domingo, 4 de dezembro de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares

 


 

 

 


Aposentadoria do canalha!

Você sabia? Qual o valor da sua aposentadoria, hoje, depois da reforma patrocinada pelo energúmeno? Pois é, mas ele está fora dessa lei.

Com uma canetada, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), concedeu mais de R$ 30 mil aposentadoria parlamentar ao safado, que exerceu o cargo de deputado federal de 1991 a 2018 e está no último mês do mandato como presidente da República, já que perdeu a eleição para Lula (PT).

O ato de Lira é datado de 30 de novembro, mas foi publicado na edição do Diário Oficial da União desta sexta-feira (2). De acordo com a Folha de S. Paulo, o benefício mensal a ser recebido pelo sacripanta deverá ser superior a R$ 30 mil, já que, segundo o documento, “os proventos correspondem a 32,50% do subsídio parlamentar, acrescidos de 20/35 da remuneração fixada para os membros do Congresso Nacional”.

O benefício concedido por Lira se somará à aposentadoria que ele já recebe por ser capitão reformado do Exército, de R$ 11.945,49. E com o salário que vai passar a receber do seu partido, o PL.

Com isso, o criminoso que que é autor da reforma da Previdência que tirou de milhões o direito de se aposentar, ganhará mais de R$ 42 mil de aposentadoria. E ainda vai ter direito a seguranças e carros oficiais custeados pela União.

Só podia ser... O senador Marcos do Val (Podemos-ES), apoiador do imbecil que está saindo do poder, fez uma publicação no sábado (26) reclamando de dívidas e do próprio salário. Segundo um contracheque postado pelo próprio parlamentar, ele recebe R$ 33,7 mil brutos, equivalentes a R$ 19,9 mil líquidos. Entre os descontos, está um empréstimo pessoal com parcelas de R$ 3 mil.

Do Val postou uma imagem de sua conta bancária para afirmar que não tem “regalias e salários milionários”. Na imagem, o parlamentar está com saldo do cheque especial negativo no valor de R$ 1,3 mil e pagamentos de R$ 28,3 mil agendados até o dia 9 de dezembro.

“Na minha carreira anterior, eu recebia a cada dois dias o que eu recebo hoje por mês como senador. E ainda tendo que ouvir ataques, ofensas, ingratidão e até traição de colegas senadores”, escreveu o parlamentar que ministrava palestras e tinha uma empresa de treinamento policial.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, cerca de 35,6 milhões de trabalhadores recebem até um salário mínimo por mês, atualmente fixado em R$ 1.212. De acordo com o IBGE, 90% dos brasileiros têm renda mensal de até R$ 3.500.

“Ele” está com medo! O ministro preferido do ex-capitão, Paulo Guedes, conversou com membros do governo de transição sobre um eventual “ameaça” de prisão do presidente após deixar a presidência. A informação é da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.

De acordo com a jornalista, Guedes teria dito que “não é razoável um país onde todo ex-presidente é ameaçado de prisão”. E ele teve a “cara de pau” de descrever o canalha como uma “pessoa simples”.

O chefe da pasta da Economia costuma tratar do tema em conversas com políticos e integrantes de cortes superiores, demonstrando preocupações com a “judicialização da política”, algo que em sua avaliação abre caminho para acusações de “politização do Judiciário”.

Não quer se esquecido? Derrotado nas urnas em 30 de outubro o sacripanta disse a pessoas próximas que teme que sua liderança política seja esquecida e esvaziada ao ficar fora do poder por pelo menos quatro anos. Faltando um mês para fazer as malas e deixar o Palácio da Alvorada, a transição ameaçava ser tumultuada devido ao mau relacionamento entre os candidatos e às constantes denúncias da ultradireita contra o sistema eleitoral.

No dia 28 de agosto, em encontro com grupos evangélicos durante visita a Goiânia, ele disse ter três alternativas para seu futuro próximo: “estar preso, morto ou vitória. Eles podem ter certeza de que a primeira alternativa não existe; Estou fazendo a coisa certa e não devo nada a ninguém”, disse. Mas hoje vive uma quarta alternativa...

Três dias antes, havia sofrido um revés, quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, rejeitou o pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, um dos onze desembargadores do Supremo Tribunal Federal e membro do Supremo Tribunal Federal, que mandam investigar o presidente pelos crimes de “calúnia” e “incitação ao crime”.

