opção "apruebo" ficou com 38,12% (4.830.725).

A Servel notificou que dos 15.076.690 cidadãos convocados para votar no plebiscito, mais de 13 milhões compareceram para votar a favor ou contra da nova Constituição no país.

A Carta Magna rejeitada decorrente da Convenção Constitucional consagrava um “Estado Social de Direitos”, em resposta às reivindicações expressas nas massivas manifestações sociais de outubro de 2019.

O projeto constitucional também estabelecia um novo catálogo de direitos sociais em saúde, educação e previdência, com forte ênfase no meio ambiente e na proteção de novos direitos.

Pinochet deixou herança maldita. O povo chileno teve uma oportunidade histórica de reformular várias estruturas de sua sociedade. Os mais de 350 artigos da proposta constitucional, reúnem propostas que formulam uma democracia representativa e uma democracia direta, inéditas na realidade política do país sul-americano, uma das abordagens inovadoras que foram elaboradas é a visão geral que permeia todo o documento baseado na paridade junto com uma proposta ecológica, elementos esses que representam a base da reivindicação de muitos direitos sociais violados.

O caráter plurinacional, a autonomia nos territórios indígenas e o sistema presidencialista de governo com bicameralismo assimétrico -que poderia acabar com o Senado- são as reformas propostas que encontraram maior rejeição nos setores da direita conservadora, algo que temos já visto em países como Equador e Chile, onde o caráter plurinacional do Estado gerou reações violentas –incluindo um golpe na Bolívia– por parte dos grupos mais arcaicos do conservadorismo neofascista latino-americano. Seria muito ingênuo pensar que a campanha contra a nova Constituição realizada pela direita não incluiu medo e ansiedade como é costume e como vimos em outros países de nossa América.

As urnas, financiadas majoritariamente pelos partidos políticos de direita e seus financiadores empresariais, incentivaram a derrota do projeto, após ter desencadeado uma campanha de intimidação midiática baseada na ampliação dos erros cometidos pelos convencionais e na multiplicação de falsidades disseminadas através da mídia hegemônica e das redes sociais.

A atual Carta Magna foi elaborada em 1980 durante a ditadura criminosa de Augusto Pinochet. Embora tenha sido modificado em alguns artigos, o espírito neoliberal com que foi concebido mantém as características autoritárias que levaram ao seu questionamento.

A nova Constituição não iria desmantelar o neoliberalismo por si só, mas sem dúvida gerou melhores condições para continuar lutando. Como explicar que uma imensa maioria de homens e mulheres chilenos deu as costas a essa proposta constitucional, considerada por organizações sociais como um avanço histórico?

Atentado contra Cristina preocupa Nossa América. Às 21h00 da quinta-feira (01), ocorreu a mais grave explosão política na Argentina constitucional em décadas: a tentativa de assassinato da vice-presidente da Nação, Cristina Fernández de Kirchner, duas vezes chefe do Executivo entre 2007 e 2015 e líder de um dos mais importantes movimentos político-sociais da América Latina e Caribe.

A imagem da pistola que falhou o tiro final a 15 centímetros da cabeça do alvo, uma Bersa calibre 32, “própria para disparar” segundo fontes judiciais e com 5 balas no seu carregador, rompeu com aquele país de sensações que se tem vivido nas últimas semanas, ao ritmo das denúncias de um setor judiciário comprometido com os interesses das corporações econômicas que Mauricio Macri e suas tropas representam e dos meios de propaganda que promovem suas políticas.

Se quem planta ventos... colhe tempestades, quem projeta ódio pode gerar assassinos. Este Fernando Sabag (já se considera que não agiu sozinho e que suas ações foram organizadas), portador de “um discurso antiperonista, anti-K e ferozmente contrário aos planos sociais” e “mentalmente saudável”, além de ser acusado de “tentativa de homicídio agravado por uso de arma de fogo e por traição” é o que emerge desse discurso, a minúscula face visível de um sermão que percorre um caminho com marcos como “viva o câncer”, o sacos para cadáveres, forcas e guilhotinas e bonecos cadáveres localizados na Plaza de Mayo por partidários da direita local, e o pedido de pena de morte para o vice-presidente por um deputado nacional Macrista.

Investigações do atentado. A investigação sobre a tentativa de assassinato da vice-presidenta Cristina Kirchner em um ato de apoiadores próximo à sua casa, na semana passada, aponta para o planejamento e acordo prévio do crime. Através de imagens de câmeras de segurança, os passos que levaram à execução do crime são reconstruídos e indicam a possibilidade de que o casal detido não atuou sozinho.

