domingo, 6 de novembro de 2022

Informativo Semanal do Prof. ernesto Germano Pares, nº 989

 


 

 

 


Tiro pela culatra?

O ex-deputado federal Roberto Jefferson, aliado e cúmplice do sacripanta que ocupa a presidência, talvez tenha pensado em dar um “golpe genial” ou criar uma grande mobilização para apoiar seu chefe, mas o “plano” saiu ao contrário!

Alexandre de Moraes, ministro do STF, decidiu que Jefferson deveria voltar à prisão preventiva pelo descumprimento de medidas cautelares impostas, como não postar nas redes sociais. Na última sexta-feira, em vídeo publicado na internet, Jefferson atacou a ministra Cármen Lúcia, referindo-se a ela com palavrões e agressões. E o pulha viu uma oportunidade de armar um teatro.

No domingo (23), durante o cumprimento da decisão do STF, na casa de Jefferson, o ex-parlamentar reagiu à prisão, lançando granadas e atirando contra a equipe da Polícia Federal. Dois policiais foram atingidos por estilhaços da granada e tiveram ferimentos leves.

O ex-deputado foi conduzido ao Presídio José Frederico Marques, em Benfica, no Rio de Janeiro. De lá foi transferido para a prisão de Bangu 8.

O demente do Planalto, inicialmente publicou um texto no Twitter repudiando a postura de Jefferson, em relação a Cármen Lúcia e à sua ação armada contra os policiais. E afirmou que não existe fotografia dele com Roberto Jefferson. Minutos depois as redes sociais estavam lotadas com fotografias dos dois abraçados, sorrindo ou se cumprimentando.

A assessoria do insano sentiu o golpe. “Resistir à prisão e dar tiro numa situação dessas é totalmente errado”, afirmou um auxiliar do ex-capitão. Auxiliares de campanha afirmaram, pouco depois do ocorrido, que a ação armada do ex-deputado contra policiais federais é “péssima” para a campanha. A informação foi publicada pela coluna de Igor Gadelha, no site Metrópoles.

Atirou para matar. O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que deu pelo menos 50 tiros de fuzil e jogou três granadas nos agentes da Polícia Federal (PF) que foram prendê-lo no domingo (23), agiu de “forma premeditada e com intenção de matar os policiais”, disse em depoimento à Polícia Federal o delegado Marcelo André Cortes Villela, que ficou ferido na ação. E a informação é da colunista Malu Gaspar do jornal O Globo, que teve acesso ao depoimento.

De acordo com o depoimento obtido pela equipe da coluna, Jefferson demorou a aparecer na sacada quando os agentes foram cumprir ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes. Quando surgiu, disse que não iria se entregar de jeito nenhum.

E “de forma dissimulada, puxou uma granada e a lançou na parte traseira da viatura”. “Ele puxou um fuzil que estava escondido e começou a atirar”, disse o delegado à PF.

Roberto Jefferson, aliado do demente do Planalto, está com o registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) suspenso e não poderia ter armas, segundo o Exército, que já abriu um processo administrativo contra o ex-deputado, segundo a Folha e o G1.

Resultados de um governo insano. Moradores da Vila Natal, um bairro periférico da cidade de Cubatão (SP), onde milhares de pessoas vivem na linha da pobreza, se aglomeraram na madrugada de quarta-feira (26) em frente à linha férrea e, mesmo correndo riscos, pularam sobre um trem em movimento para saquear um vagão frigorífico.

Depois de cortarem parte do teto do contêiner encontraram muitas caixas do frigorífico Agra Foods com quilos de carne bovina, de cortes como paleta; acém, carne que era mais barata e acessível, mas que subiu 34,7% de janeiro de 2020 a setembro deste ano; maminha e alcatra.

Uma jovem de 24 anos, que pediu para não ser identificada, disse ao jornalista Maurício Businari, colaborador do UOL, que participou do saque ao trem por uma questão de “justiça”. Ela não concorda com esse tipo de ação, mas justificou falando sobre a situação que os moradores do bairro vivem no momento, como a inflação dos alimentos em disparada, desemprego ou emprego precário.

No Twitter, o deputado Alencar Santana publicou imagens das pessoas subindo no trem e escreveu: “No 3º maior exportador de alimentos do mundo, uma multidão assaltou carne de um trem de carga em movimento! Não foi em Cuba, Venezuela, Argentina ou Nicarágua... foi no país onde o presidente diz que NÃO EXISTE FOME. E foi no estado que o Tarcisio não conhece”.