O futuro político do imbecil é desconhecido. É provável que opte por voltar ao Rio de Janeiro, onde iniciou sua carreira política como vereador e depois representou como deputado federal em Brasília por quase três décadas. E, embora o prefeito da cidade seja de esquerda, o governador do estado, Cláudio Castro, é seu aliado. Mas ele pode ficar tranquilo. Por todas as maldades que fez, não vai ser esquecido pelo povo brasileiro!

Resultados do seu governo. A desastrosa condução da economia por parte do insano e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, mostra mais uma face cruel da penúria e fome que passam os brasileiros e brasileiras. O país bateu o triste recorde de pessoas na pobreza e extrema pobreza, em 2021, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Até o ano passado 62,5 milhões viviam na pobreza. Esse número representa 29,4% do total da população brasileira de 212,6 milhões. Já os que viviam em extrema pobreza somam 17,9 milhões, que representam 8,4% da população total. Esses índices são recorde desde a série histórica iniciada em 2012.

Além disso, entre 2020 e 2021 houve aumento recorde nestes dois grupos: o contingente abaixo da linha de pobreza cresceu 22,7% (ou mais 11,6 milhões de pessoas) e o das pessoas na extrema pobreza aumentou 48,2% (ou mais 5,8 milhões).

As crianças são também impactadas de forma cruel. No ano passado, o percentual delas de até 14 anos abaixo da linha de pobreza chegou a 46,2% no Brasil. É outra máxima da série iniciada em 2012. O indicador estava em 38,6% em 2020.

Pretos, pardos, mulheres e nordestinos são os mais atingido pela pobreza e extrema pobreza. A proporção de pretos e pardos abaixo da linha de pobreza (37,7%) é praticamente o dobro da proporção de brancos (18,6%).

A queda de renda entre os brasileiros é a maior causa do aumento da pobreza e extrema pobreza. Em 2021, o rendimento domiciliar per capita caiu para R$1.353, o menor nível desde 2012.

A renda proveniente do trabalho representava 75,3% do total de rendimentos da população, enquanto os benefícios de programas sociais representavam 2,6%. No entanto, entre os que recebiam até ¼ de salário-mínimo per capita (R$ 303), o rendimento do trabalho representava 53,8%, enquanto a parcela proveniente de programas sociais chegava a 34,7%.

Desemprego. A taxa de desocupação, que mede o desemprego no país, foi de 8,3% no trimestre encerrado em outubro. Essa taxa representa uma queda de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior (maio a julho), sendo a menor para o período desde 2014. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, a queda foi de 3,8 p.p. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje pelo IBGE.

O contingente de pessoas ocupadas chegou a 99,7 milhões, um aumento de 1% no trimestre, batendo novamente o recorde na série histórica, iniciada em 2012.

Já população desocupada foi de 9 milhões de pessoas, o que presenta um recuo de 8,7% em comparação com o tri encerrado no mês de julho, menos 860 mil pessoas. É o menor nível desde julho de 2015.

No que diz respeito ao nível da ocupação – ou seja, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, houve aumento de 0,4 p.p., chegando a 57,4%. Já a taxa composta de subutilização caiu para 19,5%, uma queda de 1,4 p.p. no trimestre e 6,7 p.p. no confronto contra o mesmo trimestre do ano passado. A população subutilizada também caiu (6,7%) e chegou 22,7 milhões de pessoas.

Tirou dinheiro da saúde. Depois que o grupo de transição indicado pelo presidente eleito, Lula (PT), para a área da saúde afirmou que, de acordo com os dados disponíveis até momento, o setor está “caos geral”, que perdeu milhões em recursos, além da péssima gestão, o demente que ainda governa anunciou mais um bloqueio, de R$ 1,65 bilhão, do orçamento do Ministério da Saúde. A medida por travar a máquina pública no último mês da gestão de Bolsonaro. 

A equipe de transição estima que, apenas para garantir o mínimo funcionamento dos serviços públicos, ou seja, para atender as necessidades emergenciais, são necessários R$ 22,7 bilhões.

Mesmo assim, na última sexta-feira (25), o Ministério da Economia determinou ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que escolha quais áreas serão atingidas com o novo corte, que pode afetar ainda mais a execução de políticas públicas até o fim deste ano.

