A movimentação de Lula e Bolsonaro nas redes A semana trouxe uma grande exposição dos candidatos à mídia tradicional com a série de entrevistas no Jornal Nacional e o debate na Band. O resultado teve repercussão nas redes sociais dos candidatos, especialmente de Luiz Inácio Lula da Silva (primeiro colocado nas pesquisas) e de Jair Bolsonaro (segundo colocado). O monitoramento do Twitter feito pela Editoria de Redes do Observatório das Eleições mostrou que os dois principais candidatos na disputa eleitoral tiveram aumento no engajamento total na plataforma, ou seja, conquistaram mais seguidores depois da exposição na TV. O aumento foi mais significativo para Lula, o que pode se explicar, em parte, pelo desempenho ruim de Bolsonaro no debate. O candidato do PT, que tem 44% das intenções de voto segundo a última pesquisa Ipec, registrou um aumento de 2,7% no número de seguidores na plataforma. O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição e que tem fortíssima atuação na internet, teve um aumento de 1,3% em sua base de apoio no Twitter. Considerando o engajamento médio, o ex-presidente também teve um aumento maior, crescendo 56% de interações médias por post contra 42,8% de crescimento do atual presidente. No entanto, Bolsonaro conseguiu um aumento total de engajamento de mais de 70%, totalizando 3,94 milhões de interações, contra 3,05 milhões do petista. As principais postagens de Bolsonaro e Lula foram sobre a participação de ambos nas entrevistas do Jornal Nacional. Em relação aos temas que suscitaram mais interação para os candidatos, temos: gênero (discutido por Lula quando abordou a proposta de renegociação de dívidas para as mulheres) e crítica à "carta pela democracia" feita por Bolsonaro. Os temas mais abordados nas publicações Em levantamento feito 10 dias após o começo oficial da campanha eleitoral, observou-se que os temas democracia, religião, pandemia e economia estão entre os principais abordados por apoiadores de Lula e de Bolsonaro. O monitoramento do Observatório vem categorizando, de forma automatizada, todas as publicações do Twitter e Youtube dos principais apoiadores de ambas as campanhas. Levando-se em conta o Twitter, os temas principais abordados pelo campo lulista são: democracia (36%), pandemia (11,4%) e religião (10,8%). No campo bolsonarista, os principais são: democracia (29,5%), religião (19.7%) e economia (12%). A democracia está presente em ambos os campos, mas com construções narrativas bastante distintas. Alguns recortes mais específicos mostram, abaixo, essas narrativas distintas. O tema “democracia” na semana no Twitter O monitoramento feito pelo Observatório das Eleições, no período, sobre o tema geral democracia envolve alguns subtemas, como golpe, Carta aos Brasileiros, ditadura, regime militar, Forças Armadas. Nas semanas após a ação do ministro Alexandre de Moraes contra os empresários bolsonaristas que falavam em golpe contra o ex-presidente Lula em rede social, os tuítes com mais engajamento trouxeram os termos golpe, democracia, ditadura e regime militar. O campo bolsonarista reagiu fortemente à operação, atacando a credibilidade das instituições. O tuíte com mais engajamento foi, novamente, do empresário Luciano Hang, também investigado pela PF. @LucianoHangBr – 36.808 de engajamento – (23/08) “Compartilhe esse vídeo. Tive meu Instagram retirado do ar, por conta de uma matéria mentirosa, em que o próprio autor, o jornalista Guilherme Amado, admite que nunca falei sobre golpe. Juntos somos milhões. Não existe democracia sem liberdade!” Em relação ao tema democracia, há uma ressignificação constante do termo pelo campo bolsonarista. O presidente Jair Bolsonaro menosprezou reiteradamente a Carta pela Democracia e associou o PT a ditaduras. @LucianoHangBr – 92.570 de engajamento – (23/08) “CENSURA! Acabaram de derrubar meu Instagram. Onde está a democracia e a liberdade de pensamento e de expressão? Tenho certeza que este era o objetivo de toda essa narrativa: tentar me calar. Vivemos momentos sombrios, mas vamos vencer.” @jairbolsonaro – 88.557 de engajamentos – (25/08) “Respeitar a democracia é muito diferente de assinar uma “cartinha”. Honrar a Constituição, em especial direitos e garantias fundamentais, é o que diferencia DEMOCRATAS de DEMAGOGOS.” |
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