Três mil bebês sofrem com a fome! A fome que atinge 33,1 milhões de brasileiros e brasileiras mostra uma face ainda mais cruel: a internação em hospitais de bebês de até um ano de idade, vítimas da desnutrição pela falta de alimentação adequada.

Apenas no ano passado 2.939 bebês de até 1 ano precisaram de internação, uma média diária de oito crianças hospitalizadas por falta de comida. Isso representa uma taxa de 113 internações por 100 mil nascimentos, quase 11% a mais do registrado em 2008, primeiro ano do período analisado pelo Observa Infância, que reúne pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e da Unifase, a partir dos dados do Ministério da Saúde.

Este ano a fome não regrediu. De janeiro a agosto de 2022, o número de internações de bebês nessa faixa etária aumentou em 7%. Por dia, são quase nove crianças levadas ao hospital porque têm fome. A região em que se registra o mais alto índice de internações é a do Nordeste, com uma taxa 51% maior do que o restante do país.  Mas o coordenador da pesquisa, Cristiano Boccolini, disse ao G1, que o problema é grave em todo o país.

Em apenas um ano, 14 milhões de brasileiros passaram a conviver com a fome em suas casas. Em 2018, 5,8% dos brasileiros passavam fome. Em 2020, essa parcela subiu para 9% e, em 2022, chegou a 15,5%.

CPI do Assédio Eleitoral. O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) informou em Plenário, nesta terça-feira (25), que o requerimento para a CPI do Assédio Eleitoral já conseguiu 28 assinaturas, uma a mais que o mínimo exigido. Conforme o requerimento, a comissão terá 11 membros titulares e 7 suplentes, com prazo de trabalho de 90 dias.

O objetivo da CPI é apurar denúncias de assédio eleitoral por parte de “empresários, gerentes de empresas e até mesmo de prefeitos municipais que ameaçam trabalhadores e trabalhadoras, exigindo ou induzindo a que votem no presidente atual, ou ainda oferecendo prêmios ou recompensas para quem assim o fizer”, explicou o senador. Silveira lembrou que esse assédio configura, em tese, a prática de crimes previstos no Código Eleitoral (Lei 4.737, de 1965).

Mais um golpe contra o trabalhador. A caixa de maldades do demente e de seu ministro da deseconomia parece não ter fim. Na semana passada tomamos conhecimento de que estão criando um programa, ou uma lei, para congelar o salário mínimo e as aposentadorias do INSS. Agora tomamos conhecimento de mais uma maldade que está sendo armada.

A proposta da dupla de pilantras é acabar com as deduções no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de gastos feitos com planos de saúde e escolas privadas, que a classe média é obrigada a pagar. A proposta elaborada pelos técnicos do ministério da Economia renderia R$ 30 bilhões aos cofres públicos, revelou o jornal Estadão, que teve acesso ao texto da proposta.

Caso essa medida seja aprovada, o caos se instalará no Sistema Único de Saúde (SUS), provocando aumento nas filas e piora da qualidade do atendimento, em função da demanda maior, já que, com renda reduzida e tendo que pagar mais imposto, parte da classe média terá de recorrer ao serviço gratuito.

“Se ele investisse em educação e saúde públicas, essa medida até que seria bem-vinda, porque as deduções são uma forma do governo compensar a classe média por seus gastos extras, mas ao mesmo tempo financia os grandes conglomerados em detrimento do fortalecimento de uma saúde e educação pública de qualidade”, afirma a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Gentil.

Bispos lançam carta contra o demente! Um grupo de bispos católicos brasileiros lançou, na segunda-feira (24), uma carta contra a reeleição do insano, sem citar diretamente o presidente.

Intitulado “Bispos do Diálogo pelo Reino”, o coletivo reúne bispos da Igreja Católica de várias regiões do Brasil e, no documento, afirma que o segundo turno das eleições coloca a população brasileira “diante de um desafio dramático” que não permite a neutralidade.

O contexto, segundo os religiosos, impõe um posicionamento acerca de “dois projetos de Brasil, um democrático e outro autoritário; um comprometido com a defesa da vida, a partir dos empobrecidos, outro comprometido com a ‘economia que mata’ (Papa Francisco, A Alegria do Evangelho, 53); um que cuida da educação, saúde, trabalho, alimentação, cultura, outro que menospreza as políticas públicas, porque despreza os pobres”, apontam.