A ordem da equipe de Paulo Guedes, o comandando da combalida economia, é cortar verba das despesas discricionárias, ou seja, os recursos usados em programas como o Farmácia Popular, para a habilitação de leitos e na compra de medicamentos e insumos.

O governo já havia travado R$ 2,23 bilhões da Saúde. Ou seja, o corte total desse tipo de verba vai a cerca de R$ 3,8 bilhões.

E bloqueou mais. O Ministério do Trabalho e Previdência é a mais nova vítima da bagunça orçamentária do final de governo do insano. A pasta dispunha de R$ 225 milhões, mas ficará com apenas R$ 14 milhões para terminar o ano. O suficiente para pôr em risco o funcionamento de agências de atendimento aos cidadãos. Além disso, operações de fiscalizações trabalhistas e até de combate ao trabalho escravo podem sofrer paralisações. O corte de R$ 211 milhões é desdobramento do bloqueio de R$ 5,7 bilhões no orçamento de 2022 anunciado pelo governo na semana passada.

Além de Trabalho e Previdência, o corte atinge duramente também as áreas da Educação e da Saúde. O governo alega que precisa passar a tesoura em “despesas não obrigatórias” para cumprir o teto de gastos até o final do ano. Mas com R$ 366 milhões retirados do orçamento de universidades e institutos federais de ensino técnico e tecnológico, faltarão recursos pagar contas básicas, como água, luz e pessoal. Os cortes na Educação podem chegar a R$ 1,7 bilhão, informa a CNN.

De acordo com o Ministério da Economia, o “contingenciamento” se deve a despesas extras de R$ 2,3 bilhões da Previdência Social – consideradas obrigatórias. E também à determinação de que R$ 3,8 bilhões de benefícios para o setor cultural sejam pagos ainda este ano. O governo havia vetado em julho os pagamentos referentes às leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, e editado medida provisória empurrando a conta para 2023. Porém, o efeito dessa MP foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nem os empresários estão confiando nele. O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), caiu 6,7 pontos em novembro, para 91,5 pontos, o menor nível desde fevereiro deste ano (91,1 pts.). Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 3,0 pontos.

“A forte queda da confiança empresarial em novembro está relacionada à percepção de desaceleração do nível de atividade corrente e da perspectiva de continuidade desta tendência nos próximos meses. O aumento do pessimismo parece também ser acentuado em alguns segmentos por dúvidas com relação à política econômica a ser implementada a partir de janeiro de 2023. No comércio e na indústria, a queda da confiança parece mais relacionada à desaceleração em curso, com preocupações com relação ao nível da demanda, sob impacto da política monetária mais restritiva e da limitação imposta pelo nível elevado de endividamento das famílias. Nos serviços e na construção, são as expectativas que mais influenciaram na queda dos índices no mês”, avalia Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas do Ibre.

A queda da confiança empresarial de novembro foi motivada pela piora das percepções sobre a situação presente e das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) recuou 4,1 pontos, para 95,2 pontos, e o Índice de Expectativas (IE-E), 8,0 pontos, para 87,9 pontos. Com o resultado, o ISA-E acumula perda de quase 7,0 pontos no mesmo período e registra o menor nível desde março de 2022 (92,1 pts.). O IE-E alcança o menor nível desde março de 2021 (85,2 pts.) e acumula perda superior a 12 pontos em dois meses.

Todos na prisão! Em entrevista à Sputnik Brasil, advogado da equipe de transição de Lula diz ser necessário responsabilizar criminalmente o ex-juiz Sergio Moro, procuradores e “advogados cooptados” pela Lava Jato. Kakay ainda revela que delatores da Lava Jato estariam prontos para denunciar a operação e dizer que foram coagidos a falar.

Na sexta-feira (02), o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay, pediu a condenação de juízes, procuradores e "advogados cooptados" pela Operação Lava Jato durante evento do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) realizado em Recife, Pernambuco.

“A Lava Jato só acaba quando o Moro, os procuradores e advogados forem responsabilizados”, disse Kakay à Sputnik Brasil. “Eu sustento que desde o início que a Lava Jato [...] instrumentalizou o Judiciário e o Ministério Público pra atingir o poder”.

