quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

É hora do acerto de contas


Segunda-feira, 21 de novembro de 2022
É hora do acerto de contas

Olá,

Uma historinha antiga que talvez você não se recorde, mas que é muito inspiradora.

Em março de 2020, publicamos uma tremenda reportagem sobre uma manobra liderada pelo presidente do Ibama, Eduardo Bim. Atendendo a pedidos de associações de madeireiros e contrariando um laudo assinado por cinco técnicos de carreira da casa, Bim acabou com a necessidade de que o órgão de fiscalização ambiental autorizasse a exportação de cargas de madeira retirada das florestas do país. A decisão foi assinada na terça-feira de Carnaval!

Eduardo Bim era o homem de Ricardo Salles no Ibama. Essa dupla do barulho aprontou muito, focada em relaxar as normas que controlam o comércio de madeira no Brasil. Foi assim até que a Polícia Federal deflagrou a operação Akuanduba, em maio de 2021, mais de um ano depois da nossa reportagem. A operação, autorizada diretamente pelo STF, realizou busca e apreensão em endereços do Ministério do Meio Ambiente e de Ricardo Salles no Distrito Federal, São Paulo e Pará. Eduardo Bim foi afastado do Ibama e as novas normas assinadas por ele foram suspensas. 

Um mês depois da operação, Salles deixou o ministério. Noventa dias após o afastamento, Bim voltou para o Ibama e está lá até hoje. A investigação, como era de se esperar, foi parar na geladeira. 

Conto esta história porque ela ilustra muito bem o imenso trabalho que temos pela frente. 2023 será o ano do acerto de contas e não pode ser diferente. Bolsonaro e seus familiares precisam ser duramente responsabilizados pelo aparelhamento sem precedentes da estrutura do Estado, pelos esquemas de corrupção, pelos ataques às instituições e ao povo brasileiro. Mas Bolsonaro não fez isso tudo sozinho. 

Não é difícil encontrar outros Eduardo Bim ou Pazuello ao longo desses quatro anos. Gente que também teve a caneta na mão e a colocou a serviço do desmatamento, da violência contra povos originários, de políticas de empobrecimento, do ataque aos direitos das mulheres e, sobretudo, da corrupção que beneficia as elites. 

Virou moda falar dos sigilos de Bolsonaro e todo o mundo está em compasso de espera, querendo saber de que maneira ele será responsabilizado. Mas, acredite, essa é apenas uma parte do imenso acerto de contas que precisamos fazer se o objetivo for reconstruir este país. 

É preciso investigar os responsáveis e pressionar publicamente para que sejam responsabilizados. O caso de Eduardo Bim é exemplar: por que a investigação não prosseguiu? O que mais ele fez no Ibama para flexibilizar o controle de exportação madeireira e favorecer o desmatamento?

Isso vale para o conjunto da administração pública. Vale para a Polícia Rodoviária Federal, para o Ministério da Saúde, para a pasta da Damares e para a Educação. A sociedade brasileira tem direito de saber!

Sabemos que no centro do poder vai haver muita gente trabalhando para que esses esquemas não venham à tona em nome de uma fantasiosa "pacificação" do Brasil. Balela! Os poderosos sempre estarão abertos a negociar se isso significa sua própria proteção.

Quem tem força para de fato ir fundo e revelar tudo que aconteceu nesses quatro anos é o jornalismo independente. Por isso, aqui no Intercept estamos totalmente focados em disparar as investigações que vão mexer com a República em 2023. Essa não é uma promessa vazia: você e Eduardo Bim sabem do que somos capazes.

Nosso jornalismo pode fazer isso e tem independência para tal porque não conta com grana de marcas famosas ou de governos. Ele é financiado com uma vaquinha que mobiliza milhares de pessoas. E hoje chegou a vez de você se juntar ao nosso movimento. Com doações a partir de R$ 20 você já contribui para que uma investigação ganhe as ruas. É hora de nos juntarmos e cobrarmos aqueles que trabalharam arduamente para destruir esse país. Você pode ajudar o Intercept nessa missão?

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(Uma observação: para doar menos de R$ 25, basta clicar no botão R$ OUTRO do teclado.)

Um abraço,

Táia Rocha
Analista de Arrecadação
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