Os bispos pontuam ainda que o atual governo “virou as costas para a população mais carente, principalmente no tempo da pandemia”, e que, junto de seus apoiadores, abusou “do nome de Deus para legitimar seus atos e ainda o usam para fins eleitorais”, condenando ainda a disseminação de fatos inverídicos. “Vivemos quatro anos sob o reinado da mentira, do sigilo e das informações falsas. As fake news (notícias falsas veiculadas como se fossem verdades) se tornaram a forma 'oficial' de comunicação do Governo com o povo”.

Como pensam os seguidores do ex-capitão. Eleitor fiel e violento do demente sugere “quebrar esquerdistas no cacete”, conclama seus seguidores a “quebrar a urna eletrônica no pau” e afirma que “cientista político tem que apanhar”.

Tudo isso é dito durante as reuniões nos chats do Telegram realizadas pelo fascista Jackson Villar da Silva, que diz ser evangélico, comerciante, radialista, conservador, presidente do “Acelera Para Cristo” e organizador da motociata com o presidente em junho de 2021, quando reuniu motociclistas em um percurso de 130 km que partiu de São Paulo até Americana, no interior.

O grupo de extrema direita no Telegram chamado “Nova Direita 70 milhões”, que começou uma articulação sobre como atuar para reverter uma possível vitória de Lula, tem 182 mil membros.

A importância deste domingo (30). As eleições presidenciais no Brasil são tema de destaque internacional e, principalmente, nos vizinhos latino-americanos. “Esta é provavelmente a eleição mais importante do mundo”, disse a subdiretora executiva do Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica (CELAG), Gabriela Montaño.

Para ela, esta nova etapa do progressismo começou com a eleição de Andrés Manuel López Obrador, no México, passando pelo retorno do peronismo na Argentina, com Alberto Fernández e Cristina Kirchner, e do Movimento ao Socialismo (MAS-IPSP) na Bolívia, com Luis Arce e David Choquehuanca, e veio se consolidando com as vitórias recentes de Gabriel Boric no Chile, e Gustavo Petro na Colômbia.

E não é diferente a opinião do jornal New York Times e da Nature. Duas das publicações mais importantes do mundo demonstraram apoio à candidatura presidencial de Lula (PT). Na quinta (27) o jornal The New York Times, dos EUA publicou um vídeo no qual foca na destruição da Floresta Amazônica e diz que a data do pleito, no próximo domingo (30) é o “dia mais importante do planeta”.

A fome aumenta na América Latina. Quando a pandemia de covid-19 começou em 2020, quase 3,1 bilhões de pessoas em todo o mundo não podiam pagar uma dieta saudável. De acordo com o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo”, publicado este ano pela ONU, 117,3 milhões dessas pessoas estavam na América Latina. Isso representa 21% da população da região e 6,9% a mais que no ano anterior.

E como os alimentos permanecem menos acessíveis - o relatório observa que o custo de uma dieta saudável aumentará novamente à medida que os preços dos alimentos disparam em 2021 e 2022 - espera-se que a segurança alimentar e a nutrição sejam adequadas, ambos problemas que já afligem a região são cada vez mais inatingíveis.

Um total de 45,1 milhões de latino-americanos, ou 7,4% das pessoas que vivem na região, estavam desnutridos em 2020. Nesse mesmo ano, a prevalência de insegurança alimentar moderada e grave - falta de acesso físico, social e econômico a alimentos seguros e saudáveis ​​- atingiu 37,5%. E em 2021, esses números voltaram a crescer, atingindo 49,4 milhões de pessoas, ou seja, 8% e 38,9%, respectivamente.

Mas enquanto milhões de latino-americanos passam fome - ou são cronicamente subnutridos - muitos deles continuam a produzir alimentos para outros.

Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, entre outros países da região, continuaram a impulsionar a produção e as exportações de commodities nos últimos anos.

No primeiro semestre de 2022, as exportações agroalimentares do Brasil, principalmente carnes, soja e café, somaram 79,3 bilhões de dólares, o que representa um aumento de 29,4% e é considerado um novo recorde para o semestre.

Paz na Colômbia. A Câmara dos Deputados da Colômbia aprovou o projeto de “paz total” proposto pelo presidente Gustavo Petro, que agora tem luz verde do Congresso para abrir os canais de negociação e submissão judicial para grupos armados irregulares.