Para ele, a participação de Sergio Moro no governo do pulha configuraria “caso clássico de corrupção de agente público, que realiza um ato de ofício para depois obter um benefício”.

Recentemente convocado para participar do grupo Crimes Contra o Estado Democrático de Direito da equipe de transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Kakay acredita que será necessário reverter o mau uso de práticas jurídicas no Brasil, como a delação premiada e os acordos de leniência.

Farsa da luta contra as drogas nos EUA. Os presidentes progressistas do México e da Colômbia, Andrés Manuel López Obrador e Gustavo Petro, consideraram um fracasso o combate às drogas empreendido há décadas na região a mando dos EUA, principal consumidor, e concordaram com a necessidade de reconsiderar a referida estratégia.

Ambos os líderes concordaram em reconsiderar e redesenhar uma estratégia de segurança e saúde em torno do narcotráfico e propuseram a criação de uma Conferência Internacional de Líderes Latino-Americanos.

Foi uma breve declaração de intenções, mas supõe a possibilidade de criar um divisor de águas no tratamento de um dos problemas mais urgentes da região, por meio de acordos multilaterais positivos, que bem podem constituir a oportunidade de deixar para trás a política inútil e contraproducente política punitiva de drogas imposta pelos EUA ao resto do mundo desde a década de 1970, que causou uma destruição humana e material incalculável.

Desde que assumiu a presidência, há pouco mais de cem dias, Petro levantou a necessidade de redirecionar esforços na política antidrogas. Antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, ele exigiu o fim da guerra irracional contra as drogas.

No México, o uso de drogas começa cada vez mais cedo, aumenta entre adolescentes e mulheres e não há redução da oferta de substâncias ilícitas; apesar da criminalização e perseguição que deixou 375.000 homicídios, 300.000 pessoas desalojadas de suas casas e mais de 30.000 desaparecidos entre 2006 e 2019.

Multidão marcha no México. Centenas de milhares de pessoas participaram no domingo (27) de uma grande marcha que lotou as ruas da Cidade do México.

O evento foi convocado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador para celebrar o aniversário de quatro anos do seu mandato e contou com a presença do próprio mandatário.

Ainda durante esta jornada, Obrador deve participar de um ato final do evento, a ser realizado no Zócalo, principal praça do centro da capital mexicana.

Segundo a imprensa mexicana e o canal TeleSUR, o presidente mexicano deve aproveitar o ato para fazer um balanço deste quarto ano de mandato e apresentar as prioridades para os próximos dois anos, os últimos até o final do seu mandato – no México não existe a possibilidade de reeleição.

Apesar de Obrador garantir que o ato deste domingo não tem nada a ver com o realizado pela oposição semanas atrás, chama a atenção o fato de que ele acontece quando o governo precisava, novamente, mostrar que continua contando com grande apoio popular.

Apoio da China em Cuba. A China ofereceu uma doação de 100 milhões de dólares (541 milhões de reais) a Cuba para ajudar o país insular a sobreviver a uma crise econômica paralisante, além de reestruturar a dívida externa de Havana com Pequim e retomar projetos de investimento, disse no sábado (26/11) o vice-primeiro-ministro cubano, Alejandro Gil.

O anúncio foi feito durante uma rara viagem oficial ao exterior do presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, que reuniu-se com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, na sexta-feira (25/11). O giro internacional de Diaz-Canel incluiu também visitas a Rússia, Turquia e Argélia.

Gil, que também é ministro da economia de Cuba, disse que os recursos doados pela China seriam usados em “prioridades” na ilha, que enfrenta a sua pior crise econômica em três décadas, agravada pela pandemia de covid-19 e o embargo econômico dos EUA.

Um dos principais objetivo de Cuba com a visita era obter apoio chinês para renovar a sua infraestrutura elétrica, que vem apresentando repetidas falhas e apagões com mais intensidade desde o furacão Ian, em setembro.

A China é o segundo maior parceiro comercial de Cuba, depois da Venezuela, mas o comércio bilateral entre os dois países caiu de 2 bilhões de dólares (R$ 10,8 bilhões) em 2017 para 1,3 bilhão (R$ 7 bilhões) em 2021, segundo Havana.

Direita de olho na Nossa América. Há algumas semanas, enquanto as atenções de grande parte do mundo se voltavam para a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 27), no Egito, outra cúpula acontecia no continente americano, mais precisamente na Cidade do México.