Os acusados são Fernando Sabag Montiel (35), que disparou a arma a poucos centímetros da cabeça de Kirchner (o disparo não foi concluído dado que a bala não estava engatilhada), e sua namorada, Brenda Uliarte (23).

Na quinta-feira (08), o site de notícias Infobae divulgou imagens de uma câmera de segurança que mostram o casal em um Mc Donald's em Quilmes, município na Grande Buenos Aires, cerca de quatro horas antes da tentativa de assassinato. Naquela noite, as imagens mostram o casal em uma interação discreta com uma mulher que, sentada em uma das mesas do local de fast food, joga um papel no chão.

Segundo o Infobae, Brenda Uliarte recolhe o papel do chão, lê e o entrega a Fernando Sabag Montiel. Ele também lê o papel e o joga no lixo. Ainda não há maiores informações sobre a identidade da mulher revelada pelas câmeras de segurança.

O que mais sabemos? Desde meados de agosto, centenas de argentinos se reuniram dia e noite na entrada da residência de Cristina Fernández para expressar seu apoio e solidariedade diante do processo judicial contra ela.

Recordemos que o procurador Diego Luciani, encarregado do caso Vialidad, pelo qual Cristina Fernández é acusada de corrupção sem provas, requereu uma pena de 12 anos de prisão e seu banimento político, o que a impediria de concorrer às eleições presidenciais de 2023.

Sabag Montiel, o quase assassino, tem 35 anos. Ele é natural do Brasil e vive na Argentina desde 1993. Na última sexta-feira à noite, tentou-se obter depoimentos dele no local onde está detido, para evitar os riscos de transferi-lo, mas ele se recusou a fazê-lo e fez não entregar o seu código de telefone.

Em uma primeira avaliação, os peritos psiquiátricos sustentaram que ele está localizado no tempo e no espaço e que está apto a testemunhar. Ao rever seus antecedentes, soube-se que ele foi preso há algum tempo enquanto carregava uma faca. Usa uma tatuagem nazista na mão esquerda, que pode ser vista em fotos dele nas redes sociais. Trata-se da Cruz de Ferro, condecoração do exército alemão que deixou de ser concedida em 1945 por estar associada às condecoradas durante o nazismo.

“Barbas de molho”. Jornalistas e analistas políticos latino-americanos estão vendo no atentado contra Cristina um risco para a democracia na região. Para eles, o atentado reascendeu um debate sobre a violência política na América Latina. Para analistas, há um paralelo direto do episódio com o cenário brasileiro, de embate eleitoral entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-capitão demente.

A tentativa de assassinato de Kirchner por um neonazista, a onda de violência desencadeada pelo golpe que abalou a Bolívia em 2019, a tentativa de assassinato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o magnicídio do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, o aumento das mortes de lideranças sociais na Colômbia e no México, a morte da vereadora Marielle Franco em 2018 no Rio de Janeiro, o assassinato de um dirigente do PT por opositor político em festa de aniversário e a necessidade de reforço na segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha de 2022 por determinação da Justiça Eleitoral são apenas alguns exemplos dessa onda de violência que abala o subcontinente.

Mais um grande passo. A Pátria Grande vai ressurgindo dentro da nova face da América Latina. Como um novo passo para o restabelecimento das relações diplomáticas, os governos da Venezuela e da Colômbia anunciaram na sexta-feira (09) que a reabertura da fronteira entre os dois países será realizada em 26 de setembro.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apresentou o anúncio da abertura da fronteira e informou a retomada de voos entre Caracas e Bogotá. Segundo o chefe de Governo, “o intercâmbio e a cooperação entre nossos povos recomeçam com bom pé”.

O anúncio foi feito após Maduro receber o ministro do Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, Germán Umaña Mendoza na última quinta-feira (08/09). Segundo a Agência Venezuelana de Televisão (VTV), o objetivo do encontro era o aprofundamento de questões para cooperação bilateral.

Crise se agrava na Europa. A siderúrgica alemã ArcelorMittal, uma das maiores siderúrgicas da Europa, anunciou há alguns dias que encerrou suas operações devido aos altos preços da energia, que estão sendo pressionados pela escassez artificial causada pelas sanções de Bruxelas contra a Rússia.

Esse anúncio foi seguido pelo anúncio do fechamento também de fundições de alumínio, fundições de cobre e plantas de produção de amônia nas últimas semanas. Esse conjunto de fechamentos demonstra o desespero desta hora.