O plenário da Câmara aprovou o projeto com 125 votos a favor e 13 contra, após duas sessões de debate. A iniciativa irá para o processo de conciliação com o texto aprovado pelo Senado e, posteriormente, para sanção presidencial. A “paz total” foi aprovada por todas as bancadas. O conflito armado é um dos problemas mais angustiantes da Colômbia.

Até agora, a legislação só permitia retomar as negociações com o Exército de Libertação Nacional (ELN), uma vez que os protocolos de negociação já haviam sido assinados pelo governo de Juan Manuel Santos (2010-2018), de modo que o projeto de lei agora aprovado era um das prioridades do Congresso, onde o partido no poder é a maioria.

Alfonso Prada, ministro do Interior, agradeceu ao Congresso a aprovação da modificação e extensão da Lei 418, que define o roteiro para a busca da “Paz Total”, principal bandeira do governo Petro.

Antes era dominada pela coca. A Colômbia que agora caminha para uma Paz Total e que conta com um governo progressista, antes era conhecida pela sua produção de coca, em particular no Governo de Duque, período em que a Colômbia aumentou seus cultivos da planta de coca em cerca de 43%, até chegar a ocupar 204.000 hectares, com um crescimento exponencial entre 2010 e 2021, segundo informe do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e os Delitos divulgado na quinta-feira (27).

De acordo com as estatísticas, o período de maior crescimento coincide com o Governo do ex-presidente Iván Duque e seu Partido Centro-Democrático, autores do fracasso das conversações de paz e desmobilização da insurgência.

Uruguai: marcha contra a reforma da previdência. O Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT) do Uruguai se mobilizou na quinta-feira (27) pela rejeição da reforma previdenciária proposta pelo governo de Luis Lacalle Pou.

A central sindical única formada por 20 organizações do movimento popular e social convocou o protesto sob o lema “Contra o modelo de desigualdade e sua reforma previdenciária”.

O presidente do PIT-CNT, Marcelo Abdala, perante esta situação, avaliou que “enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresce e as estimativas apontam para um crescimento superior a 5 por cento, superando as estimativas oficiais, os salários, aposentadorias, o destino dos pequenos e médios setores da cidade e do campo, comércio, pequena indústria e agricultura, vejam a renda diminuir”.

Segundo Abdala, a participação dos salários na riqueza nacional não acompanha o crescimento e diminui 4%, e isso “mostra que se processa efetivamente um modelo de desigualdade, o que se vê claramente no aumento da pobreza, na redução salarial e nas pensões”.

Crise faz UE apertar Mercosul. A crise econômica na Europa e as dificuldades de satisfazer uma população acostumada com a fartura, mesmo que custando muito a outros continentes, faz da América Latina o alvo preferencial dos países ricos.

A América Latina, um dos principais celeiros do mundo, pode “alimentar mais gente”, afirmou na terça-feira (25), em Buenos, Aires o alto representante da União Europeia para as Relações Internacionais, Josep Borrell. Ele também mencionou as negociações de um Acordo de Livre-Comércio entre o Mercosul e a UE. E a pressa fica clara quando ele diz que ambos devem empreender um esforço conjunto “até o fim do ano” para concluir o acordo, “de importância estratégica. Os problemas que ainda persistem dever ser identificados”.

Com a guerra na Ucrânia tendo causado “ondas de choque nos preços dos alimentos e da energia, a América Latina pode alimentar mais pessoas, pode continuar a produzir mais alimentos e também fornecer energia, e nós (europeus) podemos fornecer tecnologia e capital”, declarou Borrell.

A Argentina, em particular, fornece uma série de bens “muito importantes para a Europa e para o mundo, e pode fazer ainda mais”, principalmente em matéria de “bens agroalimentares, com sua superfície e a sua enorme capacidade de produção”, acrescentou o alto representante da UE. Tudo conversa de um negociador apressado porque a crise está batendo na porta da Europa.

E não podia deixar de tocar em um assunto importante. “A China é o principal parceiro comercial de todos os países latino-americanos” para terminar dizendo que “mas nós (UE) investimos mais", defendeu o alto representante, frente ao poder comercial chinês.

Condenação ao bloqueio estadunidense. Venezuela, Nicarágua e Cuba, denunciaram, na quarta-feira (26), durante a 39ª sessão da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) que acontece em Buenos Aires, os bloqueios, sanções e medidas ilegais que sofrem a pedido de o Governo dos Estados Unidos, Estados, presentes como convidados na reunião.

O chanceler venezuelano, Carlos Farías, denunciou e condenou o que chamou de “terríveis consequências geradas por medidas coercitivas unilaterais contra nossos países”.