Promovida por lideranças da ala conservadora de países do continente, a Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) reuniu na capital mexicana nomes como Steve Bannon, ex-assessor de campanha do ex-presidente americano Donald Trump, José Antonio Kast, político conservador chileno que concorreu, sem sucesso, à presidência do Chile em 2021, e Javier Milei, líder da direita argentina. O Brasil também marcou presença, representado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A CPAC é um encontro anual de lideranças conservadoras, organizado pela União Conservadora Americana e realizado em diferentes capitais do continente americano a cada edição. Em 2021, o evento foi sediado no Brasil.

Na edição deste ano, entre outros temas, foram debatidos no encontro o combate ao aborto e ao comunismo. Para entender o que a cúpula representa e como ela se relaciona com a atual ascensão de líderes progressistas na América Latina, a Sputnik Brasil conversou com Vinícius Rodrigues Vieira, doutor em relações internacionais pelo Nuffield College, da Universidade de Oxford, e professor de relações internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), e Clarisse Gurgel, cientista política e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Uma saída justa e correta. Bolívia e Chile estão mais próximos de retomar suas relações diplomáticas. Na quinta-feira (01), a Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinou que as águas do rio Silala, que nasce no território boliviano e atravessa o país vizinho, deve ser considerado um curso de águas internacionais e, portanto, ambas nações devem acordar o uso equitativo da via fluvial.

“Ambas as partes também acordam que têm direito equitativo e razoável das águas do rio Silala, segundo o direito internacional consuetudinário. Não compete à Corte tratar uma diferença de opiniões sobre possíveis usos futuros das águas", declarou a juíza Joan Donoghue.

A decisão coloca fim a seis anos de litígio entre Chile e Bolívia. O processo foi iniciado pela parte chilena, em 2016, durante a gestão de Michelle Bachelet, que reivindicava o controle total do Estado chileno sobre o rio. Em 2018, a Bolívia, sob governo de Evo Morales, ingressou com um novo pedido requerendo que as águas do Silala fossem consideradas de curso internacional e que seu uso por parte do Chile não prejudicasse a parte boliviana, mas que, no entanto, a própria Corte regulamentasse o uso do afluente.

Em 1879, após uma guerra contra o Chile, a Bolívia não perdeu só seu acesso ao mar, 120 mil quilômetros quadrados de territórios ricos em minérios e 400 quilômetros de costa, mas também a oportunidade de exportar cobre, lítio, prata e outros recursos de grande valor no mercado mundial.

Essa condição, que deixa o país cercado, causou perdas econômicas que atualmente chegam a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estudos citados por especialistas do Banco Central da Bolívia.

Peru: golpe ainda em andamento. A direita peruana apresentou na quarta-feira (30) mais uma “moção de vacância”, que é como se chama o processo de impeachment, novamente tendo como alvo o presidente Pedro Castillo, que está no cargo desde julho de 2021.

Este novo pedido foi elaborado pelo parlamentar opositor Edward Málaga e conta com 67 assinaturas de diferentes bancadas, e acusa o mandatário de “permanente incapacidade moral do presidente por graves erros técnicos que atentam contra a dignidade da figura presidencial”.

Com toda certeza, tudo está bem armado e orquestrado pela CIA e pela Casa Branca. O plenário do Congresso peruano admitiu em 1º de dezembro a tramitação de novo pedido de impeachment contra o presidente Pedro Castillo, sob o fundamento constitucional de incapacidade moral permanente para o exercício do cargo.

“Com 73 votos a favor, o plenário do Congresso aprovou a admissão da Moção 4.904, que propõe declarar o Presidente da República, Pedro Castillo, incapacidade moral permanente e sua vacância [destituição] do cargo”, informou o Parlamento através de seu Twitter conta.

O Congresso aprovou no dia 1º de dezembro, com 59 votos a favor, que a sessão para debater e votar o pedido de vaga do presidente seja realizada no dia 7 de dezembro, às 15h, horário local (20h GMT). O presidente pode exercer pessoalmente seu direito de defesa ou ser assistido por um advogado, acrescentou o Congresso.