É inevitável que as maiores economias da Europa se tornem independentes dos ditames de Bruxelas, onde a Comissão Europeia apenas repete as ordens de Washington. Pode ser também que alemães e franceses sejam governados diretamente por Washington, movendo-se como marionetes da oligarquia internacional. Fantoches entre os quais os europeus acreditam eleger governantes. Os países europeus devem negociar acordos individuais com a Rússia, permitir que Zelensky se renda e acabar com o mito de que, se entregarem as armas, seu governo pode impedir a operação militar russa. A rendição de Zelensky é a única solução realista para esta crise que, se continuar, fará com que os países europeus percam o status de países mais desenvolvidos econômica e socialmente.

Pânico com a decisão de Putin. A agência Bloomberg relatou que o Reino Unido ficou em pânico devido à decisão de Putin sobre o bloqueio do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) da Rússia.

O presidente russo, Vladimir Putin, deixou o Reino Unido em pânico ao bloquear um dos principais gasodutos da Europa, afirmou a ex-diretora executiva da Energy UK Angela Knight à Bloomberg.

De acordo com a especialista, os britânicos entraram em pânico, assim como a Europa, devido à atual “guerra econômica” que está sendo desencadeada. Além disso, ela acusou as autoridades de terem criado dependência do fornecimento de energia de diferentes países, que nem sempre são “amigáveis”.

Gasoduto russo paralisa fornecimento à Europa. A maior produtora de gás da Rússia, a Gazprom, anunciou na sexta-feira (02) que interrompeu o fornecimento de gás através do gasoduto Nord Stream por um período indefinido. A empresa disse em um post do Telegram que um vazamento de óleo foi detectado durante o trabalho de manutenção conjunta com a Siemens na única unidade de compressor de gás Trent 60, a única restante da estação de compressores de Portovaya.

A paralisação eleva a tensão sobre os preços de gás, às vésperas do começo do outono no hemisfério Norte. Aumenta também a pressão pela ativação do gasoduto Nord Stream 2, cujo início de operação foi paralisado após o conflito na Ucrânia.

As questões técnicas com o fornecimento de gás para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1) permanecerão até que o Ocidente levante as sanções impostas à Rússia devido a operação especial na Ucrânia, disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.

Em 31 de agosto, a empresa estatal de energia Gazprom cessou completamente o fornecimento de gás através do gasoduto.

Vão “entregar os pontos”? Na questão do gás, a União Europeia (UE) está se aproximando cada vez mais da capitulação ante a Rússia, escreve o colunista turco Hasan Basri Yalcin em um artigo no jornal Sabah.

Ele destacou que o bloco europeu não está em condições de resolver a questão do abastecimento de gás.

Segundo aponta o especialista, a Europa não pode contar com a ajuda dos EUA por causa do resultado incerto das próximas eleições para o Congresso, em novembro. Se os republicanos ganharem, a UE corre risco de ficar sem qualquer apoio do outro lado do oceano, explicou.

A União Europeia (UE) encontra-se neste momento presa no seu próprio covil, uma vez que atua como bloqueadora do fornecimento e comercialização do gás russo no território europeu, o mesmo recurso energético do qual é extremamente dependente.

Vão morrer de frio? As projeções meteorológicas preveem que a Europa enfrentará um inverno rigoroso a partir do próximo mês de setembro, pelo que a sua população necessitará do gás essencial para o aquecimento, que é difícil de adquirir devido ao seu alto preço e escassez, devido ao facto de os seus líderes seguiram à risca para aplicar as “sanções” ordenadas por Washington contra a Rússia.

O preço do gás subiu acentuadamente enquanto o euro caiu abaixo ou em paridade com o dólar, o que torna difícil para a população adquiri-lo para colocar o aquecimento ao mesmo tempo em que os custos dos alimentos aumentam.

Nas condições atuais, o preço do gás dispara por qualquer motivo, como aconteceu quando a Gazprom anunciou que interromperia o envio pelo Nord Stream de 31 de agosto a 2 de setembro para trabalhos de manutenção na única turbina em funcionamento.

Alemanha, Polônia, Áustria, Holanda e Grécia começaram a reabrir usinas a carvão, apesar dos graves danos ambientais que isso acarreta.

Será o pior cenário? O jornal The Wall Street Journal afirmou que a suspensão do funcionamento do gasoduto Nord Stream desencadeou o pior cenário da crise energética nos países europeus.