Não obstante esta política dos EUA contra Caracas, Faría observou que, apesar das “sanções coercitivas, unilaterais e ilegais”, a Venezuela “vai mostrar um crescimento significativo da economia, que está sustentando cerca de 10% segundo algumas estimativas”, embora “segundo outros ainda um pouco mais”.

Por sua vez, o chanceler nicaraguense Denis Moncada disse em seu discurso que seu país “resistiu historicamente à agressão imperial que se manifesta nas chamadas sanções que são ilegais, arbitrárias, unilaterais e que, como é o caso de outros países irmãos, têm o objetivo de nos sufocar economicamente, ao contrário do que vem sendo discutido neste período de sessões”.

Enquanto isso, o ministro do Comércio Exterior de Cuba, Rodrigo Malmierca, além de também denunciar as “medidas coercitivas unilaterais de alguns Estados que violam a soberania de outros países”, dirigiu-se diretamente aos EUA e disse que “exigimos especificamente o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos EUA contra nosso país há mais de 60 anos, em flagrante violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”.

Venezuela e Cuba reafirmam amizade. Venezuela e Cuba reafirmaram os laços de amizade e cooperação em uma reunião realizada entre os chanceleres Carlos Faría e Bruno Rodríguez em Buenos Aires no âmbito da reunião de chanceleres da CELAC.

A cooperação estratégica entre Venezuela e Cuba continua crescendo diante das medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos contra ambos os países.

O Ministério das Relações Exteriores revisou por meio de sua conta no Twitter o encontro realizado na Argentina entre os chanceleres da Venezuela e Cuba no contexto da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

O Itamaraty venezuelano se referiu a esta cooperação entre Venezuela e Cuba como um "mecanismo de combate e resistência" às sanções dos Estados Unidos.

Caracas e Havana estreitaram os laços de fraternidade com a assinatura do Acordo Integral de Cooperação em 30 de outubro de 2002, pelos comandantes Fidel Castro (1926-2016) e Hugo Chávez (1954-2013).

Termina o encontro da Cepal. A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) aprovou um novo plano de desenvolvimento econômico para a região com foco na produção, inclusão e sustentabilidade. O 39º período de sessões da Cepal encerrou na quarta-feira (26) em Buenos Aires com a participação de 630 representantes de 33 países membro da Comissão, assim como chanceleres e representantes da ONU.

O documento de 304 páginas analisa o cenário econômico global, identificando que o retorno da inflação é um fenômeno mundial. Nesse contexto, outro destaque é que a América Latina enfrenta um processo de desindustrialização prematura. A variação da produtividade e do emprego na América Latina teve uma variação quase nula entre 2005 e 2019, na contramão de outras regiões como a Ásia, que chegou a ter um crescimento de 40% na produtividade.

Na América Latina, a taxa de crescimento do PIB regional per capita passou de 2,4% entre 1980 e 1990 para 1,8% em 2021. Da mesma forma, a taxa de exportação de bens e serviços caiu de 6,1% em 2010 para 5,2% em 2020.

O desemprego também é uma realidade em toda a região, com uma taxa de 11,5% de desocupação entre as mulheres e 8% entre os homens. Cerca de 70% dos postos de trabalho criados nos dois últimos anos são no setor informal, que em 12 países emprega 50,4% da população.

O documento da Cepal também identifica a emergência climática como um fator decisivo para pensar um novo plano de desenvolvimento da indústria e da agricultura sustentável.

Um ponto de destaque na agenda da organização é a proposta de integração de várias etapas para industrializar a cadeia do lítio localmente, potencializando a extração no Triângulo do Lítio (em Argentina, Bolívia e Chile) e desenvolvendo a indústria automobilística do Brasil e México para oferecer protótipos de carros e ônibus elétricos. A América Latina concentra 51,3% das reservas globais do mineral.

A demanda global por lítio deve aumentar 22,5% entre 2020 e 2030, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). De acordo com as previsões da Cepal, até 2025, a venda de automóveis elétricos deverá representar 23% do total de exportações da indústria automobilística.

Começo da recessão na Alemanha. O PIB alemão caiu 0,2% entre julho e setembro em relação ao trimestre anterior, segundo a 'Deutsche Wirtschafts Nachrichten'. O declínio da economia se deve à crise energética, à alta inflação e a um "esfriamento" da economia mundial, disseram especialistas do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica.