Greve dos ferroviários franceses. A circulação de trens está fortemente praticamente parada na França devido a uma greve de ferroviários que obrigou a companhia estatal SNCF a cancelar 60% dos trens programados na sexta-feira (02) e neste fim de semana. Há temores de que a paralisação possa ser repetida durante as comemorações do final do ano.

A SNCF prevê a circulação, de sexta a domingo, de um trem em cada dois. Na rede de alta velocidade TGV, apenas um em cada quatro funcionarão. Já na rede inter-regional Intercités, a metade das viagens foi cancelada. Nenhum trem noturno circulará.

Nas linhas internacionais, a companhia prevê tráfego normal do Eurostar para a Grã-Bretanha e do Thalys, que realiza trajetos entre França, Bélgica, Holanda e Alemanha. Haverá um trem TGV a cada três para a Suíça, um a cada dois para a Alemanha, um em cada três para a Itália e nenhum para a Espanha.

O movimento exige reivindicações salariais, projetos de evolução de carreira e, sobretudo, maior reconhecimento das especificidades da atividade dos cerca de 10.000 fiscais da SNCF. Os profissionais têm uma função essencial em termos de segurança ferroviária e para os viajantes.

Os fiscais, sem os quais os trens não podem circular, já abriram editais de greve para os finais de semana de Natal e Ano Novo.

Vai ser um inverno difícil. Os residentes do Reino Unido reduziram o consumo de gás e eletricidade em cerca de 10% em outubro, apenas algumas semanas antes do início do inverno e em meio à crise energética que a Europa enfrenta.

Empresas como a E.ON, a segunda maior fornecedora do Reino Unido, relataram que o consumo de energia caiu "dois dígitos" nas últimas semanas, uma tendência que deve aumentar à medida que o inverno se aproxima.

Segundo Michael Lewis, diretor executivo da E.ON, ele especificou que as reduções estão entre 10% e 15%, em contraste com as médias divulgadas semanas atrás.

Andrew Lindsay, diretor executivo da Telecom Plus, confirmou que o uso de gás caiu 10% nos últimos meses e a expectativa é que o consumo continue caindo "na medida em que as pessoas se autorregularem".

Os dois executivos concordaram que o clima ameno em outubro e novembro, incomum nesta época, dificulta uma análise precisa.

No entanto, apesar da redução, muitos britânicos não veem uma redução em suas contas, de acordo com várias reportagens de jornais. Diante dessa situação, o secretário de Comércio, Grant Shapps, ficou "perturbado" com a informação e afirmou que iria investigar o ocorrido.

Itália não concorda. A Itália não vai aderir à votação da proposta da Comissão Europeia (CE) sobre o teto do preço do gás, declarou o ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética, Gilberto Pichetto Fratin.

“Deve ser muito apreciada a boa vontade da Comissão Europeia, que apresentou aos Estados uma proposta que resulta da mediação entre diferentes posições, muitas vezes contrárias (...). Mas se a proposta se mantiver inalterada, não votaremos por favor”, enfatizou em entrevista ao jornal La Veritá.

A Comissão Europeia propôs a criação de um mecanismo provisório de correção do mercado do gás como medida de combate à crise energética. E o mecanismo implica um preço máximo de 275 euros para os futuros de gás no Title Transfer Facility (TTF), um índice de preços neutro para o referido combustível que é utilizado como referência na UE.

A União Europeia (UE) ainda não conseguiu aprovar um valor concreto para o teto do preço do petróleo russo, e o principal motivo para isso são as propostas da Polônia e dos países bálticos sobre o assunto, fazendo com que o bloco corra o risco de perder sua unidade, indica o 'Financial Times', citando um diplomata europeu.

Anteriormente, a maioria dos membros da UE já havia manifestado seu apoio à proposta de fixar o teto entre 65 e 70 dólares por barril. No entanto, a Polônia e os países bálticos consideraram a proposta “muito favorável” para a Rússia e insistem em cortar o preço pela metade. Como resultado, indica o veículo, as negociações sobre o assunto chegaram a um impasse.

O diplomata que falou ao Financial Times sobre o evento criticou este processo, salientando que todos os membros da UE têm de chegar a acordo sobre o assunto até 5 de dezembro. Além disso, sublinhou que estas propostas estão a minar a unanimidade europeia num momento em que "a UE tem de dar sinais claros sobre a sua unidade".

