Olá,
Estamos a um mês das eleições brasileiras mais aguardadas da nossa história. Não é para menos: o evento que acontece daqui a exatamente 30 dias vai definir se o Brasil mergulha de vez em um projeto fascista de poder ou aprende com a trágica aventura bolsonarista e dá meia-volta rumo à democracia.
Nesse cenário, quero trocar umas palavras com você sobre cidadania. O primeiro artigo da nossa Constituição Federal deixa claro que "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente". Mas em 1988 os constituintes não poderiam prever o "mundo invertido" do Brasil das fake news, do revisionismo histórico, do terraplanismo, e que um defensor ferrenho da ditadura (que terminara pouco antes) chegaria ao poder. No ano em que o SUS foi instituído como direito constitucional, se alguém viesse do futuro avisando que em 2022 pessoas no Brasil e no mundo fariam um movimento contra vacinas, provavelmente seria motivo de riso geral. Como prever o realismo fantástico do que estava por vir?
Em toda essa inversão, "cidadania" virou um termo surrado que parece não dizer muita coisa além de ir votar e declarar impostos, mas justamente por isso ela se faz mais necessária que nunca. Para além do papel cívico de votar, indispensável para mudar a situação lamentável do Brasil, exercer seu dever de cidadã e de cidadão é urgente. Está nas conversas com desconhecidos no transporte público, na faculdade, no trabalho, no diálogo com os que ainda estão indecisos quanto ao voto e no compartilhamento on-line de conteúdos esclarecedores sobre todo o mal causado pelo governo Bolsonaro. E é aí que entra o papel do jornalismo progressista.
Fazer jornalismo que questiona os poderosos sem medo de citar nomes e marcas, que investiga empresários, governantes e militares graúdos com coragem e propósito, que denuncia abusos e abusadores e faz com que a Justiça reveja seus métodos e o Legislativo crie novas leis é o nosso maior papel cidadão. Fazer jornalismo combativo, sério e de qualidade pode mudar votos — e votos podem mudar o país.
Nossa cobertura das eleições está à toda, seja nas novas newsletters da jornalista Carla Jimenez, seja no programa semanal do YouTube que ela comanda com um convidado diferente toda quarta, seja nas colunas do escritor e jornalista Xico Sá ou nas reportagens e notas de Guilherme Mazieiro, Rafael Moro Martins e Ricardo Galhardo. Na reportagem "Fratura exposta", desta semana, Rafael e Guilherme fizeram um raio-X da política mineira, e esquadrinharam os motivos do baixo rendimento da campanha de Bolsonaro no estado que costuma definir quem ganha a eleição — e onde o candidato-presidente está perdendo nas pesquisas.
Só para essa reportagem, os dois foram de Brasília a Juiz de Fora, onde foi o comício de Bolsonaro, rodando 933 km e dormindo em hotéis. O destino seguinte é o Rio de Janeiro, onde o presidente fará sua demonstração de poder na tarde do 7 de Setembro, depois da cerimônia tradicional em Brasília. Você sabe: a gasolina está cara, o combustível de aviação sofreu alta de 70% este ano, o setor hoteleiro inflou os preços para se recuperar do apagão turístico que foi a pandemia: há muito tempo não custava tanto cruzar o país para cobrir eleições.
Está tudo muito caro, inclusive fazer jornalismo. Neste último mês pré-eleições, você pode exercer sua cidadania apoiando o maior site jornalístico independente do país. Aqui não temos anunciantes, e por isso não temos rabo preso com o poder. Você sabe tudo que já fizemos com essa liberdade, mas queremos fazer muito mais, como ganhar votos para a democracia na base da informação. Anda meio fora de moda disseminar a verdade, mas essa é a nossa vocação. Podemos contar com você? QUERO O JORNALISMO QUE MUDA VOTOS →
Um abraço, |
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