O barômetro econômico do Instituto Alemão de Pesquisas Econômicas (DIW, na sigla em alemão), que reflete o desenvolvimento econômico geral do país, caiu significativamente em outubro para 74,3 pontos. O especialista do Instituto Guido Baldi destacou que a Alemanha já entrou em recessão.

Economistas estimam que o produto interno bruto da Alemanha já encolheu no trimestre de verão. Especialistas de 21 instituições financeiras consultadas pela Deutsche Wirtschafts Nachrichten esperavam queda de 0,2% no PIB entre julho e setembro em relação ao trimestre anterior. Na primavera deste ano o PIB cresceu 0,1%. No caso de dois trimestres consecutivos de números negativos, fala-se em recessão, noticiou a edição.

De acordo com dados preliminares do Departamento Federal de Estatística do país (Destatis), os preços ao consumidor na Alemanha, harmonizados com os padrões da UE, subiram 11,6% ano-a-ano em outubro, com a taxa de inflação acelerando de 10,9% em setembro para um ano taxa de 10,4% em outubro e atingiu novamente o maior nível histórico, o maior desde dezembro de 1951.

Medidas de proteção? O Banco Central Europeu (BCE) decidiu na quinta-feira (26) aumentar as taxas de juros em 75 pontos base após uma reunião habitual do conselho de governo. Após o aumento, as taxas de juro das operações principais de refinanciamento, da facilidade permanente de cedência de liquidez e da facilidade permanente de depósito subirão para 2%, 2,25% e 1,5%, respetivamente, com efeitos a partir de 2 de novembro.

“Com este terceiro grande aumento consecutivo da taxa de juros, o Conselho do BCE fez progressos substanciais na retirada da acomodação da política monetária”, disse o BCE em comunicado. Para justificar os aumentos das taxas, o Banco Central disse que a inflação na Zona do Euro, que subiu para 9,9% em setembro, continua “alta demais”.

“Aperto” europeu. Uma parte significativa da Europa tornou-se, na terceira semana de outubro, em uma panela de pressão em que a sopa do conflito começou a esquentar. A este ritmo, se a cozinha se mantiver, o continente caminha para uma fase muito tensa devido às consequências diretas da guerra, incluindo a crescente tensão social.

A crise europeia é sustentada e crescente, agravada pelo impacto cada vez mais visível do conflito Rússia-Ucrânia na vida quotidiana. Aumentos exorbitantes, especialmente em eletricidade, combustível e serviços, explodem os orçamentos familiares e desencadeiam a raiva sindical.

Na França, na terça-feira, 18 de outubro, foi realizado um dia interprofissional de protesto. Apenas três dias se passaram desde a mobilização massiva convocada pelo Novo Ecologista Popular e União Social (NUPES), que nas eleições legislativas de junho passado se tornou a segunda força mais votada. Como de costume, a batalha de números complica o equilíbrio: enquanto os organizadores estimaram a participação na terça-feira em cerca de 300 mil pessoas, os porta-vozes oficiais indicaram um número três vezes menor.  

Na Itália, as principais centrais sindicais do país realizaram uma manifestação unida no sábado, 22 de outubro, que convocaram em Roma em defesa da “Saúde e Segurança no Trabalho”. Eles argumentam que até agora em 2022 houve 600 mortes e 400 mil acidentes de trabalho, além de um número muito alto de irregularidades empresariais que desrespeitam o cumprimento de cláusulas básicas. Para os organizadores, “não se trata apenas de números, mas também da vida das pessoas, sua dignidade e seus direitos”.

E na Suíça, na pequena Bellinzona, capital do cantão de Ticino, na fronteira com a Itália, os trabalhadores da construção civil deram o apito inicial para um processo de mobilização que se expandirá nacionalmente nas próximas semanas.

Mais de 2.500 pessoas participaram na segunda-feira, 17 de outubro, de uma marcha (em uma cidade de apenas 40.000 habitantes) que continuará com manifestações futuras em 1º de novembro em Basileia; nos dias 7 e 8 em outras cinco cidades da Suíça francesa e no dia 11 em Zurique, onde será realizado um dia nacional.

Na Espanha, os sindicatos do setor ferroviário estão convocando uma greve da empresa Renfe (Rede Nacional de Ferrovias Espanholas) para 28 de outubro e paralisações parciais para 7 e 11 de novembro. Os protestos são fruto da inércia da empresa em chegar a acordo sobre o novo acordo coletivo, indicam os promotores da referida medida de força. Os sindicatos também exigem que seja dada uma resposta “à evidente falta de pessoal em todas as áreas e grupos da empresa” através da prorrogação dos contratos temporários.