De acordo com o jornal, depois do anúncio da interrupção do Nord Stream, os preços do gás natural e da energia elétrica cresceram em mais de 30% e depois subiram ainda mais 10%.

Este cenário causou a maior desvalorização do euro nos últimos 20 anos, além da alta dos preços e de uma inflação recorde, provocando o empobrecimento da população e pressionando o setor energético.

Além disso, o jornal ressalta que há uma grande preocupação em relação ao fechamento de indústrias, que pode ocorrer na Europa.

Economia russa está bem. Os ganhos da Rússia com exportação dos recursos energéticos superam significativamente os gastos dos seis meses da operação especial russa na Ucrânia, diz o relatório do Centro de Pesquisa de Energia e Ar Limpo da Finlândia (CREA, na sigla em inglês).

A análise registra exportações do petróleo, gás e carvão no período de 24 de fevereiro a 24 de agosto deste ano, baseando-se nos dados do transporte marítimo e dutoviário. Ele demonstra que a União Europeia foi a maior compradora com 85 bilhões de euros (R$ 437,8 bilhões), seguida pela China com 35 bilhões de euros (R$ 180,28 bilhões).

Os autores da pesquisa estimam as receitas da Rússia no período respectivo em 158 bilhões de euros (R$ 813,86 bilhões) com os gastos da operação especial sendo avaliados em 100 bilhões de euros (R$ 515 bilhões). A Rússia vem recebendo uma renda extremamente grande devido aos preços altos de combustível, notam os autores da pesquisa.

Mais gás para a China. A estatal russa de gás natural Gazprom, e a chinesa CNPC assinaram um acordo que determina que Pequim pague pelo fornecimento do combustível fóssil em rublos e em yuans, anunciou a empresa de Moscou nesta terça-feira (06/09).

A alteração do pagamento e novos contratos de fornecimento de longo prazo, foram firmados pelos presidentes das duas estatais, Alexei Miller e Dai Houliang.

A Gazprom ressaltou, dentro do comunicado oficial, uma fala de Miller, em que o funcionário da empresa afirma que a nova forma de pagamento é "uma solução mutuamente benéfica, oportuna, confiável e prática".

A Rússia concordou com os principais parâmetros de fornecimento de gás à China através da Mongólia, declarou o presidente russo, Vladimir Putin.

O presidente russo também chamou a China de parceiro estável e confiável.

Sindicatos europeus iniciam protestos. A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) denunciou na terça-feira que a conta anual média de energia é agora superior ao salário de um mês para trabalhadores mal pagos na maioria dos estados membros da União Europeia (UE).

De acordo com a CES, cerca de 9,5 milhões de pessoas que trabalham já estavam lutando para pagar suas contas de energia antes do início da crise do custo de vida.

Nesse sentido, apontam que até julho deste ano, o custo do gás e da eletricidade aumentou 38 por cento em toda a Europa em relação ao ano passado e o mesmo, no entanto, continua a aumentar.

De acordo com a denúncia da central sindical europeia, a atual crise deixou os trabalhadores que ganham o salário mínimo em 16 estados membros da UE com a necessidade de reservar o equivalente a um mês de salário ou mais para manter as luzes e o aquecimento ligados nos casa.

O número de dias que uma pessoa que ganha o salário mínimo tem que trabalhar para pagar sua conta de energia aumentou drasticamente em alguns países: Estônia (+26), Holanda (+20), República Tcheca (+17), Letônia (+ 16), denuncia a CES.

Aqui mora o perigo! Se há uma pessoa no Ocidente que construiu uma narrativa contra Moscou e a favor da OTAN, é Liz Truss, a recém-eleita primeira-ministra do Reino Unido que seguirá uma linha de política externa ainda mais forte do que seu antecessor, Boris Johnson.

Muitos já estão começando a chamá-la de Margaret Thatcher do século 21. Sua recente fotografia a bordo de um tanque militar na Estônia lembrou quando a Dama de Ferro fez o mesmo em 1986 com tropas britânicas na Alemanha. Essa imagem belicista é o símbolo de um fato inegável: Liz Truss promove um discurso abertamente anti-russo.

Especialistas em segurança internacional garantem que a Truss vai endurecer a posição do Reino Unido contra Moscou, num momento em que a operação militar do país eurasiano já dura mais de meio ano. O Ocidente acreditava que as sanções forçariam o Kremlin a desistir de seus objetivos. Os fatos provam o contrário.