Mas a Europa importa mais gás. O volume de gás natural liquefeito (GNL) que a Europa importa da Rússia aumentou mais de 40% nos primeiros dez meses de 2022.

As informações foram divulgadas pelo jornal Financial Times nesta segunda-feira (28).

“As importações da Rússia durante este período subiram a 17.800 milhões de metros cúbicos, um aumento de 42% em comparação com o mesmo período em 2021, com a França, Bélgica, Espanha e os Países Baixos absorvendo quase todos os volumes”, diz a reportagem. E o gás russo representava 16% do volume que a Europa importava pela via marítima entre janeiro e outubro.

Itália vai retirar ajuda para a Ucrânia. O anterior premiê Mario Draghi aprovou medidas que permitiram a Roma fornecer armas a Kiev até o final deste ano, e o atual governo quis as alargar até o final do próximo ano.

Os partidos da coalizão de direita da Itália retiraram na terça-feira (29) uma emenda que permitiria continuar enviando armas à Ucrânia sem autorização parlamentar, relatou a agência britânica Reuters.

A medida, introduzida pouco depois do começo em fevereiro da operação militar especial da Rússia na Ucrânia pelo então premiê Mario Draghi (2021-2022), expira no final de 2022, e sua sucessora Giorgia Meloni tentou o prolongar até 31 de dezembro de 2023.

No entanto, o Partido Democrático de centro-esquerda opositor argumentou que a lei não era específica à ajuda militar à Ucrânia e que o governo estava interpretando as leis parlamentares de modo demasiado livre.

A ONU reconhece a ilegalidade. A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou na quarta-feira uma resolução que manifesta o descumprimento por parte de Israel da Resolução 497, de 1981, do Conselho de Segurança, que proíbe o estabelecimento de normas legais sobre as Colinas de Golã sírias ocupadas.

Com 92 votos a favor, nove contra e 65 abstenções, o seio da ONU declarou nula e sem efeito a anexação israelense dos territórios das Colinas de Golã, instando as autoridades sionistas a desistirem desse propósito.

Nesse sentido, a Assembleia ratificou que a ocupação israelense desses territórios constitui um obstáculo à estabilidade regional, entretanto, apelou ao respeito dos limites estabelecidos em 4 de junho de 1967 pelo Conselho de Segurança.

Da mesma forma, a resolução aprovada apela ao diálogo entre as partes e a comunidade internacional para apoiar as tentativas de alcançar uma paz justa e duradoura na região.

As forças israelenses ocuparam o território sírio na Guerra dos Seis Dias de 1967, que causou o deslocamento de seus habitantes e uma série de guerras como a Guerra do Yom Kippur.

Por sua vez, só para variar, os EUA consideram a ocupação das Colinas de Golã de grande importância para a segurança sionista, que foi exacerbada na administração de Donald Trump.

Rússia vai ganhar com o “teto”? Se o Ocidente liderado pelos EUA impuser restrições de preços ao petróleo da Rússia, isso não a privará da renda dessa commodity, mas, pelo contrário, a fará aumentar, disse especialista do portal Oil Price, Irina Slav.

Ela fez lembrar que Moscou havia alertado contra a imposição de um teto de preços, dizendo que cessaria o fornecimento aos países que apoiassem essa medida. Slav observou que tal medida de retaliação é bastante previsível.

Na União Europeia (UE) continua o debate sobre o qual o teto de preços a impor ao petróleo russo. A especialista pôs em questão a conveniência econômica do estabelecimento do nível em US$ 65-70 por barril.

Por fim, ela opinou que a UE não será capaz de chegar a um acordo sobre o teto: a Polônia insistirá que ele deve ser mais baixo, por outro lado, a Grécia e Chipre exigirão proteger seus navios e não baixar o limite de preço. Como resultado, a UE terá que impor um embargo, que aumentará os preços do petróleo e, consequentemente, as exportações e as receitas russas.

Carga pesada! Os membros europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) vão cortar a ajuda à Ucrânia devido ao esgotamento económico, escreveu o jornal 'Global Times'.

De acordo com o jornal, os países europeus estão sofrendo o peso do conflito em torno da Ucrânia e pagaram um preço alto por fornecer ajuda a Kyiv, não apenas consumindo seu armamento existente, mas também sofrendo com o aumento das contas de energia e da inflação de décadas.