A Europa pulsa. Mobiliza e protesta contra a dimensão da crise económica e social. Paralelamente, a questão de quem vai pagar a conta principal da guerra Ucrânia-Rússia e da futura reconstrução da Ucrânia começa a ganhar força entre especialistas e analistas – e de forma mais morna entre sindicatos e atores sociais. Neste conflito, no coração da Europa, nada é de graça. A indústria de armas de guerra, a principal beneficiária, aponta o lápis e esfrega as mãos. Os cidadãos europeus, já sancionados pelo estrondoso aumento dos preços dos combustíveis e da energia, começam a levantar a voz.

Inflação explode, na Dinamarca. A inflação anual na Dinamarca atingiu níveis sem precedentes segundo dados do Gabinete de Estatística do país europeu, registando 11,1 por cento neste indicador.

No que diz respeito ao relatório divulgado pela entidade dinamarquesa, os preços dos bens básicos atingiram um máximo histórico desde 1982 e superam o aumento registado em toda a União Europeia.

De igual modo, o valor registado esta segunda-feira supera o estimado pelo Gabinete, que previa que o aumento seria próximo dos 10 por cento.

Segundo especialistas no assunto, o aumento dos custos de energia elétrica, gás e alimentação são os principais responsáveis ​​pela inflação.

Enquanto isso… O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 3,9% no terceiro trimestre, na comparação ano a ano, para 30,76 trilhões de iuans (cerca de US$ 4,32 trilhões), 3,5 pontos percentuais a mais do que no segundo trimestre, segundo dados do National Bureau of Statistics (NBS) desta segunda-feira.

Os dados vieram muito acima do especulado pelo mercado financeiro internacional, que projetava algo em torno de 3,2%.

Nos três primeiros trimestres, o PIB do país aumentou 3% ano a ano, 0,5 ponto percentual mais rápido do que no primeiro semestre de 2022, de acordo com os dados do NBS.

Muitos dos principais indicadores econômicos tiveram melhorias significativas em comparação com o do segundo trimestre, com a demanda de produção se recuperando gradualmente e os preços e o emprego permanecendo estáveis, disse o NBS em comunicado.

Veja matéria sobre o Congresso do PCC.

Reino Unido tem novo primeiro-ministro. Rishi Sunak se tornou o novo primeiro-ministro do Reino Unido na segunda-feira (24) sem adversários, já que sua única concorrente na disputa pela liderança do Partido Conservador, Penny Mordaunt, havia anunciado que não concorreria mais ao cargo.

Defensor do Brexit, Sunak foi ministro de Finanças do Reino Unido durante o governo de Boris Johnson, tendo sido nomeado em fevereiro 2020 e deixado a pasta em junho de 2022, após os escândalos de festas na gestão do ex-premiê durante a pandemia.

Será a primeira vez na história que o Reino Unido terá um premiê de origens indianas e que pratica o hinduísmo.

Rishi Sunak, de 42 anos, se tornará também o mais jovem primeiro-ministro do Reino Unido desde 1812 e o primeiro de origem indiana. Sunak foi um dos primeiros ministros a iniciar uma série de demissões no gabinete de Johnson, o que posteriormente levou também o último a renunciar a premiê.

Após tomar posse como primeiro-ministro do Reino Unido na terça-feira (25), Rishi Sunak fez uma série de novas nomeações para configurar o seu primeiro gabinete, afastando dez ministros do antigo gabinete de Liz Truss, conservadora que renunciou ao cargo na última quinta-feira (20/10). As informações são do veículo britânico The Guardian.

Discurso para se afastar do fascismo. Em seu primeiro discurso à Câmara dos Deputados, a nova primeira-ministra da Itália e líder do partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), Giorgia Meloni, tentou na terça-feira (25) se distanciar do fascismo e outros regimes antidemocráticos.

“Nunca tive qualquer simpatia ou proximidade com regimes antidemocráticos, incluindo o fascismo”, afirmou Meloni, que começou a sua carreira política nas alas jovens do partido pós-fascista Movimento Social. Numa entrevista dada quando tinha 19 anos, ela chegou a defender Benito Mussolini, afirmando que o fascista foi "um bom político" e que “tudo o que fez, fez pela Itália”.