O jornalista do Financial Times, Sebastian Payne, escreveu em suas redes sociais que o discurso de Liz Truss para políticos conservadores consiste em dizer a palavra “liberdade” o máximo possível, além de se assemelhar à ex-primeira-ministra Margaret Thatcher até na forma de posar na fotografias. Seguindo sua mensagem, ela compartilhou algumas imagens dos dois conservadores em atmosferas bélicas semelhantes, mas com mais de três décadas de diferença.

Covardia com armas estadunidenses. Enquanto a Casa Branca não para de financiar e armar o governo neonazista da Ucrânia, o presidente Zelensky se acha no direito de todas as barbaridades.

O prefeito da cidade de Donetsk, Alexei Kulemzin, denunciou na sexta-feira que as forças armadas ucranianas atacaram com artilharia o principal hospital da referida cidade, situado em Donbas.

Nesse sentido, a entidade especificou que não se sabe o número de feridos e mortos em decorrência do bombardeio.

Durante este dia, outros ataques realizados por tropas ucranianas causaram a morte de oito civis na autoproclamada República Popular de Donetsk (DPR), cinco deles na cidade mencionada.

Como se não bastasse, Zelensky coloca em risco toda a Europa ao fazer ataques diários à maior usina nuclear da região.

Tropas ucranianas atacaram a cidade de Energodar e a usina nuclear de Zaporizhia 15 vezes nas últimas entre quinta e sexta-feira, disse o Ministério da Defesa russo.

A usina nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa, está localizada no sudeste da Ucrânia, perto da cidade de Energodar, e desde março passado está sob o controle dos militares russos.

O “sonho estadunidense”! As questões econômicas e políticas mais importantes nos EUA são os níveis extraordinários de desigualdade de renda e riqueza, assinalou o senador democrata Bernie Sanders em artigo no jornal britânico The Guardian publicado semana passada.

Sanders, que foi pré-candidato de seu partido à Presidência da República, mas perdeu a indicação para Joe Biden, levantou sérias preocupações sobre a crescente concentração de propriedade, o declínio de longo prazo da classe média americana e a evolução dos Estados Unidos para uma oligarquia.

“Agora temos mais desigualdade de renda e riqueza do que em qualquer outro momento nos últimos cem anos. No ano de 2022, três multibilionários possuem mais riqueza do que a metade inferior da sociedade estadunidense (160 milhões de americanos). Hoje, 45% de toda a nova renda vai para o 1% do topo, e os CEOs de grandes corporações ganham um recorde de 350 vezes o que seus funcionários ganham”, disse.

No Brasil, seis bilionários têm uma riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões mais pobres do país. Os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda dos demais 95%, segundo levantamento da ONG Oxfam divulgado em 2018.

Previsões muito ruins (para eles). A economia dos EUA poderia afundar em um pântano de encolhimento da produção e aumento da inflação e do desemprego, alertou Nouriel Roubini, renomado economista e professor da Universidade de Nova York, durante um webinar do eToro.

Roubini disse que a Reserva Federal pode ter que dobrar as taxas de juros para 5% para conter a inflação. Por sua vez, tal aumento poderia sufocar o crescimento econômico e causar um aumento no desemprego, ressaltou o economista.

Além disso, o aumento das taxas poderia desencadear uma crise da dívida. Ele também advertiu que as ações do regulador dos EUA para conter a inflação podem afundar a economia e causar choques no mercado de ações, títulos, habitação, crédito, capital privado e outros ativos no território da bolha.

Democracia? Lá não existe democracia como é propagandeado por todo lado. A onda nacional de organização sindical e militância liderada por trabalhadores da Starbucks e Amazon é a maior onda de organização de trabalhadores desde as décadas de 1930 e 1940. A onda de organização se espalhou para Trader Joe's, Chipotle, Apple, REI e uma lista crescente de cadeias de lojas e indústrias.

No entanto, essa revolta dos trabalhadores, que tem o potencial não apenas de salvar o movimento trabalhista, mas de transformá-lo, está sob ataque com risco de vida. Devemos nos unir em defesa dos bravos jovens trabalhadores que estão na vanguarda dessa luta trabalhista transformadora.

Das salas de reuniões corporativas aos gerentes do local de trabalho, a Starbucks e a Amazon estão engajadas em uma guerra aberta para esmagar a onda de organização. A Starbucks está demitindo organizadores sindicais, fechando lojas, cortando horas de trabalho e negando aumentos salariais e benefícios a trabalhadores pró-sindicatos. Os funcionários da Starbucks estão revidando. A Starbucks Workers United continua a vencer as eleições sindicais em todo o país e flexionar seus músculos com paralisações e greves.

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