O Global Times também observou que, em muitos países europeus, o apoio público à ajuda contínua à Ucrânia é frágil e "a julgar pela situação atual na Europa, é difícil para os membros europeus da OTAN sustentá-lo".

Quanto aos EUA, líder do bloco, após as eleições de meio de mandato, com os republicanos assumindo o controle da Câmara dos Representantes, o incentivo de Washington para oferecer ajuda à Ucrânia será significativamente reduzido, indica a mídia.

Eu não disse o que disse! A presidente da Comissão Europeia deu uma declaração em que falou dos custos humanos e financeiros da operação militar especial na Ucrânia, pelos quais condenou a Rússia.

A Comissão Europeia publicou nesta quarta-feira (30) dados das perdas de efetivos militares e civis da Ucrânia, mas os eliminou pouco depois, tendo mais tarde apontado uma "inexatidão".

Pouco antes disso, Ursula von der Leyen, presidente do órgão executivo da União Europeia, emitiu um comunicado sobre a necessidade de “responsabilizar internacionalmente” a Rússia pela operação militar especial e de usar os fundos russos congelados para reconstruir a Ucrânia. Para apoiar o comunicado, von der Leyen destacou que, “de acordo com estimativas até o momento, mais de 20.000 civis e 100.000 militares já morreram"”

O parágrafo sobre o número de mortos e feridos acabou sendo completamente removido das declarações escrita e oral de Ursula von der Leyen.

Até o último ucraniano! O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, afirmou que a OTAN incita a guerra e pretende lutar até o último ucraniano.

“A aliança ainda prefere lutar até o último ucraniano, e a aliança continua alimentando a Ucrânia com suas armas. Prolongando, naturalmente, a guerra e complicando ainda mais a situação para esse mesmo regime ucraniano”, declarou.

Além disso, o porta-voz afirmou que uma percepção da OTAN sobre a situação na Ucrânia não deve ser esperada. E disse que as tentativas do Ocidente de criar um "tribunal" sobre a Ucrânia não serão legítimas.

O discurso de ódio no país de “merda”! No ano de 2022, a porcentagem de adultos estadunidenses que se identificam como lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros ou que simplesmente não se entendem heterossexuais aumentou para um novo recorde de 7,1% – o dobro da porcentagem registrada de 2012, quando a agência Gallup começou a fazer esse tipo de levantamento.

Ironicamente – e infelizmente –, foi também neste ano que os EUA bateram o recorde de projetos de leis contra a população LGBTQIAP+. “Foram mais de 200 propostas enviadas ao poder legislativo”, conta à reportagem do Brasil de Fato o diretor de comunicação da ONG Equality California, Jorge Reyes Salinas.

Entre as propostas aprovadas este ano estão a lei “Direito Parental na Educação”, assinada em março pelo governador da Flórida, o republicano Ron de Santis. De acordo com o texto desta nova regra, professores de escolas públicas são proibidos de discutir identidade de gênero e orientação sexual em sala de aula.

No Texas, administrado pelo também republicando Greg Abbott, uma proposta quer classificar como abuso de menores o tratamento médico dado de afirmação de gênero oferecido às crianças trans. Se aprovada, essa lei pode colocar na cadeia pais, médicos e outros profissionais da saúde que atuem na causa.

Outras tantas propostas contra a população LGBTQIA+ dos EUA seguem em debate em diversos estados do país, mas o que todas elas têm em comum é que são defendidas quase exclusivamente por republicanos.

As consequências de todo esse discurso e movimentação judicial nos EUA chegou com cinco mortos e 19 feridos em uma boate em Colorado Springs. No último dia 19 de novembro, um atirador abriu fogo contra pessoas que só estavam se divertindo no clube noturno, refúgio da população LGBTQIA+ na pequena cidade no estado do Colorado.

Essa tragédia recente nos lembra que, nos EUA, pessoas LGBTQIA+ estão quase quatro vezes mais propensas do que as pessoas não-LGBTQIA+ a sofrer algum tipo de violência, incluindo estupro, agressão sexual e agressão agravada. Os dados são de um novo estudo do Instituto Williams, da Escola de Direito da UCLA. De acordo com o documento, as pessoas deste grupo são mais propensas a sofrer violência tanto por parte de alguém conhecido, quanto nas mãos de um estranho.

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