No presente discurso, Meloni disse que seu governo – o primeiro de extrema direita na Itália desde a Segunda Guerra Mundial – não se desviará “nenhum centímetro” dos valores democráticos e lutará “contra qualquer forma de racismo, antissemitismo, violência política e discriminação”.

A chefe de governo também garantiu que a Itália seguirá sendo um aliado leal da OTAN e, citando o “valente povo ucraniano”, confirmou que serão respeitados os compromissos internacionais para ajudá-los a “se defenderem da agressão da Rússia”. E disse que não é fascista?

Congresso do PCC! O 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), encerrado no sábado (22), consolidou o poder do presidente Xi Jinping através de uma série de emendas constitucionais que reforçam sua liderança e aumentam sua influência nos principais comitês internos da legenda.

Os 2,3 mil delegados do partido endossaram o papel central de Xi na liderança do país, o que praticamente lhe assegura um inédito terceiro mandato à frente do governo chinês. No Congresso, realizado a cada cinco anos, são decididos os rumos do país pelos anos seguintes.

Os delegados aprovaram uma ampla reforma que fará com que alguns membros do alto escalão do governo deixem seus cargos no próximo ano, o que dará a Xi o poder de indicar seus aliados para estas posições.

Foi aprovada por unanimidade uma resolução que obriga todos os membros do PCC a reconhecerem “a posição central do camarada Xi Jinping no Comitê Central do Partido e no Partido como um todo”. O novo Comitê Central, de cerca de 200 membros, foi eleito pouco antes da cerimônia de encerramento do Congresso.

Xi Jinping e o Ocidente! A reeleição de Xi Jinping para um terceiro mandato o coloca à frente de “desafios como os enfrentados por Mao Zedong”, disse o analista argentino Néstor Restivo à Sputnik. Segundo o especialista, o líder “não vai se assustar” no cenário internacional apesar de um EUA que busca “quebrar a ordem global”.

Restivo afirmou que a reeleição do presidente reforça uma “liderança monolítica” e forte que, na sua opinião, é necessária devido à magnitude do desafio que o país asiático enfrenta no atual contexto geopolítico.

O analista argentino alertou que Xi Jinping começará seu terceiro mandato com um crescimento econômico menor do que o da China anos atrás e até um “par de trimestres ruins” para a economia em 2022, como resultado dos efeitos das medidas sanitárias contra novas variantes SARS-CoV-2. No entanto, ele estava confiante de que a China recuperará seu crescimento, ancorado na nova força de seu consumo doméstico e de seu papel no comércio internacional.

As eleições estadunidenses. No próximo dia 08 de novembro o eleitorado estadunidense deverá ir às urnas para decidir a renovação de um grande número de cadeiras no Senado, na Câmara dos Deputados e nos governos de estado, em uma eleição de meio de mandato que é vista como uma instância de apoio ou punição ao presidente administração.

Os cidadãos dos EUA terão que eleger senadores, representantes e governadores em grande parte do país em um clima político marcado por inflação recorde, polarização política e uma tendência aberta à direita do Partido Republicano, que apoia fortemente o ex-presidente Donald Trump (2017-2021).

Nas eleições deste ano, serão eleitos 35 senadores, todos os 435 assentos na Câmara dos Deputados e 36 dos 50 governos estaduais.

Desaprovação a Biden. Um estudo realizado pela sondagem Gallup indicou, na quarta-feira (26) que 56 por cento dos cidadãos consultados desaprovam a gestão de Joe Biden. A pesquisa, realizada entre 3 e 20 de outubro, também indica que o índice de aprovação do presidente caiu para 40% e está próximo do menor percentual desde que chegou à Casa Branca.

Além disso, no quadro das próximas eleições de meio de mandato, 85% dos eleitores democratas apoiam seu governo, mas entre os republicanos é de 4%.

Risco de recessão! O desempenho decepcionante relatado recentemente por grandes corporações dos EUA alimentou os temores de recessão e derrubou as ações, informou a Reuters nesta quarta-feira. Empresas estadunidenses – das gigantes de tecnologia Alphabet e Microsoft à GE e à fabricante de brinquedos Mattel – relataram grandes desacelerações no crescimento ou alertaram que as coisas vão piorar, disse a agência de notícias.

Em meio à melancolia, os dados mais recentes mostraram que a confiança do consumidor dos EUA diminuiu em outubro, “em meio a preocupações com a inflação e preocupações de uma possível recessão no próximo ano”, acrescentou a Reuters.

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